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5 UMA ANÁLISE DAS OPORTUNIDADES DE APRENDIZAGEM VIABILIZADAS PELA COMUNIDADE DE PRÁTICA OEM-BA

5.5 Conclusões e Implicações

A análise transversal dos estudos supracitados e dos dados apresentados neste artigo sugere que várias oportunidades de aprendizagem foram viabilizadas para os membros na

CoP OEM-BA, seja como consequência das características da comunidade, da prática social, das relações sociais e das experiências, seja como fonte de identidades e mudanças nas formas de participação. Tais oportunidades permitiram que todos os membros se tornassem protagonistas dessa CoP.

Esses resultados podem suscitar implicações para as pesquisas e também para a formação de professores. No âmbito das pesquisas, as oportunidades de aprendizagem, aqui identificadas, permitem ampliar os resultados de investigações na área da Educação Matemática, utilizando a Teoria Social da Aprendizagem, de Wenger (1998), expandindo o mapeamento realizado por Tinti e Manrique (2017) e seguindo as sugestões dos estudos de Graven e Lerman (2003), no que diz respeito à realização de pesquisas acerca de como as CoPs permitem aprendizagens aos seus membros.

No âmbito da formação de professores, os resultados em cada categoria analítica implicam em: ampliar os tipos ou possibilidades de CoPs que agregam acadêmicos e escolares; aumentar as chances de estreitar o diálogo entre universidade e escola; lidar com as relações de poder e hierarquia subjacentes no encontro de acadêmicos e escolares; favorecer a negociação de diferentes significados relativos ao ensino e à aprendizagem da matemática escolar; permitir o confronto entre experiências pertinentes ao exercício da docência e resultados de pesquisas científicas; estimular o compartilhamento de lideranças e a condução de uma gestão mais participativa e autônoma; contemplar e equilibrar os interesses pessoais e coletivos de todos, de modo que acadêmicos e escolares se beneficiem e se enriqueçam mutuamente; proporcionar transformações identitárias, à medida que os membros conciliem as práticas de diferentes comunidades de que eles participam; repensar o exercício da docência e da realidade escolar; construir laços afetivos que contribuam para o engajamento e compromisso dos membros na comunidade; possibilitar mudanças nas formas de participação dos membros; entender que o silêncio é um fator de regulação social e de aprendizagem. Além disso, espera-se que tais resultados possam estimular a reflexão e retomada de políticas públicas, como o OBEDUC, permitindo que essas e outras oportunidades de aprendizagem sejam viabilizadas em espaços formativos que reúnam acadêmicos e escolares.

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