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O colégio onde você estuda dispõe de biblioteca com fácil acesso a obras literárias?

No documento Leitura cultural no ensino de literatura (páginas 103-106)

RESULTADOS DA PESQUISA SOBRE LEITURA E ENSINO DE LITERATURA EM ITABAIANA/SE

Questão 6: O colégio onde você estuda dispõe de biblioteca com fácil acesso a obras literárias?

Para esta pergunta tivemos os seguintes resultados:

Tabela 1 – Acessibilidade a livros no colégio onde o aluno estuda.

a) Sim; 40,45%

b) Não; 19,54%

c) Sim, mas não há variedade nem muitos exemplares; 29,35%

d) Não sei informar; 9,95%

e) Outra resposta. Especifique: 0,56%

Não respondeu 0,15%

Como esses dados estão envolvendo todas as escolas, a primeira leitura nos leva a crer que em algumas escolas há bibliotecas com fácil acesso a obras literárias e em outras não. Entretanto, não é bem assim. Os dados detalhados de cada escola revelam a mesma postura dos alunos em relação aos dados gerais, isto é, parte dos alunos afirma haver a biblioteca e parte diz que não há. Nesse sentido, por esses dados, podemos considerar apenas que a percepção dos alunos muda no que se refere ao que seria uma biblioteca com fácil acesso a obras literárias. Na nossa concepção, para haver uma resposta afirmativa, a biblioteca deveria dispor de variedade de títulos e quantidade suficiente, de forma que os alunos não tivessem obstáculos para fazer o empréstimo dos livros, conforme a pergunta sugere. Entretanto, havendo a biblioteca, mas sem tal característica, o aluno deveria marcar a alternativa c. Como, em cada escola, não houve um resultado próximo da unanimidade, pelo menos nas respostas afirmativas e negativas, chegamos à conclusão de que esses dados revelam uma percepção diferenciada do que estaria sendo perguntado ou pelo menos uma contradição, conforme discutido na questão 2. Só para lembrar o que lá foi discutido, apenas 2% dos alunos dizem

procurar obras literárias em bibliotecas.

Questão 7: Você costuma acompanhar ou usufruir histórias ficcionais que não usam diretamente a escrita como meio de transmissão, tais como novela, filme, cinema, teatro, etc.?

a) Sim. Cite os mais frequentes: b) Não

O objetivo desta questão foi confirmar a hipótese de que o gosto por histórias ficcionais ainda é uma constante entre a juventude. Afinal, não conceberíamos uma sociedade em que não houvesse o desenvolvimento imaginativo e criativo para a representação daquilo que é possível ocorrer na realidade ou até mesmo do seu contrário: para a representação de fatos que não podem ser verificáveis empiricamente, mas apenas possíveis na imaginação do homem. E isso pode ser verificado em qualquer sociedade, mesmo nas mais primitivas. Essa é uma característica que acompanha o homem desde antes da invenção da escrita, quando desenvolvia histórias e mitos orais que relatavam a glória e o passado de seu povo, registrando, assim, os grandes feitos da nação (cf. OLIVEIRA, 2008, p 32). Não importa se o objetivo era criar ficção ou representar verdades passadas, o fato é que o ser humano sempre teve a habilidade para criar, para imaginar.

Mas, se o homem sempre teve a necessidade da criação imaginativa e sempre foi usuário dessa criação, o que dizer da falta de usufruto dessas habilidades por parte da sociedade contemporânea, isto é, o que dizer da falta de motivação da juventude para a leitura de obras com tais características? O ser humano seria realmente imanentemente interessado pela criação, imaginação e reflexão sobre a realidade?

Percebemos, entretanto, que, atualmente, o que mudou não foi o interesse pela criação e imaginação, mas a forma de se ter acesso a isso. Com o desenvolvimento de novas tecnologias e novos meios de comunicação, há outras possibilidades de entrar num mundo imaginário e criativo talvez bem mais acessível do que a leitura de um livro. O cinema, a novela televisiva, os desenhos, os jogos eletrônicos trazem uma configuração visual que facilita a compreensão da história que está sendo acompanhada. Diferentemente do texto, que requer uma maior atenção para a formulação e desenvolvimento de imagens e para a percepção do como a história foi construída, os meios tecnológicos já trazem as imagens prontas com efeitos que parecem reais. Não é sem razão que há uma grande adesão dos jovens a esse meio de acesso às historias ficcionais, o que pode ser comprovado pelos dados que seguem.

Dos 329 alunos entrevistados, 86,32% responderam que acompanham histórias ficcionais que não usam diretamente a escrita como meio de transmissão e apenas 13,68% responderam negativamente. Dos que responderam de forma afirmativa temos os dados da tabela que segue:

Tabela 2 – Meios de acesso a histórias ficcionais.

Novela 13,38%

Filme 20,77%

Novela e Filme 43,31%

Novela e cinema 1,41%

Novela, filme e cinema 11,62%

Novela, filme, cinema e teatro 0,70%

Novela, filme e seriado 1,41%

Filme e cinema 3,87%

Filme, novela e teatro 0,35%

Filme, teatro e vídeo game 0,35%

Não respondeu 2,82%

Vejamos que 13,38% dos alunos usufruem apenas novelas, 20,77%, apenas filmes e 43,31%, filmes e novelas. Como se percebe, o grande percentual está para estes dois meios de acesso que somados chegam a 77,11% dos alunos.

É notório que o gosto pelas histórias ficcionais persiste entre a juventude. Entretanto, as formas de acesso mudaram. O que antes só era possível por meio da leitura de livros, agora temos outras formas de acesso que atraem os jovens. Para exemplificar, podemos chamar à discussão os dados da última pergunta do questionário a qual solicita a opinião dos alunos a respeito de como deveriam ser as aulas de literatura. Em todas as turmas pesquisadas houve a seguinte resposta: nas aulas de literatura deveria haver debates sobre filmes relacionados às aulas. Metodologicamente, então, o professor, para não se debruçar apenas sobre o enredo da história, poderia solicitar a leitura do livro como forma de estimular a percepção crítica e estética do texto literário e solicitar as diferenças entre o meio escrito e o meio cinematográfico.

Segunda parte do questionário: sobre ensino de literatura

Questão1: Seu professor de Literatura é o mesmo para Língua Portuguesa e/ou Redação?

( ) Sim ( ) Não

A segunda parte do questionário versou sobre perguntas que direcionavam para o ensino de literatura. Por meio da primeira pergunta, detectamos que, nas escolas particulares, o professor que leciona literatura é, pelo menos naquelas escolas, exclusivamente de literatura. Nesse sentido, as disciplinas Português e Redação são lecionadas por outros professores. Já nas escolas públicas, o mesmo professor leciona as três disciplinas na mesma turma.

No documento Leitura cultural no ensino de literatura (páginas 103-106)