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COMO CONCRETIZAR UM IDEAL

No documento Luz Que Vem Do Leste 4 (português) (páginas 129-165)

Para a concretizagao de um ideal a pessoa deve praticar o autodomxnio. H i uma maneira pela qual o domfnio do Eu

€ alcangado: O estudo adequado e sistem£tico das leis da

natureza, das leis que regem o universo, que regem o ho­ mem, e que influenciam a relagao do homem com tudo que existe. O conhecimento da verdadeira relagao do homem com o universo e outros homens, o conhecimento de seus poderes pessoais ilimitados, o conhecimento dos processos latentes e da fortaleza da mente contribui para nos tom ar uma forga para maiores realizagoes construtivas, criativas, um sucesso, uma gl<5ria para o mundo, bem como uma de suas partes integrantes. Para utilizagao de nosso conheci­ mento no tocante & essa relagao 6 necessirio ter o domfnio de nossas pr6prias forgas e faculdades, al£m do trabalho em harmonia com as leis da natureza, a harmonizagao com a Mente Divina, a manutengao de uma atitude de paz, a ir- radiagao do amor, e o domfnio, subjugagao das forgas con- tr£rias que se projetam das trevas, do medo, da ignorancia e da negligencia.

Mais im portante do que ver com o olho mortal 6 ver com o olho da intuigao. Mais sublime do que ouvir com o

ouvido m ortal € ouvir a voz do Eu interior. Em um mundo de realizagoes criativas, a influencia silente de uma vontade dominadora 6 muito mais poderosa do que o sussurrar eru- dito de uma voz ditatorial. O domfnio intelectual do conhe­ cimento material do mundo 6 suficiente apenas na supera- gao dos problemas materials e deixa que cada homem lute com a sua inteligencia para defender e m anter aquilo que apenas recentemente conquistou.

A natureza nao toma conhecimento das lutas, e majes- tosamente se curva para auxiliar aqueles que compreendem sua operagao e aqueles que com ela cooperam na constru- gao universal, na criagao ben^vola e no progresso humano. Infelizmente, inumeras pessoas interpretam mal os feno- menos naturais e aparentemente ignoram as causas funda- mentais da existencia e da significagao da vida.

Qual a intensidade do nosso desejo de autodomfnio? A t6 que ponto desejamos introduzir em nossa vida a plenitude do viver? Alguns alcangaram seus objetivos, por€m, de ne- nhuma maneira tem todos aqueles que passaram desta vida alcangado o autodomfnio. H i homens e mulheres na Terra, atualmente, que vivem como deuses. Talvez nao os conhe- gamos mas eles aqui estao. Sao as pessoas que tem capaci­ dade para projetar sua Luz nos redutos mais obscuros da ignorancia e da indolencia. Algumas vezes, o autodomfnio exige sacriffcio de uma ou o utra maneira.

Lembremo-nos da vida de alguns dos grandes homens e mulheres da hist6ria que alcangaram aquilo que chamamos de autodomfnio. Mark Twain, que era por todos amado, perdeu um a um os membros de sua famflia por doenga ou acidente. Benjamin Franklin foi trafdo por seu pr6prio fi-

lho. Wagner, apesar do banimento e da pobreza, escreveu milhoes de notas para suas tfperas e obteve sucesso na dire­ gao de espeticulos. Francis Bacon foi traido por seus ini- migos e muito pouco compreendido. Na verdade, hoje, s€- culos ap6s sua morte, a verdadeira vida de Bacon continua ainda envolta em mist£rio.

Pensemos em Robert Louis Stevenson que escreveu al- gumas das suas hist<5rias preso ao leito com tuberculose. Pensemos em Beethoven que imprimia em seu lar um ver- dadeiro reinado de terror para escrever sua musica. E pensemos em M ozart cujo unico esttidio era um barulhento parque com cervejaria e salao de bilhares. Quase todas as pessoas que consideramos como extremamente bem-suce- didas passar am por muito sofrimento.

UM O BJETIV O DEFINIDO

Qual a forga que atraiu esses homens e essas mulheres para a sua meta? De onde receberam sua fortaleza e inspi- ragao? Sabemos que todos eles para si mesmo estabelece- ram um ideal altrufstico. Foi o desejo de concretizar esse ideal que os compeliu a prosseguir, a despeito de todos os obst£culos. Por terem um objetivo definido, vontade, de- terminagao, e bravura para por ele lutarem, a fortaleza e a Iluminagao a eles chegaram no momento em que eles delas mais necessitavam. Nao est£ cosmicamente decretado que passemos por vicissitudes. T rata-se, todavia, de uma situa­ gao em que a pessoa muitas vezes se coloca para que possa promover desenvolvimento individual e tamb€m servir a humanidade.

