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Desempenho energético do sistema de iluminação do bloco H da Unisul: unidade universitária da Pedra Branca

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ADILSON LARREA

LARISSA KÖCHE RITA

DESEMPENHO ENERGÉTICO DO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DO BLOCO H DA UNISUL: UNIDADE UNIVERSITÁRIA DA PEDRA BRANCA

Palhoça 2018

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ADILSON LARREA LARISSA KÖCHE RITA

DESEMPENHO ENERGÉTICO DO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DO BLOCO H DA UNISUL: UNIDADE UNIVERSITÁRIA DA PEDRA BRANCA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial às obtenções dos títulos de Engenheiros Eletricistas.

Orientador: Prof. Paulo Roberto May, MSc.

Palhoça 2018

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Dedicamos este trabalho às nossas famílias e aos nossos companheiros.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, por sempre nos guiar e estar presente em nossas vidas em todos os momentos.

De forma geral, agradecemos a todos nossos professores por todo conhecimento compartilhado por horas de dedicação e nos dar suporte quando necessitávamos.

Ao nosso professor orientador Paulo Roberto May, que não mediu esforços para auxiliar na conclusão deste trabalho, nos incentivou, nos tranquilizou e dividiu seu conhecimento.

A Universidade do Sul de Santa Catarina por nos permitir concluir a graduação e por permitir a elaboração deste trabalho.

Agradecemos à Celesc e Agência Nacional de Energia Elétrica por nos permitir acesso aos projetos.

Agradecimentos Larissa

Agradeço aos meus pais, minha mãe Selma e meu pai Jeferson por me darem o dom da vida. Principalmente minha mãe, que não mediu esforços para educar a mim, meus irmãos e meu sobrinho, ela sempre nos apoia e nos conforta. O apoio, incentivo, amor e compreensão foram indispensáveis para minha vida. A gratidão e amor são imensuráveis e atemporais.

Aos meus irmãos Glauder e Glauson, lhes agradeço por serem sempre meus protetores e fazer parte do meu crescimento, independentemente da situação eu sempre vou amar vocês.

Ao meu sobrinho Bernardo sou grata pela sua existência, ele é minha maior fonte de alegria e ao meu sobrinho Dominick, um bebe muito amado que nos rejuvenescer todos os dias e nos encanta a cada etapa de desenvolvimento.

Ao meu noivo agradeço pela paciência, pelas injeções de ânimo, choques de realidade, por acreditar em mim e na realização do meu sonho. Ele me faz mais feliz a cada dia. Muito obrigada Leonardo.

À toda minha família, agradeço por participarem do meu desenvolvimento e a minha caminhada até aqui.

A todos meus amigos, principalmente as melhores Mariana, Franciele, Shaienny, Jéssica, Fabiana e Fernanda que me acompanham e sempre estão do meu lado quando preciso.

Agradeço ao Adilson, meu companheiro neste trabalho e em tantos outros. Por todas as horas de apoio, incentivo e ensinamento. Foram tantos desafios e obstáculos vencidos e finalmente estamos próximos de concluir esta etapa em nossas vidas. Seguiremos caminhos

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diferentes, mas com certeza o carinho e agradecimento serão eternos. Agradecimentos Adilson

Agradeço em especial meus pais Sildo e Marlisa que me deram a vida, me educaram, apoiaram e confortaram, estão sempre ao meu lado em todos os momentos da minha vida. Eu os amo e agradeço por toda dedicação e carinho.

Ao meu irmão Adriano, mesmo que distante fisicamente, sempre me apoiou e incentivou, além de ter a certeza de que sempre terei a quem recorrer nas dificuldades.

A minha esposa Karen, que sempre me incentivou e apoiou nesta caminhada, sempre muito compreensiva entendeu quando eu não estava presente.

A minha filha Lira, razão do meu viver e mola propulsora deste momento, agradeço por me tornar uma pessoa cada vez melhor e querer um mundo melhor.

Agradeço aos meus amigos, parceiros de vida e colegas de trabalho. Eles fazem meus dias mais alegres, minha vida mais leve e estão ao meu lado nos momentos bons e ruins.

Agradeço à minha companheira Larissa neste e em tantos outros trabalhos por tantos momentos que vivemos nesses últimos cinco anos. Estendo esse agradecimento também aos meus colegas da faculdade que sempre nos ajudaram e compartilharam seus materiais e conhecimentos.

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“A Teoria sem prática vira “verbalismo” assim como a prática sem teoria, vira ativismo. No entanto, quando se une prática com teoria tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora da realidade” (PAULO FREIRE).

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RESUMO

Atualmente, e cada vez mais, busca-se em todos os setores de consumo da humanidade o desenvolvimento sustentável. Um dos grandes consumidores dos recursos naturais em toda sua cadeia de produção é a construção civil. Neste contexto surgiram as certificações ambientais das construções, que buscam qualificar o quão sustentável é a edificação. As certificações têm características e critérios de avaliação distintos, porém, a eficiência energética é considerada em todas as certificações mais utilizadas no país. No Brasil, de acordo com a Lei nº 9.991, de 24 de julho de 2000, as empresas concessionárias ou permissionárias de distribuição de Energia Elétrica, nas quais está incluída a Celesc, devem aplicar um percentual mínimo de 0,5% da Receita Operacional Líquida (ROL) em Programas de Eficiência Energética. Dessa forma, para verificar a qualificação de eficiência energética de uma edificação que foi escolhida para participar do Programa de Eficiência Energética da Celesc, optou-se por um estudo de caso no qual aplicou-se nos projetos arquitetônicos e de eficientização energética do bloco H da Unisul - Unidade Universitária Pedra Branca os critérios de avaliação do sistema de iluminação da certificação ambiental Procel-Edifica. Após análise, concluiu-se que não seria possível alcançar o melhor nível de classificação, porém, considerando que a eficientização realizada não foi implantada considerando os critérios para obtenção da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia os resultados foram positivos.

