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Esta dissertação de mestrado assumiu como objetivo analisar e compreender a política ambiental brasileira, especificamente no setor de licenciamento de petróleo e gás natural e comparar com a política de gestão ambiental de outros países.

Para tal, esta análise apoiou-se num conjunto de pesquisas nacionais e internacionais, tendo como parâmetros os EUA, Reino Unido e Argentina, que contemplam os mais variados desfechos históricos de política ambiental e o que pode se tirar positivamente dessas trajetórias.

Realizou-se em primeiro lugar uma revisão da literatura sobre o enquadramento macroeconómico e político da criação do órgão de licenciamento ambiental e um apanhado de toda a história da legislação ambiental voltada para o licenciamento da exploração e produção do petróleo e gás natural no Brasil. Utilizaram-se vários autores conhecedores da política ambiental brasileira, demonstrando o quanto antigo e enraizada é, mesmo que no começo não se tinha uma caminhada conjunta ou com os mesmo objetivos, tanto a política ambiental, quanto a exploração do setor petrolífero, porem vinham marcaram presença ao longo de todos os governos.

Não obstante, falou-se da atual estrutura do licenciamento ambiental do petróleo e gás natural no Brasil, levantando os seus principais problemas. Em seguida, tendo em consideração as políticas ambientais de outros países, foi feito uma síntese dos pontos mais positivos que podem ser usados como um norte para o caso brasileiro.

O trabalho teórico envolveu o desenvolvimento de análise de vários autores tratando da política ambiental de três diferentes países no sentido de responder aos objetivos propostos. Deste estudo teórico retiraram-se alguns resultados. Em primeiro lugar verificou-se que o IBAMA é fundamental para atender às metas ambientais, sociais e económicas que o Brasil estabeleceu, existem oportunidades substanciais para melhorar a eficácia e eficiência dos processos ambientais. Ao longo dos anos, o Brasil embarcou num grande esforço para reinventar o processo de licenciamento ambiental. Nos próximos anos, o IBAMA poderá propor ações específicas para fortalecer o planeamento estratégico, informações e contribuições públicas, coordenação entre agências, tomada de decisão interdisciplinar e baseada em locais, e abordagens de gestão baseadas em ciência e flexíveis. O fortalecimento desses elementos, aqueles que foram cruciais para as conquistas da política ambiental nos últimos anos, melhoraram a eficácia do licenciamento do petróleo e

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gás natural e, ao mesmo tempo, a eficiência do IBAMA. O resultado conduzirá ao próximo século de administração ambiental em benefício do meio ambiente e bem-estar social. Conclui-se, ainda, que a sanção de normas ambientais, acordos políticos e orçamentários, a criação de leis anticorrupção ligadas à exploração de produção de petróleo e gás natural não resolve por si só o problema da atividade no Brasil, é preciso ter instituições públicas com a capacidade de aplicá-los, com autonomia, com recursos adequados, com ações sustentadas ao longo do tempo, coordenação conjunta aos estados e municípios, além da participação ativa de atores da sociedade civil.

De um modo mais geral, parece importante levar em consideração certas fraquezas históricas no quadro regulatório ambiental do Brasil. Além da falta de recursos suficientes para uma aplicação adequada, os padrões adotados são os vigoram em países desenvolvidos, sem levar em consideração a situação local. Não que seja este o principal problema, já que ótimos exemplos devem ser adaptados e seguidos.

É preciso primeiro levantar as prioridades políticas, as dificuldades administrativas para implementá-las, a análise de custo-benefício dos padrões adotados e a disponibilidade local de técnicas que permitem alcançá-los.

O resultado demonstrou como uma importante é importante uma reformulação política ambiental técnica, sem influência partidária, partindo do pressuposto de atualizações e inovações que atendam ao meio ambiente e a sociedade.

A mudança desejada para uma política ambiental forte é a de sempre melhorar, mudanças bruscas ou com intuito completamente diferente da linha que vem sendo traçada ao longo dos anos, pode não dar credibilidade e continuidade na política ambiental. Não se pode politizar a burocracia. É preciso reformular e modernizar a política ambiental de forma técnica.

A evolução da política ambiental no Brasil exige uma nova postura da relação do governo com o órgão ambiental, empresa e sociedade civil. Parece pouco provável que as melhorias venham apenas com alterações legislativas. Contudo, não podemos desconsiderar a importância de medidas mais pontuais que foram ao longo dos anos de criação do órgão ambiental, indutoras de mudanças.

Desta forma o estudo sugere o desenvolvimento de um levantamento com análise crítica da efetividade da política ambiental brasileira desde a sua última constituição (1988), uma revisão de toda a legislação ambiental e as principais mudanças e os seus impactes, se são qualitativos para o meio ambiente, com ênfase no papel das instituições ambientais do

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Brasil responsáveis pelo licenciamento de petróleo e gás natural e as suas relações, entre elas, a sociedade e a indústria, a finalidade é entender a proximidade dessas instituições com as questões ambientais do setor.

Por fim, pode ser dito que o trabalho para melhorar a política ambiental brasileira é técnico, mas o desafio é político, exigindo o envolvimento contínuo da sociedade brasileira, para garantir o direito ao meio ambiente a todo o povo, a participação na tomada de decisão ambiental influência os objetivos, estratégias e posições dos atores internos da política ambiental. Esses atores e instituições não são estáticos, mas sim dinâmicos, a dinâmica tem que está pautada na inovação ambiental e não no maior interesse político.

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