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Para a coleta de dados, a técnica utilizada foi a de observação direta extensiva, por meio da aplicação de um questionário elaborado especificamente para esta pesquisa. Murilo Bastos da Cunha e Sofia Galvão Baptista (2007, p. 177) esclarecem que o questionário é um dos métodos mais usados em estudos de usuário.

Para manter a comunicação com os ‘usuários internos’ que participaram desta pesquisa tivemos disponíveis duas modalidades: pessoalmente, com horário curto e limitado às reuniões itinerantes e mensais, ou eletronicamente. Assim, escolhemos o uso do questionário, uma vez que este apresenta como vantagens (MARCONI; LAKATOS, 2002): economia de tempo, maior amplitude geográfica, considerando a diversidade de municípios a que pertencem os usuários, e maior comodidade de resposta dos mesmos.

Quanto ao tipo de questões, o questionário foi composto por: questões fechadas (múltipla escolha), com alternativas “coletivamente exaustivas e mutuamente exclusivas” (SOUZA, 2005, p. 163), questões abertas e questões mistas, que consistem no imbricamento da fechada com a aberta. Nesta pesquisa utilizamos os três tipos de questões.

Acerca do tipo de questionário utilizado, a escolha deu-se pelo questionário autopreenchido, com e sem a presença do pesquisador. Foi autopreenchido para evitar possíveis inibições por parte do respondente durante o preenchimento. Sua aplicação aconteceu de duas formas: presencialmente, durante as reuniões ordinárias e quando requerida a presença da equipe de pesquisa (sem que acontecessem interferências da mesma no processo de preenchimento do questionário), e eletronicamente, através de envio pelo correio eletrônico, para que desta forma conseguíssemos atingir o maior número de membros ativos, inclusive os que se encontram no interior do estado. Uma das desvantagens do uso de questionários eletrônicos é não saber se os respondentes possuem equipamentos que permitam o retorno das respostas. No caso desta pesquisa, esta desvantagem fica amenizada, pois a comunicação efetuada pela REM/PB com seus membros é realizada de forma eletrônica, ocasião em que estes demonstram familiaridade com a utilização de endereço eletrônico e acesso à internet. Para acompanhamento dos questionários solicitados por “e-mail”, será elaborada uma tabela, atualizada semanalmente, para registrar o recebimento dos questionários respondidos.

Para a utilização dos questionários por e-mail, nos apropriamos do alerta efetuado por Uwe Flick (2009), acerca dos cuidados com a ética da preservação dos dados dos respondentes por meio eletrônico. O autor também aponta as vantagens de utilização da

internet para a pesquisa, esclarecendo que:

O pesquisador pode conseguir entrevistar pessoas distantes sem a necessidade de viagens, economiza tempo e dinheiro gastos com transcrições, pode acessar grupos existentes de pessoas interessadas em um determinado assunto, pode manter mais facilmente o anonimato de seus participantes, pode acessar todos os tipos de documentos diretamente de sua mesa e de seu computador. (FLICK, 2009, p. 251)

Os questionários foram enviados por e-mail para 36 (trinta e seis) pessoas, pois 04 (quatro) não registraram seus e-mails nas frequências. Dos remetidos, 03 (três) foram devolvidos. Outras 04 (quatro) pessoas se dispuseram a responder, mas alegaram que, por falta de tempo, não poderiam fazê-lo dentro do prazo. Assim, dos 29 (vinte e nove) restantes, 15 (quinze) membros ativos responderam e devolveram o questionário em tempo hábil. Foram então considerados aptos cerca de 52 % (cinquenta e dois) dos questionários enviados.

Para acompanhamento das devoluções dos questionários, elaboramos uma planilha na qual cada devolução era anotada. Também registrávamos as pendências que dificultavam a resolução do questionário. Desta forma, conhecíamos os motivos que estavam embaraçando o processo da maioria dos membros internos e personalizamos as mensagens eletrônicas ao convidá-los, mais uma vez, a responder.