Palavras-chave: Desenvolvimento Sustentável. Certificações Ambientais. Eficiência Energética. Programas de Eficiência Energética. Procel-Edifica.

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ABSTRACT

Today, more and more, all of humanity's consumption sectors is searching for sustainable development. One of the great consumers of natural resources throughout its production chain is the construction industry. In this context came the environmental certifications of buildings, which seek to qualify how sustainable the building is. The certifications have distinct characteristics and evaluation criteria, however, energy efficiency is considered in all the certifications the most used in the country. In Brazil, pursuant to Law No. 9,991, of July 24, 2000, concessionaires or permission holders of distribution of Electric Energy, including Celesc, shall apply a minimum percentage of 0.5% of Net Operating Revenue in Energy Efficiency Programs. Thus, in order to verify the energy efficiency qualification of a building that was chosen to participate in the Celesc Energy Efficiency Program, a case study was chosen in which it was applied in the architectural and energy efficiency projects of block H of Unisul - Pedra Branca University Unit, the evaluation criteria of the lighting system of Procel-Edifica environmental certification. After analysis, it was concluded that it would not be possible to achieve the best classification level, however, considering that the efficiency achieved was not implemented considering the criteria for obtaining the National Energy Conservation Label, the results were positive.

Keywords: Sustainable Development. Environmental Certifications. Energy Efficiency. Energy Efficiency Programs. Procel-Edifica.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Etapas da certificação LEED ... 31

Figura 2 - Níveis de certificação LEED ... 32

Figura 3 - Nível de desempenho das categorias ... 35

Figura 4 - Etapas analisadas do AQUA ... 36

Figura 5 – Selos dos níveis de gradação do selo Casa Azul ... 39

Figura 6 - Exemplo de Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) ... 44

Figura 7 - Estrutura hierárquica da Unisul ... 53

Figura 8 - Princípios e medidas de sustentabilidade da Unisul ... 54

Figura 9 - Panorama Parcial Unidade Universitária Pedra Branca e Vista Frontal do Bloco H do Campus Pedra Branca ... 57

Figura 10 - Nível de Classificação Bloco H ... 63

Figura 11 - Avaliação do pré-requisito de contribuição de luz natural ... 76

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Ranking anual certificação LEED ... 28

Quadro 2 - Resumo categorias, critérios e classificação selo Casa Azul ... 38

Quadro 3 - Níveis de gradação do selo Casa Azul ... 39

Quadro 4 - Comparação das certificações ... 58

Quadro 5 - Limite máximo aceitável de DPIL para o nível de eficiência pretendido ... 62

Quadro 6 - Valores de DPIL multiplicado pela área total ... 62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Categorias contempladas no QAE ... 34

Tabela 2 - Níveis de eficiência da ENCE em função da pontuação alcançada ... 44

Tabela 3 - Determinação de área total iluminada e potência total instalada ... 61

Tabela 4 - Relação entre pré-requisitos e níveis de eficiência ... 64

Tabela 5 - Pré-requisitos nos ambientes do Sistema de Iluminação ... 65

Tabela 6 - Equivalentes numéricos para os níveis de eficiência energética ... 68

Tabela 7 - Valor numérico da classificação do nível do sistema de iluminação ... 69

Tabela 8 - Atividades por ambiente método das atividades do edifício ... 70

Tabela 9 - Valores DPIL das atividades da edificação ... 71

Tabela 10 - Classificação do Nível de Eficiência Energética pelos valores de DPIL ... 71

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 12 1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ... 13 1.2 OBJETIVO GERAL ... 14 1.2.1 Objetivos Específicos ... 14 1.3 LIMITAÇÕES DO TRABALHO ... 14 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 15 2 METODOLOGIA ... 16 2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 16 2.2 TÉCNICAS DE PESQUISA ... 17 2.3 NATUREZA DA PESQUISA ... 18 2.4 ETAPAS DA PESQUISA ... 18

2.4.1 Primeira Etapa: Pesquisa Bibliográfica ... 18

2.4.2 Segunda Etapa: Estudo de Caso ... 19

2.4.3 Terceira Etapa: Análise e interpretação dos dados e conclusões ... 20

3 REFERENCIAL TEÓRICO ... 21

3.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ... 21

3.2 HISTÓRICO ... 21

3.3 CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS ... 24

3.4 AS CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS ... 25

3.4.1 Objetivo das certificações ... 26

3.4.2 Vantagens das certificações ... 26

3.5 TIPOS DE CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS UTILIZADAS NO BRASIL NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 27

