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4 DESCRIÇÃO DA ANÁLISE CENTRADA NA PRODUÇÃO DO GÊNERO

4.2 Comparação da distribuição das interferências: o deslocamento das

Com base no que analisamos até o presente momento, convém estabelecermos uma comparação entre os grupos do corpus: as 22 produções diagnóstico, 22 produções reescritas, além das 22 produções finais. Por meio das anotações do TraDisc, chegamos ao seguinte gráfico:

Gráfico 08: comparação da distribuição dos tipos de interferência nos grupos do corpus Fonte: autoria própria

O gráfico comprova, portanto, a alteração na presença das interferências linguísticas nos três grupos analisados. Devemos atentar para a redução da

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Diagnóstico Reescrita Produção final

Comparação da distribuição dos tipos

de interferência nos grupos do corpus

Transposição Hipercorreção Divergência

ocorrência da transposição, por exemplo, nas produções finais, o que comprova o deslocamento desses textos no contínuo de oralidade e escrituralidade, resultado das influências dos módulos de leitura trabalhados durante a intervenção.

Em valores numéricos disponibilizados pelo TraDisc, contabilizamos para a produção diagnóstico, 39,13 para a transposição; 15,89, para a hipercorreção; e 25,9, para a divergência. Para a reescrita, temos 30,58, para a transposição; 7,06, para a hipercorreção; e 36,09 para a divergência. Por fim, na última versão, temos 20,8, para a transposição; 2 para a hipercorreção; e 41,35, para a divergência.

Diante dos dados, podemos depreender que a maior incidência de interferências, como a de transposição nas produções para diagnóstico, sugere que o aluno ainda não consegue empregar adequadamente as variedades cultas. A presença da interferência de hipercorreção indica uma preocupação do produtor em corresponder às expectativas de um discurso da escrituralidade. Entretanto, pelo fato de não apresentar o conhecimento suficiente para tanto, este acaba por criar formas inexistentes, tanto no que tange à proximidade, quanto à distância comunicativa. Após a execução dos módulos de leitura e de escrita, fica evidente o progresso em relação ao esforço do aluno para empregar as variedades exigidas pelo contexto de produção, e afastar-se das formas da oralidade, através da redução das interferências de transposição e de hipercorreção, e o aumento da divergência na produção final.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Delimitamos, no inicio de nossa pesquisa, as seguintes questões que nortearam a investigação no âmbito do processo de ensino-aprendizagem: a escuta e a leitura de textos da esfera da escrituralidade, especificamente a jornalística, pode contribuir para a aquisição de variedades e tradições da distância comunicativa? E, pode uma proposta de sequência didática orientada pela escuta e leitura de gêneros jornalísticos e pela produção de artigos de opinião propiciar a aquisição de tais variedades e tradições? Em relação ao procedimento de análise, tivemos como questionamento: quais tipos de interferência linguística ocorrem nas produções dos alunos e o que revelam a respeito do espaço e deslocamento de tais textos no contínuo de oralidade e escrituralidade?

Como objetivos específicos de ensino, nosso trabalho buscou permitir ao aluno conhecer os usos das tradicionalidades e variedades linguísticas adequadas para o propósito comunicativo, a partir de seus conhecimentos prévios, por meio da leitura de textos como reportagens e artigos de opinião a respeito da Reforma do Ensino Médio no Brasil; identificar os usos das tradicionalidades e variedades linguísticas adequadas para o propósito comunicativo em questão e, por fim, empregar tais tradicionalidades e variedades linguísticas na produção do gênero artigo de opinião, por meio da retextualização e deslizamento de suas produções no contínuo de oralidade e de escrituralidade.

No que se refere aos objetivos específicos de análise, nossa pesquisa propôs-se investigar o deslocamento das produções do gênero artigo de opinião no contínuo de oralidade e de escrituralidade por meio da análise dos tipos de interferência linguístico-textual, segundo Kabatek (1997), sendo elas a de transposição, da hipercorreção e da divergência; identificar as ocorrências dos três tipos de interferência linguística nos dados do corpus; comparar a distribuição dos três tipos de interferência nos diferentes grupos de redações do corpus; e, finalmente, interpretar os resultados quanto ao possível deslocamento das produções textuais no contínuo de oralidade e de escrituralidade.

