• Nenhum resultado encontrado

Artigos do portfólio bibliográfico que realizam a integração dos indicadores

3.6 REDES DE EMPRESAS

3.6.1 Redes de empresas – contexto das publicações em periódicos internacionais

3.6.2.1 Conceitos de rede de empresas

A busca bibliográfica realizada nos periódicos nacionais permitiu consolidar os principais conceitos existentes na literatura sobre redes de empresas. No Quadro 19, visualiza-se os principais conceitos encontrados na literatura nacional:

Quadro 19 - Conceitos de rede de empresas identificados nos artigos do portfólio bibliográfico nacional

Conceitos de rede de empresas Autor(es) do artigo no portfólio bibliográfico

Para o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), os APLs são definidos como um fenômeno vinculado às economias de aglomeração, associadas à proximidade física das empresas fortemente ligadas entre si por fluxos de bens e serviços. A concentração geográfica permite ganhos mútuos e operações mais produtivas. Entre os aspectos que devem ser observados, destaca-se o papel de autoridades ou instituições locais para a organização e a coordenação das empresas, pois apenas um grupamento de empresas não é suficiente para ganhos coletivos (SANTOS; GUARNERI, 2000).

Galdámez, Carpinetti e Gerolamo

Uma rede é constituída por um conjunto de empresas que persegue objetivos comuns, mas procura solucionar as dificuldades e limitações das empresas individuais. Este artigo tem como foco as redes de pequenas e médias empresas (CASAROTTO; PIRES, 1998) ou redes de cooperação (VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008). Neste formato, não existe a figura de uma empresa líder que organiza e coordena as demais. Os próprios participantes são responsáveis por determinar os objetivos coletivos em uma organização de caráter participativo na constituição e na tomada de decisões. Como ressalta Verschoore e Balestrin (2008), nas redes de pequenas e médias empresas – redes de cooperação – cada membro mantém sua individualidade e tem a possibilidade de participar diretamente das decisões, dividindo de forma simétrica os benefícios e os resultados que são alcançados a partir das atividades conjuntas.

Wegner e Misocsky (2010)

Aglomerados são definidos como um agrupamento

geograficamente concentrado de empresas inter-

relacionadas e instituições correlatas numa determinada área, vinculadas por elementos comuns e complementares. Em sua maioria inclui empresas de produtos ou serviços

finais, fornecedores de insumos especializados,

componentes, equipamentos e serviços, instituições

financeiras e empresas de setores correlatos, distribuidores,

clientes, fabricantes de produtos complementares,

instituições governamentais, de ensino, informação e pesquisa e entidades associativas (PORTER, 1998).

Rezende e Serpa (2009)

Agrupamento maduro com alto nível de coesão e coordenação entre os agentes, possibilitando ganhos de externalidades para as empresas através da cooperação e aprendizado tecnológico e comercial.

Oliveira e Gomes (2004) As redes horizontais de cooperação são aquelas formadas

entre empresas concorrentes de um mesmo setor que buscam atingir objetivos comuns por meio da união de seus esforços.

Vilga et al., (2007)

Van Aken e Weggeman (2000, p.140) definem uma rede de organizações como "um sistema de organizações autônomas

legalmente equivalentes conectadas por relações

empresariais pré-determinadas e persistentes".

Souza e Quandt (2007) Arranjos produtivos locais são aglomerações territoriais de

agentes econômicos, políticos e sociais - com foco em um conjunto específico de atividades econômicas - que apresentam vínculos mesmo que incipientes. Geralmente envolvem a participação e a interação de empresas - que

Lemos, Frega e Souza

podem ser desde produtoras de bens e serviços finais até fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre outros - e suas variadas formas de representação e associação. Incluem também diversas outras instituições públicas e privadas voltadas para: formação e capacitação

de recursos humanos (como escolas técnicas e

universidades); pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e financiamento (CASSIOLATO; LASTRES, 2004, p.5).

Para Verschoore e Balestrin (2008), as redes de cooperação são definidas como organizações compostas por um grupo de empresas formalmente relacionadas, com objetivos comuns, prazo de existência ilimitado e escopo múltiplo de atuação.

