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A informação pública, correntemente chamada de jornalismo, designa a transformação de um dado acontecimento em notícia e a sua posterior difusão junto do público, através de meios escritos, falados, filmados, ou das novas tecnologias (Lampreia, 1999).

Numa era da globalização, em que as fronteiras se esbateram e a informação circula livremente e por vários meios, o avanço tecnológico possibilitou um novo comportamento uma vez que a sociedade, por si só, se tornou digital, transformando-se a

internet num poderoso meio de comunicação (Mendes, 2009). Num contexto de profundas alterações comunicacionais, o

jornalismo online começa a ganhar o seu espaço, demarcando-

se do jornalismo tradicional, funcionando como uma espécie de elemento complementar em relação ao seu antecessor.“ A rádio diz, a televisão mostra, o jornal explica e a internet diz, mostra, explica e ainda possui uma linguagem própria (Canavilhas,

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Enquanto os media tradicionais subjugavam o utilizador à

passividade, decorrente de uma pré-escolha dos conteúdos, os meios digitais vieram aumentar o fluxo de informações, na medida em que primam pela descentralização e universalidade (Lemos, 1998). Estes permitem a comunicação individualizada, personalizada e além do mais, bidirecional e em tempo real.

Na Web, os produtos jornalísticos podem ser atualizados

constantemente e o espaço que a informação ocupa não é problema, pois os custos não são muito elevados em termos comparativos com outros meios. Este último fator implica diretamente a característica memória, pois sem esta possibilidade de armazenamento os webjornais não poderiam disponibilizar os seus arquivos, como acontece em alguns casos

(Lemos, 1998). No webjornal, as notícias são disponibilizadas

numa proposição multi-linear, através de células informativas

conectadas por links. Tais células podem ser constituídas de

textos, sons ou imagens (Salaverría, 2001).

Também com relação ao espaço, já que este é bem maior do que as páginas do jornal impresso e do tempo em rádio e televisão, questiona-se até que ponto este fator irá influenciar na valoração e hierarquização das notícias no processo de edição, uma vez que o espaço do produto jornalístico pode ser bem maior (Mielniczuk, 2003).

Esta mesma linha de pensamento é seguida por Vieira (2007), que enumera oito elementos que considera distinguirem internet

dos restantes media: (i) é um mecanismo para a disseminação

de informação a uma escala sem precedentes; (ii) é um sistema interativo; (iii) a capacidade de difusão é universal; (iv) o alinhamento da informação está sempre em aberto (possui maior capacidade de resposta em relação à atualidade); (v) a distância torna-se irrelevante; (vi) a diversidade é maior; (vii) é o mais democrático dos meios de comunicação.

Abordamos aqui várias características da comunicação desenvolvida para a internet. Bardoel & Deuze (1999)

apontam quatro elementos que caracterizam o webjornalismo:

interatividade, customização de conteúdo, hipertextualidade e multimidialidade. Palacios (2000), com a mesma preocupação, estabelece seis características: multimidialidade/convergência, interatividade, hipertextualidade, personalização, memória e atualização contínua.

Concluímos assim, que a comunicação se encontra num processo de mudança de paradigma (devido às novas tecnologias), no

qual a informação está disponível para todos. A internet pode

ser entendida como uma conjugação da televisão, dos jornais e revistas e do rádio, num só meio, por outro permite segmentar e personalizar a mensagem, logo a comunicação, indicando

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Figura I - Análise dos nichos de recetores ativos dos clubes de Futebol (Castels, 2003)

Figura II - Esquema de cibermarketing para o futebol de (Beech, et al., 2000a) adaptado para a realidade atual.

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27 a evolução da sociedade de massas para a sociedade de

segmentos, ou individualizada (Mendes, 2009). Os interesses são diferenciados, e nos dias de hoje é possível identificar que a sociedade se reorganiza em nichos de recetores ativos (fig. I), afoitos pela interação com interfaces digitais (Borba, 2008a). O produto das novas tecnologias de comunicação, possibilitam a divulgação da informação diversificada e especializada, de tal modo que o público-alvo se fragmenta cada vez mais segundo as suas ideologias, os valores, os gostos e os estilos de vida (Castels, 2003).

É exatamente neste contexto em que as empresas se encontram a trabalhar para corresponder aos seus objetivos e alcançar

o sucesso. Através da internet, ficou muito mais fácil realizar

operações em tempo real e alterar online as informações

disponíveis. Nas novas oportunidades originadas pela internet, estão em contacto direto com o público em geral criando interatividade e com um tempo de resposta quase imediato (Mielniczuk, 2003). As organizações tiveram de se adaptar de forma a continuarem a relacionar-se com os seus públicos, mas de uma forma que até então não existia. Assim sendo, a internet começou a ganhar contornos e a produzir alterações a todos os níveis de forma a criar mais interatividade com todos os públicos (Mendes, 2009).

Atualmente, basta um clique para aceder a informação sobre os mais variados temas, atividades, instituições, produtos e serviços. Neste mundo globalizado, em que somos bombardeados constantemente com informação, uma organização distingue-se pelo tipo de comunicação que utiliza e como veicula a informação que considera pertinente.