Com o intuito de responder a tais questionamentos e alcançar os objetivos citados, apresentamos a proposta de produção textual fundamentada no contínuo de oralidade e de escrituralidade, a partir de Koch e Oesterreicher (1990), tendo como objeto a influência das interferências linguísticas, segundo Kabatek (1997), enquanto sintoma de TD que evidenciam a proximidade e a distância comunicativa nas produções dos alunos. Para tanto, elaboramos um projeto de leitura e produção do gênero artigo de opinião, por meio do instrumento sequência didática, cujos módulos de leitura, de escrita e de divulgação contemplaram gêneros da esfera jornalística. Justificamos a escolha pelo gênero por sua pertinência para a expressão de um entendimento crítico e reflexivo de temas relevantes na sociedade, através de variedades cultas da língua, a exemplo da Reforma do Ensino Médio no Brasil, sancionada pelo governo federal no mesmo ano em que ocorreu a intervenção. A lei tem origem na Medida Provisória 746/2016, e causou, à época, inúmeras discussões acerca dos aspectos positivos e negativos de sua implantação, despertando o interesse e a curiosidade em nossos alunos, os quais passariam para o Ensino Médio no ano seguinte.

A respeito da verificação dos avanços das produções, organizamos o corpus, constituído por 66 (sessenta e seis) produções textuais, sendo 22 (vinte e duas) utilizadas para diagnóstico, mais 22 (vinte e duas) resultantes do processo de reescrita, e finalmente, 22 (vinte e duas) versões finais. A partir de uma análise comparativa, entre os três grupos, chegamos a importantes conclusões acerca da configuração dos dados nos três momentos de produção.

Nossa análise contou com a utilização do programa computacional TraDisc, com o objetivo de identificar a incidência das interferências linguísticas nos três grupos do corpus, para assim, traçar um perfil de cada texto, a partir das informações anotadas no programa. O TraDisc é um recurso computacional desenvolvido na Universität Tübingen, o qual foi criado para anotar corpora linguísticos em um formato XML. Em princípio, serve para identificar e anotar juntores (conectivos) em um corpus, podendo, entretanto, pode ser utilizado para outros tipos de anotações, a exemplo das interferências linguísticas, como propomos em nossa pesquisa. Seu manual está disponível em http://www.lingexp.uni-tuebingen.de/sfb441/b14/TraDisc-Handbuch_en.pdf.

Com base nas informações disponibilizadas, foi possível investigar, comparar e interpretar os dados que comprovaram o deslocamento das produções no contínuo, por meio dos gráficos gerados.

Com relação à produção diagnóstica, a maior incidência da interferência de transposição da oralidade comprova que o produtor ainda não consegue empregar adequadamente as variedades cultas. Como uma das possíveis razões, destacamos a ausência do hábito de leitura, resultando na dificuldade para aquisição, uma vez que apenas 5% dos alunos participantes da intervenção afirmaram ler habitualmente.

Quanto à reescrita, detectamos a redução de ocorrências na transposição e da hipercorreção, o que demonstra a influência dos módulos de leitura de textos em que as variedades cultas estejam presentes, fazendo com que o aluno empregue os conhecimentos adquiridos, apropriando-se da variedade própria da distância comunicativa.

No que se refere à versão final, podemos observar que a interferência linguística de divergência é bem mais presente que a de transposição e a de hipercorreção. Nesse sentido, destacamos a importância do trabalho com sequências didáticas, em que a versão final é produzida após a execução dos módulos de leitura e de escrita, resultando no afastamento do uso de formas da oralidade e, como consequência, na preferência por estruturas adequadas ao propósito comunicativo em questão. Quanto à divulgação, os textos foram publicados em um blog, cujo endereço é www.reformarounao.blogspot, enfatizando a importância de os alunos se apropriarem de características discursivas e linguísticas de gêneros diversos, em situações de comunicação real.

Diante dos resultados obtidos, podemos perceber avanços relevantes para o processo de escrita, considerando o contínuo de oralidade e de escrituralidade, uma vez que, por meio da verificação de gráficos, podemos constatar que os alunos procuraram substituir as interferências linguísticas que caracterizam a proximidade comunicativa por estruturas mais apropriadas ao contexto de produção. Em nossa intervenção, comprovamos que a leitura de textos da distância comunicativa influencia no aprimoramento da escrita dos alunos, muitas vezes marcado pela oralidade, haja vista ter ocorrido uma significativa redução das interferências de transposição, comparando as

versões iniciais e finais. Dessa forma, abordamos os conceitos de oralidade e de escrituralidade no ensino, considerando a perspectiva de que ambos estão em um contínuo, percorrendo diversos graus de formalidade.

Além disso, constatamos que o modelo de Tradições Discursivas traz contribuições teórico-metodológicas relevantes para o deslocamento das produções, assim como observamos, também, que a produção do gênero artigo de opinião pôde contribuir para a aquisição de tradicionalidades e de variedades linguísticas necessárias à escrita formal, através da leitura de textos da esfera jornalística voltados para essa finalidade.

