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1.1.2.1 Classificação Económica

A redução nominal prevista da despesa do subsetor Estado, para 2013, é de 1,5%, contribuindo para este resultado a diminuição da despesa primária em 2,2%, atenuada parcialmente pelo aumento esperado da despesa com juros e outros encargos (0,6%).

Quadro III.1.8. Despesa do Estado por classificação económica (milhões de euros)

Fonte: Ministério das Finanças. (2011 CGE; 2012 estimativa; 2013 OE) Notas: Valores consolidados de transferências no âmbito do subsetor Estado. 2013: O Orçamento ajustado corresponde ao Orçamento líquido de cativos

O Orçamento do Estado para 2013 reflete as medidas de consolidação orçamental acordadas no âmbito da 5.ª missão de avaliação regular do PAEF, em respeito pelo Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica (MoU) subjacente à aprovação do PAEF.

O aumento da despesa com pessoal decorre do efeito da reposição do subsídio de Natal, com impacto nas remunerações e nas contribuições dos serviços da administração direta do Estado, a título de entida- de patronal, para a Caixa Geral de Aposentações, I.P. e para a Segurança Social. Este efeito é contraria- do, em grande medida, pela aplicação de medidas previstas no Orçamento do Estado para 2013 com incidência na massa salarial, de que se destacam:

A implementação de medidas transversais visando dar cumprimento à redução mínima de 2%, dos quan- titativos de pessoal, tendo em vista o cumprimento de um dos pilares chave do PAEF;

A redução, no mínimo, em 50% do número de trabalhadores com contrato de trabalho a termo resolutivo, com especial relevância nas escolas de ensino não superior, efeito atribuível ao reflexo em termos orça- mentais das medidas setoriais previstas sobretudo no Documento de Estratégia Orçamental com incidên- cia no ano letivo 2012/2013;

A manutenção da medida de congelamento dos salários no setor público e do impedimento de promo- ções, progressões e outras formas de valorização remuneratória;

2012 2013 variação

absoluta em p.p. do total

Despesa Corrente 45.534,0 46.354,4 46.429,0 1,8 0,2 74,6 0,2

Despesas com Pessoal 10.293,5 8.508,7 8.946,4 -17,3 5,1 437,7 0,9

Aquisição Bens e Serviços 1.817,4 1.838,1 1.667,1 1,1 -9,3 -170,9 -0,3

Juros e outros encargos 6.039,2 6.960,3 7.276,3 15,3 4,5 316,1 0,6

Transferências Correntes 26.247,3 28.090,1 27.007,6 7,0 -3,9 -1.082,5 -2,2 Administrações Públicas 23.447,9 25.731,8 24.736,6 9,7 -3,9 -995,2 -2,0 Administração Central 14.793,8 15.978,6 13.599,5 8,0 -14,9 -2.379,1 -4,9 Administração Regional 0,0 0,0 0,0 - - 0,0 0,0 Administração Local 1.889,6 1.786,3 2.117,6 -5,5 18,5 331,3 0,7 Segurança Social 6.764,5 7.966,9 9.019,5 17,8 13,2 1.052,6 2,2 Outros sectores 2.799,4 2.358,3 2.271,0 -15,8 -3,7 -87,4 -0,2 Subsídios 601,6 266,9 248,3 -55,6 -7,0 -18,6 0,0

Outras Despesas Correntes 535,1 690,4 1.283,3 29,0 85,9 592,9 1,2

Despesa Corrente Primária 39.494,8 39.394,2 39.152,7 -0,3 -0,6 -241,5 -0,5 Despesa de Capital 3.150,3 2.591,6 1.770,3 -17,7 -31,7 -821,2 -1,7

Aquisição Bens de Capital 432,0 409,6 395,7 -5,2 -3,4 -13,9 0,0

Transferências de Capital 2.704,8 2.173,5 1.309,2 -19,6 -39,8 -864,3 -1,8 Administrações Públicas 1.751,6 1.992,9 1.237,5 13,8 -37,9 -755,4 -1,5 Administração Central 381,3 694,1 281,1 82,0 -59,5 -413,1 -0,8 Administração Regional 600,0 565,8 560,0 -5,7 -1,0 -5,8 0,0 Administração Local 767,6 730,0 391,4 -4,9 -46,4 -338,5 -0,7 Segurança Social 2,7 3,0 5,0 9,4 67,9 2,0 0,0 Outros sectores 953,1 180,6 71,7 -81,1 -60,3 -108,9 -0,2