Faccin et al., (2009)

Assevera Fonseca (2000), que, a despeito de evidenciarem- se como agentes promotores da iniciativa e do empreendedorismo, as incubadoras adquirem a feição de ―arranjos interinstitucionais‖, alicerçados no modelo Triple Helix, que é definido pela Anprotec (2002) como um sistema de interação coordenada e de ações integradas entre

três agentes sociais, quais sejam, instituições

governamentais, do setor empresarial e de pesquisa, a fim de se promover o desenvolvimento socioeconômico.

Jabbour, Dias e Fonseca

(2005)

As redes, segundo Grandori e Soda (1995) são definidas como formas de organização da atividade econômica através de ações de coordenação e cooperação entre empresas, estando ou não baseadas em contratos formais.

Adam, Oliveira e

Schmidt (2008) Gulati, Nohria, Zaheer (2000) apresentam definição de

redes de empresas: são elos interorganizacionais

duradouros, que têm significação estratégica para as empresas.

Silveira et

al., (2008)

Arranjos Produtivos Locais (APL) podem ser caracterizados como instituições capazes de deflagrar processos de

integração territorial baseados num esforço de

harmonização entre dinâmicas de cooperação e de competição - ou seja, mediante arranjos institucionais dotados de competitividade sistêmica. Mantendo o foco num setor específico da dinâmica desenvolvimentista, os APLs diferem dos clusters pelo fato de aglutinarem as micros e pequenas empresas e estimularem o incremento da endogenia nas práticas de desenvolvimento integrado (SACHS, 2003).

Sampaio e Mantovaneli Junior (2005)

APLs devem ser entendidos como agrupamentos de firmas que apresentam as seguintes características: (1) os processos

Silva e Hewings

de produção são suficientemente parecidos de tal forma que as habilidades adquiridas em treinamento que sejam úteis para uma firma do APL também serão para as demais pertencentes ao APL e (2) as firmas estão localizadas suficientemente próximas umas das outras para que os trabalhadores tenham mobilidade (embora, não perfeita) entre elas.

(2010)

Entende-se por APL as aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais – com foco em um conjunto específico de atividades econômicas – que apresentam vínculos, mesmo que incipientes. Assim, o estudo de um APL deverá incluir atores internos e externos à atividade produtiva, de forma a permitir uma compreensão econômica, social e política do setor estudado (IPIRANGA

et. al., 2007).

Milanez e Puppim

(2009)

Existem autores que adotam uma visão mais restritiva de aliança estratégica, ou seja, não consideram alianças estratégicas, certas relações interempresariais como, por exemplo, fusões e aquisições. Ao contrário destes, outros autores adotam uma visão mais ampla, classificando como aliança estratégica, diversas formas de acordo de cooperação e parceria entre empresas.

Klotzle (2003)

Cluster entendido como uma aglomeração de empresas

relacionadas entre si em uma dada localidade.

Cassanego Junior e Maehler (2010) O conceito básico de alianças estratégicas, segundo Lewis

(1990), é a cooperação entre organizações em torno de suas necessidades mútuas, compartilhando riscos para alcançar um objetivo comum. Dessa forma, as alianças estratégicas podem proporcionar aos envolvidos maior probabilidade de sucesso diante dos desafios e oportunidades do contexto em que estão inseridos.

Sousa e Valadão Júnior (2010)

Pólos – definidos como uma concentração setorial e geográfica de empresas; distrito industrial– caracterizado como um agrupamento de empresas, geralmente de pequeno porte, que agrega as vantagens dos pólos à existência de formas implícitas e explícitas de cooperação entre os agentes econômicos locais, proporcionando condições à atividade inovativa; redes de empresas – a atuação em rede reserva a particularidade de que o aprendizado mútuo e a inovação coletiva podem ocorrer mesmo quando não existem grandes agrupamentos de empresas, pois a atuação em rede não está condicionada a uma mesma localidade.

Marion Filho e Sonaglio

(2010)

corresponde a arranjos interorganizacionais baseados em vínculos sistemáticos, muitas vezes cooperativos, entre empresas formalmente independentes, que dão origem a uma forma particular de coordenação das atividades econômicas.

Ramos (2009)

Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – SPILs – designa conjuntos de agentes econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo território, desenvolvendo atividades econômicas correlatas e que apresentam vínculos expressivos de interação, cooperação e aprendizagem. SPILs geralmente incluem empresas – produtoras de bens e serviços finais, fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de serviços, comercializadoras, clientes, etc., cooperativas, associações e representações – e demais organizações, voltadas à formação e treinamento de recursos humanos, informação, pesquisa, desenvolvimento e engenharia, promoção e financiamento. Já o termo Arranjos Produtivos Locais designa aqueles casos de sistemas fragmentados e que não apresentam significativa articulação entre os agentes (CASSIOLATO; LASTRES, 2004, p. 6).

