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Para o estudo de caso apresentado, conclui-se que, após a efetivação dos parâmetros que permitiram avaliar a eficiência energética da iluminação da área total do Bloco H utilizando o método prescritivo, por ferramenta online Webprescritivo para o método das áreas, percebeu- se que o mesmo pode resultar em uma classificação pouco realista do ponto de vista de eficiência, pois considera basicamente a potência total instalada da edificação e a área total iluminada que são parâmetros muito gerais da instalação analisada.

Para que a análise pudesse atingir parâmetros mais realistas, foi realizada também a análise pelo método das atividades do edifício utilizando os parâmetros e cálculos do RTQ- C. Nos dois métodos (área total e das atividades) foi utilizado a avaliação do atendimento aos pré-requisitos, possibilitando examinar cada ambiente com maior nível de detalhes. O RTQ-C inegavelmente vem preencher uma lacuna de regulamentação de desempenho energético do setor de edifícios. A experiência internacional comprova que a melhoria da eficiência energética traz benefícios sociais, econômicos e ambientais que vão além da cadeia do setor da construção. Mas o regulamento apresenta limitações, como o fato de não considerar a utilização do ambiente ou o horário de maior utilização, fatores esses que podem ser determinantes para a divisão dos circuitos de acionamento das luminárias.

Observou-se que a após a análise dos pré-requisitos nos ambientes o nível de eficiência energética do sistema de iluminação foi menor, tal fato deve-se, principalmente, ao não atendimento dos pré-requisitos em todos ambientes que são estabelecidos para que a iluminação artificial seja utilizada quando efetivamente necessário.

Nota-se que quanto ao primeiro pré-requisito de divisão dos circuitos, em todos os ambientes o pré-requisito foi atendido, não sendo esse influente para a classificação final do sistema de iluminação.

Como já visto, o segundo pré-requisito que considera a contribuição de luz natural, foi onde houveram menos atendimentos, fato que causou impacto na determinação do EqNumDPI, pois os valores numéricos de EqNum limitavam-se no máximo a 3. Neste pré- requisito, não considerando os aspectos de utilização do ambiente, recomenda-se que, onde seja possível, um remanejamento na divisão das luminárias por dispositivo de acionamento. Pois quando estava sendo feita a verificação nos ambientes, observou-se que os mesmos contam com

mais de um dispositivo de acionamento, o que possibilita o acionamento independente de circuitos. Dessa forma, sugere-se que seja feita alteração na divisão das luminárias por dispositivo de acionamento, pois conforme observado em diversos ambientes o acionamento das luminárias está implantado conforme o exemplo figura 11.

Figura 11 - Avaliação do pré-requisito de contribuição de luz natural

Fonte: Anexo C modificado pelos autores (2018).

Na verificação dos ambientes notou-se que em muitos ambientes a distribuição dos circuitos de acionamento são como na sala 315 da figura 11. O ambiente conta com dois dispositivos de acionamento, onde cada um controla as luminárias conforme separação em destaque. Nota-se que as aberturas de janelas estão nas paredes da direita e que o acionamento das luminárias e perpendiculares às aberturas, o que pode ser atribuído a fatores como uma

maior facilidade de execução do projeto, economia de material, ou utilização do ambiente. Com esta distribuição o atendimento ao pré-requisito não ocorre, visto que o acionamento dos dispositivos de controle das luminárias não permite a diferenciação para as luminárias que recebem a contribuição de iluminação natural.

A proposta de alteração que consta na figura 12 muda a distribuição dos circuitos possibilitando atender ao pré-requisito na maioria dos ambientes. Com a alteração seria possível atender ao pré-requisito, pois a coluna de luminárias a direita, que está próxima das aberturas, seria acionada somente quando necessário.

Figura 12- Sugestão de alteração para atendimento do segundo pré-requisito

Ressalta-se que a análise foi feita somente neste ambiente com o intuito de sugerir a alteração e assim atender ao pré-requisito, não levando em consideração o projeto do pavimento como um todo, as alterações necessárias para essa mudança, os aspectos de utilização dos ambiente e o horário de maior utilização desses ambientes, pois esses fatores não são considerados no Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética (RTQ-C).

Em relação ao terceiro pré-requisito, desligamento automático do sistema de iluminação, observou-se que não foi aplicado, pois em nenhum ambiente a área ultrapassou a área de 250 m², mínimo necessário para aplicação. Sendo assim, o terceiro pré-requisito, assim como o primeiro, não influenciou na classificação final do sistema de iluminação.

Para que seja possível melhorar a classificação do nível de eficiência energética do sistema de iluminação e alcançar o Nível A, recomenda-se, que sejam implementadas as alterações necessárias para o atendimento dos pré-requisitos em todos os ambientes. Desta forma a avaliação do sistema de iluminação seria facilitada, por não ser necessário a ponderação do EqNum. Conforme verificamos, o nível de eficiência energética do sistema de iluminação pelos dois métodos de avaliação (área total e atividades da edificação), antes da ponderação do EqNum foi classificado no Nível A. A classificação final do nível de eficiência energética do sistema de iluminação, após o EqNum como visto anteriormente, ficou igual a B.