Outras Despesas Capital 13,6 8,6 65,4 -37,1 664,8 56,9 0,1

Despesa Primária 42.645,1 41.985,7 40.923,0 -1,5 -2,5 -1.062,7 -2,2 Despesa Efetiva 48.684,4 48.946,0 48.199,3 0,5 -1,5 -746,7 -1,5 Ativos Financeiros 8.379,9 23.505,3 17.859,6 Passivos financeiros 101.585,2 122.250,0 116.449,0 Transferência para o FRDP 0,0 2.200,0 1.000,0 Despesa Total 158.649,5 196.901,3 183.507,9 DESIGNAÇÃO Taxa de variação (%) 2011 2012 2013 Orçamento ajustado 2013

A diminuição do valor da retribuição horária referente ao pagamento de trabalho extraordinário; e

A suspensão, durante o ano de 2013, da passagem às situações de reserva, pré-aposentação ou dispo- nibilidade, previstas para o pessoal das forças armadas, forças e serviços de segurança e serviços pri- sionais.

A redução da despesa com a aquisição de bens e serviços esperada para 2013 é essencialmente justifi- cada pelas medidas transversais de poupanças preconizadas pela lei do Orçamento do Estado.

No que respeita à despesa com juros e outros encargos, o aumento previsto para 2013, ainda que em desaceleração, decorre do crescimento do stock da dívida pública, que mais que anula a redução pelo efeito preço, associada à diminuição da taxa de juro implícita.

A redução prevista das transferências correntes reflete diferentes variações consoante os setores institucionais:

Administração Central

A redução prevista é justificada, em maior medida, pela conjugação dos seguintes fatores:

O efeito base da transferência extraordinária para o Serviço Nacional de Saúde visando a regularização de dívidas de anos anteriores. Excluindo este efeito, apura-se um aumento da transferência para o SNS, fundamentalmente justificado pela necessidade de dotar as instituições de saúde dos meios financeiros necessários para assegurar os encargos decorrentes da reposição do subsídio de Natal.

A diminuição da transferência inscrita no Orçamento de Estado para a Caixa Geral de Aposentações visando a cobertura do défice do sistema de pensões gerido por esta entidade, em resultado de: i) O alargamento da base de incidência contributiva, uma vez que as quotizações e contribuições passam a incidir sobre a remuneração ilíquida do subscritor tal como definida no âmbito do regime geral de segu- rança social dos trabalhadores por conta de outrem; ii) O aumento da contribuição patronal de 15% para 20% da remuneração sujeita a desconto de quota dos trabalhadores abrangidos pelo regime de proteção social convergente ao seu serviço; e iii) o efeito da medida de redução progressiva das pensões de valor superior a 1.350 euros.

Administração Local

O aumento previsto para 2013 é justificado por uma diferente repartição entre natureza corrente e de capital das verbas transferidas a título de Fundo de Estabilização Financeira; com efeito, em termos glo- bais, o montante inscrito no Orçamento de Estado para 2013, no âmbito da Lei de Finanças Locais, man- tém-se ao mesmo nível do ano anterior, ao abrigo da Lei de Estabilidade Orçamental.

Segurança Social

O aumento da transferência para a Segurança Social resulta da inscrição, em 2013, da transferência no Orçamento do Estado de: i) 725 M€ visando a realização de despesa com prestações sociais, no âmbito do subsistema de proteção familiar; e de ii) 250 M€ para financiamento dos encargos gerados pelos pro- gramas “Apoio Social Extraordinário para consumidores de energia – ASECE” e “Programa de Emergên-

cia Social”. Em anos anteriores, procedia-se a uma consignação de parte da receita de IVA, contabilizada diretamente no orçamento da Segurança Social.

De referir que, quer em 2012 (por via da proposta de 2.ª alteração à Lei do OE/2012), quer em 2013 se encontra contemplada uma transferência extraordinária do Orçamento do Estado para compensação do défice do sistema da segurança social. O défice esperado resulta da evolução desfavorável do mercado de trabalho, com impacto na receita de contribuições e nos encargos com prestações sociais.

