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NT:…Com a Lei da Dependência se deu um passo adiante, para as pessoas idosas fo

3 OBJETIVOS DO ESTUDO

46 NT:…Com a Lei da Dependência se deu um passo adiante, para as pessoas idosas fo

bom porque seus ingressos não são suficientes para ingressar em uma Residência, custa muito caro, às vezes, são dois mil euros (€) mensais. Minha bisavó lhe cobram quatrocentos euros (€) ao mês para estar em uma Residência, ou seja, todo seu ingresso da pensão…

As redes de suporte são necessárias porque funcionam como polos de apoio aptos a auxiliar seu membros a enfrentar os problemas da vida cotidiana que só se manifestam em momentos de crise.

Na Espanha, os Hospitais de Dia Geriátricos são sócio-sanitários, ou seja, promovem a atenção sanitária e social, através de uma equipe multidisciplinar. Os Hospitais de Dia possuem a enfermeira para dar suporte de saúde e a fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, médico geriatra, psicólogo e trabalhador social que realizam estimulação física, emocional e cognitiva. Geralmente, o idoso é acolhido neste serviço quando apresenta um problema social, na maioria das vezes, vive sozinho e sua situação econômica é desfavorecida, ou, apresenta doença degenerativa, mas com um certo grau de autonomia. Sendo assim, a equipe de saúde hospitalar atende ao idoso de forma integral, em todos os âmbitos, físico, emocional e social e, com ações de prevenção, manutenção e recuperação da saúde.

Das atribuições das redes de suporte social, podemos destacar as seguintes: “companhia social e apoio emocional”, proporcionado pelo psicólogo, trabalhador social e educador social para aqueles idosos que vivem sozinhos, representando sustentação, simpatia e solidariedade; “guia cognitivo”, significa compartilhar e/ou esclarecer informações e conhecimentos, expondo modelos de comportamentos; “ajuda material e de serviços”, refere-se ao auxílio para solucionar um determinado problema de ordem econômica, de saúde, etc., finalmente, “acesso a novos contatos” supões a ampliação da rede social pessoal.

Da mesma forma, a Residências e Centros de Dia, a atenção é biopsicossocial. A equipe multiprofissional trabalha em conjunto para solucionar o problema de saúde e social do idoso. Estes serviços foram criados para que o idoso que não possui família possa viver com todo o acompanhamento, inclusive sanitário, através da assistência médica e do CAP na proximidade do serviço. Quando os idosos necessitam de um atendimento sanitário, é solicitado o médico e a enfermeira do serviço e, neste centro são realizadas atividades de recreação, lazer, visitas externas,

entre outras para que os idosos possam se relacionar entre eles e com outras pessoas.

Os idosos que vivem nas Residencias Assistidas realizam as mesmas atividades que aqueles que retornam para suas casas e durante o dia ficam no Centro de Dia. Os familiares percebem que os idosos que passam o dia no Centro de Dia, são atendidos nas suas necessidades e mantém seu estado de saúde porque são estimulados em todos os sentidos. Ao contrário de quando estão nas suas casas e passam o dia todo ociosos, sem serem estimulados.

Por outro lado, os idosos que possuem um grande grau de dependência, recebem a ajuda sanitária e social em seu domicílio, através so sistema sócio-sanitário. Neste sistema, incluem o Programa de Atenção Domiciliária e o Programa de Atenção ao Domicílio e Equipe de Suporte (PADES), da APS. Este idosos, necessitam de ajuda para as atividades básicas (higienes, etc.), fazer limpeza na casa, compras e muitas vezes, de um cuidador informal.

Para os idosos que recebem uma pensão pequena, possuem um certo grau de dependência foi criado através de recursos sociais, o Sistema para Autonomia e Atenção a Dependência (SAAD), que permite ao idoso ter acesso aos serviços sócio-sanitários, como os Hospitais de Dia, Centros de Dia e Residências Assistidas. E, para aqueles idosos que estão fragilizados pela doença e necessitam estar internados nos Hospitais Geriátricos, são acolhidos em unidades expecíficas e de acordo com a sua necessidade.