Sugerimos, por meio dessa intervenção, um procedimento que venha a ser executado no espaço escolar, abordando a produção de textos com base nos gêneros sob a ótica do contínuo de oralidade e escrituralidade. Dessa forma, entendemos que este trabalho contribui, de forma prática, para a aquisição de variedades cultas por parte do aluno, através da leitura de textos em que tal variedade é vigente. Nosso propósito é que esta pesquisa possa apresentar uma possibilidade na abordagem didática do contínuo no espaço escolar, contribuindo para o conhecimento prático e teórico de quem tem interesse pelo tema.

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APÊNDICE

APÊNDICE A – FICHA PARA PERFIL IDENTITÁRIO

ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR VERÍSSIMO DE MELO

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA

PROFESSORA: FERNANDA FAUSTINO

PERFIL IDENTITÁRIO DA TURMA

NOME: _______________________________ IDADE: ______ SEXO:______

1) Você já foi reprovado alguma vez em sua trajetória

escolar?

Em caso afirmativo, quantas vezes?

2) O que você prefere fazer nas suas horas de

lazer?

APÊNDICE B – CADERNO DE PRODUÇÃO TEXTUAL

TEXTOS E EXERCÍCIOS DOS MÓDULOS DE LEITURA E DE ESCRITA

ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR VERÍSSIMO DE MELO

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA PROFESSORA: FERNANDA FAUSTINO TURMA: 9º ANO – ENSINO FUNDAMENTAL

CADERNO DE PRODUÇÃO TEXTUAL

GÊNERO ARTIGO DE OPINIÃO

ALUNO (A): ___________________________________________________________

NATAL-RN 2017

ATIVIDADE – PRODUÇÃO INICIAL/ DIAGNÓSTICO

COM BASE NAS REFLEXÕES PROPOSTAS PELO DOCUMENTÁRIO PRO DIA

NASCER FELIZ, ESCREVA UM TEXTO SOBRE SUAS IMPRESSÕES ACERCA DA

SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL, INCLUINDO SEUS CONHECIMENTOS E AS DISCUSSÕES EM SALA SOBRE A REFORMA DO ENSINO MÉDIO E SEUS IMPACTOS PARA OS ESTUDANTES.

1) NATAL

DISCIPLINA:

LÍNGUA PORTUGUESA ANO

TURMA TURNO: DATA:

TÍTULO:

ATIVIDADE – PRODUÇÃO TEXTUAL

PROFESSOR(A):

FERNANDA E.M. PROF. VERÍSSIMO

ATIVIDADE - REPORTAGEM

Leia a reportagem a seguir e faça o que se pede:

O maior problema da educação do Brasil

Metade dos jovens entre 15 e 17 anos não está matriculada no ensino médio. Pesquisa inédita mostra que a proporção dos que abandonaram a escola nessa etapa

saltou de 7,2% para 16,2% em 12 anos

Não é sempre que apenas uma estatística basta para dar um bom panorama da realidade. O mais comum é que seja preciso esmiuçar diversos números e informações para realmente compreender o que está em jogo. Quem se debruça sobre o ensino médio brasileiro, porém, se depara com uma única estatística que parece sintetizar, de forma clara, a desastrosa situação desta etapa da educação: a taxa de evasão escolar. Uma nova pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), com base em informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, revela que apenas metade dos jovens com idade entre 15 anos e 17 anos está matriculada no ensino médio. Pior: entre 1999 e 2011, a taxa de evasão nesta faixa mais que dobrou, saltando de 7,2% para 16,2%. Ainda que o número absoluto de alunos venha aumentando, segundo o Ministério da Educação, dados de evasão como esses criam um senso de urgência que se sobrepõe a tudo. “Chama a atenção a dificuldade de enfrentamento da crise do ensino médio”, resume o estudo. “A despeito das reformas, os resultados das avaliações nacionais continuam surpreendendo negativamente os responsáveis pela condução da política educacional brasileira”, conclui.

1) NATAL

DISCIPLINA:

LÍNGUA PORTUGUESA ANO

TURMA TURNO: DATA:

TÍTULO:

LEITURA E INTERPRETAÇÃO

PROFESSOR(A):

FERNANDA E.M. PROF. VERÍSSIMO

ARREPENDIMENTO

A evasão é grande, mas a maioria pensa em voltar à escola

A evasão, nesse contexto, é menos causa que consequência dessa crise. Ela é a parte visível de um conjunto de problemas conhecidos há décadas, mas sobre os quais nenhum governo tem feito o suficiente. “A crise é inquestionável e não podemos mais adiar o enfrentamento de um problema tão grave”, diz Maria de Salete Silva, coordenadora do programa de educação do Fundo das Nações Unidas para a Infância, no Brasil (Unicef). “O ensino médio é o maior desafio da educação do País.” Currículo inchado, com disciplinas demais para tempo de menos, ausência de um programa de ensino técnico integrado a essa etapa escolar, baixa remuneração dos professores e,