• Nenhum resultado encontrado

Representação Externa (P005)

IV. P OLÍTICAS S ECTORIAIS PARA 2013 E R ECURSOS F INANCEIROS

IV.5. Representação Externa (P005)

IV.5.1. Políticas

Tendo presente a redução em 10,6% do orçamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) para 2012 e as orientações gerais de contenção orçamental, foi empreendido um vasto conjunto de medidas destinadas a racionalizar e reafectar os recursos do MNE.

Estas medidas permitiram, por um lado, que o MNE contribuísse para o inadiável esforço de reequilíbrio das contas públicas e, por outro, redirecionar a política externa portuguesa para os desafios prioritários do país:

• A internacionalização da economia;

• A afirmação dos interesses portugueses no quadro da União Europeia;

• O desenvolvimento da relação entre o país e as suas comunidades residentes no estrangeiro; • A divulgação da língua e cultura portuguesas;

• A promoção de políticas de cooperação e desenvolvimento estruturantes; • O aprofundamento das relações internacionais de Portugal.

Em 2013, estas duas vertentes continuarão a pautar a política orçamental do Ministério dos Negócios Estrangeiros, sendo de destacar as seguintes medidas de consolidação:

• Reforma da rede diplomática e consular: em 2012 foram desativadas 7 embaixadas e 5 vice- consulados; foram criados centros comuns administrativos em 4 embaixadas; e as missões junto da Unesco e da OSCE foram integradas, respetivamente, nas embaixadas de Paris e Viena. Esta restruturação da rede externa diplomática e consular continuará a produzir efeitos em 2013, com uma poupança estimada de 0,6 M€ face a 2012, ano em que existirá uma poupança de 2,9 M€;

• Diplomacia económica: a atividade da AICEP, na primeira metade de 2012, já incluía, entre outras iniciativas: a realização de 16 missões empresariais, a participação em 5 feiras interna- cionais; a realização de 11 sessões temáticas sobre mercados e sectores de atividade poten- ciais; o desenvolvimento de redes empresariais com 4 grandes empresas através do projeto Redes de Fornecedores; e a colocação de 250 estagiários ao abrigo do programa INOV- Contacto. Em 2013, a atividade de diplomacia económica do MNE e da AICEP será potenciada através da conclusão do processo de co-localização da rede diplomática e da rede externa da AICEP. Nos postos em que esse processo foi concluído em 2012, além das sinergias estratégi- cas, foi conseguida uma poupança média de aproximadamente 14% nas despesas de funcio- namento;

• Redimensionamento do Pessoal do Quadro Externo: o regresso de pessoal diplomático, espe- cializado e administrativo que se encontrava em comissão de serviço, representando 7% do total dos efetivos do MNE no exterior, e a alteração do regime jurídico do pessoal dos serviços exter- nos continuará em 2013. Estas medidas representarão uma poupança adicional de 4,1 M€, que se somarão a uma poupança de aproximadamente 7 M€ em 2012;

• Redução dos abonos de representação: será mantida a redução de 6% nos abonos de represen- tação dos diplomatas, o que representará a manutenção de uma poupança estimada de 1,6 M€ no ano de 2013;

• Redução de encargos com o pessoal especializado: a alteração do regime jurídico do pessoal especializado do MNE e consequente revisão do sistema de abonos representará uma poupan- ça de cerca de 0,6 M€ em 2013, que se somará a uma poupança de 0,4 M€ já em 2012;

• Estatuto do Pessoal dos Serviços Externos do MNE: será implementada a revisão deste estatuto em 2013;

• Criação do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua IP: resultante da fusão do Instituto Camões e do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, com a consequente redução de encargos, a exploração de sinergias entre os dois organismos e a racionalização dos programas de cooperação existentes. Estes esforços representarão uma poupança adicional de aproxima- damente 2,5 M€ em 2013, que se somará a uma poupança de 18,2 M€ em 2012;

