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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.2 COLETA E TRATAMENTO DE DADOS DO COMEX STAT

Dados brutos sobre o que é importado e exportado pelo Brasil estão disponíveis do portal de estatísticas do Ministério da Indústria e Comércio Exterior e Serviços, COMEX STAT. No portal COMEX STAT foi realizado o download da base de dados detalhada por NCM de todas as importações e exportações de mercadorias realizadas no país de janeiro a dezembro, de 1997 a 2018, e das tabelas de correlações de códigos e classificações referentes a URF (Unidade da Receita Federal); a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) e a via de transporte informada (ver quadro11). Com auxílio do software Acess (do pacote Microsoft Office) foi utilizado o código de URF nº 0910600 para filtrar os NCMs dos produtos comercializados por meio da Estação Aduaneira de Foz do Iguaçu, referente aos 2014 a 2017, e o código URF nº 0917500 para o ano de 2018, quando a unidade se tornou uma Agência Alfandegária. A partir deste filtro foi gerado um relatório em planilha eletrônica sobre os produtos e/ou substâncias que foram importadas e exportadas pela URF Alfandega de Foz do Iguaçu – PR, no período de 2014 a 2018. A partir deste relatório os NCMs das mercadorias exportadas e importadas por Foz do Iguaçu no período estudado foram relacionados com o NCM dos capítulos e posições de produtos da indústria química conforme o Quadro 2 do capítulo 2, obtendo-se uma planilha com 1.440 NCMs de produtos da indústria química que foram comercializados por meio da Alfândega de Foz do Iguaçu no período citado.

Quadro11. Códigos de Via de transporte. Código da Via Descrição

0 Via não declarada 1 Marítima

2 Fluvial 3 Lacustre

4 Aérea

5 Postal

6 Ferroviária 7 Rodoviária

8 Conduto/Rede de Transmis-são 9 Meios próprios 10 Entrada/saída FICTA 99 Via desconhecida 13 Por reboque 11 Courier 15 Vicinal fronteiriço 14 Dutos 12 Em mãos

Fonte: elaborado pela autora a partir do Comex Stat.

Nas transações que ocorreram em Foz do Iguaçu, foram identificados os códigos de Via nº 02, 04, 07, 09, 99 e 10 conforme descrito no quadro 11. Devido deficiente especificidade das descrições de alguns códigos de via, e o fato de que maior parte das modalidades de transporte estarem associadas ao transporte rodoviário, para fins de análise foi considerado o número de transações econômicas e respectivas quantidades relativas a todas as vias de transporte.

A alocação dos produtos em classes de risco geralmente é feita pelo fabricante ou expedidor do produto, levando-se em consideração diversos parâmetros como, as características físico-químicas do produto, a quantidade a ser transportada, o tipo de embalagem e recipiente e os percentuais dos componentes constitutivos do produto, segundo os parâmetros definidos na Resolução ANTT 5232/16. No entanto, considerando que não existe uma correspondência direta entre a NCM de mercadorias e o número ONU relacionado a produtos químicos perigosos, e que estas informações não estão disponíveis no COMEX STAT, foi realizado um trabalho de pesquisa individual sobre os NCM listados na referida planilha, de modo que fosse possível atribuir um número ONU a cada substância e/ou produto relacionado ao NCMs e assim, alocá-los ou não em classes e subclasses de risco.

A pesquisa foi realizada a partir da descrição dos produtos declarada no COMEX STAT pelos usuários do sistema. Por meio da descrição dos produtos foram realizadas pesquisas na rede mundial de computadores, na Ficha FISPQ (Ficha de

Informação de Segurança para Produtos Químicos) do produto, no aplicativo Pró- Química on-line desenvolvido pela Empresa SUATRANS Atendimento Emergencial, e no anexo I da Resolução da ANTT 5232/2016. Pelo cruzamento das informações obtidas nesta pesquisa foi possível descrever 284 NCM de produtos químicos considerados perigosos para fins de transporte, os quais foram alocados em Classes e subclasses de risco conforme Quadro 03, do capítulo 2. A Figura 04 ilustra estes procedimentos. Destaca-se que a descrição dos NCM é muito abrangente, sendo considerado na análise o produto e/ou substância ou parte do componente que possui o maior potencial de risco. Portanto, a utilização deste procedimento possibilitou obter uma descrição estimada sobre as classes ou subclasses de produtos perigosos movimentos por meio da Alfandega de Foz do Iguaçu no período estudado.

Após identificação e classificação dos produtos foi realizado a análise da frequência das transações econômicas e da quantidades dos produtos segundo as respectivas classes de risco, por meio do Método de Pareto. O Método de Pareto é uma técnica utilizada para ordenar as frequências de ocorrências de um evento, do maior para a menor, permitindo que se visualize em um gráfico, por exemplo, as causas de falhas, problemas ou acidentes, tornando possível priorizar estes eventos, e, consequentemente, a mitigação e/ ou eliminação destes (CAMPOS, 1992).

Figura 4 - Etapas de coleta e tratamento de dados do COMEX STAT.

Para aplicação do método de Pareto, devido ao fato de muitas subclasses de risco possuírem poucos produtos alocados, foram utilizadas apenas as classes de risco. Assim, os produtos químicos perigosos foram ordenados em uma planilha eletrônica segundo as respectivas classes de risco, do maior número de

transações econômicas para o menor número, de modo que pudesse obter as

frequências acumuladas dos produtos, e ilustrado por meio de gráficos. Da mesma maneira, o procedimento foi realizado para as quantidades de produtos químicos relacionadas a estas transações econômicas. Na pesquisa foi avaliado também, o comportamento do número de transações e da quantidade de produtos químicos perigosos que foram comercializados no período de 2014 a 2018, os quais foram ilustrados por meio de gráficos.