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A política ambiental implementada por um país mostra como usar os recursos naturais e torná-los adequados para o desenvolvimento de atividades econômicas, especialmente aquelas que podem ter efeitos adversos. (Ferreira & Salles, 2016).

Corrobora para este mesmo entendimento Schreurs (2003), que reconhece que as estruturas institucionais de um estado podem influenciar a forma que as comunidades de políticas ambientais assumem e que as regras institucionais reforçam os padrões de interação entre grupos de interesse e leis governamentais e eleitorais, o que pode facilitar ou impedir a institucionalização de novos grupos, inclusive reivindicações ambientais.

A evolução da gestão pública ambiental ocorre em etapas, o que se assemelha em todos os países estudados. Começa como uma função de governo, oriunda por pressão da sociedade, mas com interesses que conflitam com os setores produtivos na atuação do comando e controlo. Com o avanço da política ambiental em alguns países, ocorre um ajuste nas opções para desenvolvimento colaborativo com todas as instituições públicas e privadas, incluindo as necessidades da sociedade civil (Costa, 2006).

Este movimento mundial de diminuição do papel do estado, principalmente em países mais desenvolvidos, é justificado pela pressão económica, bem como pela equivalência do aumento da participação da sociedade civil nas formulações e aplicações dos instrumentos de políticas ambientais, sejam por opiniões ou grupos organizados.

Desta forma, é preciso atentar-se de que maneira as organizações civis intervêm na política ambiental dos países, já que o resultado pode causar intervenção nas cooperações internacionais de política e acordos ambientais (Schreurs, 2003).

É fato que as utilizações de exemplos de outros países são válidas, mas há a necessidade de se adaptar a realidade de cada país, chegando a um resultado mais próximo do real. Vale ressaltar que a ausência de participação global de assuntos ambientais, tem consequências que não podem ser regionalizadas ou individualizadas.

Gestores de outros países identificaram essa relação entre a gestão política com o desenvolvimento e o caminho das ações ambientais, bem como o impacte que essa relação gerava. Alguns decidiram mudar e seguir rumos diferentes e outros ainda não se manifestaram.

As consequências da política ambiental pode prejudicar ou ajudar a competitividade internacional e o desenvolvimento económico, bem como o papel central que o petróleo e gás natural desempenham nas diferentes políticas, o que resulta em implicações sociais e

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ambientais mais amplas que asseguram as relações entre sociedade, governo e indústria nos países estudados, a qual afeta a sua qualidade e a sua estabilidade (Wallace, 2018).

Desta forma, este tópico apresentará a análise da política ambiental nos EUA, Reino Unido e Argentina e como a política ambiental na área do petróleo e gás natural pode ou não ter contribuído para uma maior eficácia ambiental e as respostas economicamente competitivas, desses países.

A pesquisa e comparações são necessárias para entender as diferentes abordagens de políticas ambientais, com consequências nacionais e internacionais e como os efeitos dos diferentes modelos de gestão empregados nos países desenvolvidos, se relacionam com as escolhas feitas pelos países em desenvolvimento, uma vez que enfrentam problemas ambientais cada vez mais graves (Schreurs, 2003).

Para termos comparativos os três países escolhidos ou são grandes produtores de petróleo, ou de gás natural, com diferenças no sistema de governo, desenvolvimento económico, populacional e na produção e consumo, que traçaram caminhos com diferenças para atingir o mesmo objetivo que é uma política ambiental na produção de petróleo e gás natural eficiente e justa.

Os Estados Unidos será o primeiro país apresentado, considerado a maior potência do mundo, além de ser o maior produtor de petróleo, passou por mudanças importantes na sua política ambiental nas últimas décadas.

Visto por muito tempo como um país líder em proteção ambiental, com uma alta concentração de conhecimentos científicos, técnicos e analíticos que levou aos Estados Unidos a construiu uma estrutura legal impressionante que outros países tentaram imitar (Fiorino, 2006).

O Reino Unido, tido como um dos países pioneiros na separação da gestão política da política de licenciamento ambiental, utilizado como exemplo, até mesmo, pelos Estados Unidos, no seu momento de reestruturação. Considerado um país avançado em termos do sistema jurídico e, especificamente, no campo da produção de petróleo e gás. Embora, ainda seja um importador líquido de petróleo, ele mantém-se como um dos maiores produtores de petróleo e a sua capacidade de produção é a mais alta da União Europeia e a segunda no Espaço Económico Europeu (Daintith & Chandler, 2017).

Não se utilizou um país da Organização do Países Produtores de Petróleo - OPEP para termos de comparação e possíveis orientações, porque o Brasil não faz parte da OPEP.

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Segundo Juliani & Guerra (2010), a OPEP é a organização de um grupo de países membros considerados os maiores produtores de petróleo, ao qual o Brasil não faz parte. Até a descoberta do pré-sal, a produção de petróleo do Brasil não era considerada significativa, justificando sua não participação da OPEP, contudo, após a descoberta do pré-sal, devido ao tamanho das reservas e consequente aumento da produção, cogitou-se a entrada do Brasil como país membro, mas a entrada não foi concretizada.

O último país que vamos tomar como exemplo é a Argentina, vizinho do Brasil, justifica-se pela proximidade geográfica, política e económica. Apesar de não ser um grande produtor de petróleo ocupando a 28.ª posição contra a 8ª posição do Brasil em termos mundiais, mas que na América sobem para as posições 8ª e 3ª, respetivamente, conforme lista atualizada em 2020 pelo Trading Economics. Destaque nos últimos anos para sua produção de gás. Em relação à política ambiental, a ênfase será dada a sua condução mais local, realizada pelas províncias argentinas, com o tratamento dos impactes de forma mais pontual.

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