Nota-se nos materiais disponibilizados para análise a utilização de equipamentos de iluminação de baixo consumo de energia elétrica e vida útil longa, o que pode ser considerado uma boa escolha, pois além de reduzir o consumo de energia elétrica sua durabilidade é maior em relação aos equipamentos utilizados anteriormente (lâmpadas tubulares florescentes). O fato de projetar a utilização de equipamentos de baixo consumo de energia elétrica influenciou na classificação do nível em um primeiro momento, pois tanto utilizando o método prescritivo da área do edifício quanto o método das atividades do edifício o sistema de iluminação do Bloco H ficou classificado como nível A.

Entretanto, após levar em consideração os pré-requisitos e concluir os cálculos, apesar da classificação do nível final de eficiência energética do sistema de iluminação se Nível B, pode-se considerar uma boa classificação, levando-se em consideração que, provavelmente, para elaboração dos projetos não foram utilizados os pré-requisitos, nem a probabilidade, para a obtenção da certificação ambiental Procel-Edifica.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Programa de Eficiência Energética é regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), foi criado devido à escassez dos recursos energéticos disponíveis e a necessidade de preservar o meio ambiente, além de ao mesmo tempo atender à crescente demanda por energia. Para viabilizar a aplicação do programa, a ANEEL conta com a participação de todas as empresas distribuidoras de energia elétrica, como é o caso da CELESC. A Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), organização objeto de estudo, preza nos seus valores e visão organizacionais pela contribuição com o desenvolvimento sustentável e o respeito ao meio ambiente. A gestão atual, que iniciou em 2017, objetiva assumir a responsabilidade de atuar com impacto ainda mais relevante no desenvolvimento econômico, social, cultural e ambiental. A Unisul, tem ainda como princípios a ética, transparência e compromisso, buscando atuar com sustentabilidade social, ambiental e econômica.

O principal objetivo proposto por este trabalho foi o de identificar o nível de eficiência energética do sistema de iluminação do Bloco H da Unidade Pedra Branca.

Para atendermos essa necessidade foram pesquisadas e apresentadas as principais certificações ambientais utilizadas no Brasil, quais sejam, Leadership in Energy Environmental Design (LEED), o Processo de Alta Qualidade Ambiental (AQUA) certificação brasileira baseada na francesa Haute Qualité Environnemetale (HQE), o Selo Casa Azul e o Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações (Procel-Edifica), sendo também avaliada a utilização da NBR ISO50001 e o Programa de Eficiência Energética da CELESC/ANEEL.

Unindo a necessidade de aplicação do Programa de Eficiência Energética e os valores e princípios da Unisul, em 2015, o Grupo de Pesquisa em Energias Alternativas e Renováveis do curso de Engenharia Elétrica (GPEAR), do campus da Grande Florianópolis, em parceria com a empresa Graphus Energia e Engie Solar, submeteram para aprovação o projeto que propunha a substituição de lâmpadas florescente por lâmpadas LED nos blocos F, G e H, juntamente com a instalação de placas fotovoltaicas na Unidade Universitária Pedra Branca.

Para a avaliação do desempenho energético da edificação, com base no projeto de eficientização do sistema de iluminação implantado no Bloco H da Unidade Universitária Pedra Branca, foram utilizados os critérios da certificação ambiental Procel-Edifica. O principal material técnico utilizado para a avaliação foi o Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética (RTQ-C).

A certificação ambiental Procel-Edifica foi escolhida após uma busca e análise das principais certificações ambientais utilizadas no Brasil, que diante das características encontradas, foi a que mais se ajustou com os parâmetros do sistema de iluminação estudado. Outros fatores que contribuíram para a escolha da certificação Procel-Edifica foram sua adaptação a realidade brasileira, seu foco na eficiência energética, a disposição do material técnico, a metodologia para aplicação da certificação e também a linguagem acessível.

Após concluirmos as avaliações do sistema de iluminação do Bloco H da Unidade Universitária Pedra Branca, com base nos critérios e pré-requisitos da certificação Procel- Edifica, destacamos que o nível de eficiência energética do sistema de iluminação, pelos dois métodos avaliados (área total e atividades da edificação), foi classificado no Nível B.

Porém, apesar do Programa de Eficiência Energética investir parte dos seus recursos na busca por eficiência energética, entendemos que o projeto de eficientização do sistema de iluminação implantado no Bloco H da Unidade Universitária Pedra Branca não se propunha em obter a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia. Mesmo não almejando uma certificação, foram considerados equipamentos com maior eficiência energética, que efetivamente tem uma grande economia em relação ao consumo de energia elétrica. Sendo assim, os efeitos encontrados foram positivos, pois o resultado da avaliação do nível de classificação foi de um posicionamento razoável, sendo o segundo melhor.