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4 PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

4.1 Conceito e a caracterização da PME no Brasil

Segundo o IBGE, SEBRAE; DIEESE (2011), as pequenas e médias empresas no Brasil contribuem com aproximadamente 20% do PIB, isso representa cerca de 700 bilhões de reais. Desta maneira, são reconhecidas pela absorção de mão de obra, incluindo a de maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho. As PMEs são fundamentais para promover o crescimento econômico, criar empregos e renda e melhorar as condições de vida da população. Os indicadores desse segmento empresarial confirmam sua importância na economia, não só no Brasil, mas em todo o mundo (SEBRAE; DIEESE, 2011).

Sob um conjunto de vários aspectos a serem analisados, a PME quando comparada as grandes corporações destacam-se alguns pontos positivos e negativos. Dessa forma, é possível sintetizar as características das pequenas e médias empresas no Quadro 7. Para tanto, são considerados os aspectos de gestão, estrutura organizacional, relações cliente-fornecedores, finanças, recursos humanos e regulação.

Quadro 7 - Principais vantagens e desvantagens da PME

Aspecto Vantagens Desvantagens

Gestão

 Menos burocrática e ágil na tomada de decisões.

 Poucos conflitos de problemas entre proprietário e gestor.

 Gestores com baixa competência gerencial.

 Alta dependência do fundador.

Organização  Simples e focada  Despreparo para um crescimento rápido e sustentável. Relação com clientes e fornecedores  Flexível.  Rapidez.

 Atendimento mais personalizado.

 Baixo poder de barganha

 Pouco controle sobre fornecedores e clientes

Financeiro  Menores custos de P&D  Inovação menos onerosa

 Baixa competitividade em custos  Menor acesso a recursos financeiros de

longo prazo e custos de capital.  Inovação pode representar alto risco.

Mão-de-obra

 Mão-de-obra multidisciplinar e integrada.

 Rapidez na capacidade de adaptação a mudanças e aprendizado.

 Carece de habilidades técnicas de alto nível

 Dificuldade em atrair capital intelectual.

Regulação  Sujeita a regulamentação mais branda e gozar de estrutura de apoio.

 Frequentemente não sabe como lidar com a regulamentação existente.

Fonte: Adaptado de Andreassi (2003); Anholon (2007); Russo (2009); Garengo e Biazzo (2012)

A gestão das Pequena e média empresa apresenta peculiaridades, nos quais Julien (1990) sintetiza algumas características peculiares atribuídas às pequenas empresas, além de seu tamanho pequeno. São elas: (1) gestão centralizada; (2) baixo nível de especialização; (3) estratégia intuitiva e de curto prazo; (4) sistema de informações simples e informal e; (4) atuação no mercado local. Corroborando, Russo (2009) apresenta algumas das especificidades das PME face às grandes organizações (vide Quadro 8). No entanto, há empresas de pequeno porte com características antagônicas a essas. Ou seja, existem diversos casos em que pequenas empresas apresentam características mais parecidas com as de grandes empresas do que desta definição (FRIZELLE, 2001; TORRÈS; JULIEN, 2005; ANHOLON, 2007; GARENGO; 2009; BERNARDI et al., 2012). Torrès e Julien (2005).

Quadro 8 - Principais características encontradas na gestão de PMEs

1. Nas PME os gestores e os sócios ou acionistas, normalmente são a mesma pessoa; 2. Predominância de empresas não cotadas em Bolsa;

3. Escassez de recursos neste tipo de empresas face às de grande dimensão, o que provoca “limitações no acesso a tecnologias e sistemas organizacionais mais onerosos”, levando a que o recrutamento de pessoal especializado torna-se mais oneroso e complexo; 4. Fraco poder negocial das PME perante o setor bancário e também perante fornecedores

ou clientes de maior dimensão;

5. Fraca informação produzida por este tipo de entidades para os Stakeholders;

6. Forte dependência de um “elemento-chave” na organização, normalmente o proprietário;

regional, verificando-se por norma que o critério de localização se prende com a residência dos empresários proprietários.

8. A maioria das PME utiliza uma abordagem informal na definição da sua estratégia, não desenvolvendo, por isso, qualquer sistema de planeamento estratégico, limitando-se a um estudo do desempenho através de alguns indicadores financeiros e não financeiros.