Se nao trabalharmos arduamente para promover um ideal nobre quando ele se tornar necess£rio, verificaremos

que nao temos a fortaleza de carrier para alcangar sucesso e exercer nossa lideranga em qualquer esfera digna do em- preendimento humano. H i, naturalmente, aqueles que se tornaram proeminentes no desenvolvimento do pensa­ mento e no bem -estar da humanidade e que parecem ter passado pela transigao sem terem se apercebido das dores e tribulagoes. Esses representam a excegao e nao a regra, mas, como sabemos que eles nao experimentaram sofri- mento?

Nao queremos dizer que todos estejam destinados a se transform ar em benfeitores da humanidade. Todavia, que­ remos afirm ar que no transcorrer do ciclo de desenvolvi­ mento da personalidade da alma 6 dada a cada individuo a oportunidade para servir. Essas oportunidades estao asso- ciadas com intimeras provas que decorrem das circunstan- cias. Por sua vontade ou fortaleza de cardter, o individuo vence essas provas, ou falha. Algumas vezes, circunstan- cias negativas ou positivas predominam devido aos aconte­ cimentos da Spoca em um determinado perfodo da hist<5ria. Esses acontecimentos tem de ser enfrentados pelas pessoas reflexivas.

Para a conquista do autodommio, o corpo e seus apeti- tes devem ser mantidos em condigoes adequadas. Os ape- tites devem ser usados para as finalidades para as quais foram criados. Nao se deve permitir que nos escravizem. Ningu£m se tom ar£ senhor de si mesmo se nao puder dis- ciplinar sua mente e se nao se dispuser a trabalhar por aquilo que acredita ser bom e construtivo. Podemos seguir a linha de menor resistencia permanecendo estdticos, ou podemos estabelecer um prop6sito para n6s mesmos e tentar tudo fazer para alcangarmos o autodommio. Nao 6

necessdrio que nos tomemos lfderes em nossa esfera de agao, por£m o que podemos fazer 6 voltar nossa atengao para dominar as coisas que se encontram mais perto de n6s, para que possamos desfrutar felicidade e viver uma vida mais util, mais plena.

ESFO RCO

T om a-se necessdrio um ideal ou prop6sito individual. Quantas pessoas realmente tem um prop6sito ou ideal? Se pensam que tem, estao dispostas a dedicar-lhe uma noite ou uma hora de estudo por semana? A leitura que fazem promove a elevagao espiritual? Costumam comparecer a conferencias educativas? T6m o verdadeiro senso de moral e dos valores culturais? Somente a pessoa que verdadeira- mente vive um trabalho e sente que tem uma missao a cumprir decidiria e poderia suportar as provas, as tribula- goes do autodommio. Vale a pena, realmente, esse sofri- mento? Se milhares de Ifderes de nossa hist6ria nao tives- sem trabalhado e sofrido por um ideal como foi o caso de Abraham Lincoln, por exemplo, nao haveria civilizagao e os seres humanos permaneceriam em um nfvel inferior de existencia.

Durante centenas de anos, os Rosacruzes tem se desta- cado entre aqueles que se dispuseram a trazer a Luz a um mundo obscurecido e, hoje, a Ordem Rosacruz, AM ORC, continua a inspirar as mentes em escala jamais possfvel an­ tes, para propiciar orientagao adequada e necessdria kque- les que anseiam por coisas melhores e desejam viver vida titil, construtiva.

a concretizagao de um ideal? Certamente, nao 6 a riqueza. A recompensa se traduz em uma gradual percepqao do grande ideal que e s ti sendo realizado. O incentivo € o de- senvolvimento e o bem -estar para o Eu interior, a alegria do trabalho construtivo. £ o incentivo que arrebata todo o filantropo que, em pensamento e conduta, e s ti adiante dos tempos. Essas pessoas tem feito uso de suas qualidades in- telectuais e espirituais como estunulo por meio do qual tem sido transmitido h. humanidade impulso mais forte para al- canqar um padrao mais elevado de civilizaqao nas diferen­ tes 6pocas da hist6ria mundial.