• Redução de consumos intermédios: a renegociação de contratos de serviços e fornecimentos transversais a toda a estrutura do MNE originará uma poupança de 0,25 M€ em relação a 2012, ano em que a poupança prevista será de 1,35 M€;

• Renovação do quadro de pessoal do MNE: esta renovação, que será feita pela via da aposenta- ção de pessoal do quadro interno e externo, pessoal que será parcialmente substituído, gerando uma poupança líquida de cerca de 1,5 M€ em 2013, a somar à poupança de 0,9 M€ em 2012; • Credibilização da rede de Ensino Português no Estrangeiro: será criado um sistema de acredita-

ção de centros de ensino de português como língua estrangeira;

• Continuação da reforma do Ensino de Português no Estrangeiro: serão certificadas as aprendi- zagens, será dada uma maior formação aos professores e será divulgada a rede e o ensino jun- to da comunidade escolar luso-descendente. Estas medidas justificarão a introdução de um sis- tema de propinas com uma receita estimada de 2 M€ em 2013;

• Implementação da nova tabela emolumentar dos postos consulares. Esta medida permitirá um aumento de receita em 2012 e 2013, que no 1.º semestre de 2012 atingiu cerca de 2 M€.

Em 2013, o Ministério dos Negócios Estrangeiros irá implementar as seguintes medidas adicionais que contribuirão para a consolidação orçamental:

• Dar início ao processo de racionalização do património do MNE no exterior, através da revisão de todos os contratos de arrendamento no estrangeiro e o estudo das hipóteses de rentabiliza- ção do Património do Estado Português afeto aos postos;

• Rever o Estatuto da Carreira Diplomática;

• Repensar o projeto do Instituto de Investigação Científica Tropical e a criação de um Arquivo Histórico Ultramarino unificado.

IV.5.2. Orçamento

A despesa total consolidada do Programa 005 – Representação Externa em 2013 é de 347,5 M€, o que representa um acréscimo de 30,3 M€ (9,6%) face à estimativa de 2012.

Quadro IV.5.1. Representação Externa (P005) – despesa total consolidada (milhões de euros)

Nota: orçamento ajustado=orçamento líquido de cativos

O aumento fica a dever-se, sobretudo, à integração do Instituto de Investigação Científica e Tropical nes- te Programa, que no âmbito do PREMAC transitou do P002 – Governação e Cultura, à reposição do subsídio de natal e também ao crescimento dos encargos com as contribuições e quotizações para orga- nizações internacionais cuja variação, neste caso, atinge 25,3%.

A despesa de Investimento, no montante de 2,8 M€, é financiada na totalidade por recursos nacionais e reflete uma redução de 22,2% face à estimativa de 2012, e destina-se a financiar, essencialmente, proje- tos em sistemas e tecnologias de informação e comunicação, no âmbito da modernização e manutenção da rede informática da Secretaria - Geral, a integração de redes e a modernização do sistema de infor- mação consular.

Quadro IV.5.2. Representação Externa (P005) – despesa dos SFA por fontes de financiamento (milhões de euros)

O subsector dos serviços e fundos autónomos é constituído pelo Instituto Camões, pelo Instituto de Investigação Científica e Tropical e pelo Fundo para as Relações Internacionais, verificando-se um aumento da despesa de 56,8% face à estimativa de 2012.

A variação verificada justifica-se pela fusão, no âmbito do PREMAC, do Instituto Camões com o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento.