Galão e Camara (2009)

Os aglomerados, clusters no original, são agrupamentos geográficos de empresas, fornecedores, setores relacionados e instituições especializadas existentes em determinada área de um país, estado ou cidade.

Mazzaro et

al., (2009)

Embora haja algumas definições distintas para o termo, é possível perceber, na maioria dos casos, uma linha mestra que permeia todos os conceitos, a idéia de uma união para a realização de uma ação conjunta em busca de um objetivo comum (FONSECA; MOORI; AQUINO, 2005).

Martins et

al., (2009)

No Brasil, tem se difundido o termo arranjo produtivo local (APL) para a referência a ―aglomerações produtivas cujas interações entre os agentes não são suficientemente

desenvolvidas para caracterizá-las como sistemas.‖

(CASSIOLATO; LASTRES, 2004). Utilizar-se-á este termo como sinônimo de aglomerações produtivas.

Botelho, Carrijo e Kamasaki

(2007)

Segundo Lemos (2003), o termo arranjos produtivos locais pode ser definido como aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais, com foco em um conjunto específico de atividades econômicas e que apresentam vínculos e interdependência. Já os sistemas produtivos e inovativos locais são aqueles arranjos produtivos cuja interdependência, articulação e vínculos consistentes resultam em interação, cooperação e aprendizagem, possibilitando inovações de produtos, processos e formatos

organizacionais e gerando maior competitividade

Campos e Paula (2008)

empresarial e capacitação social.

Na definição de Caporall e Volker (2004), Arranjos Produtivos Locais constituem um tipo particular de cluster, formado por pequenas e médias empresas, agrupadas em torno de uma profissão ou de um negócio, onde se enfatizam o papel desempenhado pelos relacionamentos – formais e informais – entre empresas e demais instituições envolvidas. As firmas compartilham uma cultura comum e interagem, como um grupo, com o ambiente sociocultural local. Essas interações, de natureza cooperativa e/ou competitiva, estendem-se além do relacionamento comercial e tendem a gerar, afora os ganhos de escala, economias externas, associadas à socialização do conhecimento e à redução dos custos de transação. Note-se que, nesses sistemas, as unidades produtivas podem ter atividades similares e/ou complementares, em que predomina a divisão do trabalho entre os seus diferentes participantes.

Souza e Ferraz (2007)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como pode ser visualizado no Quadro 19 a expressão redes pode assumir diferentes significados. Entretanto, para fins deste trabalho, redes é a aglomeração de empresas que perseguem objetivos comuns, e com isso procura solucionar as dificuldades e limitações das empresas individuais (WEGNER; MISOCSKY, 2010).

Identifica-se no Quadro 19 os diferentes conceitos de redes de empresas, sendo que os conceitos apresentados estão relacionados as diferentes nomenclaturas utilizadas na literatura científica. Entretanto, as distinções conceituais que surgem na bibliografia sobre sistemas de produção local resumem-se a graus variados de desenvolvimento, de integração da cadeia produtiva, de articulação e interação entre agentes e instituições locais, e de capacidades sistêmicas para a inovação (SUZIGAN et al., 2004).

Cabe salientar que na literatura nacional os conceitos mais difundidos são arranjos produtivos locais (APL), redes de pequenas e médias empresas, redes de cooperação e sistemas produtivos e inovativos locais (SPIL). No entanto, os conceitos se referem ao agrupamento de empresas similares que buscam por meio da cooperação alcançar os objetivos que teriam dificuldades se buscassem de forma isolada. Adicionalmente ao agrupamento, essas formações normalmente encontram apoio em instituições de ensino, grupos de pesquisa, políticas governamentais e diversos outros organismos de apoio ao desenvolvimento das pequenas e médias empresas e das regiões que

estão inseridas.

Após analisar os conceitos de redes de empresas, faz-se importante analisar as diferentes tipologias apresentadas na literatura sobre redes de empresas.

