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A presente monografia teve como principal escopo analisar a possibilidade da responsabilização civil das instituições financeiras no âmbito virtual, ou seja, na internet, através de aplicativos e internet banking oferecidos por esta, em caso de fraudes, em especial a de boletos bancários gerados por estas através destas plataformas.

A internet teve por seu marco inicial o ano de 1969, constituído primeiramente como uma função militar, um sistema de comunicação impenetrável o qual somente os Estados Unidos tinham conhecimento, entretanto ao longo dos anos a internet foi evoluindo até termos, atualmente, qualquer acesso a ela.

As instituições financeiras tendo por seu maior objetivo a prestação de serviços a seus clientes e evoluindo acerca do tempo, começou a utilizar a internet como forma de atendimento a seus clientes de forma remota criando aplicativos e internet banking para atender seus clientes de forma mais fácil e rápida, sem a necessidade de precisar ir as agencias para fazer simples operações bancárias, conhecido no Brasil como sistema self-service ou autoatendimento.

A especialidade do trabalho se desenvolveu com a responsabilidade civil das instituições financeira, principalmente através da emissão dos boletos bancários, este é um título de crédito causal, entretanto não se caracteriza como tal, ou seja, tem sua equiparação a duplicatas logo teoricamente e legislativamente não é um título de crédito, ocorrendo a fraude na modificação do código de barras do documento gerando danos a vítima.

Trazendo-se os conceitos acerca da responsabilidade civil para o tema, buscou-se estudar acerca da obrigação a reparação e indenização por danos decorrentes de terceiros mediante fraudes nas plataformas virtuais.

Após o estudo a cada tópico deste trabalho, nota-se que as instituições financeiras têm a responsabilidade objetiva a reparação do dano de terceiros em suas plataformas digitais, ou seja, não há discussão acerca da culpa.

Entretanto, carece de legislação específica acerca das ações em meios virtuais, necessitando de entendimentos e utilização de legislações genéricas do direito brasileiro, além análise à entendimentos jurisdicionais.

Ainda sobre as legislações aplicáveis e entendimentos jurisprudencial, o Superior Tribunal de Justiça deixa claro em entendimento sumulado, sumula 479, que as instituições respondem objetivamente por atos de terceiros por danos gerados por fortuito interno.

Mas, conforme já mencionado, o direito brasileiro carece de legislação específica, tanto que o Superior Tribunal de Justiça em sua sumula não define o que seria o fortuito interno, não

citando os sistemas virtuais ou atos virtuais, cabendo os magistrados discutirem acerca do tema se é ou não um fortuito.

Para a autora deste trabalho monográfico o tema em questão é de grande importância, visto que em legislação brasileira é pouco citado, entretanto os tribunais estão abarrotados de processos judiciais acerca dessa matéria.

As questões que mais chamaram a atenção da autora foram as quantidades de casos os quais buscam recurso, pois na maioria dos casos estudados nos juízes de primeiro grau o indeferimento ao dano é um tanto quanto peculiar, onde há a aplicação dos entendimentos dos demais tribunais em sede recursal, provendo assim a obrigação das instituições financeiras.

Entretanto, os juristas e doutrinadores discorrem pouco acerca do tema específico, até mesmo, os estudantes de direito não conhecem acerca do tema pela falta de discussão.

Verifica-se que o presente trabalho alcançou seus devidos objetivos, visto que cabe a instituição financeira zelar pela privacidade e seguranças de seus clientes cabendo está a obrigação de reparar objetivamente os danos por fraudes em seus sistemas virtuais, em especial a fraude nos códigos de barras dos boletos fraudulentos.

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