3.5.1 Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) ... 27

3.5.1.1 Caracterização da certificação LEED ... 28

3.5.1.2 Avaliação para nível de Eficiência na LEED ... 30

3.5.1.3 O Processo de certificação LEED ... 31

3.5.2 Alta Qualidade Ambiental (AQUA) ... 32

3.5.2.1 Referencial do Sistema de Gestão do Edifício (SGE) ... 33

3.5.2.2 Referencial da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE) ... 33

3.5.2.3 Avaliação dos Níveis do AQUA ... 35

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3.5.3 Selo Casa Azul ... 36

3.5.3.1 Categorias e critérios do Selo Casa Azul CAIXA ... 37

3.5.3.2 Avaliação do Nível ... 39

3.5.3.3 Orientações Gerais para obter o Selo Casa Azul ... 40

3.5.4 Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações (Procel-Edifica)... 40

3.5.4.1 Nível de desempenho energético de edifícios comerciais, de serviços e públicos ... 41

3.5.5 ISO 50001 – Sistema de Gestão de Energia (SGEn) ... 45

3.6 PROGRAMA DE EFICIENCIA ENERGETICA ANEEL/CELESC ... 46

4 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DE CASO ... 50

4.1 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ... 50

4.1.1 Histórico da Unisul ... 51

4.1.2 Estrutura Organizacional ... 52

4.1.3 Conselho Universitário ... 52

4.1.4 Responsabilidade Social ... 54

4.1.5 Campus Universitário da Grande Florianópolis ... 55

4.1.5.1 Unidade Pedra Branca ... 55

4.2 ESTUDO DE CASO ... 56

4.2.1 Unidade de Análise ... 56

4.3 COLETA DE DADOS ... 58

4.4 COMPARAÇÃO DAS CERTIFICAÇÕES ... 58

4.5 ANÁLISE SISTEMÁTICA ... 59

4.5.1 Procedimento de determinação do nível da eficiência energética... 59

4.6 CONSIDERAÇÕES DO ESTUDO DE CASO ... 75

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 79

5.1 SUGESTÕES DE NOVOS TRABALHOS ... 80

REFERÊNCIAS ... 81

ANEXOS ... 86

ANEXO A – PROJETO ARQUITETÔNICO PAVIMENTO TÉRREO ... 87

ANEXO B – PROJETO ARQUITETÔNICO PRIMEIRO PAVIMENTO ... 88

ANEXO C – PROJETO ARQUITETÔNICO SEGUNDO PAVIMENTO ... 89

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1 INTRODUÇÃO

A preocupação com os recursos naturais, com a humanidade e com o futuro do planeta nas últimas décadas têm recebido papel de destaque na sociedade mundial devido aos crescentes problemas que se evidenciam em muitas dimensões (BERTOLETTI, 2011).

Estima-se que as cidades, com suas construções, atividades, serviços e transportes, utilizam mais de 50% das fontes mundiais de energia. E que o setor da indústria da construção civil é responsável pelo consumo de 40% dos recursos naturais, 40% da energia e 40% das emissões poluentes (SJÖSTRÖM, 2000, apud JOHN 2001).

Dessa forma, a construção civil é um dos maiores setores consumidores dos recursos naturais em todo seu ciclo de vida. Com o crescente número de edificações, surgiu à necessidade de criação de sistemas de avaliação de desempenho de eficiência dos mesmos. Nesses parâmetros surgiram as certificações ambientais de construções sustentáveis, que buscam principalmente qualificar o quão sustentável é um edifício, e também, identificá-los e destacá-los entre tantos outros (BRANDÃO, 2011).

A demanda crescente por edifícios ambientalmente adequados e energeticamente eficientes é cada vez maior. Assim, no Brasil, seguindo a tendência mundial de aderir às práticas sustentáveis no setor da construção civil, tem-se tido um aumento desse tipo de construção. Vários são os critérios para a obtenção das certificações ambientais (selo verde) para as construções, sendo a racionalização e a conservação da energia elétrica um desses critérios de avaliação para as certificações ambientais serem aplicadas (BERTOLETTI, 2011).

No Brasil um dos principais motivos que deram início a maior procura pela eficiência energética foi a crise de abastecimento energético em 2001 que desencadeou diversas mudanças no setor elétrico (BEN, 2005).

No Brasil, de acordo com a Lei nº 9.991, de 24 de julho de 2000, as Empresas concessionárias ou permissionárias de distribuição de Energia Elétrica, nas quais está incluída a Celesc, devem aplicar um percentual mínimo de 0,5% da Receita Operacional Líquida (ROL) em Programas de Eficiência Energética (BRASIL, 2000).

A Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) é uma instituição educacional multicampi orientada para a produção, desenvolvimento e difusão do conhecimento, por intermédio da pesquisa, do ensino e da extensão. Atua em todos os níveis e áreas de conhecimento, nas modalidades presencial e a distância (UNISUL, s.d.).

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Desde sua criação, em 1964, a Unisul é instrumento de inovação e de apoio às mudanças da sociedade, apostando em parcerias e alianças com instituições de ensino do mundo inteiro (UNISUL, s.d.).

Dessa forma em 2015 foi submetido para avaliação e aprovação o projeto que objetivava trocar os equipamentos elétricos em alguns blocos da Unisul e instalação de placas fotovoltaicas. Ao longo de 2016, o Projeto de Eficientização foi implantado nos blocos F, G e H da unidade Pedra Branca. A inauguração do Projeto ocorreu em abril de 2017.