Na possibilidade de este idoso não estar ingressado nos serviços sócio-sanitários, através da Lei 39/2006, de Promoção da Autonomia Pessoal e Atenção às Pessoas em Situação de Dependência, receberá ajuda financeira do governo, para ser assistido por um cuidador informal (España, 2006).

Síntese da subcategoria: desenvolvimento social e suporte familiar No Brasil, através da APS e do PSF está sendo possível reorganizar redes de suporte com as família dos idosos, entretanto, os serviços e os profissionais de saúde realizam ações que se concentram no âmbito sanitário e pouco fazem no âmbito social porque ainda continuam insuficientes os recusros sociais.

Entretanto, na Espanha, devido ao envelhecimento populacional, os serviços sócio-sanitários estão mais desenvolvidos para poder atender a esta demanda cada vez mais crescente. A partir da reforma na APS, através do Programa de Atenção Domiciliária e “Vida Als Anys” (1992), grandes esforços têm sido realizados para promover ao idosos suporte social, desde o financiamento até mudanças na forma de gestão.

(Cont.) 5.1.1 Categoria A: Necesidades de boas condições de vida.

Município de Santos Subcategoria

Município de L’Hospitalet Subcategoria

Intersetorialidade (A3S). Intersetorialidade (A3L).

Intersetorialidade (A3S):

...Estamos iniciando o Programa Saúde da Família (PSF) e ainda tentando levar um atendimento mais humanizado, mais global, com uma visão diferente da medicina assistencialista. O programa tem uma filosofia muito bonita, de acolhimento, nós ainda barramos em dificuldades do profissional querer resolver o imediato e contamos também com a dificuldade da integração com as outras áreas. Não é só a área da saúde. Temos dificuldades com a área social, atividade de lazer, de condições psicológicas, de condições de moradia, que não faz com que o programa deslanche tudo o que poderia...

O PSF visa a inovar, reestruturar o modelo de atenção assistencial e fortalecer as políticas sociais. Segundo o MS (1998), os objetivos da implantação do modelo de saúde da família são: prestar assistência integral,

contínua, com resolutividade e boa qualidade às necessidades de saúde da população adscrita e, proporcionar o estabelecimento de parcerias através do desenvolvimento de ações intersetoriais (Costa, Carbone, 2004).

O homem precisa ser considerado na sua integralidade, em uma visão que busca superar a fragmentação, o que tem levado a gestão pública responsável pelas políticas sociais a uma nova dimensão na percepção da

intersetorialidade. A conquista de uma vida saudável não passa apenas pela saúde, mas pela interação das diversas políticas sociais, pela intersetorialidade. Essa é uma nova visão, que coloca a saúde como direito do cidadão e dever do estado (Junqueira, 1997).

A superação da fragmentação de saberes pela especialização excessiva e o desenvolvimento de ações intersetoriais parece ser um caminho em busca de soluções para ações integrais em saúde e para a nova lógica de gerenciamento político na resolução de problemas nos municípios. O reconhecimento e a legitimação da intersetorialidade no governo municipal podem “alavancar” o processo de resolução de problemas de saúde e o enfrentamento de novos arranjos e articulações (Pauli, 2007). A ação intersetorial surge como uma nova possibilidade para resolver os problemas que incidem sobre uma população que ocupa determinado território. Essa é uma perspectiva importante porque aponta para uma visão integrada dos problemas sociais e de suas soluções. Com isso, busca-se otimizar os recursos escassos procurando soluções integradas, pois a complexidade da realidade social exige um olhar que não se esgota no âmbito de uma única política social (Junqueira, 2004).

Junqueira (1999) ressalta que, a intersetorialidade não é um conceito que engloba apenas as dimensões das políticas sociais, mas também a sua interface com outras dimensões do território, como sua infra-estrutura e ambiente, que também determinam a sua organização e regulam a maneira como se dão as relações entre os diversos segmentos sociais.