Resto do Mundo

A redução das transferências para a União Europeia, a título de contribuição financeira de Portugal para o orçamento comunitário, é justificada, em grande medida, pelo efeito de base associado ao facto de a estimativa para 2012 incluir o pagamento de ajustamentos, relativos aos anos de 2002 a 2005, por efeito da revisão da base das Contas Nacionais Portuguesas, efetuada pelo INE.

A despesa com subsídios deverá registar uma redução sobretudo por via da diminuição das indemniza- ções compensatórias pela prestação de serviço público.

A previsão de outras despesas correntes, para 2013, inclui dotações que, no orçamento inicial, são objeto de inscrição nesta rubrica de classificação económica e que, no decurso da execução orçamental, são passíveis de reafetação a finalidades diversas. Está em causa a dotação provisional (540,3 M€) que poderá ser utilizada para reforço de outras rubricas de despesa, em resultado de situações execionais não previsíveis; e a afetação da dotação orçamental comum ao programa de Defesa Nacional destinada às “forças nacionais destacadas“ (54 M€), que, durante a execução, será afeta aos diversos Ramos das Forças Armadas e às respetivas rubricas de despesa final.

A evolução prevista para a despesa de capital reflete decréscimos na quase generalidade dos seus ele- mentos, com reflexo na componente de projetos, conforme previsto no MoU. Para além dessa medida, são, ainda de referir fatores que de seguida se especificam.

No que diz respeito às transferências de capital, importa salientar o efeito base associado à transferência de natureza extraordinária, em 2012, para a Rádio e Televisão de Portugal - visando o pagamento de 348,3 M€ relativos à amortização de empréstimos contraídos por esta entidade – e a regularização de responsabilidades financeira do Estado no âmbito de concessões rodoviárias e ferroviárias.

De referir a redução das transferências de capital para a Administração Local que resulta, como referido, da diferente repartição da natureza corrente e de capital das verbas inscritas no âmbito do Fundo de Estabilização Financeira. As transferências para a Administração Regional foram determinadas ao abrigo da respetiva Lei de Finanças dando-se ainda integral cumprimento à Lei de Meios para a Região Autó- noma da Madeira9;

Em sentido contrário, de referir o aumento previsto das outras despesas de capital, o qual decorre da reclassificação da verba destinada à cobertura dos encargos de investimento nas escolas de ensino não superior suportadas pela Parque Escolar, E.P.E. que, em anos anteriores, se encontrava registada em despesa corrente.

9

Inscrição de 50 M€ de acordo com a Lei Orgânica n.º 2/2010, de 16 de junho, para financiamento das iniciativas de apoio e reconstrução na Região Autónoma da Madeira na sequência da intempérie de fevereiro de 2010.

Quadro III.1.9. Despesa do Estado, por grandes agregados de despesa (milhões de euros)

(a) - Consideram-se apenas os montantes com cobertura em receitas gerais do Estado. (b) - Exclui ativos financeiros e despesas no âmbito de projetos.

Fonte: Ministério das Finanças. (2011 CGE; 2012 estimativa; 2013 OE).

Nota: A componente “funcionamento em sentido estrito” corresponde às despesas de funcionamento dos serviços integrados na ausên- cia de “dotações específicas”, i.e. excluindo encargos resultantes de legislação ou outras vinculações.

Valores consolidados de transferências no âmbito do subsetor Estado.

Taxa de variação (%)

1. Projetos 887,4 833,7 696,5 -6,1 -16,5

Financiamento nacional 851,9 715,7 638,9 -16,0 -10,7 do qual: com cobertura em receitas gerais 839,2 712,7 625,4 -15,1 -12,2 Financiamento comunitário 35,5 118,1 57,5 232,4 -51,3 2. Dotações Específicas por program as (a) 34 528,0 36 818,8 35 716,4 6,6 -3,0

Órgãos de Soberania 2 950,0 2 768,7 2 808,9 -6,1 1,4

Assembleia República 90,8 81,7 127,6 -10,0 56,2

Administração Local

Ao abrigo da Lei Finanças Locais 2 220,6 2 076,6 2 076,6 -6,5 0,0 Outras a cargo da Direcção-Geral Autarquias Locais 38,6 44,6 44,6 15,5 0,0 Lei de Finanças das Regiões Autónomas 550,0 515,8 510,0 -6,2 -1,1 Lei de Meios Região Autónoma da Madeira (Lei Orgânica n.º 2/2010, de 16 de Junho ) 50,0 50,0 50,0 - 0,0

