• Nenhum resultado encontrado

A escassez dos recursos energéticos disponíveis, a necessidade de preservar o meio ambiente e ao mesmo tempo a crescente demanda por energia são os fatores motivacionais para os programas de uso racional de energia (PEECELESC, s.d.). O Programa de Eficiência Energética (PEE) regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) foi criado a partir de obrigação fixada nos contratos de concessão firmados, em 1998, entre as

concessionárias do serviço público de distribuição de energia elétrica e a Agência. Com o advento da Lei nº. 9.991, de 24 de julho de 2000, foi atribuído às concessionárias e permissionárias de distribuição o dever de aplicar o montante anual mínimo de 0,5% de sua receita operacional líquida em ações de combate ao desperdício de energia elétrica (ANEEL, 2017).

O objetivo desses programas é demonstrar à sociedade a importância e a viabilidade econômica de ações de combate ao desperdício de energia elétrica e de melhoria da eficiência energética de equipamentos, processos e usos finais de energia. Os projetos buscam a maximização dos benefícios públicos da energia economizada e da demanda evitada no âmbito desses programas com a finalidade maior de transformar o mercado de energia elétrica, estimulando o desenvolvimento de novas tecnologias e a criação de hábitos racionais de uso da energia elétrica (CESA, s.d.).

De 2008 até junho de 2016, a ANEEL contabilizou 1.704 projetos de eficiência energética apresentados pelas concessionárias, com investimentos da ordem de R$ 5 bilhões. Ao todo, espera-se uma economia de energia da ordem de 4.629 GWh no acumulado dos anos. Esses projetos envolvem iniciativas relacionadas à substituição de equipamentos, como o chuveiro elétrico por aquecimento solar, lâmpadas incandescentes e refrigeradores antigos de unidades consumidoras de baixa renda e de motores em indústrias (ANEEL, 2016).

Também incluem a implantação de sistemas de iluminação em túneis e semáforos, estrutura de gestão energética municipal em prefeituras, plantas de cogeração, entre outras ações de conservação de energia, incluindo iniciativas inovadoras em conjunto com o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento do Setor Elétrico (ANEEL, 2016). Também foram substituídos ou implantados equipamentos eficientes para combater o desperdício de energia.

Entre os valores registrados pelas distribuidoras, destaca-se a troca de 1.289.518 refrigeradores; 16.597 aparelhos condicionadores de ar tipo janela e 42.688 tipo split. Foram instalados 136.356 sistemas de aquecimento solar em substituição ao chuveiro elétrico e, além disso, houve registro de substituição de 26 milhões de lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas e de três milhões de fluorescentes tubulares por modelos mais eficientes. Houve também a troca de quatro milhões de lâmpadas fluorescentes compactas por lâmpadas LED, que são ainda mais econômicas. No setor industrial e de saneamento, houve a substituição de 2.487 motores por modelos mais eficientes (ANEEL, 2016).

Os critérios para aplicação destes recursos e os procedimentos necessários para a execução deste programa estão estabelecidos na Resolução Normativa ANEEL n° 556, de 18 de junho de 2013, que determina que a seleção de projetos de eficiência energética seja realizada

anualmente através de Chamada Pública (LAUREANO et al, 2017). Todos os projetos realizados devem seguir procedimentos específicos e são regulamentados pela ANEEL por meio do Manual dos Programas de Eficiência Energética – PROPEE (PEECELESC, s.d.).

Assim, para viabilizar a aplicação do programa, a ANEEL conta com a participação de todas as empresas distribuidoras de energia elétrica, como é o caso da CELESC (PEECELESC, s.d.).

Dessa forma, com o objetivo de cumprir as legislações nacionais a CELESC implantou o Programa de Eficiência Energética (PEE) ANEEL/CELESC área da empresa que trabalha exclusivamente na elaboração e implantação desses projetos na área de concessão da CELESC, que abrange a maioria dos municípios de Santa Catarina (PEECELESC, s.d.).

Com forte apelo social, o PEE ANEEL/CELESC beneficia diversas classes de consumidores que vão desde os consumidores de baixo poder aquisitivo, que recebem a maior parte dos investimentos, cerca de 60%, passando por consumidores residenciais, entidades filantrópicas, prédios da administração pública, até chegar aos grandes consumidores de energia, onde está o maior potencial de economia que são os consumidores Industriais (PEECELESC, s.d.).

Um dos principais pontos que destacam o PEE CELESC/ANEEL é o combate ao desperdício de energia ao longo do dia e a redução de demanda no horário de ponta onde existe uma demanda elevada por energia, ocasionado pela utilização simultânea de diversos equipamentos, como Chuveiros Elétricos, Geladeiras, Ferros Elétricos, Ar Condicionado, Iluminação, e ainda, o consumo Industrial, Comercial e Iluminação Pública (PEECELESC, s.d.). Na CELESC, em 2016, nove projetos foram contemplados com o incentivo. Entre os projetos contemplados está o da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) no campus Pedra Branca.

Em 2015, o Grupo de Pesquisa em Energias Alternativas e Renováveis do curso de Engenharia Elétrica (GPEAR), do campus da Grande Florianópolis, coordenado pelo professor doutor João Luiz Alkaim, em parceria com a Graphus Energia e Engie Solar empresas responsáveis por elaborar o projeto, integralizar o projeto de iluminação e o projeto de foto voltagem e encaminhar para a chamada pública para aprovação (UNISUL, 2017).

O PEE CELESC/ANEEL investiu R$ 530.360,64, com uma economia prevista de R$ 88.365,99/ano na Unisul Unidade Pedra Branca. O recurso destinou-se à substituição de 1.618 lâmpadas fluorescentes tubulares por LED’s tubulares nos blocos F, G e H, e à instalação de 120 (módulos) de placas fotovoltaicas com potência de 310 W cada módulo, o sistema tem

uma previsão de geração de 55,02 MWh/ano de energia. A redução planejada da demanda é de 41,5 kW e a energia a ser economizada de 142,76 MWh/ano (UNISUL, 2017).

Ao longo de 2016, o Projeto de Eficientização foi implantado nos blocos, a estrutura física do projeto foi finalizada em fevereiro de 2017. O projeto foi inaugurado em abril de 2017. A duração total do projeto é de dois anos, na primeira etapa foram feitas as substituições dos equipamentos fluorescentes por lâmpadas LED’s, a segunda etapa é de medição e verificação (UNISUL, 2017).

No decorrer deste capítulo foram pesquisadas e apresentadas as principais certificações ambientais utilizadas no Brasil, a utilização da NBR ISO50001 e o programa de Eficiência Energética da CELESC/ANEEL. Dessa forma, com a finalidade de verificar a possibilidade de certificar ambientalmente o projeto de eficiência energética aplicado na Unisul, será realizado um estudo de caso com uma das certificações ambientais no projeto de iluminação após a eficientização dos equipamentos.

4 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DE CASO

Neste capítulo é apresentada a Universidade do Sul de Santa Catarina, local onde foi realizado o estudo de caso.

Também é desenvolvido o estudo de caso proposto por este Trabalho de conclusão de Curso, com as análises e a conclusão técnica do estudo.