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Greenhouse: A Proposal for an Adequate and Equitable importância Outros estudos lidos pelo autor contribuíram para a

7. Comentários

Os estudos definidos no termo de referência e revisados nesta Nota Técnica compreendem boa parte da literatura que concerne às

perspectivas futuras de negociações internacionais sobre a mitigação das mudanças climáticas. No entanto, devido à exigüidade do espaço, a revisão, apesar de ampla, não pode ser exaustiva. Recomenda-se que esta Nota Técnica seja utilizada também como guia para a leitura das mais de 500 páginas dos relatórios aqui sintetizados.

Cabe destacar a atuação do governo brasileiro nos fóruns internacionais de negociação. A própria forma pela qual o documento “Proposed Elements of a Protocol to the United Nations Framework

Convention On Climate Change” é conhecido – Proposta Brasileira –

mostra ser notória a importância intelectual do país no processo de negociação. Como se pode verificar pela síntese apresentada, a Proposta Brasileira vem influenciando bastante o debate, o que pode ser comprovado pelas sugestões feitas por vários estudos para modificação/adaptação da Proposta Brasileira. Entre estas, destacam­ se a mudança no período para efeito de cálculo das emissões acumuladas (a partir de 1990), e o uso de emissões acumuladas, no lugar de contribuição para aumento de temperatura, como aproximação da responsabilidade pela mudança do clima, a guisa de simplificação. Com efeito, o total de emissões acumuladas em um dado período do passado pode servir como uma aproximação do efeito de aumento de temperatura. Os dados de emissões anuais estão disponíveis a partir de 1990, permitindo adicionar os valores anuais e calcular fielmente o total acumulado desde então. Este resultado de emissões acumuladas representa uma melhor aproximação da responsabilidade de cada país no aumento do efeito estufa do que a simples consideração das emissões anuais, que

serviram de base para os limites fixados em Quioto. Este método simplifica de fato o cálculo, pois a incerteza no aumento de temperatura vem da capacidade de absorção de emissões pelos oceanos. Entre os méritos da Proposta Brasileira cabe destacar a evidência de que as emissões anuais não representam uma boa aproximação da responsabilidade pela mudança do clima, além da aplicação na prática dos princípios das responsabilidades comuns mas diferenciadas e do poluidor pagador. No que se refere a contabilização das emissões passadas, uma questão importante que não foi explorada pelos estudos revisados é a inclusão de outros setores além do setor energético e de outros gases além do CO2. Neste sentido, foi publicado recentemente um artigo com resultados de uma pesquisa realizada que inclui a emissão passada de CO2 proveniente também das mudanças no uso do solo. Para mais detalhes, ver Rosa et al. (2004). Outras superposições e pontos comuns também foram notados, com destaque para uma nova subdivisão do grupo Não-Anexo I como forma de permitir uma maior diferenciação de responsabilidades e capacidades entre os países que formam este grupo. Destaca-se também da importância dada pelos estudos a esta diferenciação em si, como fator necessário ao andamento do processo de negociação. Além disso, note-se a nova forma sugerida de participação ativa dos países Não-Anexo I, qual seja a atribuição de metas qualitativas e não quantitativas, com destaque para as políticas e medidas direcionadas ao desenvolvimento, porém com conseqüências benéficas em termos de redução de emissão de GEE. Note-se por

fim a ampliação do escopo atual do MDL para incluir políticas e medidas setoriais.

Ainda que boa parte das páginas dos estudos revisados seja dedicada à estruturação de uma nova fase do esforço global de redução de emissão de GEE por meio do estabelecimento de metas quantitativas e qualitativas, alguns estudos mostraram ser extremamente relevante a questão da adaptação, bem como a questão do processo político em si, apresentando sugestões pragmáticas para o fim do impasse e para o andamento do processo. Neste sentido, o engajamento dos EUA é visto como fundamental. E para que isto ocorra, segundo alguns estudos, a evolução do processo político interno àquele país desempenhará papel decisivo.

8. Referências

I – Estudos e diálogos sintetizados

Aldy, J., Baron, R., Tubiana, L. Addressing Cost: the Political Economy

of Climate Change (2004) in Pew Center on Climate Change. Beyond

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Aslam, M.A. Equal Per Capita Entitlements. A Key to Global Participation

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Kim, Y., Baumert, K. Reducing Uncertainty Through Duql-Intensity

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Options for Protecting the Climate, World Resources Institute. La Rovere, E. L., Macedo, L. V., Baumert, K. The Brazilian Proposal on

Relative Responsibility for Global Warming (2002) in Baumert, K. (ed.)

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Müller, B., Drexhage, J., Grubb, M. (2003) Framing Future Commitment: A Pilot Study on the Evolution of the UNFCCC Greenhouse Gas Mitigation Regime. Oxford Institute For Energy Studies.

Ott, H. E., Winkler, H., Brouns, B., Kartha, S. Mace, M.J., Huq, S., Kameyama, Y., Sari, A.P., Pan, J., Sokona, Y., Bhandari, P.M., Kassenberg, A., La Rovere, E.L., Rahman, A.; (2004). South-North- Dialogue on Equity in the Greenhouse: A Proposal for an Adequate and Equitable Climate Agreement. Wuppertal Institute e Energy Research Centre University of Cape Town.

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II - Outras

CQNUMC - Proposed Elements of a Protocol to the United Nations Framework Convention On Climate Change (FCCC/AGBM/1997/ MISC.1/Add.3).

Ghersi, F., Hourcade, J.C., Criqui, P. Viable Responses to the Equity- Responsibility Dilemma: a Consequentialist View. Climate Policy 3S1 (2003) S115-S133.

Pereira, A. S. (2002) Do Fundo ao Mecanismo: Gênese, Características e Perspectivas para Mecanismo de Desenvolvimento Limpo; Ao Encontro ou de Encontro à Equidade... Tese de Mestrado. PPE/COPPE/UFRJ. 202 p.

Rosa, L.P., Ribeiro, S.K., Muylaert, M.S., Campos, C.P. (2004) Comments on the Brazilian Proposal Contributions to Global Temperature Increase with Different Climate Responses - CO2 Emissions due to Fossil Fuels, CO2 Emissions due to Land Use. Energy Policy 32 1499-1510.