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Composição da variância do crescimento das empresas da divisão D

5.3 A composição da variância das taxas de crescimento

5.3.1 Composição da variância do crescimento das empresas da divisão D

A análise para a divisão D – manufatura apresentou resultados relativamente similares aos da amostra total já que a maior parte das observações da amostra total é de empresas desta classificação.

Os resultados da composição da variância das taxas de crescimento da receita estão apresentados na Tabela 14 para o ramo de negócios expresso como o SIC agregado ao terceiro dígito e na Tabela 15 para o ramo de negócios expresso como o SIC agregado ao segundo dígito. Os resultados para os índices de crescimento de ativos totais estão apresentados na Tabela 16 e na Tabela 17.

Tabela 14 - A composição da variância das taxas de crescimento da receita total para SIC agregado ao terceiro dígito da divisão D - manufatura

Taxa anual Taxa composta 2

anos Taxa composta 3 anos Ano 19.635 4.2% 14.503 3.7% 5.18 1.6% Empresa 77.833 16.5% 112.764 29.2% 138.375 43.1% País 28.845 6.1% 32.333 8.4% 34.991 10.9%

Ramo de neg. (SIC3) 6.497 1.4% 6.710 1.7% 5.349 1.7%

Modelo 132.810 28.1% 166.310 43.0% 183.895 57.3%

Variância não explicada 346.871 73.4% 223.296 57.7% 135.011 42.1%

Total 479.681 100.0% 389.606 100.0% 318.906 100.0%

Fonte: análise do autor.

Tabela 15 - A composição da variância das taxas de crescimento da receita total para SIC agregado ao segundo dígito da divisão D - manufatura

Taxa anual Taxa composta 2

anos Taxa composta 3 anos Ano 18.447 3.9% 13.163 3.4% 4.602 1.4% Empresa 78.260 16.6% 113.337 29.3% 138.012 43.0% País 32.364 6.9% 37.449 9.7% 39.881 12.4%

Ramo de neg. (SIC2) 3.392 0.7% 4.584 1.2% 6.281 2.0%

Modelo 132.463 28.0% 168.533 43.6% 188.776 58.9%

Variância não explicada 339.977 72.0% 218.271 56.4% 131.946 41.1% Total 472.440 100.0% 386.804 100.0% 320.722 100.0%

Tabela 16 - A composição da variância das taxas de crescimento dos ativos totais para SIC agregado ao terceiro dígito da divisão D - manufatura

Taxa anual Taxa composta 2

anos Taxa composta 3 anos Ano 15.718 3.7% 12.16 3.2% 4.146 1.2% Empresa 67.441 15.9% 105.553 27.4% 136.375 39.8% País 35.892 8.5% 43.858 11.4% 44.381 13.0%

Ramo de neg. (SIC3) 4.174 1.0% 4.331 1.1% 6.479 1.9%

Modelo 123.225 29.0% 165.902 43.1% 191.381 55.9%

Variância não explicada 301.232 71.0% 219.26 56.9% 151.033 44.1% Total 424.457 100.0% 385.162 100.0% 342.414 100.0%

Fonte: análise do autor.

Tabela 17 - A composição da variância das taxas de crescimento dos ativos totais para SIC agregado ao segundo dígito da divisão D - manufatura

Taxa anual Taxa composta 2

anos Taxa composta 3 anos Ano 14.479 3.5% 10.995 2.9% 3.689 1.1% Empresa 65.812 15.8% 104.396 27.2% 135.461 39.4% País 37.854 9.1% 49.631 12.9% 51.04 14.8%

Ramo de neg. (SIC2) 1.815 0.4% 3.339 0.9% 5.618 1.6%

Modelo 119.96 28.8% 168.361 43.9% 195.808 56.9%

Variância não explicada 296.222 71.2% 215.46 56.1% 148.293 43.1% Total 416.182 100.0% 383.821 100.0% 344.101 100.0%

Fonte: análise do autor.