Governação e Cultura 39,1 6,2 5,1 -84,0 -18,6

Expedição publicações periódicas e apoio económico-financeiro Com. Social 4,9 5,3 5,1 8,3 -4,3

Censos 2011 34,1 0,9 0,0 - -

Finanças e Adm inistração Pública 13 744,7 14 017,9 13 754,0 2,0 -1,9 Pensões e Reformas

Contribuição financeira para a CGA 4 202,2 4 198,4 3 665,0 -0,1 -12,7 Compensação por pagamento de pensões da responsabilidade do Estado 250,3 238,5 261,0 -4,7 9,4

ADSE 31,5

Contribuição financeira para a União Europeia 1 630,0 1 543,9 1 400,0 -5,3 -9,3 Despesas excecionais do Ministério das Finanças

Bonificação juros 113,5 96,6 99,8 -14,9 3,3

Subsídios e indemnizações compensatórias 510,8 401,0 352,8 -21,5 -12,0

Dotação provisional 0,0 0,0 540,3 - -

Outras 956,1 582,6 144,2 -39,1 -75,2

Encargos com protocolos de cobrança 12,5 11,9 15,0 -5,2 26,2 Juros e outros encargos da dívida pública 6 037,8 6 945,0 7 276,0 15,0 4,8

Representação Externa 60,8 65,0 81,4 7,0 25,3

Contribuições e quotizações para Organizações Internacionais 60,8 65,0 81,4 7,0 25,3

Defesa 521,2 423,5 425,3 -18,7 0,4

Lei da Programação Militar 279,6 219,1 219,5 -21,6 0,2

Encargos com saúde 58,5 41,0 41,0 -30,0 0,0

Pensões de reserva 108,1 112,3 110,8 3,8 -1,3

Forças Nacionais Destacadas 75,0 51,2 54,0 -31,7 5,5

Segurança Interna 242,8 211,2 227,2 -13,0 7,6

Encargos saúde 91,8 60,6 65,8 -34,0 8,5

Pensões de reserva 151,1 150,6 161,5 -0,3 7,2

Agricultura e Am biente 74,8 94,1 63,7 - -32,3

Transferências para o Instituto Financiamento Agricultura e Pescas, I.P. 74,8 94,1 63,7 25,8 -32,3

Saúde 8 251,8 9 695,8 7 801,1 17,5 -19,5

Serviço Nacional de Saúde 8 251,8 7 763,8 7 801,1 -5,9 0,5 SNS - Regularização de dívidas de anos anteriores 0,0 1 932,0 0,0 - -100,0 Ensino Básico e Secundário e Adm inistração Escolar 753,9 753,2 730,8 -0,1 -3,0 Transferências para ensino pré-escolar, básico, secundário e profissional 753,9 753,2 730,8 -0,1 -3,0

Ciência e Ensino Superior 1 167,7 921,8 971,8 -21,1 5,4

Estabelecimentos Ensino Superior e serviços de Acão social 1 167,7 921,8 971,8 -21,1 5,4 Solidariedade e Segurança Social 6 721,3 7 861,3 8 847,3 17,0 12,5 Lei de Bases da Segurança Social 6 721,3 7 338,9 8 344,6 9,2 13,7 Pensões do regime bancário 0,0 522,4 502,7 - -3,8 3. Funcionam ento em sentido estrito (b) 10 451,7 8 824,6 10 120,7 -15,6 14,7 4. Despesa com com pensação em receita (b) 2 817,2 2 468,8 1 665,8 -12,4 -32,5

Despesa Efetiva 48 684,4 48 946,0 48 199,3 0,5 -1,5 Ativos Financeiros 8 379,9 23 505,3 17 859,6 Passivos financeiros 101 585,2 122 250,0 116 449,0 Transferência para o FRDP 0,0 2 200,0 1 000,0 Despesa Total 158 649,5 196 901,3 183 507,9 2012 2013 2011 2012 2013 Orçamento ajustado