Neste sentido, o presente trabalho visa conhecer o histórico do desenvolvimento sustentável, a legislação que regulamenta a eficiência energética no Brasil, as certificações ambientais mais utilizadas no Brasil e com base nessas escolher uma e aplicar seus conceitos a um bloco da Unisul e verificar a possibilidade de certificação com base nos dados levantados. 1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

A necessidade de manter-se futuramente os ecossistemas sustentáveis exige dos diversos setores de atividades a definição de processos que levem a um desenvolvimento sustentável, necessitando para isso a implementação de medidas urgentes em várias áreas (ESPIRITO SANTO, 2010).

A construção civil é hoje um dos mais importantes setores da economia brasileira e seu crescimento traz consigo toda uma cadeia de empresas ligadas à produção de insumos e serviços, sendo responsável por um grande consumo de materiais, emissão de gases de efeito estufa, uso de energia e água. Estima-se que os processos de construção e manutenção de edifícios consomem 40% da energia mundial (LEITE, 2011).

Para avaliar a sustentabilidade e a eficiência energética das construções foram criadas as certificações ambientais (selos verdes). As construções que recebem os “selos verdes” têm o reconhecimento de pessoas, indústrias e investidores que buscam contribuir com o desenvolvimento sustentável.

A busca pela utilização dos recursos naturais com maior eficiência é cada vez mais necessária. O investimento, às vezes, inicialmente é alto, mas os retornos social, financeiro e ambiental compensam. Ações que buscam projetar com eficácia, reduzir ou melhorar a utilização dos sistemas de iluminação podem não significar grande impacto de economia, mas se todos fizerem uma pequena redução o somatório de todos fará uma grande diferença. Para motivar a busca por maior eficiência nas edificações foram criadas as certificações ambientais, que procuram avaliar a edificação considerando os critérios de eficiência pré-estabelecidos.

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Nesse contexto, justifica-se a elaboração deste trabalho, que busca avaliar o nível de eficiência energética para o sistema de iluminação em uma edificação que passou recentemente por uma eficientização.

Com base nos requisitos do sistema de iluminação do Programa Brasileiro de Etiquetagem é possível obter a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia Parcial do Bloco H da Unisul, Unidade Universitária da Pedra Branca?

1.2 OBJETIVO GERAL

Identificar o nível de eficiência energética do sistema de iluminação do Bloco H da Unisul, Unidade Universitária da Pedra Branca.

1.2.1 Objetivos Específicos

- Identificar as principais certificações ambientais de eficiência energética; - Descrever a organização objeto do estudo;

- Analisar o processo de eficiência energética dentro da organização;

- Avaliar se é possível a certificação ambiental na organização utilizando um dos métodos analisados;

- Propor, se necessário, melhorias.

1.3 LIMITAÇÕES DO TRABALHO

Por ter sido realizado numa organização específica, esse estudo de caso diz respeito à realidade enfrentada somente nessa organização. Em outras organizações, os métodos e técnicas do estudo merecem um maior aprofundamento para serem aplicados.

Os arquivos necessários para análise do estudo de caso são de propriedade da Unisul, mas para utilização é necessária a autorização da CELESC, dessa forma, foi realizado contato com os responsáveis da Divisão de Eficiência Energética e solicitada a autorização para utilização do material.

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Este trabalho de conclusão de curso teve como proposta identificar os principais métodos de certificação ambiental e aplicar um dos métodos para verificar se seria possível a certificação ambiental na organização. Ressaltamos aqui, que durante a pesquisa e aprendizagem dos métodos observamos que é possível a certificação de mais de um sistema, porém, em conversa com o orientador limitamos a certificação somente do sistema de iluminação.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho de conclusão de curso foi dividido de forma a facilitar o entendimento do tema proposto, como segue:

• Capitulo 1 – Introdução e justificativa, problema, objetivo geral e específicos, limitações da pesquisa e estrutura do TCC.

• Capítulo 2 – Metodologia.

• Capítulo 3 – Fundamentação Teórica.

• Capítulo 4 – Apresentação e Discussão dos Resultados.

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2 METODOLOGIA

A metodologia, em um estudo, é um caminho que se trilha, construindo, durante o percurso, os procedimentos e os instrumentos exigidos para se obter êxito no trabalho intelectual (IFSC, 2010).

De acordo com Lakatos e Marconi (2010, p.65),

Método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo, conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.

Portanto, o embasamento teórico e metodológico existe para dar sustentação ao trabalho científico. Dessa forma, esse capítulo evidencia os procedimentos metodológicos e as características desta pesquisa.

2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Segundo Boente e Braga (2004), a classificação da pesquisa de acordo com o objetivo pode ser caracterizada como:

a) descritiva – quando são elaboradas com o objetivo de descrever características de um fenômeno determinado evidenciando as relações entre as variáveis presentes no fenômeno estudado,

b) exploratória – objetiva proporcionar um maior entendimento de um fenômeno no qual têm-se poucas informações de forma a contribuir para a identificação dos fatores que o determinam,

c) explicativa – objetiva informar e explicar a ocorrência de algum fenômeno identificado.