As composições de variância não foram afetadas pelas diferentes níveis de agrupamento das classificações SIC. As diferenças entre as composições obtidas para os dois casos foram muito similares não diferindo em mais de dois pontos percentuais para cada componente. Foi também observada uma elevada convergência entre os dois tipos de variáveis de crescimento: as taxas de crescimento da receita e as taxas de crescimento dos ativos totais.

A variância total explicada pelo modelo seguiu o padrão obtido para a amostra total. No caso das variáveis anuais, ela ficou entre 28,0 e 29,0%, subindo para 43,0 a 43,9% quando das taxas compostas de dois anos e atingindo 55,9 a 58,9% quando das taxas compostas de três anos, superando, neste último caso, o poder explicativo dos modelos feitos com os índices de rentabilidade.

O efeito empresa individual foi claramente o efeito dominante em todas as análises, sendo várias vezes maior do que o segundo efeito mais importante, o país. O efeito empresa pareceu ser sempre levemente maior quando se analisou as taxas de

crescimento da receita em relação às taxas de crescimento dos ativos totais, mas as diferenças foram de apenas alguns pontos percentuais.

O efeito país apareceu como o segundo maior efeito também com uma larga margem em relação aos demais. Ele variou de 6,1 a 9,1% da variância total para as taxas anuais chegando a 10,9 a 14,8% para as taxas compostas de três anos. Estes percentuais são um pouco superiores aos equivalentes da amostra total. Os valores para o nível de agregação do SIC de dois dígitos foram sempre superiores aos valores calculados para o nível de agregação de três dígitos. O efeito país foi também maior para as taxas de crescimento de ativos totais do que para as taxas de crescimento da receita, com um comportamento inverso do efeito empresa. Para o crescimento dos ativos totais, portanto, o país importa um pouco mais e a empresa individual um pouco menos do que para o crescimento da receita.

O efeito ramo de negócios foi sempre muito pequeno, nunca superando dois pontos percentuais. Como era de se esperar, ele foi levemente maior quando do nível de agregação do SIC com três dígitos em relação ao de dois dígitos já que o primeiro representa uma especificação mais detalhada do ramo de negócios. É possível que isto seja uma indicação que se fosse possível avaliar o SIC com o nível de 4 dígitos, a participação do ramo de negócios seria mais relevante, como já comentado anteriormente.

O efeito ano foi também muito pequeno e ainda sofreu uma redução com a agregação no tempo das taxas compostas quando parte da variabilidade ano a ano é atenuada pela agregação. O comportamento foi muito similar ao da amostra total.

A inclusão das interações no modelo não afetou radicalmente esta composição. A análise do modelo com as interações ano x país, ano x ramo de negócios e país x ramo de negócios é apresentada na Tabela 18 para o caso das variáveis de crescimento composto em três anos e SIC agregado ao terceiro dígito. A análise para as demais variáveis e para o nível de agregação do SIC de dois dígitos não indicaram um comportamento divergente e não são apresentadas por pouco acrescentarem às conclusões.

Tabela 18 - Composição da variância das taxas de crescimento compostas em três anos para o nível de agregação do SIC de três dígitos com as interações entre os efeitos, divisão D

CRESCREC3 CRESCAT3

Ano 1.636 0.5% 3.109 0.9%

Empresa 142.296 44.2% 139.006 40.5%

País 29.130 9.0% 31.908 9.3%

Ramo de negócios (SIC3) 5.243 1.6% 4.803 1.4%

Ano*País 14.265 4.4% 22.824 6.6%

Ano*Ramo de negócios 2.077 0.6% 2.471 0.7% País*Ramo de negócios 5.993 1.9% 2.239 0.7%

Modelo 200.640 62.3% 206.36 60.1%

Variância não explicada 121.644 37.7% 137.019 39.9%

Total 322.284 100.0% 343.379 100.0%

Fonte: análise do autor.

