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Em relação à natureza e principais características, os fundos podem se classificar em: • Fundos de investimento (FI) - compram ativos financeiros diretamente do mercado financeiro

e de capitais para compor sua carteira de investimentos.

• Fundos de investimento em cotas (FIC) - compram cotas de outro(s) fundo(s) de inves- timentos. Devem ter no mínimo 95% de seu patrimônio investido em cotas de fundos de investimento de uma mesma classe, exceto os classificados como multimercado e os investidores qualificados.

• Fundos abertos e fundos fechados - nos fundos abertos, os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas a qualquer tempo; nos fundos fechados, as cotas somente são resgatadas ao término do prazo de duração do fundo. O investidor somente poderá sair do fundo se negociar suas cotas no mercado secundário.

• Fundos exclusivos e fundos restritos - são exclusivos os fundos constituídos para receber aplicações exclusivamente de um único cotista. Somente investidores qualificados poderão ser cotistas de fundos exclusivos. São restritos os fundos constituídos para receber investimentos de um grupo restrito de cotistas, normalmente, os membros de uma única família, ou empresa de um mesmo grupo econômico.

Quadro 2: Categorias de investidores conforme estabelecido nos artigos 9A e 9B da Instrução

554 da CVM

Categoria Investidor

Instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BCB;

Companhias seguradoras e sociedades de capitalização; Entidades abertas e fechadas de previdência complementar; Investidores profissionais Fundos de investimento, Clubes de investimento, desde que

tenham a carteira gerida por administrador de carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM;

Agentes autônomos de investimento, administradores de car- teira, analistas e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios;

Pessoas naturais ou jurídicas que detenham investimentos financeiros em valor superior a R$ 10 milhões.

Investidores profissionais;

Investidores qualificados

Pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica ou possuam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e con- sultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios;

Clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas, que sejam investidores qualificados; Pessoas naturais ou jurídicas que detenham investimentos financeiros em valor superior a R$ 1 milhão.

Investidores de varejo, ou retail

Todos aqueles investidores não considerados nas categorias anteriores.

Fonte: CVM, 2015.

Um fator muito importante da industria é a classificação dos fundos de investimento. Recentemente, a regulamentação tem modificado os critérios utilizados na classificação dos diferentes tipos de fundos.

Figura 2: Classificação Anbima de fundos de investimento vigente até outubro de 2015

Até outubro do 2015, a CVM estabelecia que os fundos de investimento deveriam ser classificados em sete tipos: a) curto prazo; b)referenciado; c) renda fixa; d) ações; e) cambial; f) dívida externa; e g) multimercado. Por outra parte, a Anbima classificava os fundos como detalhado no Quadro 2.

A nova Instrução 555, que entrou em vigor em outubro do ano 2015, teve po objetivo aprimorar a regulamentação existente, assim como introduzir modificações capazes de modernizar o arcabouço regulamentar, reduzir os custos, impulsionar a maior competição entre os participantes do mercado e incrementar a transparência na divulgação de informações.

Nesse sentido, a Instrução 555 estabelece, em relação à classificação dos fundos de investimento, o seguinte:

A classificação atual busca agregar as diversas opções de carteira oferecidas por meio de fundos de investimento, de acordo com determinadas características do portfólio. Assim, leva em consideração as classes de ativos que compõem essa carteira, seus prazos e riscos, além dos estilos e estratégia de gestão (CVM, 2015, p. 70).

Posteriormente, no art. 107 da Instrução, são detalhadas as motivações que levaram à modificação dos critérios de classificação:

Ao dividir os fundos em tipos ou categorias que expressam objetivos e políticas de investimento similares, a classificação viabiliza a comparabilidade entre fundos e dos fundos com outras opções de investimento ou benchmarks. Também ajuda no processo de seleção e decisão de investimento, na medida que facilita a identificação dos fundos mais aderentes às necessidades do investidor. (CVM, 2015, p. 72).

Em linha com o estabelecido pela Instrução 555, a classificação dos fundos foi modificada, reduzindo as categorias somente a quatro:

• Renda fixa • Ações

• Multimercado • Cambial

Adicionalmente, para cada categoria é possível adicionar sufixos relacionados à duração do investimento (curto ou longo prazo), assim como em relação à estratégia de gestão utilizada (ativos ou indexados).

A ANBIMA (2015), com base nas classes definidas na Instrução CVM 555, utiliza três critérios, ou níveis para a elaboração da classificação dos fundos. De acordo com o estabelecido na Circular 020/2015 da Anbima, os níveis buscam refletir a lógica do processo de investimento, assim como orientar a decisão do investidor. O processo lógico que estabelece cada nível é o seguinte:

• A partir das necessidades, restrições e apetite ao risco de cada investidor, identifica-se no primeiro nível qual é a classe de ativos mais adequada a ele.

• O segundo nível estimula a reflexão sobre quais são os riscos que o investidor estaria disposto a correr.

• No terceiro nível, é possível avaliar as estratégias que melhor se adequam às necessidades e objetivos específicos do investidor.

A Figura 3 detalha a nova classificação da Anbima que, desde outubro de 2015 entrou em vigor. Evidencia-se, ao comparar com a classificação previamente utilizada, uma grande diferença, especialmente na quantidade de categorias e subcategorias, assim como nos critérios de classificação.

Nesta dissertação, utilizou-se a classificação da Anbima anterior à estabelecida pela Instrução 555, porque a coleta de dados foi realizada anteriormente à entrada em vigor da nova Instrução e suas modificações.

Resulta relevante detalhar a nova classificação utilizada na indústria de fundos e, especi- almente, os novos princípios sob os quais foram realizadas essas modificações. De acordo com o estabelecido pela circular 020/2015 da Anbima a nova estruturação das categorias de fundos é um esforço importante no processo de modernização da indústria, com apoio nos princípios de eficiência e transparência de informação.

Neste sentido, pode-se entender que todos os agentes que circulam no mundo dos investi- mentos são usuários em potencial da classificação dos fundos. Logo, a classificação torna-se uma ferramenta necessária a qualquer pessoa ou instituição interessada em selecionar, comparar um fundo ou grupo de fundos e, ainda, monitorar seu desempenho.

De acordo com a Anbima (2015), por meio da nova classificação os processos de seleção, comparação e monitoramento poderão ser otimizados, já que ela permite que a análise se restrinja a um subconjunto de fundos com as mesmas características de retorno esperado, risco assumido e gestão aplicada.

Figura 3: Classificação da Anbima de fundos de investimento

Fonte: ANBIMA (2015)