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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

3.2 A coleta e o tratamento dos dados

Os dados primários referem-se àqueles coletados através da observação participante, história oral, entrevista semi-estruturada e do levantamento de elementos cadastrais realizados em campo.

Os dados secundários, que compõem as informações espaciais, constituem-se de trabalhos já produzidos e disponíveis na área da cartografia convencional e temática, na Ilha de Santa Catarina. Estes dados encontram-se nos Anais de Congressos Nacionais e Internacionais, em que vários trabalhos foram desenvolvidos pelo Laboratório de Mapeamento Geotécnico, junto ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), além de outros órgãos que também trabalham com estudos semelhantes.

Todos os levantamentos cartográficos já realizados e disponíveis foram considerados como base de dados, sendo que, alguns estudos estão inseridos num processo de constante atualização (monitoramento).

A ênfase na utilização da informação cartográfica (representação espacial) deve-se ao papel de orientação e comunicação que os mapas propiciam nas suas diversas aplicações, pois objetiva fornecer informações para a orientação de formas adequadas de intervenção no

meio ambiente, de grande importância em estudos de planejamento, essencial à gestão participativa, no sentido de assegurar a sustentabilidade da atividade do turismo.

Na elaboração da base de dados espaciais foi criado um diagrama, conforme a Figura 27, para operacionalizar e garantir a constância e a integridade da informação distribuída no espaço.

A primeira etapa da elaboração da base de dados espaciais condicionou-se na definição da base cartográfica31 digital. Neste trabalho utilizou-se como Datum de referência

planimétrica o SAD69 e como Datum altimétrico o de Imbituba, dentro de um sistema de projeção de coordenadas planas UTM, Meridiano Central de 51ºW (graus), Fuso 22S (Sul).

A base cartográfica digital apresenta as feições dos aspectos gerais da área de estudo: geotecnia, geologia, geomorfologia, relevo, sistema hidrográfico, sistema viário e uso do solo. As demais informações temáticas e feições de natureza específicas da área de estudo foram geradas através da aplicação de métodos cartográficos, apresentados sob a forma de representação espacial. A hidrografia, o sistema viário e o relevo foram obtidos através de processo de vetorização de dados raster em ambientes computacionais.

As informações do uso do solo foram obtidas através da classificação de imagens de satélite do sistema Landsat e Spot, com apoio de fotografias aéreas e reambulação de campo.

As imagens foram classificadas com a utilização de dois métodos: supervisionado e não supervisionado. No método supervisionado foram utilizados dois classificadores:

1. Classificador de distâncias mínimas às médias: este calcula a distância do valor de refletância de um pixel, a média espectral do arquivo de assinaturas e atribui ao pixel a categoria com a média mais próxima. O cálculo utilizado foi o das distâncias normalizadas. Neste caso, o classificador avaliou o desvio padrão dos valores de reflectância em torno da média.

2. Classificador por máxima verossimilhança: este classificador avalia a probabilidade que um determinado pixel tem de pertencer a uma categoria (previamente definida através das

31 Segundo LOCH (2006), uma base cartográfica serve de referência geométrica para análises espaciais em diferentes aplicações sempre que se quer espacialização dos dados ou informações.

assinaturas espectrais) e classifica o pixel com a categoria à qual ele tem maior probabilidade de pertencer.

No método não supervisionado, os padrões de resposta espectrais dominantes que ocorreram na imagem foram extraídos e essas classes de informação identificadas através de confirmação no terreno (verdade de campo).

Os arquivos cartográficos em formato vetorial, advindos de outras fontes, foram trabalhados em softwares que possuem como característica geral a possibilidade de trabalhar com três tipos diferentes de elementos geográficos, representados por pontos, linhas ou áreas. Algumas informações cartográficas criadas em ambientes computacionais específicos foram exportadas como informações vetoriais em formato DXF e manipuladas em outros softwares.

A segunda etapa da elaboração da base de dados espaciais corresponde ao levantamento cadastral dos atrativos, dos equipamentos e serviços turísticos e suas implicações ambientais.

Os atrativos dos patrimônios natural e histórico-cultural foram levantados em campo com equipamento de GPS32 e descritos posteriormente. Na identificação dos impactos

positivos e negativos decorrentes, não somente da atividade turística, tomou-se como elemento do processo da abordagem ecológica inicial o projeto de balneabilidade das praias na área de estudo.

Com os dados fornecidos pela EPAGRI e FATMA gerou-se uma representação cartográfica que envolve visitas, entrevistas, questionários e análises de conformidade legal e espacial com relação a processos e atividades inadequados em termos de sustentabilidade ambiental. Na geração da topologia destas variáveis utilizou-se o software de SIG, criando-se

32 Segundo ROCHA, C. H. B. (2002, p.149) “O sistema de posicionamento global (GPS) foi projetado e desenvolvido pelo Departamento de Defesa Americano. As intenções iniciais eram utiliza-lo, principalmente, para a navegação com propósitos militares. Somente com a descoberta da grande precisão do sistema e com o aumento da eficiência dos receptores é que ele passou a ser também utilizado pela comunidade civil, como método de levantamento de dados de campo para aquisição de informações cartográficas e cadastrais.”

banco de dados alfanuméricos para manipular e analisar as implicações ambientais advindas dos levantamentos de dados primários e secundários.

No cruzamento das informações espaciais geradas em outros softwares e na apresentação das saídas cartográficas foi utilizado o software de SIG. Na definição deste consideraram-se os elementos de operacionalidade, versatilidade na importação, manipulação e visualização de dados georeferenciados.