A maior dificuldade encontrada durante a elaboração de um questionário é quanto à eficiência do mesmo, uma vez que “é fácil elaborar um questionário, mas não é fácil elaborar um bom questionário”. (HILL E HILL, 1998, p. 3). Seguindo as recomendações de Andrew Hill e Manuela Magalhães Hill, alguns cuidados foram tomados durante sua elaboração, dentre eles: uso de linguagem clara e simples, uma vez que nosso público-alvo é composto por pessoas de vários níveis de escolaridade, folha de rosto com boa apresentação da pesquisa, pedido de colaboração justificando a importância da pesquisa para o setor, e as instruções para seu preenchimento. Além do mais, deixamos à escolha do entrevistado a opção de ficar, ou não, no anonimato. O final do questionário conteve os contatos dos pesquisadores, conforme pode ser verificado no Apêndice B.

A utilização do questionário, assim como outros dados de documentos referentes aos usuários da REM/PB, foram preservados para resguardar suas privacidades. Neste sentido, elaboramos um código alfabético simples, à medida que os questionários foram sendo

respondidos. Encerrado o prazo, criamos uma tabela de equivalência entre este código simples e uma lista de artistas, pintores famosos, já falecidos, na História da Arte, escolhidos aleatoriamente. A atribuição a nomes de pintores veio por meio do conhecimento a partir do nosso contato com as Artes Visuais e por considerar que as obras de arte da maioria destes pintores encontram-se em museus. Desta forma, não há relação direta entre estes pintores e os nomes reais dos ‘usuários internos’, ou com qualquer característica dos respondentes, inclusive questões de gênero da pesquisa. Assim, estes passam a ser nomeados neste trabalho da seguinte forma: RESPONDENTES (CÓDIGO ALFABÉTICO DO QUESTIONÁRIO) NOME FICTÍCIO (PINTORES) A ARTEMISIA B BOTTICELLI C CÉZANNE D DUCHAMP E EDGAR DEGAS F FRIDA G GOGH H HENRI MATISSE I INGRES

J JAN VAN EYCK

K KANDINSKY

L LEONARDO

M MICHELANGELO

N NAVARRETE

O OGGIONO

1.2.3.1 Pré-teste

A fim de aumentar a possibilidade de sucesso do questionário, realizamos o pré-teste, uma vez que, observando o alerta, “Sem o pré-teste, pode-se perder tempo, dinheiro e credibilidade [...]” (MINAYO, 2005, p. 153).

A primeira tentativa de verificação do pré-teste aconteceu após uma reunião ordinária da REM/PB. Pretendíamos confirmar se a execução do questionário seria realmente mais produtiva por e-mail ou se, contrariamente ao previsto, na forma presencial. Constatamos que a resolução seria mais interessante por e-mail. De outro modo seria difícil devido à questão do tempo, uma vez que após a reunião, os membros precisavam retornar aos seus empregos.

Em um segundo momento, conseguimos realizar contato (e-mail e/ou telefone). Alguns membros, após agendamento específico para este fim e, mesmo ressaltando o pouco tempo que dispunham, preferiram marcar um encontro, pois consideraram que os comentários após o preenchimento aumentariam a eficiência do pré-teste. De fato, foi o que aconteceu. Houve grande empenho por parte dos respondentes, buscando apontar possíveis falhas, lapsos ou questões dúbias. Apenas um manteve o posicionamento de responder por e-mail.

O pré-teste foi realizado com o equivalente a 10% (dez) dos membros ativos aptos a esta pesquisa. Os membros da REM-PB foram escolhidos aleatoriamente observando a necessidade de exclusão dos inseridos na amostra desta pesquisa, e a dos membros quanto à disponibilidade/cooperação para realizar esta etapa. Desta forma, aplicamos o pré-teste com quatro membros, sendo:

• 01 (um) estudante de Arquivologia;

• 01 (uma) Professora Substituta do Departamento de Ciência da Informação da UFPB;

• 02 (duas) Museólogas.

O processo de execução do pré-teste foi imprescindível, pois apontou algumas dificuldades em seu preenchimento que culminaram em considerações sobre o questionário gerando sugestões quanto à disposição e (re)agrupamentos das questões, exposição de questões ambíguas, repetitivas e/ou desnecessárias.

dentre os que destacamos: quais questões apresentaram dificuldades e/ou ambiguidades, comprometimento do questionário devido à sua extensão pela quantidade de questões, possibilidade de aperfeiçoá-las, e análise do alcance dos objetivos propostos pelas questões do questionário.

Diante destes critérios, executamos ajustes que levaram à produção do questionário definitivo. (APÊNDICE B)