Nesse contexto mesmo tendo características que se encaixam nos três tipos de classificação a que melhor descreve este estudo é a exploratória, pois de acordo com Gil (2002), nesta pesquisa o objetivo é proporcionar maior familiaridade com um problema. A pesquisa exploratória envolve levantamento bibliográfico e assume, em geral, a forma de pesquisas bibliográficas e estudos de caso.

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2.2 TÉCNICAS DE PESQUISA

Para Marconi e Lakatos (2010, p.157) as técnicas utilizadas em pesquisa são “um conjunto de preceitos e processos de que se serve uma ciência ou arte” para obtenção de seus propósitos.

A técnica adotada nesta pesquisa foi o estudo de caso, pois o objetivo da pesquisa era identificar o nível de eficiência energética do sistema de iluminação do bloco H da Unisul utilizando um dos tipos de certificações ambientais conhecidas.

Segundo Yin (2001) a principal intenção em estudos de caso, é atrair esclarecimentos pelo qual mostre motivos para definir quais decisões serão tomadas em um conjunto de motivos, quais resultados foram alcançados e quais decisões foram tomadas e implementadas. Ao investigarmos um fenômeno se queremos vida real dentro de um contexto, o estudo de caso é a forma ideal para se pesquisar.

Godoy (1995) comenta que o estudo de caso consiste em analisar profundamente um tipo de pesquisa cujo objetivo é detalhar um ambiente em uma situação particular. Estudos realizados nas empresas para responder o motivo de ocorrerem as mais determinadas situações. Os dados de um estudo de caso são coletados pelo pesquisador por uma fonte primária ou secundária da própria observação do problema ou em entrevistas, os dados devem ser coletados em pesquisas qualitativas, o que não quer dizer que não possa usar a pesquisa quantitativa, vai depender muito da situação em que vai ser aplicado.

De acordo com Lüdcke e André (2013) o estudo de caso deve ser aplicado quando se deseja investigar uma situação específica, visando o entendimento de um contexto particular.

Um estudo de caso, segundo Oliveira (2008), desenvolve-se em três etapas:

a) exploratória na qual são identificados o fenômeno em estudo, os pontos a serem analisados e as fontes de coletas de dados;

b) delimitação do estudo e coleta de dados para reconhecimento das características do fenômeno a ser pesquisado e identificar os dados a serem coletados;

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2.3 NATUREZA DA PESQUISA

A natureza da pesquisa ou a forma de abordagem da pesquisa é classificada em dois tipos:

1. Quantitativa – Segundo Richardson (1989) caracteriza-se pelo emprego da quantificação, tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento dessas através de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais complexas. Segundo GIL (2008) tudo que pode ser mensurado em números, classificados e analisados, utiliza-se de técnicas estatísticas.

2. Qualitativa – É aquela que trabalha predominantemente com dados qualitativos, isto é, a informação coletada pelo pesquisador não é expressa em números, ou então, os números e as conclusões neles baseadas representam um papel menor na análise (RICHARDSON, 1989). Neste tipo de pesquisa a maior preocupação é a descrição dos elementos que compõem o estudo para gerar entendimento do fenômeno (TRIVIÑOS, 1987).

Em um estudo de caso os dados podem ser coletados e analisados utilizando tanto dados quantitativos quanto qualitativos (GÜNTHER, 2006). Dessa forma a abordagem desta pesquisa é classificada como qualitativa e quantitativa.

2.4 ETAPAS DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada em três etapas: revisão bibliográfica, estudo de caso, e análise e interpretação dos dados.

2.4.1 Primeira Etapa: Pesquisa Bibliográfica

Segundo Lakatos e Marconi (2010, p.166) pesquisa bibliográfica são:

Fontes secundárias que abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, teses etc. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito sobre determinado tema.

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No desenvolvimento dessa pesquisa, também foram utilizados documentos de arquivos privados, que para Marconi e Lakatos (2010, p.157-158) são chamados de fontes primárias. Entende-se por documento qualquer objeto capaz de comprovar algum fato ou acontecimento (MARCONI; LAKATOS, 2010, p.159).

De acordo com Gil (2010, p.29), pesquisa bibliográfica está presente em todas as pesquisas acadêmicas que são elaboradas para dar fundamentação teórica ao trabalho. Segundo o autor, a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado.

Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anis de congressos científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tios de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem como material disponibilizado pela internet.

Neste contexto, qualquer tipo de pesquisa acadêmica pode ser caracterizado como bibliográfica tendo como vantagem para o investigador a cobertura de uma ampla gama de fenômenos, analisando sua profundidade, descobrindo-se desta forma as incoerências ou contradições.

De acordo com Gil (2002) as leituras são classificadas em exploratória, seletiva, analítica e interpretativa, cuja ocorrência se dá em função do avanço do processo de pesquisa bibliográfica. Na Leitura exploratória verifica-se em que medida a obra consultada interessa à pesquisa. Na leitura seletiva, por sua vez determina-se o quanto o material de fato interessa à pesquisa. Essa leitura é mais profunda que a exploratória, porém não definitiva. Na leitura analítica é que se compatibiliza e resume as informações, permitindo realizar a leitura interpretativa na qual relaciona-se o que o autor afirma com o problema em estudo.