A variância total explicada pelo modelo com as interações foi superior ao modelo simples em aproximadamente 5 pontos percentuais. Apenas a interação ano x país indicou valores relevantes com 4,4% e 6,6% da variância total para o crescimento da receita e dos ativos totais respectivamente. Esta interação, nos dois casos, foi o terceiro efeito mais relevante e representou um efeito transiente do país reforçando a sua importância. No caso do crescimento de ativos, por exemplo, o país chegou a representar, se somarmos sua influência direta com a transiente, 15,9% da variância total, um percentual significativo quando comparado aos 40,5% da influência da empresa individual.

5.3.2 A composição da variância da taxa de crescimento das empresas

da divisão A – agricultura, produtos florestais e pesca

Esta foi a menor amostra em termos de número de observações e, portanto, os resultados devem ser tomados com alguma reserva em relação aos demais. No caso desta divisão, não foi possível usar o nível de agregação do SIC com três dígitos. As empresas estavam originalmente classificadas em grupos agregados ao nível de dois dígitos. A Tabela 19 e a Tabela 20 apresentam os resultados obtidos.

Tabela 19 - A composição da variância das taxas de crescimento da receita total na divisão A - agricultura, produtos florestais e pesca

Taxa anual Taxa composta 2 anos Taxa composta 3 anos

Ano 17.407 2.8% 27.996 6.2% 27.973 5.9%

Empresa 58.851 9.6% 112.39 24.8% 118.626 25.1%

País 59.038 9.6% 22.049 4.9% 127.707 27.0%

Ramo de neg. (SIC2) 13.572 2.2% 18.673 4.1% 30.091 6.4%

Modelo 148.868 24.2% 181.108 39.9% 304.397 64.3%

Variância não explicada 465.325 75.8% 272.882 60.1% 168.938 35.7% Total 614.193 100.0% 453.990 100.0% 473.335 100.0%

Fonte: análise do autor.

Tabela 20 - A composição da variância das taxas de crescimento dos ativos totais na divisão A - agricultura, produtos florestais e pesca

Taxa anual Taxa composta 2 anos Taxa composta 3 anos

Ano 39.121 9.9% 33.139 9.8% 31.049 8.5%

Empresa 40.441 10.3% 101.38 29.8% 109.428 30.0%

País 3.21 0.8% 10.697 3.1% 58.651 16.1%

Ramo de neg. (SIC2) 19.393 4.9% 12.726 3.7% 15.266 4.2%

Modelo 102.165 25.9% 157.942 46.5% 214.394 58.7%

Variância não explicada 291.556 74.1% 181.883 53.5% 150.56 41.3% Total 393.721 100.0% 339.825 100.0% 364.954 100.0%

Fonte: análise do autor.

A variância total explicada pelo modelo ficou ora superior ora inferior ao obtido para manufatura dependendo do índice e do nível de agregação no tempo considerado. A convergência entre os resultados do crescimento de receita e de ativos foi também inferior às demais divisões. Estes fatos devem relacionar-se ao número relativamente pequeno de observações que compuseram esta divisão.

O fato mais marcante nesta divisão foi a relevância do efeito país que chegou a superar levemente o efeito firma, explicando 27,0% da variância total da taxa de crescimento das receitas totais composta de três anos, enquanto o efeito firma foi de 25,1%. Quando se analisou a taxa de crescimento dos ativos totais, o efeito país pareceu, contudo, um pouco menos relevante. Na taxa anual ele praticamente não teve efeito e na taxa composta de três anos ele atingiu 16,1%.

O efeito empresa individual seguiu sendo um efeito muito relevante, e foi o maior no caso do crescimento dos ativos totais.

O efeito ramo de negócios também pareceu ser mais relevante nesta divisão do que o foi na divisão de manufatura variando entre 2,2 e 6,4%.

O efeito ano apresentou um comportamento irregular também com pouca convergência entre crescimento da receita e crescimento dos ativos totais. No caso deste último, ele foi bastante relevante variando entre 9,9 e 8,5%, com uma redução bastante pequena com o nível de agregação no tempo. No caso do crescimento da receita, a agregação no tempo aumentou o efeito ano. Novamente, o número limitado de observações pode ser a causa deste comportamento.