2012 2013

Estimativa Orçamento ajustado

Estado 295,8 328,4 11,0 78,4

1. Atividades 292,2 325,6 11,4 77,7

1.1. Com cobertura em receitas gerais 281,6 316,5 12,4 75,5

Funcionamento em sentido estrito 216,6 235,0 8,5 56,1

Dotações específicas 65,0 81,4 25,3 19,4

Quotizações para Organizações Internacionais 65,0 81,4 25,3 19,4

1.2. Com cobertura em receitas consignadas 10,6 9,1 -13,5 2,2

2. Projetos 3,6 2,8 -22,2 0,7

2.1.Financiamento nacional 2,3 2,8 20,6 0,7

2.2.Financiamento comunitário 1,3

Serviços e Fundos Autónom os 57,3 90,7 58,1 21,6

Entidades Públicas Reclassificadas

Consolidação entre e intra-subsetores 35,9 71,5

DESPESA TOTAL CONSOLIDADA 317,2 347,5 9,6 -

DESPESA EFETIVA 317,2 347,5 Variação (%) Estrutura 2013 (%) 2012 Estimativa Receitas Gerais Receitas Próprias Financia- mento Comunitário Transferências das AP Outras Fontes Total Total SFA 57,3 64,8 23,1 0,8 1,9 90,7 58,1 Total EPR Sub-Total 57,3 64,8 23,1 0,8 1,9 90,7 58,1 Transferências intra 0,7 0,7

DESPESA TOTAL CONSOLIDADA 57,3 64,8 22,4 0,8 1,9 89,9 56,8

DESPESA EFETIVA 57,3 64,8 22,4 0,8 1,9 89,9 56,8 Orçamento ajustado de 2013

Variação (%)

Quadro IV.5.3. Representação Externa (P005) – despesa por classificação económica (milhões de euros)

A estrutura da despesa total consolidada por classificação económica evidencia o contributo dos encar- gos com pessoal que representam 49,2% do total, incluindo-se nestes encargos a rede do ensino de português no estrangeiro e a despesa com os agentes da cooperação, com particular relevo nas áreas da educação e da saúde.

De salientar ainda o peso do agrupamento transferências correntes com uma dotação de 102,8 M€, dos quais 89,9 M€ são relativos a quotizações e outras contribuições para organizações internacionais.

Quadro IV.5.4. Representação Externa (P005) – despesa por medidas dos programas (milhões de euros)

No Programa 005 - Representação Externa, estruturado por medidas, destacam-se os “Negócios Estran- geiros”, com 304,7 M€, representando 72,7% da estrutura do Programa, e a medida “Cooperação eco- nómica externa” com 100,3 M€.

Estrutura 2013 (%)

SFA EPR Total

Despesa Corrente 325,1 83,0 83,0 339,0 97,5

Despesas com Pessoal 128,2 42,8 42,8 171,0 49,2

Aquisição de Bens e Serviços 30,3 9,6 9,6 40,0 11,5

Juros e Outros Encargos 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Transferências Correntes 146,2 25,7 25,7 102,8 29,6

das quais: intra-instituições do ministério 64,7 4,4 4,4

para as restantes Adm. Públicas 0,0 0,7 0,7 0,8 0,2 Subsídios

Outras Despesas Correntes 20,3 5,0 5,0 25,3 7,3

Despesa Capital 3,3 7,6 7,6 8,5 2,5

Aquisição de Bens de Capital 2,5 4,8 4,8 7,3 2,1

Transferências de Capital 0,8 2,8 2,8 1,2 0,3

das quais: intra-instituições do ministério 0,8 1,6 1,6 2,4 0,7 para as restantes Adm. Públicas

Ativos Financeiros Passivos Financeiros

Outras Despesas de Capital 0,1 0,1 0,1 0,0

Consolidação entre e intra-subsetores 71,5

DESPESA TOTAL 328,4 90,7 90,7 347,5 100,0

DESPESA TOTAL EXCLUINDO TRANSF PARA ADM. PÚBLICAS 328,4 89,9 89,9 346,8 -

DESPESA EFETIVA 328,4 90,7 90,7 347,5 -

Orçamento ajustado de 2013

Estado SFA Total

Consolidado

Serviços Gerais da Administração Pública

- Administração geral 1,3 0,3

- Negócios Estrangeiros 304,7 72,7

- Cooperação económica externa 100,3 23,9

- Investigação científica de carácter geral 12,7 3,0

DESPESA TOTAL NÃO CONSOLIDADA 419,0 100,0

DESPESA TOTAL CONSOLIDADA 347,5

DESPESA EFETIVA 347,5

Estado, SFA e EPR

Orçamento ajustado de

2013

Estrutura 2013(%)