Diante da complexidade dos problemas sociais torna-se necessário integrar os diversos atores sociais e organizacionais na gestão das políticas sociais, privilegiando a ação intersetorial. A intersetorialidade, enquanto

integra saberes e experiências das políticas setoriais, constitui um fator de inovação na gestão da política, e possibilita a articulação das diversas organizações que atuam no âmbito das políticas sociais, constituindo as redes sociais (Junqueira, 2004).

Com o objetivo de proporcionar melhoria da qualidade de vida e o fortalecimento de políticas sociais, em algumas cidades brasileiras foram inseridos movimentos como Cidades/ Municípios Saudáveis e Agenda 21 (1992), entre outros. Essas propostas, guardadas suas especificidades, pressupõem pessoas vivendo em um dado território, enfrentando problemas concretos que demandam novas formas de gestão local, baseadas na ação

intersetorial (Mendes, Bógus, Akerman, 2004).

No Brasil, o processo de descentralização, iniciado no ano de 1980, permite que as políticas locais possam integrar os diferentes setores. Este papel deve ser desempenhado pelas autoridades locais, ou gestores sociais, que passam a ter uma importante função na definição de políticas e na execução de programas que beneficiam a população da cidade. Esses gestores podem ser considerados pontos focais para a coordenação das ações intersetoriais, pois no nível local é possível unir a coletividade em torno de problemas específicos e buscar soluções próprias, convertendo o esforço conjunto em ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida. Ao gestor municipal cabe um papel central na efetivação dessa lógica de governo com reorientação do desenho institucional, potencializando a ação comunicativa entre dirigentes, profissionais e população (Mendes, Bógus, Akerman, 2004).

A intersetorialidade constitui uma concepção que deve informar uma nova maneira de planejar, executar e controlar a prestação de serviços, para garantir um acesso igual dos desiguais. Isso significa alterar toda a forma de articulação dos diversos segmentos da organização governamental e dos seus interesses. Essa forma de atuar é nova, por isso, deve acarretar mudanças nas práticas e na cultura das organizações gestoras das políticas sociais (Junqueira, 2004).

Os governos, especialmente os municipais, têm decidido sobre suas políticas fundamentais quase sempre de uma forma segmentada, setorizada, utilizando um conjunto de organizações, secretarias, departamentos, autarquias, fundações e empresas públicas, através das quais, exercem seu poder de regulação e prestam serviços à sociedade. A maioria das estruturas organizacionais municipais reforça a fragmentação das políticas, pois apresenta-se com um formato piramidal, com vários escalões hierárquicos e departamentos separados por disciplinas ou áreas de especialização. Tais estruturas dificultam aos cidadãos o exercício do controle social sobre seus direitos de segunda geração, os direitos sociais e econômicos, uma vez que os problemas têm origem múltiplas, tornando impossível cobrar sua solução de um único setor (Westphal, Mendes, 2000).

O organograma da Secretaria de Saúde do Município de Santos, apresenta-se horizontalmente, com desdobramento de órgãos no mesmo nível hieráquico (departamentalizado). A Assistência Social promove atendimento à criança e ao adolescente; à família; à mulher vìtima de violência; população adulta em situação de rua; à pessoa portadora e deficiència e ao idoso. O idoso quando é vítima de maus tratos, abandono, negligência, deve ser informada à Central de Atenção ao Idoso, para que ele possa receber atendimento psicossocial, sua família e o cuidador.

Em Santos, o número de denúncias de maus-tratos e abandono contra idosos este ano (2005) já é 142% maior em relação ao registrado durante o ano passado (2004). O Conselho Municipal do Idoso recebeu 54 denúncias em 2004 e 131 este ano. A maioria trata-se de abandono (51,8%), seguido por maus-tratos psicológicos (24,1%) e físicos (7,4%). Segundo a presidente do conselho e também coordenadora de assistência especializada da Secretaria de Assistência Social (Seas), os responsáveis pelas agressões geralmente são os próprios filhos ou netos. ‘‘O problema está no seio da família. O idoso ainda não é respeitado e valorizado pelos parentes por sua experiência’’. Ao receber uma denúncia, o conselho encaminha técnicos à residência do idoso. Em muitos casos, um aconselhamento resolve o problema, mas, em outros, é necessário até o registro de Boletim de

Ocorrência (BO) na delegacia de polícia e encaminhamento do caso à Promotoria Pública (IPAT, 2005)47.

