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2.2. Diálogos de Saberes Intercultural Brasil Suriname

2.2.12. Comunidade Indígena Apoera – Oeste de Suriname

Entre os dias 14 a 16 de setembro de 2017, estive na comunidade indígena Apoera no oeste de Suriname com a Sandra Arichero Jeffrey. Saímos no dia 14/09/2017, quinta- feira, às 9h30 da manhã de Paramaribo. A Sandra foi à minha casa me buscar, a Malu, em seguida, partiu rumo à aldeia, de carro com a Sandra, sua filha, sobrinha e sua irmã.

A viagem para a Apoera foi de aproximadamente 9 a 10 horas pela estrada de chão, até certo ponto a estrada é asfaltada, depois, chão e muita poeira. A viagem foi superinteressante apesar de ser exausto, foi muito bom, fomos conversando para praticar o inglês, e observando a estrada, a paisagem, os rios e os lugares que passamos. Contemplar essas paisagens é algo muito bom, uma sensação de bem estar, é muito similar à estrada da minha comunidade, e com grande expectativa, pois, é uma comunidade que queria muito conhecer e agora essa oportunidade é fantástica.

Na estrada deparamos com várias paisagens lindas, matas extensas, árvores cumpridas e enormes, pontes e rios dentre eles passamos nos rios: Saramacca River, Tibiti River, Coppename River e Nickeie River. Vimos plantação extensa de laranja, caminhões transportando madeiras, essa região há muitas madeiras que são comercializadas, passamos em alguns lugares que há vilagem/aldeia de indígena como Tibiti que são os Kalinã e comunidades maroons.

Chegamos à comunidade Apoera aproximadamente entre 18h30 e 19h00 horas da noite e fomos à casa da mãe de Sandra. Hospedamos-nos e descansamos devido à viagem que foi longa, um pouco exausto, mas, interessante. Em seguida a Sandra nos levou para conhecer seus familiares e apresentar para o basja Kevin Bronne, apresentou-me para o basja, ele desejou boas-vindas e que ficasse a vontade, pois, o kapitein Carlos Lewis não se encontrava na aldeia estava em Paramaribo. O basja Kevin Bronne é uma liderança jovem da comunidade. Em sequência nos apresentou para os pais do basja Kevin, no outro dia conhecemos os pais do kapitein Carlos Lewis.

Depois, fomos jantar na casa dos tios da Sandra, foram simpáticos, foi uma ótima recepção. A comida estava uma delícia.

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No outro dia, Sandra nos mostrou a comunidade Apoera, em seguida fomos conhecer outra comunidade próxima a Washabo. Fomos conhecer a escola da comunidade, um campo de futebol na frente da escola onde reúnem ao fim de semana para jogar bola, e ao lado o lugar da feira onde eles reúnem aos sábados para vender os produtos agrícolas (da roça) o que eles plantam. Essa comunidade tem o kapitein, é o povo Lokono, a população é cerca de 570 pessoas.

Retornamos para a casa dos tios da Sandra, almoçamos, após o almoço, fomos banhar no Corantijn River. Foi muito bom, pode praticar o inglês, as pessoas da comunidade falam o inglês e o sranantongo, falam mais o inglês por ser na divisa com a Guiana Inglesa. Mostrou a comunidade Apoera a escola, o salão cultural, local do posto policial e do posto de bombeiro.

Apoera é uma comunidade diferente das quais visitei, diferente por ser uma comunidade mais urbanizada, com asfalto, movimento de carros e motos a todo o momento, tem um posto de polícia, tem uma estrutura adequada de um bairro de uma cidade, tem energia elétrica, mercados, bares e outros.

Apoera é uma village que fica a leste (West) do Suriname, próximo ao Corantijn River, povo Lokono (Aruak), Districto de Sipaliwini. Tem uma população aproximadamente entre 500 a 700 pessoas. Falantes das línguas sranantongo, inglês, holandês, e a língua nativa, as pessoas falam mais o inglês por esta na divisa da Guiana Inglesa. O kapitein é Carlos Lewis e os basjas: Kevin Bronne, basja Herman Edgar, basja Travis Randial, basja Marlene Welzyn e mais dois basjas.

Observei que em todas as casas as famílias plantam flores no seu quintal, muitas flores lindas foi o que chamou minha atenção. Há diversas frutas frutíferas como manga, caju, coqueiro e outros, assim como tem algumas plantações no quintal de mandioca e banana.

Apoera e Washabo ficam as margens do Corantijn River aproximadamente 3 horas de viagem de barco para a cidade de Nickerie. Tem a escola que conforme informação referente à educação a Sandra disse que o ensino é na língua holandês, tem muitos estudantes que estudam na escola. Os professores são indígenas e não indígena, o basja Kevin Brenne é professor.

Fomos conhecer uma comunidade do povo Tryo que fica próximo a Apoera, e que fica a margem do Corantijn River, são pequeno grupo de famílias Tryo. Ao lado a essa

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comunidade tem um lugar de indústria de madeira que comercializa e faz transporte de madeira por estrada e pelo rio.

Enfim, foi outra experiência magnífica que vivenciei e compartilhei com a Sandra e seus tios conhecendo a sua comunidade, apesar de que foi muito rápido, mas gostei muito foi fantástico, é outro contexto, outra realidade de vivência e modos dos indígenas do povo Lokono.

No sábado de manhã, retornamos para Paramaribo de um micro ônibus. Esse micro ônibus faz transporte aos fins de semana (sábado) para a cidade. A viagem de volta foi cansativa, mas, muito bom, são momentos gratificantes de aprendizagem e de superação dos desafios, assim, como de interagir em diferentes contextos de cultura e línguas. Agradeço a Sandra por oportunizar essa viagem, gostei da ótima recepção que tivemos, espero em outra oportunidade voltar e conhecer melhor a comunidade.

Cada experiência é única e importante para entender e amadurecimento de nova concepção da vida profissional, acadêmica e principalmente pessoal. Sei que é um desafio constante a ser superados com encantos e desencantos, tudo é uma aprendizagem contínua e experiência de vida. “Quando a gente não sabe o que fazer a gente aprender.”