De forma geral, a composição da variância do crescimento desta divisão pareceu ser claramente diferente da média e da observada no setor manufatura. Existiu uma maior distribuição de importância entre os vários efeitos com o país, ramo de negócios e ano assumindo uma maior participação na explicação total da variância. O efeito país teve um papel muito mais relevante.

A análise desta divisão com o modelo com as interações está apresentada na Tabela 21. O modelo com as interações conseguiu explicar um maior percentual da variância total, neste caso aumentando este percentual em aproximadamente 8 pontos percentuais em ambos os casos.

Tabela 21 - Composição da variância das taxas de crescimento compostas em três anos para o nível de agregação do SIC de dois dígitos com as interações entre os efeitos para a divisão A

CRESCREC3 CRESCAT3

Ano 10.767 2.3% 13.14 3.6%

Empresa 112.260 23.8% 116.677 31.6%

País 31.020 6.6% 30.066 8.1%

Ramo de negócios (SIC2) 24.345 5.2% 12.678 3.4%

Ano*País 41.738 8.9% 31.455 8.5%

Ano*Ramo de negócios 10.738 2.3% 24.878 6.7% País*Ramo de negócios 108.304 23.0% 18.888 5.1%

Modelo 339.172 72.0% 247.782 67.1%

Variância não explicada 132.034 28.0% 121.616 32.9%

Total 471.206 100.0% 369.398 100.0%

Fonte: análise do autor.

Quase todas as interações capturaram algum percentual relevante da variância total. O ponto mais notável foi novamente o caso do efeito país. No caso da taxa de crescimento dos ativos (CRESCREC3), a interação país x ramo de negócios atingiu

23,0% da variância total. O país também exerceu sua influência através da interação com o ano (8,9%) e diretamente com 6,6%. Pode-se, portanto afirmar que a influência total do país no crescimento das receitas das empresas desta divisão chegou a 38,5% da variância total, sendo claramente o efeito mais relevante. Este comportamento não apareceu com a mesma intensidade quando se considerou o crescimento dos ativos totais. A mesma somatória desenvolvida anteriormente chegou, neste caso a 21,7% que, embora inferior, não deixa de ser uma influência relevante.

5.3.3 A composição da variância da taxa de crescimento das empresas

da divisão B – mineração

A divisão B (mineração) representa a segunda menor amostra do estudo, mas já apresentou cerca de três vezes mais observações do que a divisão A, analisada na seção anterior. Os resultados estão apresentados na Tabela 22 e na Tabela 23 para as taxas de crescimento da receita e na Tabela 24 e Tabela 25 para as taxas de crescimento de ativos totais.

Tabela 22 - A composição da variância das taxas de crescimento da receita total para SIC agregado ao terceiro dígito da divisão B - mineração

Taxa anual Taxa composta 2 anos Taxa composta 3 anos

Ano 72.765 8.2% 42.877 5.9% 14.191 2.2%

Empresa 83.368 9.4% 144.675 19.8% 252.898 39.1%

País 26.394 3.0% 13.625 1.9% 16.550 2.6%

Ramo de neg. (SIC3) 19.449 2.2% 46.523 6.4% 34.124 5.3%

Modelo 201.976 22.7% 247.700 33.9% 317.763 49.2%

Variância não explicada 686.710 77.3% 483.804 66.1% 328.736 50.8% Total 888.686 100.0% 731.504 100.0% 646.499 100.0%

Tabela 23 - A composição da variância das taxas de crescimento da receita total para SIC agregado ao segundo dígito da divisão B - mineração

Taxa anual Taxa composta 2 anos Taxa composta 3 anos

Ano 72.645 8.2% 42.869 5.8% 14.153 2.2%

Empresa 81.64 9.2% 143.009 19.5% 252.373 38.6%

País 28.986 3.3% 15.782 2.2% 15.497 2.4%

Ramo de neg. (SIC2) 19.651 2.2% 47.801 6.5% 43.69 6.7%

Modelo 202.922 22.8% 249.461 34.0% 325.713 49.8%

Variância não explicada 686.896 77.2% 483.798 66.0% 328.69 50.2% Total 889.818 100.0% 733.259 100.0% 654.403 100.0%

Fonte: análise do autor.