Para a presidente do Conselho do Idoso, Santos oferece uma boa rede de serviços aos idosos, mas, ressalta que a terceira idade ainda tem muitas reivindicações. Entre elas, está o maior acesso aos medicamentos, a agilização na marcação das consultas, a criação de mais Repúblicas do Idoso, hoje são três, uma casa de convalescência e o transporte gratuito a partir dos 60 anos, em vez de 65. Quando um idoso não conta com nenhum parente para lhe dar assistência após a alta hospitalar, a Seas solicita vagas em casas de repouso particulares, através de convênio da prefeitura. Em média, duas pessoas precisam deste tipo de cuidado todo mês (IPAT, 2005). Os principais programas de atendimento ao idoso, em Santos, são as repúblicas que abrigam 40 pessoas; três centros comunitários, que têm 8 mil inscritos (a maioria idosos); o projeto Vovô Sabe Tudo, de valorização do idoso; e as atividades de esportes específicas para a terceira idade (IPAT, 2005).

Quanto às condições precárias em que vivem as idosas dos cortiços, a Prefeitura planeja implantar mais uma República de Idosos. Mas, muitas vezes, o idoso prefere morar sozinho. Além do Conselho do Idoso, um dos principais locais de discussão sobre os problemas da terceira idade no Município é a Câmara, onde funciona, desde 2000, o programa Qualidade

de Vida para um Envelhecimento Saudável. Representantes de diversos setores se reúnem toda última quarta-feira de cada mês para discutir problemas, sugerir propostas e fazer denúncias. Para a vereadora, ‘‘Santos possui uma boa retaguarda para a terceira idade, mas ainda há muito que fazer, especialmente no combate ao preconceito’’. Ela defende uma intensificação do trabalho de campo por parte de técnicos da Seas, a fim de identificar idosos em situação de risco; o aluguel de imóveis para abrigar

47 Município de Santos. São Paulo. Instituto de Pesquisa A Tribuna. Conselho registra

aumento de denúncias de maus-tratos, 05 de dezembro de 2005. Santos. [citado 2009 oct 10]. Disponível em: http://atribunadigital.globo.com/ipat

aqueles que vivem em locais sub-humanos e reforça a necessidade de casas de convalescência (IPAT, 2005).

As ações intersetoriais dos setores saúde e social não são integradas. Um exemplo disto, seria o idoso que apresenta um problema de saúde no seu domicílio, e que necessita assistência domiciliária. Os programas de saúde devem estar integrados com o Serviço Social. Às vezes, os Programas de Atenção Domiciliária (PAD), Programa de Internação Domiciliária (PID) ou PSF, não resolvem a necessidade do idoso que não possui família e não pode morar sozinho.

Para o idoso que apresenta uma doença neurológica degenerativa e necessita de cuidados básicos, não encontramos, em Santos, unidades hospitalares específicas para atendê-lo, assim como, equipes de suporte social para prover recursos sociais à estes idosos no seu domicílio. Em geral, a atenção sanitária ao idoso ocorre através do PSF, na qual a equipe prestadora do serviço não é interdiciplinária, prejudicando, desta forma, a integração dos setores saúde e social, e a intersetorialidade.

Intersetorialidade (A3L):

…Los cambios también están ocurriendo porque la población está cada vez más envejeciendo y hoy hay las asociaciones de Alzheimer, son subvenciones con fondos públicos y privados de empresas que ayudan…48

Na Espanha, com a reforma na APS, com a consolidação do sistema sanitário de provisão mista e diferentes fórmulas de gestão (1990), e ainda, a parceria com organizações sem fins lucrativos, tem inovado e mudado a lógica da gestão pública e das políticas sociais, como também introduzido novas formas de gerenciar a política social. Integrar as diversas políticas sociais não apenas aumenta a sua eficiência e eficácia, como também sua