As novas tecnologias trouxeram para a vida de todos os dias uma maior capacidade de comunicação, e parece irreversível que a organização do futuro será muito mais baseada nas técnicas de comunicação interna e externa do que no passado. Para isso as organizações têm de se preparar por forma a poderem dar respostas capazes que criem condições físicas e culturais que desenvolvam novas formas de relacionamento entre os seus membros e o exterior (Sarmento, s/d).

Com o aparecimento dos primeiros websites empresariais,

os clubes desportivos também sentiram a necessidade em criar online uma porta de entrada aos seus visitantes, clubes

e adeptos (Mendes, 2009). O site organizacional torna-se

também para estas instituições um importante instrumento de comunicação pois é uma maneira rápida e eficaz de oficializar

e publicar informações. A empresa emprega o ciberespaço para

a investigação, elaboração e, muito especialmente, difusão de conteúdos jornalísticos (Aliaga & Noci, 2003) desta forma as empresas tornaram possível o acesso imediato à informação, e

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em tempo real.

Site organizacional ou homepage pode ser sinónimo de “portal

de informações corporativas”, “portal de negócios”, ou “portal de informações empresariais”. Ou seja, o principal propósito da

homepage será “gerir as informações necessárias aos negócios de uma instituição, seja ela um portal de apoio a decisão ou de processamento corporativo” (Cláudia, 2003).

É da responsabilidade dos serviços de comunicação da empresa ou instituição trabalhar na página oficial de internet de forma a manter os seus seguidores atualizados.

É também importante referir que as notícias são uma ação de comunicação muito importante na medida em que proporciona conhecimento e informação acerca do seu próprio clube. Assim

todos os cibernautas e adeptos conseguem aceder aos websites

dos clubes e manterem-se atualizados acerca dos assuntos referentes ao clube. Todas as informações devem ser recentes e devidamente atualizadas (Mendes, 2009). As informações são conteúdos básicos para um portal no século XXI. Até mesmo

os ambientes web corporativos meramente institucionais se

preocupam com isto. Os clubes desportivos não são exceção. Assim sendo, novidades sobre o plantel e estatísticas da temporada são itens imperativos, pois antes de se tornar um

utilizador no site, o internauta quer saber quais são os próximos

jogos, quer saber do desempenho do clube nas diversas competições em que participa, quer saber como andam as finanças e as transferências (Borba, 2008b).

Beech et al. (2000a) sugere que as primeiras ações a ganharem

atenção no planeamento do website são as que constituem

o nicho da informação – notícias do clube, estatísticas da temporada, agenda de jogos, informação institucional, divulgação dos patrocinadores, entre outros, são itens vistos

como fundamentais e de fácil execução no universo dos bits.

Uma vez que a velocidade, o baixo custo e a interatividade por multimeios jogam a favor da organização, os pesquisadores consideram que os conteúdos de informação tendem a ser tanto formal como factual, detalhando próximos eventos e fornecendo informações, como por exemplo, conclusões de transferências de jogadores. Isto contrasta com os portais não oficiais do clube, nos quais as notícias são baseadas em especulações e em informações sem um embasamento credível. Porém, muitos fãs revelam que a oportunidade de aderir ao último é geralmente mais divertido do que estar informado apenas com os “factos verdadeiros” (Borba, 2008a).

Aliado a esta categoria todos os sites devem prover de

informações dos jogadores. Isso geralmente está focado no perfil, histórico profissional e biografia pessoal de cada membro do esquadrão (Ibid., 2008b). Mas mais do que tudo isso, a

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29 informação não deve fluir em uma direção, da organização para

o internauta, sem oportunidades para que o visitante interaja com os jogadores. As ferramentas de informação devem estar caracterizadas pelo diálogo entre clube, jogador e fãs” (Beech, Chadwick, & Tapp, 2000b).

Um dos estudos base sobre esta problemática pertence a Beech (2000a). Apesar dos autores focarem sua linha de pensamento nos players ingleses muitos itens sugeridos podem ser atribuídos

na maioria das avaliações do cenário online do futebol, em

qualquer país, como por exemplo: a atualização constante de informações sobre o plantel e as competições em que participa na temporada em vigor e a simples disponibilização de diversas formas de contacto com a organização. De acordo com os

autores, os consumidores de websites de futebol possuem um

comportamento muito especial, pois são adeptos e dificilmente vão trocar de equipa caso forem mal rececionados no espaço

virtual. Mas isso não quer dizer que a interface web não deve se

preocupar em oferecer uma experiência perfeita para o utente, pois os concorrentes existem e a maioria são portais não oficiais desenvolvidos e mantidos pelos próprios fãs do clube e atraem por regra pessoas do seu círculo, da sua comunidade, neste caso, adeptos e simpatizantes que procuram uma experiência

agradável na busca de conteúdos do clube no ciberespaço

(Vieira, 2007).

Em sua pesquisa, Beech (2000a) também identifica que os portais devem oferecem três tipos de conteúdos: informação, negócios (comércio e serviços) e relacionamento.

Para o mercado online do futebol, o campo do conteúdo e da

facilidade de uso vem a calhar com a visão de Beech (2000a) respetivamente. Estes, são por isso, os tópicos que mais colaboraram para o entendimento básico da comunicação

online. A satisfação e o valor da marca são nesta perspetiva consequências do bom emprego do conteúdo e da facilidade de uso (Borba, 2008a).

3.2.5.3