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NP:…As mudanças também estão ocorrendo porque a população está cada vez mais

3 OBJETIVOS DO ESTUDO

48 NP:…As mudanças também estão ocorrendo porque a população está cada vez mais

envelhecendo e hoje há as associações de Alzheimer, são subvenções com fundos públicos e privados de empresas que ajudam…

efetividade, pois o cliente não é considerado em cada uma de suas demandas, mas na sua totalidade (Junqueira, 2004).

É nessa perspectiva que a intersetorialidade constitui um importante fator de inovação na gestão das políticas sociais. Em vez de estabelecer parcerias isoladas por políticas, muda-se a lógica, ou seja, identificam- se os problemas sociais, integrando saberes e experiências das diversas políticas, passando a população também a desempenhar um papel ativo e criativo nesse processo. Se apenas com as organizações estatais esse trabalho era de difícil consecução, devido às suas práticas e valores, que privilegiam os interesses individuais, com as organizações sem fins lucrativos, com uma lógica de gestão que valoriza o cliente, esse processo pode ser facilmente instaurado, dando maior eficácia à gestão das políticas sociais (Junqueira, 2004).

A complexidade dos problemas sociais demanda diversos olhares, que convergem para objetivos construídos coletivamente. As redes sociais integrando pessoas, organizações públicas e agentes econômicos preocupados com a realidade social constituem um meio para tornar mais eficaz a gestão das políticas sociais. Cada membro da rede preserva sua identidade na gestão dos recursos, e a articulação de todos os seus membros faz com que se integrem, tanto na concepção das ações sociais como na sua execução, para garantir à população seus direitos sociais.

Portanto, o processo instaurado pelo Estado com a descentralização, transferindo suas competências para outras instâncias governamentais na gestão das políticas sociais, cria novas possibilidades de gestão e de parcerias. Nesse contexto, as organizações sem fins lucrativos passam a integrar esse movimento e a articular-se em rede com outros organismos estatais e privados, privilegiando a ação intersetorial, que ocasiona a criação de respostas novas aos problemas sociais. Esse novo processo de gestão das políticas sociais exige mudanças significativas nas práticas das organizações, sejam públicas ou privadas, pois a possibilidade de participar não torna homogêneos os interesses que permeiam as relações sociais,

inclusive pela descrença no poder de influenciar os acontecimentos (Junqueira, 2004).

O Serviço Social está localizado próximo a cada Centro de Atenção Primária (CAP) realizando uma conexão entre os dois serviços. É objetivo do Serviço Social atender pessoas, famílias ou grupos que possuem necessidades imediatas, gerais e básicas, contribuir para a prevenção de problemas sociais, a reinserção e integração social das pessoas com situação de risco social de exclusão. O atendimento a população ocorre nas Áreas Básicas de Serviço Social. Estas áreas, estão distribuídas em Área Básica de Serviço Social e através do Departamento de Bem-estar Social. Este serviço oferece aos idosos 12 Residências, e 13 Centros de Día.

Os serviços sócio-sanitários foram criados pelo Programa “Vida als

Anys” (1986) que integrou o social e a saúde em uma mesma prestação, pelos Departamentos de Saúde e Seguridade Social. Este programa quando foi criado, teve como objetivo atender às doenças crônicas, incorporar o conceito de atenção integral, prevenção e interdisciplinaridade, e definir critérios de planejamento e coordenação assistencial, como também de regulação normativa deste setor. Posteriormente, em 1988, o Departamento de bem-estar Social, passa a ser interdepartamental, de Seguridade Social e Saúde. Neste momento, o trabalho é centrado nos conteúdos e desenvolvimento do modelo de atenção para os idosos, doenças crônicas, câncer, SIDA e outros processos.

O novo modelo de atenção promove qualidade de vida ao enfermo com uma concepção integral, através da atenção física, emocional, social e espiritual, reabilitadora e eficaz para a tender às necessidades.

Para o idoso, a rede sócio-sanitária oferece outros serviços: PADES (Programa de Atenção ao Domicílio e Equipe de Suporte); as UFISS (Unidade Funcional Interdisciplinária Sócio-Sanitária) no Hospital Geral; Hospital de Día (Ambulatorial); Centro de Día (Ambulatorial) e Hospital Sócio-Sanitário (Unidade de Convalescência, Longa Permanência, Cuidados Paliativos e Psicogeriatria); Enfermeira de Enlace e Gestora de Casos.

Síntese da subcategoria: Intersetorialidade.

Sabendo-se que o Brasil está caminhando para o envelhecimento populacional, é necessário, emergencialmente, adequar as ações sociais para atender à demanda de problemas neste setor. É no cotidiano do trabalho dos profissionais de saúde e através do PSF que nos deparamos com estes problemas e buscamos resolutividade dos gestores locais.

Na Espanha, as políticas sociais estão mais desenvolvidas devido ao envelhecimento populacional. Os setores social e saúde trabalham em conjunto para atender a demanda dos problemas sócio-sanitários com ações inovadoras e através da intersetorialidade.

(Cont.) 5.1.1 Categoria A: Necessidades de boas condições de vida.