Spinoza, grande fil6sofo e mfstico, 6 um desses exem- plos. Devido aos seus ideais, foi excomungado da sinagoga e nao era menos censurivel para os cristaos. Tao profunda era a animosidade contra Spinoza que at6 uma tentativa de assassinato foi perpetrada. Hoje, o mundo a ele se refere como uma das mais profundas mentes de todos os tempos. Nenhuma pessoa normal deseja passar por semelhante so- frimento. Por outro lado, o indivfduo que e s ti verdadeira- mente com o prop6sito de acelerar o conhecimento e de

servir, nao se afastari desse sofrimento se ele fo r necessi-

rio.

Afortunadam ente, os estudantes de misticismo ou os buscadores sinceros da verdade nao sao obrigados a fazer grandes sacrificios.

Como Rosacruzes, somos indivfduos priticos. Em gran­ de proporqao, somos realistas. Nenhum mal vemos na am- bigao porque a ambiqao 6 desejivel para as realizaqoes. A linica coisa que nos deve preocupar 6 o valor do nosso prop6sito, isto 6, se ele 6, ou nao, digno de concretizaqao.

Pode bem acontecer que tenhamos domfnio sobre nossa vida, por£m, tamb£m pode acontecer que as coisas sobre as quais temos domrnio nao sejam suficientemente avaliadas por n6s. Devemos olhar em torno e observar quantas coi­ sas temos que os outros nao tem. 6 possivel que chegue- mos a verificar que temos dominio muito maior dos pro­ blemas da vida do que jamais imaginamos.

Talvez devessemos cantar louvores por aquilo que te ­ mos, em vez de lamentarmos a falta daquilo que (pensa- mos) deveriamos ter, nao nos deixando dominar, em qual- quer momento, pelas emanagoes do incenso dos supostos deuses do materialismo. Por meio das provagoes 6 que o homem se tom a, at€ certo ponto, mais espiritualizado e mais senhor de si mesmo. As provagoes e o sofrimento nos harmonizam com as afligoes do mundo e nos tom am mais complacentes, mais tolerantes, e mais benevolentes em atitudes para com os outros.

Nossas pr6prias experiencias nos ensinam as grandes li- goes da vida e, atrav^s destas, evolutmos e fazemos desa- brochar o nosso car£ter e a nossa personalidade, £ seme- lhanga das p^talas da rosa que desabrocham para perm itir a rosa a ostentagao de sua maravilhosa e bela form a e o de- sempenho da semente que lhe deu origem. Ningu£m poder^ alcangar o autodomfnio afastando-se da sociedade, tornan- do-se um eremita.

PROVAS E TRIBULACOES

O sofrimento nao necessita de explicagao porque ele 6 o seu prtfprio int^rprete. Nao se faz necessdrio que o expli- quemos porque, virtualmente, todos )£. foram por ele atin-

gidos em aJgum periodo de sua existencia. Apenas se tom a necess£rio, portanto, compreendermos que a adversidade nao 6 em vao e, sim, um processo alqufmico. Por meio dela, a natureza do homem pode ser purgada das falsas concep- goes. A verdade da vida, a felicidade, e o amor sao conhe- cidos por seu real valor. Atrav£s do trabalho £rduo 6 que conhecemos, por comparagao, o verdadeiro valor da vida, tom ando-nos conscientes do prop6sito final da nossa existencia. Este, portanto, 6 o significado mfstico das pro- vas e tribulagoes. Estas sao, de modo geral, as condigoes necess£rias ao processo do autodomfnio.

O autodomfnio serd alcangado pelo trabalho que desen- volvermos com entusiasmo sincero para sua consecugao. O indivfduo deve sentir-se apaixonadamente estimulado pela coragem, pelo desejo, e pela vontade de alcangar o ideal. Estas sao as forgas motrizes quando a causa € digna. £ algo que consome o indivfduo. Nao apenas estamos conscientes disso, mas vivemo-Io como parte de n6s mesmos. O desa- fio € langado a despeito dos obst£culos, e tom a-se um de- ver dominante que tem a impetuosidade da masculinidade sendo, nao obstante, suficientemente feminino para se re- velar nobre, suave, e moderado. Isto proporciona ao indi- vfduo a capacidade de perceber a Iuz daquilo que perdura-

r£. Misticamente, tom am o-nos mais espiritualizados. O

autodomfnio 6, em suma, a prestagao altrufstica de servigo e a capacidade de criar oportunidades para prestar esse servigo. Isto proporciona os meios para concretizar um ideal digno.