Tabela 24 - A composição da variância das taxas de crescimento dos ativos totais para SIC agregado ao terceiro dígito da divisão B - mineração

Taxa anual Taxa composta 2 anos Taxa composta 3 anos

Ano 24.981 4.1% 28.014 4.6% 30.561 5.3%

Empresa 93.861 15.3% 166.020 27.2% 208.628 36.3%

País 0.000 0.0% 0.000 0.0% 0.000 0.0%

Ramo de neg. (SIC3) 49.678 8.1% 60.391 9.9% 75.678 13.2%

Modelo 168.520 27.6% 254.425 41.7% 314.867 54.8%

Variância não explicada 443.124 72.4% 355.562 58.3% 259.309 45.2% Total 611.644 100.0% 609.987 100.0% 574.176 100.0%

Fonte: análise do autor.

Tabela 25 - A composição da variância das taxas de crescimento dos ativos totais para SIC agregado ao segundo dígito da divisão B - mineração

Taxa anual Taxa composta 2 anos Taxa composta 3 anos

Ano 24.805 4.1% 27.88 4.7% 30.19 5.5%

Empresa 95.464 15.8% 171.842 28.8% 222.616 40.4%

País 1.276 0.2% 0.000 0.0% 0.000 0.0%

Ramo de neg. (SIC2) 38.257 6.3% 41.916 7.0% 38.432 7.0%

Modelo 159.802 26.5% 241.638 40.4% 291.238 52.9%

Variância não explicada 443.413 73.5% 355.817 59.6% 259.689 47.1% Total 603.215 100.0% 597.455 100.0% 550.927 100.0%

Fonte: análise do autor.

A variância total explicada pelo modelo ficou entre 49,8 e 54,8% com boa convergência entre os diferentes níveis de SIC. Ela foi um pouco mais alta no caso das taxas de crescimento de ativos totais do que no caso das taxas de crescimento da receita.

A convergência entre as diferentes operacionalizações da taxa de crescimento, receita e ativos totais, não foi tão boa. No caso das taxas de crescimento dos ativos totais, o efeito país apresentou, quase sempre, uma variância negativa, que não têm significado e é causada por uma inadequação do modelo aos dados, ou que a

variância associada ao efeito tem valor nulo. O valor da tabela foi colocado como zero nestes casos, como a melhor aproximação possível.

O efeito empresa individual foi sempre o efeito mais relevante e com percentuais da variância explicada muito similares ao encontrado para a divisão manufatura.

O efeito país foi relativamente pequeno e apresentou um comportamento distinto no caso de crescimento dos ativos totais em comparação com o crescimento da receita. No caso do crescimento da receita, ele variou entre 1,9 a 5,6% e no caso do crescimento dos ativos totais, as estimativas foram levemente negativas levando-nos a considerar que, neste modelo, não existe efeito país para o crescimento de ativos totais.

O efeito ramo de negócios foi, em geral, mais relevante do que em outras divisões. A sua participação, contudo, apresentou razoáveis variações dependendo do indicador e do nível de agregação considerado. Para as taxas de crescimento da receita ele foi o segundo fator mais importante na taxa composta de três anos ficando entre 5,9 e 6,7% da variância total. No caso da taxa de crescimento dos ativos totais, ele foi ainda mais importante e muito sensível ao nível de agregação do SIC. Quando do caso do SIC agregado ao terceiro dígito, a definição mais precisa de ramo de negócio possível com estes dados, ele chegou a atingir 13,2% da variância total para a taxa composta de três anos.

O efeito ano foi, em geral, mais relevante do que ocorreu com a divisão manufatura. A redução da relevância do ano pela agregação no tempo das taxas compostas foi visível no caso das taxas de crescimento da receita, mas não pôde ser observada nas taxas de crescimento dos ativos totais.

De forma geral, pode-se dizer que esta divisão B (mineração) apresentou uma maior influência do ramo de negócios e do ano, e uma menor influência do país na dispersão das taxas de crescimento. No caso das taxas de crescimento dos ativos totais, estas tendências foram ainda mais intensas do que no caso das taxas de crescimento das receitas.