Fonte: Adaptado de Russo (2009)

Para alguns autores, apesar de algumas características contraproducentes, em geral, as PME estão melhores posicionadas ante as grandes empresas, para atuarem com flexibilidade, com produtos e serviços de qualidade, cumprindo prazos e as especificações exigidas (HOLMES; GIBSON, 2001; ANDREASSI, 2003; FERNANDES et al., 2006; GARENGO et

al., 2007). Diversos números revelam esse potencial, o que pode ser verificado no Anuário do

trabalho na micro e pequena empresa, publicação do SEBRAE com apoio do DIEESE, destacando as características dos estabelecimentos, ocupação e o rendimento das empresas brasileiras (SEBRAE; DIEESE , 2011). No Quadro 9 podem-se visualizar os critérios para classificar o porte das empresas segundo a quantidade de pessoas ocupadas.

Quadro 9 - Classificação do porte dos estabelecimentos por pessoas ocupadas

Setores

Indústria Comércio e Serviços

P

o

rt

e Microempresa Pequena empresa de 20 a 99 funcionários até 19 funcionários até 9 funcionários de 10 a 49 funcionários Média empresa de 100 a 499 funcionários de 50 a 99 funcionários Grande empresa Acima de 500 funcionários Acima de 100 funcionários

Fonte: Adaptado de SEBRAE; DIEESE, 2011.

O emprego é um fator crucial que justifica a atenção dada às empresas de pequeno e médio porte, como pode ser verificado no Quadro 10. Pode-se verificar que a micro e pequena empresa possui representatividade relevante de 51.6% dos empregos, enquanto a média e grande empresa detêm 48,4% de representatividade, dados que reforçam o caráter estratégico no desenvolvimento da economia com a participação das pequenas empresas.

Quadro 10 - Distribuição dos empregos, por porte do estabelecimento Brasil.

Porte 2010

Micro e Pequena empresa 51,6% Média e Grande empresa 48,4%

Total 100,0%

Conforme apresentado no Quadro 10, em 2010 as microempresas e pequenas empresa foram responsáveis por mais da metade dos empregos formais privados no Brasil (SEBRAE; DIEESE, 2011).

Quadro 11 - Distribuição das PME por setor de atividade econômica

Fonte: Adaptado de SEBRAE; DIEESE, 2011.

Conforme apresentado no Quadro 11, houve uma queda das participações relativas do comércio e da indústria. O crescimento das participações relativas do setor de serviços e da construção está associado ao ritmo mais acelerado de criação de novas empresas nesses setores, com taxas de crescimento anual de 4,8% a.a. e 5,0% a.a., respectivamente (SEBRAE; DIEESE, 2011).

Quadro 12 - PME por setor de atividade econômica no Nordeste em 2010

Fonte: Adaptado de SEBRAE; DIEESE, 2011.

De acordo com o Quadro 12, o Nordeste (NE) do Brasil em 2010 havia 917.761 unidades instaladas, dos quais 65.629 estão lotadas no Rio Grande do Norte com a representatividade de 7.1% considerando o NE e, destas as atividades de atuação mais representativas são as atividades de comércio (41.0%) e serviços (28.7%) respectivamente. Dos quais 57.4% estão no interior e 42.6% estão na capital.

Quadro 13- Evolução do nº de estabelecimentos por porte: Brasil 2000-2010 (em milhões)

Fonte: SEBRAE; DIEESE, 2011.

Desta forma, pode-se concluir que as PME são amplamente reconhecidas como o pilar da economia nacional e internacional. Igualmente, sendo as principais responsáveis pela criação de emprego no Brasil, conforme ilustrado a evolução de estabelecimentos no Quadro 13, cujo maior destaque são as PME (CHOW et al., 1997; ANHOLON, 2007; SOUZA et al., 2010; SEBRAE; DIEESE, 2011; NUDURUPATI et al,. 2011; BERNARDI et al., 2012).( R uss o (2009); B ernardi et al. (2 012); Ga rengo (2009 ); Garengo e B iazzo (2012);. Giuntini (20 03) M oraes e Es crivão F ilho (2006) Tagliarin i et al. (20 08)