por

De muitos anos para c£, meu centro de interesse vem se fixando em um dos Mestres de nossa Ordem. Ele 6 deste s£culo e eu apreciaria muito apresenti-lo aos que me leem. Nicholas Konstantinovitj Roerich nasceu em Isvara, na Rtissia — no solar da famflia - no dia 10 de outubro de 1874. Seu pai era de origem escandinava e sua mae perten- cia a uma famflia da nobreza russa. Advogado famoso, desejava que o filho seguisse seu exemplo, realizando estu­ dos de Direito. O jovem Nicholas, entretanto, nao se sentia verdadeiramente inclinado para isso. Nao querendo, toda- via, contrariar o pai, ele partiu para a Universidade de Sao Petersburgo onde terminou os estudos com notas excelen- tes. Neste momento e mais tarde, em sua vida, ele de- monstrou possuir uma energia e capacidades intelectuais que lhe permitiram ter as mais diversas ocupagoes. Seu in­ teresse arqueol6gico foi despertado quando ainda habitava a mansao da famflia. Ele havia observado alguns vales es- tranhos. Sua teoria segundo a qual os vales ocultavam “ vestfgios” foi confirmada e seus estudos de arqueologia deram -lhe, jS na juventude, um lugar proeminente entre os arque61ogos da 6poca.

Quando ainda era estudante de direito, freqiientava, com relativa assiduidade, a Escola de Belas A rtes onde seu genio artfstico logo se evidenciou para seus professores. Com apenas 22 anos de idade, em 1896, ele provou que estes tinham razao. Preparou uma notivel exposi§ao e sua obra de arte “O Mensageiro” foi comprada, imediatamen- te, por Tr£jakov, grande entendido em arte, para enrique- cer sua cole^ao. Nao poderia haver honra maior para um jovem artista russo da £poca.

T om ou-se claro, para o jovem Roerich e sua famflia, que seu genio artfstico devia se expressar. Seu pai, entao, ap oiou-oea pintura to m o u -seo maior interesse de Roerich. Progrediu rapidamente como artista, tom ou-se muito apreciado e seu renome firm ou-se solidamente.

Depois de seus estudos em Paris, Roerich continuou pintando durante os anos de 1900 a 1906, focalizando, so- bretudo, motivos russos fortem ente estilizados. Sua tdcnica era tao segura que, em poucos dias, podia concluir uma obra-prim a que um artista comum levaria meses para faze- lo. A importancia de seu trabalho deu-lhe um lugar entre os maiores artistas que existiram. A maior parte de seus quadros era executada k tempera, e ele completou mais de sete mil obras. Pode-se ver sua arte na Su£cia, entre ou­ tros, na exposigao B iltica em Malmo, no ano de 1914 e em uma exposigao em Estocolmo, em 1918. Centenas de suas obras de arte figuram nos museus de mais de 25 pafses.

Ele criou as decoragoes de teatro como, entre outros, “ Peer Gynt” , de Ibsen e escreveu, em Paris, a primeira re- presentagao de “Sagragao da Primavera” (Sacre du Prin- temps), em colabora^ao com Stravinsky e o core<5grafo Nijinsky.

A pintura era uma das facetas desse grande genio; a comunicagao, outro de seus grandes talentos. Ele parecia ser capaz de penetrar no mais profundo do ser, fazendo vi- brar as cordas sentimentais que neles encontrava. A\6m disso, falava e escrevia de maneira persuasiva e bela. Eis algumas citagoes suas, feitas no ano de 1923:

“ A arte deve unir toda a humanidade. A arte 6 una. Tem numerosos ramos, mas todos, entretanto, sao apenas um. A arte 6 a manifestagao da sintese que se vai produzir. Por essa razao, a arte foi criada para todo o mundo. Todos devem gostar da arte verdadeira.” . . .“O portal da fonte sagrada deve ser grande e aberto a todos e a luz da arte de­ ve influenciar, com um amor novo, incontdveis coragoes. O sentimento de ser inconsciente vem primeiro; mas, no fim, deve purificar a consciencia humana. E quantos jovens coragoes buscam algo real e belo! Dai-Ihes, pois, o que desejaml Levai a arte aos seres humanos, aqueles aos quais ela pertence. N6s nao deverfamos apenas decorar os edifi- cios ptiblicos e os museus, com a arte. Decorai e embelezai

oX6 mesmo as prisoes existentes para que, depois de n6s,

elas nao mais venham a existir!”