O modelo com as interações está apresentado na Tabela 26. A inclusão das interações não aumentou de forma significativa o poder explicativo do modelo. Vários dos componentes de variância calculados apresentaram valores negativos e foram considerados como zero na tabela. Isto indica uma inadequação do modelo para representar a estrutura da variância desta divisão.

Tabela 26 - Composição da variância das taxas de crescimento compostas em três anos para o nível de agregação do SIC de três dígitos com as interações entre os efeitos para a divisão B

CRESCREC3 CRESCAT3

Ano 8.793 1.4% 8.586 1.5%

Empresa 264.708 41.8% 213.283 38.5%

País 11.292 1.8% 0.000 0.0%

Ramo de negócios (SIC3) 20.835 3.3% 66.554 12.0%

Ano*País 0.000 0.0% 0.000 0.0%

Ano*Ramo de negócios 13.132 2.1% 28.017 5.1%

País*Ramo de negócios 0.000 0.0% 0.000 0.0%

Modelo 318.760 50.3% 316.440 57.0%

Variância não explicada 315.049 49.7% 238.246 43.0%

Total 633.809 100.0% 554.686 100.0%

Fonte: análise do autor.

As interações, em geral, não foram muito relevantes. Todas as interações onde estava incluído o fator país apresentaram resultados negativos. A interação ano x ramo de negócios apenas deslocou variância que estava anteriormente associada ao ano ou ao ramo de negócios de forma isolada para este efeito de interação que chegou a representar 5,1% no caso do crescimento dos ativos totais. O modelo com interações não altera fundamentalmente a interpretação da variância obtida no modelo mais simples.

5.3.4 A composição da variância da taxa de crescimento das empresas

da divisão C – construção

A divisão C (construção) teve uma amostra com um maior número de observações do que a divisão B (mineração). Em especial, no caso do nível de agregação do SIC de dois dígitos ela contemplou aproximadamente o dobro do número de observações da divisão B. Os resultados da análise de composição da variância

estão apresentados na Tabela 27 e na Tabela 28 para as taxas de crescimento da receita e na Tabela 29 e Tabela 30 para o crescimento dos ativos totais.

Tabela 27 - A composição da variância das taxas de crescimento da receita total para SIC agregado ao terceiro dígito da divisão C - construção

Taxa anual Taxa composta 2 anos Taxa composta 3 anos

Ano 4.935 1.0% 2.811 0.7% 1.927 0.6%

Empresa 97.395 18.9% 137.819 33.1% 112.395 35.5%

País 36.676 7.1% 73.755 17.7% 90.402 28.6%

Ramo de neg.(SIC3) 3.583 0.7% 5.336 1.3% 1.957 0.6%

Modelo 142.589 27.7% 219.721 52.8% 206.681 65.3%

Variância não explicada 371.914 72.3% 196.701 47.2% 109.961 34.7% Total 514.503 100.0% 416.422 100.0% 316.642 100.0%

Fonte: análise do autor.

Tabela 28 - A composição da variância das taxas de crescimento da receita total para SIC agregado ao segundo dígito da divisão C - construção

Taxa anual Taxa composta 2 anos Taxa composta 3 anos

Ano 6.139 1.1% 6.086 1.4% 4.061 1.2%

Empresa 71.415 13.3% 101.396 23.3% 100.882 29.0%

País 69.265 12.9% 109.08 25.1% 115.74 33.2%

Ramo de neg.(SIC2) 0 0.0% 0.76 0.2% 0.823 0.2%

Modelo 146.819 27.4% 217.322 50.0% 221.506 63.6%

Variância não explicada 388.554 72.6% 217.477 50.0% 126.781 36.4% Total 535.373 100.0% 434.799 100.0% 348.287 100.0%

Fonte: análise do autor.