Município de Santos Subcategoria

Município de L’Hospitalet Subcategoria

Qualidade de vida (A4S). Qualidade de vida (A4L).

Qualidade de vida (A4S):

.. Sim, o PSF trouxe algumas mudanças, um pouco mais de qualidade de vida, mas falta mais...

Talvez a referência mais antiga acerca de definição de Qualidade de

Vida seja de Aristóteles (384-322 a.C.), em sua Ética: “Tanto a população geral, quanto as pessoas refinadas concebem que boa vida e progredir têm o mesmo significado que ser feliz. É evidente que Aristóteles não cunhou o termo qualidade de vida. Falava em boa vida, em progresso, em felicidade (Paschoal, 2005).

Para Aristóteles, a boa vida é a vida mais desejável. Após a Segunda Guerra Mundial, qualidade de vida tornou-se um constructo importante,

significando melhoria do padrão de vida. O conceito de boa vida foi usado para se referir à conquista de bens materiais: possuir casa própria, carro, etc., ter aplicação financeira, uma boa aposentadoria, poder viajar. Paulatinamente o conceito foi ampliado, englobando o desenvolvimento socio-econômico e humano e a percepção das pessoas a respeito de suas vidas. Indicadores econômicos surgiram e se tornaram instrumentos importantes de se medir e comparar qualidade de vida entre diferentes cidades. Passaram a ser usados o Produto Interno Bruto (PIB), a renda per capita, a taxa de desemprego, o desenvolvimento social, educação, moradia, transporte, lazer, trabalho, etc. (Paschoal, 2005).

A partir da década de 60, percebeu-se que, embora todos fossem indicadores importantes para se avaliar e comparar a qualidade de vida entre países, não eram suficientes para medir a qualidade de vida dos indivíduos, pessoas que se inseriam diferentemente naquela sociedade e que podiam se distanciar do índice médio para a população como um todo. Era necessário e fundamental avaliar a qualidade de vida percebida pela pessoa, o quanto as pessoas estão satisfeitas ou insatisfeitas com a qualidade de vida de suas vidas (qualidade de vida subjetiva). Passou-se a valorizar, então, a opinião dos indivíduos (Paschoal, 2005).

O grupo de especialistas em Qualidade de Vida da OMS elaborou um instrumento genérico de avaliação de qualidade de vida, construído através do método transcultural (WHOQOL), e afirmam que, “embora não haja um definição consensual de qualidade de vida, há concordância considerável entre os pesquisadores acerca do constructo, subjetividade, multidimensionalidade e bipolaridade. A subjetividade está relacionada às condições externas às pessoas, presentes no meio e nas condições de vida e trabalho que influenciam a qualidade de vida das mesmas, não é subjetividade pura e total. A multidimensionalidade, inclui, pelo menos, três dimensões, a física, psicológica e social. O próprio WHOQOL inclui a dimensão espiritual. A bipolaridade possui duas dimensões: positiva e negativa. Exemplos destes podem ser o desempenho de papéis sociais,

mobilidade, autonomia, dentre outros. Exemplos de dimensões negativas, a dor, fadiga, dependência (Paschoal, 2005).

Kimura (1999), traduziu e validou o instrumento “Quality of Life Index” de Ferrans (1985) e Powers (1992), recebendo no Brasil o nome de Índice de Qualidade de Vida (IQV). No mesmo ano (1999), Ciconelli e cols, apresentaram os resultados de tradução para o português e validação do questionário genérico de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36) e, ainda em 1999, Fleck e col. apresentaram o desenvolvimento da versão em português do instrumento de avaliação de qualidade de vida da OMS (WHOQOL- 100). Posteriormente, dado o tamanho e a dificuldade prática do instrumento com cem questões, foi desenvolvido um questionário menor do projeto WHOQOL. Em todo o mundo, há poucos instrumentos construídos para a população idosa (Kimura apud Paschoal, 2005).

No Brasil, foram criados dois instrumentos para avaliar a qualidade de vida na velhice, um deles o WHOQOL-OLD (Centro Brasileiro), de Porto Alegre (RS), ligado ao World Health Organization Quality of Life

Group, através de um projeto multicêntrico da OMS. E, o outro instrumento com oito dimensões e quarenta e três itens, retratando a multidimensionalidade do constructo “Qualidade de vida na Velhice”, que vem sendo desenvolvido no Serviço de geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, denominado índice de qualidade de vida dos idosos (IQVI) (Paschoal, 2005).

No Brasil, existem grandes diferenças individuais entre os idosos em quase todos os tipos de características, físicas, mentais, psicológicas, condições de saúde e socio-econômicas, o que torna as conclusões a respeito da qualidade de vida e do cuidado necessário altamente individualizadas. Em nosso meio, a velhice está associada à perda, incapacidade, dependência, impotência, doença, desajuste social, baixos rendimentos, solidão, viuvez. O idoso é chato, rabujento, implicante, triste, demente e oneroso. Tal visão estereotipada, aliada a dificuldade de se distinguir entre o envelhecimento normal e patológico, senescência e senilidade, leva a negação da velhice ou a negligência de suas necessidades. Isso mostra a