Estas id£ias nao ficaram sem resposta. A reputagao de Roerich no mundo da arte era tal que ele podia falar com autoridade. Suas id&as levaram I criagao de uma corrente especial do pensamento humano e suas influencias eram por toda a parte numerosas e diversificadas.

Em 1920, quando chegou em Nova Iorque, antes de sua primeira exposigao nos Estados Unidos, ele freqiientou, rapidamente, a alta sociedade, como havia feito na Europa. Sua esfera de interesses nao tinha limites e entre seus ami­

gos mais chegados encontravam -se homens como Millikan, Einstein, Compton, Huxley, para nao citar outros mais. A relagao de seus amigos indica tamb£m que seus interes- ses eram diversificados e se estendiam al£m da arte.

Ele conhecia bem v£rios idiomas, era favordvel ks re- formas sociais de esquerda e dizia que o estilo de vida contemporaneo exigia a perfeigao do homem modemo. Sua vontade, sua imensa energia e sua capacidade de trabalho, permitiam-lhe alcangar rapidamente, em apenas alguns anos, os objetivos que permaneceriam inacessfveis a seres humanos normais que poderiam dispor de toda uma vida.

R O ER IC H O M lSTIC O

O D r. H. Spencer Lewis, nosso antigo Im perator, co­ nhecia muito bem o Frater Roerich como frater Rosacruz; chamava-o “um mensageiro da grande Fratem idade B ran­ ca” . Ele esteve muito ativo em nossa fratem idade at6 sua transigao em 1947. N<5s encontramos boa parte de sua sa­ bedoria nos estudos de nossa Ordem, onde os Mestres sao anonimos.

L. N. Andrjev referia-se a ele da seguinte maneira: “ O mundo de Roerich 6 o mundo da verdade. Sua obra liga as almas mortais ao mundo das criagoes extraterrenas.”

Em 1920, o pr6prio Roerich dizia, em Londres: “ Nossa vida m odem a se satisfaz com as necessidades instintivas do corpo. O homem busca as coisas materials, mas est£ escrito que ele nao deve obte-las assim. Os pontos de partida que levam para o alto degeneraram. A humanidade tentou ob- ter tesouros que nao mereceu e, desta form a, ela rompeu

o “cume” da boa vontade da Deusa da Felicidade. A hipo- crisia, a brutalidade e o mal nao nos levam a parte algu- m a .. . Uma dura prova aguarda hoje a humanidade in- teira: a prova de integrar a verdade.”

Embora essas palavras tenham sido pronunciadas hi. mais de sessenta anos, ainda constituem estimulagao para o pensamento. N<5s ainda nao obtivemos Sxito na prova de integrar em n6s a verdade verdadeira.

No mesmo ano, em outra ocasiao e um pouco mais tar- de, ele escrevia: “ Sabeis que a vida do esplrito nao 6 privi- ldgio do eremita. Ela pode ser obtida aqui entre n 6 s .. . e a consciencia da vida da alma deve abrir para n6s novas e cotidianas possibilidades de criagao.. . Lembrai-vos de que chegou a hora de harmonizar nossos centros. Isto vai ser da maior importancia no conflito com a civilizagao mecani- ca que, de maneira totalmente falsa, 6 chamada cultura. O espirito, enterrado em mindcias triviais da vida cotidiana e despojado de maneira b irb a ra levanta a cabega.”

Tais palavras nao soam como sabedoria e autoridade? Roerich dizia, em Nova Iorque, no ano de 1932: “ O silen- cio age, a palavra d£ o impulso para a agao. O silencio for- ga, a palavra convence. Os “processus” do mundo silen- cioso e os segredos se aperfeigoam todos no interior de n6s pr6prios, em um silencio profundo e ativo. Este silencio € dissimulado pelo exterior do que lhe 6 ilus<5rio. Os maiores esforgos sao efetuados com a respiragao presa; quanto mais ripida 6 a respiragao, maior o desperdfcio de energia. Aquele que, em plena agao, puder parar de respirar, de forma nova e espontanea, s e ri dono da energia do mundo.

“Existem, entretanto, dois tipos de silencio: o resultado da fadiga e que 6 a manifestagao de uma dissolugao, de uma desagregagao, e o silencio significativo da unidade que determina a harmonia da vida. O silencio reinante 6 a paz para aquele que reina. Quanto mais completa for a paz, mais poder a forga terd e maior ser£ a forga da agao. Desta

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