Na fase de pesquisa bibliográfica buscou-se, conceitos relacionados à sustentabilidade ambiental, identificou-se a legislação para as edificações sustentáveis no Brasil e verificou-se os tipos de certificações ambientais mais utilizadas no Brasil. A pesquisa bibliográfica foi desenvolvida com base em material já elaborado, principalmente monografias, teses, dissertações, legislações, publicações, artigos científicos e pesquisas na internet.

2.4.2 Segunda Etapa: Estudo de Caso

Na segunda etapa da pesquisa, estudo de caso, coletaram-se dados por meio dos

projetos de eficiência energética no sistema de iluminação e da ação com fonte incentivada da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul, fornecidos pela Divisão de Eficiência Energética

(23)

da Celesc Distribuição, para determinar o nível de eficiência energética do sistema de iluminação de um bloco de uma instituição de ensino, utilizando uma das formas de certificação ambiental anteriormente estudadas.

2.4.3 Terceira Etapa: Análise e interpretação dos dados e conclusões

No item de análise e interpretação dos dados consiste na apresentação em relação ao estudo de caso. Neste item apresentam-se os resultados obtidos com a aplicação do método de avaliação da certificação ambiental escolhida, bem como, o que esses resultados significam. Para o IFSC (2010, p. 24) "a conclusão é um resumo marcante dos argumentos principais, é súmula interpretativa dos elementos dispersos pelo trabalho e o ponto de chegada das deduções lógicas baseadas no desenvolvimento".

Dessa forma, no capítulo de conclusões buscou-se apresentar uma recapitulação de toda a pesquisa, considerando os pontos da pesquisa bibliográfica, do estudo de caso e dos resultados e análise em relação ao estudo de caso.

Este trabalho de conclusão de curso é uma pesquisa aplicada, com natureza quantitativa e qualitativa, classificada como exploratória e utilizando a técnica de estudo de caso.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

Para que o estudo tenha credibilidade, é importante um forte embasamento teórico. Através da apresentação de conceitos e opiniões de diferentes autores, é possível perceber uma opinião em comum e entender melhor como determinados conceitos são definidos.

Nesse Capítulo os principais conceitos necessários para a compreensão dos estudos são apresentados.

3.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Dominando grande parte do discurso de diferentes setores da sociedade o termo sustentabilidade é usado muitas vezes para dar ânimo ao desejo filosófico antigo de uma sociedade mais humana. Acredita-se que o alcance da sustentabilidade precise ocorrer por meio de um modelo que busca o bem-estar com o equilíbrio sociocultural, econômico e ambiental no desenvolvimento (MOTTA; AGUILAR, 2009).

Desde 1983 a Organização das Nações Unidas (ONU) adota o conceito formal de desenvolvimento sustentável como “aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades” (BRUNDTLAND, 2018, n.p.). Após surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável veio a percepção do problema do desenvolvimento em nossa civilização (MOTTA; AGUILAR, 2009).

O conceito de desenvolvimento sustentável e a necessidade de preservação do meio ambiente foi um movimento gradativo e que vem ocorrendo ao longo dos anos, através de eventos e conferências realizadas em vários países (SILVA, 2012).

3.2 HISTÓRICO

Segundo Hilgenberg (2010) a oficialização do início das discussões ambientais em nível mundial se deu com a fundação do Clube de Roma, em 1968. O clube reunia intelectuais e empresários que procuravam fazer projeções acerca dos recursos para o futuro e o resultado foi a publicação de The limits of growth (Os limites do crescimento), um estudo que contrapõe o crescimento exponencial da população diante da finitude dos recursos do planeta. Em 1972,

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a ONU realiza, em Estocolmo, na Suíça, a Conference on the Human Environment (Conferência sobre o meio ambiente humano). Nessa conferência foram discutidas as responsabilidades dos países ricos, com o consumismo exagerado, e dos países pobres, com a explosão demográfica, relacionando-as à situação ambiental. A declaração da conferência trata do direito das gerações futuras e da atual do usufruto criterioso dos recursos naturais para evitar seu esgotamento (MOTTA; AGUILAR, 2009).

Em 1987 a comissão World Commission on Environment and Developmen (WCED) (Comissão Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento) criada pela ONU, que tinha como objetivo propor estratégias de longo prazo para alcançar um desenvolvimento sustentável, publica o relatório Our Common Future (Nosso futuro comum) também conhecido como relatório Brundtland. Este documento chamou a atenção dos países sobre a necessidade imediata de encontrar maneiras de ter desenvolvimento econômico que se sustentasse, sem a redução dramática dos recursos naturais e com danos ao meio ambiente reduzido (GONÇALVES, 2005).

No ano de 1992 foi realizada a Cúpula da Terra, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, Brasil. No evento discutiu-se planos de ações que visavam preservar os recursos do planeta, em meio a disputa entre as nações desenvolvidas que defendiam um ambiente saudável, e as em desenvolvimento que queriam o direito de se desenvolverem. Na conferência foi elaborado o documento denominado de AGENDA 21. Este documento destaca a importância que cada país deve considerar para refletir, de forma local e global, como governos, empresas, Organizações Não Governamentais e todos os setores da sociedade possam cooperarem na busca de soluções para os problemas sócio ambientais (ESPIRITO SANTO, 2010).

