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Área 1: Administração, Ciências Contábeis e Turismo

2.2.5 Procedimentos para a realização do mapeamento dos artigos do portfólio bibliográfico

2.3.1.1 Fase de estruturação

A fase de estruturação pode ser visualizada em etapas, o que possibilita melhor compreensão dos procedimentos que devem ser

levados em consideração para a construção dos modelos de avaliação de desempenho. A fase de estruturação pode ser visualizada por meio das seguintes etapas: (i) contextualização; (ii) estrutura hierárquica de valor; (iii) construção dos descritores.

2.3.1.1.1 Contextualização

A etapa da contextualização visa explicar o contexto e criar um nível de compreensão do ambiente, que permite identificar o que pertence ao problema e o que está fora. A contextualização começa por descrever o ambiente em que o modelo será construído. Na sequência da contextualização identifica-se os atores, isto é, aqueles que participam, direta ou indiretamente do processo em que a gestão é realizada. Os atores neste processo são: o decisor, o facilitador, os intervenientes e os agidos. Posteriormente, um rótulo deve ser definido para o problema. O rótulo deve conter o foco principal do trabalho, indicar o objetivo a ser alcançado e, finalmente, deve ser construído um resumo (sumário) contendo as seguintes informações: o problema, qual a importância do problema, o objetivo do trabalho, o que se propõe para alcançar o objetivo e resolver o problema, o que espera-se alcançar até o final do trabalho (resultados). Este conjunto de informações constitui o primeiro passo no processo de estruturação, utilizando a metodologia MCDA-C (ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001; LYRIO et al., 2007; ENSSLIN et al., 2008; BORTOLUZZI; ENSSLIN; ENSSLIN, 2010abc; ENSSLIN et al., 2010; BORTOLUZZI et al., 2011abcd; MORAES et

al., 2010; LACERDA; ENSSLIN; ENSSLIN, 2010; LACERDA;

ENSSLIN; ENSSLIN, 2011ab; GRZEBIELUCKAS et al., 2011; ENSSLIN et al., 2011; ROSA et al., 2012).

2.3.1.1.2 Estrutura hierárquica de valor

Nesta fase, o facilitador estimula o decisor para que fale abertamente sobre o contexto. Recomenda-se que as entrevistas sejam realizadas sem interrupções, para que o decisor se sinta-se a vontade e mantenha o foco na compreensão dos aspectos importantes do problema. Dessas entrevistas, o facilitador reúne uma série de informações relacionadas com as preocupações e os valores do decisor e as propriedades do contexto. Essas primeiras informações da estrutura hierárquica de valor são os Elementos Primários de Avaliação (Bana e Costa et al, 1999). Essas informações representam os aspectos considerados essenciais pelo tomador de decisão e faz parte do conjunto

de elementos que fundamentam as dimensões que ele tem em mente ao avaliar o contexto. É, no entanto, ainda em uma forma muito resumida. O próximo passo, portanto, é ampliar esse conjunto de informações para transformá-los em conceitos. Isto é conseguido através do incentivo ao decisor para falar sobre a direção de preferência de cada um dos elementos primários de avaliação, bem como a conseqüência de não se atingir este objetivo. Desta forma, existe agora informações mais detalhadas dos aspectos/objetivos que são importantes para o decisor em relação ao contexto e esses objetivos estão indicando a direção de preferência que se pretende. Cabe salientar que as entrevistas realizadas com o decisor e que permitiu construir conhecimento em relação aos elementos primários de avaliação e os conceitos/objetivos foram conseguidos pela interação entre o decisor e o facilitador, ou seja, é permitido ao decisor refletir sobre os EPAs e conceitos. O facilitar emite

feedback constantes ao decisor que então pode refletir a respeito do

EPA/conceito e assim construir conhecimento sobre cada umas das variáveis importantes (DUTRA, 2005; CARPES; ENSSLIN; ENSSLIN, 2006; DUTRA et al., 2008; ENSSLIN et al., 2008; AZEVEDO et al., 2011; BORTOLUZZI; ENSSLIN; ENSSLIN, 2011abcd; TASCA; ENSSLIN; ENSSLIN, 2012).

Este conjunto de informações são agora agrupadas por área de preocupação (ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001; IGARASHI; PALADINI; ENSSLIN, 2007; GIFFHORN et al., 2009; BORTOLUZZI et al., 2009; ROSA et al., 2010; GALLON; ENSSLIN; ENSSLIN, 2011; RONCHI; ENSSLIN; ENSSLIN, 2012; ENSSLIN; SOUZA; ENSSLIN, 2012). Cada área de preocupação é, então, composta por um conjunto de conceitos. Para expandir a compreensão de cada um destes, um mapa cognitivo é construído (EDEN, 1988). Cada mapa é então dividido em grupos constituintes e esta estrutura é transformada em uma estrutura hierárquica de valor (ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001; KEENEY, 1992).

2.3.1.1.3 Construção dos descritores

A estrutura hierárquica de valor representa em sua parte superior os objetivos estratégicos ou dimensões estratégicas do tomador de decisão para o contexto, que na metodologia MCDA-C são chamados de Pontos de Vista Fundamentais - PVF. Seus ramos mais baixos explicam as funções táticas e abaixo dessas atividades operacionais.

As informações operacionais da estrutura hierárquica identifica o que precisa ser medido, sendo que o mapa cognitivo identifica as

propriedades do contexto que precisam ser mensurados (BANA e COSTA et al., 1999). Com o objetivo de explicar as preferências do decisor, na escala ordinal construída deve-se especificar os níveis de referência. O nível mais baixo será denotado como neutro e nível superior como bom (ENSSLIN; MONTIBELLER; NORONHA, 2001; ENSSLIN; IGARASHI; MAÇANEIRO, 2004; ENSSLIN et al., 2008; ENSSLIN et al., 2011; ROSA et al., 2012). Com essa informação o processo de construção do entendimento qualitativo na metodologia MCDA-C está concluído. Na sequência o conhecimento será expandido pela introdução de mais informações que permiterá maior exatidão ou precisão. Isto é conseguido por meio da transformação do conhecimento ordinal conseguido em conhecimento cardinal.

Com a construção dos descritores termina a fase de estruturação da MCDA-C (que constitui a base para os procedimentos posteriores na construção do modelo de avaliação multicritério). Os descritores são essenciais para esclarecer o significado dos PVFs, para torná-los mais compreensíveis e para evitar ambigüidade. Agora pode-se avançar para a fase de avaliação, que consiste na avaliação de todas as ações potenciais.