3.6.2.2 Tipologias de redes de empresas

A busca bibliográfica realizada nos periódicos nacionais permitiu consolidar os principais tipologias existentes na literatura sobre redes de empresas. No Quadro 20, visualiza-se os principais tipologias encontradas na literatura nacional:

Quadro 20 - Tipologias de rede de empresas, identificados nos artigos do portfólio bibliográfico nacional

Tipologias de rede de empresas Autor(es) do artigo no portfólio bibliográfico

O fenômeno de aglomeração de PMEs é denominado na literatura como clusters (PORTER, 1998). No Brasil, o termo mais comum é o de Arranjo Produtivo Local (APL), publicado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e adotado por diferentes órgãos públicos e privados (SANTOS; GUARNERI, 2000; PUGA, 2003). Na bibliografia, são apresentados vários conceitos sobre o fenômeno de agrupamento ou aglomerações de empresas, também denominado de clusters industriais (PORTER,

1998), sistemas produtivos e inovativos locais

(CASSIOLATO; LASTRES, 2003), arranjos produtivos locais (CASSIOLATO; LASTRES, 2003; SANTOS; GUARNERI, 2000), distritos industriais (SCHMITZ e NADVI, 1999), aglomerações industriais e Polos de competitividade. Galdámez, Carpinetti e Gerolamo (2009); Sampaio e Mantovaneli Junior (2005); Cassanego Junior e Maehler (2010)

Dentre os diversos tipos de arranjos produtivos abordados na literatura, as quatro tipificações mais difundidas ao longo das últimas décadas, são: 1. Filière, 2. Clusters, 3.

Supply Chain e 4. Redes de Pequenas e Médias Empresas.

Hansen e Oliveira

(2009) Redes de pequenas e médias empresas (CASAROTTO;

PIRES, 1998) ou redes de cooperação (VERSCHOORE; BALESTRIN, 2008).

Wegner e Misocsky (2010) As alianças estratégicas, redes de empresas, clusters,

organizações virtuais, incubadoras, arranjos produtivos locais, condomínios e consórcios são formas de redes.

Vilga et al., (2007)

Redes verticais, redes horizontais, redes formais e redes informais. Nessas quatro categorias os autores apresentam diferentes tipos de redes: redes de sub-contratação; franquias; empresa em rede; joint ventures; alianças, consórcios; redes de cooperação; distritos industriais,

clusters, tecnópoles, crime organizado.

Adam, Oliveira e

Schmidt (2008)

São muitas as possibilidades de alianças estratégicas e talvez essa seja uma das razões porque o termo vem substituindo pelo menos meia dúzia de palavras da língua portuguesa, não necessariamente sinônimas, tais como: cooperação, apoio, favor, contrato, patrocínio, fusão, obrigação. ―Não se procuram mais patrocinadores, mas parceiros; não se fundem empresas, se faz uma aliança estratégica.‖ (BRITO, 2008, p. 6).

Sousa e Valadão Júnior (2010)

Cândido e Abreu (2000) apresentam três tipos básicos de vínculos de cooperação entre as organizações: vínculos verticais – a montante (fornecedores e subcontratados) e a jusante (consumidores e clientes); vínculos horizontais – produtores do mesmo nível, envolvendo ou não instituições de apoio e fomento à atividade empresarial; vínculos multilaterais – atuação de instituições de apoio à atividade empresarial da região.

Marion Filho e Sonaglio

(2010)

Segundo Cândido (2001), algumas dessas formas correspondem à formação redes de pequenas empresas que se relacionam em um consórcio. Outras formas podem ser do tipo clusters, franchising, fusões e aquisições, ou ainda,

Joint-Ventures. Furlanetto (2002) destaca também os

distritos industriais, os sistemas locais de produção e as cadeias de suprimento. A característica principal dessas formas organizações é que a integração entre as empresas que delas participam é baseada em acordos de cooperação.

Farias e Ramos (2009)

A RedeSist (Rede de Sistemas Produtivos e Inovativos Locais) desenvolveu os conceitos de arranjos produtivos locais (APLs) e sistemas produtivos e inovativos locais (SPILs).

Galão e Camara (2009) Apesar da investigação desse tema ter produzido uma

variedade de termos para tratar dessas configurações produtivas localizadas, o conceito de arranjo produtivo local tem sido predominante nas análises recentes sobre esse fenômeno.

Campos e Paula (2008)

Fonte: Elaborado pelo autor.

A formação de redes (alianças) entre empresas pode assumir diversos formatos. Neste sentido, verificam-se diversos estudos que

evidenciam as diferentes tipologias na formação de alianças entre