Segundo Motta e Aguilar (2009), em 1997, diante da consciência do efeito estufa e do temor de sua consequência, o aquecimento global, foi assinado o Protocolo de Kyoto. Esse protocolo previa com que os 35 países industrializados signatários reduzissem em 5% suas emissões de gases de efeito estufa em relação ao nível de 1990.

No ano de 2002 na Conferência de Johanesburgo, é definido desenvolvimento sustentável com base em “três pilares interdependentes e mutuamente sustentadores – desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental” (Declaração de Política - Cúpula Mundial sobre o desenvolvimento sustentável – Johanesburgo, 2002 apud ESPIRITO SANTO, 2010, p. 20).

Em dezembro de 2009 realizou-se em Copenhague, na Dinamarca a Conferência das Mudanças Climáticas (COP-15), o evento foi promovido pela ONU, no qual efetuou-se o

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“Acordo de Copenhague”, elaborado por alguns países e aceito formalmente pela ONU. Nesse acordo destaca-se o estabelecimento do limite de aumento da temperatura global, pressionando os países a fazer cortes nas emissões de gases de efeito estufa (COP, s.d.).

Em 2012 aconteceu o evento conhecido como Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, foi realizada na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 foi assim conhecida porque marcou os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) que contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. O objetivo da Conferência foi a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e tratamento de temas novos e emergentes. A Conferência teve como temas principais a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável, a erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. O documento final do Rio+20 dispõe que o desenvolvimento de objetivos e metas, tal qual aplicado em relação aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, seria útil na busca do desenvolvimento sustentável, por meio de ações focadas e coerentes (RIO +20, 2012).

No ano de 2015, em setembro, após mais de três anos de discussão, ocorreu em Nova York, na sede da ONU, a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável. No encontro, os países da ONU definiram os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como parte de uma nova agenda de desenvolvimento sustentável que deve finalizar o trabalho dos ODM (Objetivos do Milênio) e não deixar ninguém para trás (UNDP, s.d.).

Com prazo para 2030, mas com o trabalho começando desde já, essa agenda é conhecida como a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, líderes de governo e de estado aprovaram, por consenso, o documento “Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. A Agenda é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade. Ela busca fortalecer a paz universal com mais liberdade, e reconhece que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global ao desenvolvimento sustentável (UNDP, s.d.).

Para Motta e Aguilar (2009) a construção civil tem grande importância nas metas do desenvolvimento sustentável, ela representa a atividade humana com maior impacto sobre o meio ambiente. A construção civil promove impactos econômicos e sociais que contribuem para o aumento da qualidade de vida, sendo assim, é essencial compreender os parâmetros para uma construção sustentável, suas práticas, teorias e processos de projeto.

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3.3 CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS

Para Hilgenberg (2010, p. 30) "a construção civil tem uma relevância importante no cenário da sustentabilidade pois seu produto – as edificações – gera fortes consequências ao meio-ambiente em todo seu ciclo de vida". A sustentabilidade na construção civil pode ser vista como consequência do desenvolvimento de empreendimentos mais sustentáveis, uma vez que estimulam uma economia durante a produção, uma preservação dos recursos naturais, um planejamento do desenvolvimento dos projetos e obras, de materiais e sistemas construtivos, a inovação tecnológica, uma maior responsabilidade social e, especialmente, a consolidação de um ambiente construído mais saudável e confortável (QUALTEC, s.d.).

Para Leite (2011, p. 17) construir sustentavelmente significa,

reduzir o impacto ambiental, diminuir o retrabalho e desperdício, garantir a qualidade do produto com conforto para o usuário final, favorecer a redução do consumo de energia e água, contratação de mão de obra e uso de materiais produzidos formalmente, reduzir, reciclar e reutilizar os materiais.

Um edifício pode ser considerado mais sustentável por adotar soluções que visam a sustentabilidade, ou ainda, de alto desempenho ambiental. Segundo John (2010, apud GEBRIM, 2013) a forma de garantir que seja minimizada a agressão ao meio ambiente é planejar todas as etapas da construção buscando sempre reduzir os impactos e garantir a justiça social dentro do orçamento disponível.

Economizando energia em relação a edifícios convencionais similares, tanto na fase de operação quanto na fase de construção e, mesmo assim, proporcionar um ambiente interno satisfatório a seus ocupantes faz com que um edifício tenha resultados positivos de desempenho (NEWSHAM, MANCINI e BIRT, 2009 apud HILGENBERG, 2010).

O edifício sustentável deve considerar todo seu ciclo de vida, envolvendo qualidade funcional, ambiental, e valores futuros. Deve ter integração de projeto de engenharia elétrica e arquitetura e os projetistas devem estar preocupados com custo a longo prazo: ambiental, econômico e humano. Todos estes aspectos devem ser contemplados, pois os edifícios contribuem para qualidade de vida mais do que nos damos conta (HILGENBERG, 2010).

No setor da construção civil pode-se dizer que a sociedade, os investidores, os financiadores e usuários começam a incorporar cada vez mais boas práticas ambientais (GEBRIM, 2013). O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável e a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura apresenta algumas práticas para sustentabilidade na construção (CBCS, s.d.) sendo as principais:

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a) aproveitar as condições naturais locais;

b) utilizar o mínimo de terreno e integrar-se ao ambiente natural; c) implantar e analisar o entorno;

d) reduzir ou não provocar impactos no entorno – paisagem, temperaturas e concentração de calor, produzindo sensação de bem-estar;

e) verificar a qualidade ambiental interna e externa; f) gerir a sustentabilidade da implantação da obra;

g) adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários;

h) usar as matérias-primas que contribuam com a eco-eficiência do processo; i) reduzir o consumo energético;

j) reduzir o consumo de água;

k) reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos; l) introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável; m) conscientizar, quanto a sustentabilidade, os envolvidos no processo.