Tabela 29 - A composição da variância das taxas de crescimento dos ativos totais para SIC agregado ao terceiro dígito da divisão C - construção

Taxa anual Taxa composta 2 anos Taxa composta 3 anos

Ano 5.653 1.3% 1.756 0.4% 0 0.0%

Empresa 113.721 26.4% 161.316 39.6% 134.292 42.3%

País 46.115 10.7% 80.494 19.8% 71.401 22.5%

Ramo de neg.(SIC3) 7.237 1.7% 4.096 1.0% 4.601 1.5%

Modelo 172.726 40.0% 247.662 60.8% 210.294 66.3%

Variância não explicada 258.57 60.0% 159.541 39.2% 106.809 33.7% Total 431.296 100.0% 407.203 100.0% 317.103 100.0%

Fonte: análise do autor.

Tabela 30 - A composição da variância das taxas de crescimento dos ativos totais para SIC agregado ao segundo dígito da divisão C - construção

Taxa anual Taxa composta 2 anos Taxa composta 3 anos

Ano 7.641 2.0% 5.122 1.4% 2.313 0.7%

Empresa 83.39 21.7% 116.317 32.3% 110.288 35.6%

País 38.665 10.0% 70.263 19.5% 85.683 27.6%

Ramo de neg.(SIC2) 0.000 0.0% 0.000 0.0% 0.000 0.0% Modelo 129.696 33.7% 191.70 53.2% 198.28 64.0% Variância não explicada 255.26 66.3% 168.405 46.8% 111.675 36.0% Total 384.956 100.0% 360.107 100.0% 309.959 100.0%

A variância total explicada pelo modelo foi claramente mais elevada nesta divisão do que na divisão manufatura atingindo valores entre 63,6 e 66,3% da variância total para o caso das taxas compostas em três anos. Mesmo no caso dos outros níveis de agregação no tempo, o total da variância explicada foi, em geral, claramente superior ao que ocorreu na divisão manufatura indicando uma maior regularidade no padrão de dispersão das taxas de crescimento.

A convergência dos resultados entre os diferentes níveis de agregação do SIC foi razoável, mas apresentou algumas diferenças o que não é inesperado dadas as diferenças de tamanho e composição das amostras. As principais diferenças são comentadas quando discutidos os efeitos individualmente.

Quando se compara as taxas de crescimento da receita com as taxas de crescimento dos ativos, verifica-se que a variância total explicada pelo modelo foi, em geral, maior no caso destas últimas. A convergência das composições foi bastante razoável.

O ponto mais relevante nesta divisão foi a importância do efeito país. Ele chegou a rivalizar com o efeito empresa individual e até a superá-lo em alguns casos. No caso do crescimento da receita para o SIC de dois dígitos, ele chegou a atingir 33,2% da variância total, mais do que os 29,0% correspondentes ao efeito empresa. A influência do país foi maior quando a análise foi feita para o SIC agregado ao segundo dígito do que para o SIC agregado ao terceiro dígito. No caso das taxas compostas de três anos, a importância do fator país foi maior no caso das taxas de crescimento da receita do que nas taxas de crescimento dos ativos totais.

Dominados pelos efeitos empresa e país, os demais efeitos (ano e ramo de negócios) tiveram influências praticamente insignificantes e em alguns casos apresentam valores negativos que foram considerados como nulos.

De forma geral, as taxas de crescimento nesta divisão C (construção) apresentaram uma menor aleatoriedade. A explicação da variância acabou ficando praticamente dividida entre o efeito empresa e o efeito país. No caso das taxas de crescimento da

receita, esta equiparação dos efeitos foi mais pronunciada enquanto que, no caso das taxas de crescimento dos ativos totais, o efeito empresa individual ainda predominou. Os demais efeitos foram praticamente inexistentes.

O modelo com as interações foi, neste caso, muito eficiente em explicar a composição da variância. O percentual da variância explicada pelo modelo subiu 12 a 14 pontos percentuais atingindo 77,5% para o crescimento da receita e 80,8% para o crescimento dos ativos totais.

Tabela 31 - Composição da variância das taxas de crescimento compostas em três anos para o nível de agregação do SIC de três dígitos com as interações entre os efeitos para a divisão C