Silva (2012) sugere que para serem sustentáveis as construções devem gerar menos impactos ambientais e precisam abranger todas as etapas do ciclo de vida, vindo da concepção à demolição da mesma.

Para motivar que os conceitos de sustentabilidade sejam aplicados e cada vez mais utilizados nas construções civis foram criadas as certificações ambientais.

3.4 AS CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS

A certificação ambiental na construção civil é uma ferramenta de grande importância que estabelece um processo de gerenciamento dos impactos e determina o desempenho ambiental da edificação segundo critérios estabelecidos. Para Boni (2016) certificações ambientais são uma grande forma de mensurar e demonstrar o quanto um edifício possui de características sustentáveis.

Atualmente o Brasil já está entre os líderes do mercado de construções planejadas para preservar o meio ambiente, sendo cada vez maior o número de empreendimentos imobiliários com selos verdes no País (MDIC, 2013). Segundo Valente (2009) pode-se considerar que as certificações são um meio de valorização do empreendimento no mercado,

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porém, não existe um padrão único de referência, pois um determinado tipo de certificação pode não se adequar a todos os projetos, devido ao seu próprio conceito.

3.4.1 Objetivo das certificações

O principal objetivo da certificação ambiental é qualificar os projetos e construções que seguiram normas e instruções dos diferentes tipos de certificações, de acordo com o atendimento dos critérios, para receberem um selo que comprova a sustentabilidade da edificação. Outro objetivo é a conscientização para a incorporação de soluções que irão permitir uma redução no uso de recursos naturais, promovendo conforto e qualidade a todos os envolvidos no processo, iniciando pelo projeto, passando pela construção até o usuário final (VALENTE, 2009).

3.4.2 Vantagens das certificações

Apesar de o investimento financeiro ser maior no início, após o empreendimento concluído os custos para administrar os empreendimentos certificados e operá-los são menores, valorizando o imóvel e tornando-o mais saudável para seus usuários. Os benefícios trazidos pela certificação de uma construção sustentável são visíveis por longo prazo. Os maiores impactos que os usuários sentirão estarão ligados à redução do consumo de água e energia (VALENTE, 2009).

Para as empresas as maiores vantagens das certificações são o reconhecimento no mercado como ecologicamente corretas, associando a marca ao produto, aumentando seu potencial para conquistar novos mercados. Além disso, ocorre a redução dos custos de produção atraindo novos investimentos e facilitando a obtenção de financiamentos. Os clientes recebem como vantagem das certificações a economia direta no consumo de água e de energia elétrica, menores despesas condominiais gerais – água, energia, limpeza, conservação e manutenção, melhores condições de conforto e saúde, maior valor patrimonial ao longo do tempo e a consciência de sua contribuição para o desenvolvimento sustentável e a sobrevivência no planeta. Para a sociedade e o meio ambiente as vantagens são uma menor demanda sobre as infraestruturas urbanas, e sobre os recursos hídricos, uma redução da poluição, um melhor aproveitamento da infraestrutura local e da gestão de resíduos sólidos (FUNDAÇÃO VANZOLINI, s.d.).

(30)

3.5 TIPOS DE CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS UTILIZADAS NO BRASIL NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

No Brasil as certificações ambientais para construções civis mais conhecidas são a

Leadership in Energy Environmental Design (LEED), o Processo de Alta Qualidade Ambiental

(AQUA) certificação brasileira baseada na francesa Haute Qualité Environnemetale (HQE), o Selo Casa Azul e o Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações (Procel-Edifica), ainda no país existe a norma NBR ISO 50001 publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para orientação na elaboração de projetos que buscam melhorias no desempenho energético e obtenção de alguma certificação ambiental.

3.5.1 Leadership in Energy and Environmental Design (LEED)

O selo de certificação Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) foi criado pela U.S. Green Building Council (USGBC), organização fundada em 1993 com o objetivo de promover a sustentabilidade no mercado da construção civil. O sistema LEED, no entanto, só surgiu no ano 2000. Apenas em 2004, essa organização recebeu o primeiro pedido de certificação em um empreendimento brasileiro. Em 2007, foi criado no país o Green Building

Council Brasil (GBC Brasil), que auxilia no desenvolvimento da construção civil e na difusão

do conceito de empreendimentos sustentáveis no Brasil (BALDISSERA, 2013).

A LEED é um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações sustentáveis mais utilizada no mundo está presente em 167 países, e tem o intuito de incentivar a transformação dos projetos, obras e operações das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações (USGBC, s.d.).

O USGBC (2018) afirma que a LEED é uma solução global, regional e local que fornece parâmetros para edifícios, comunidades e cidades criarem espaços saudáveis,altamente eficientes e econômicos, ao mesmo tempo em que melhoram a qualidade de vida de seus ocupantes.

No quadro 1 é possível observar a Ranking Anual que a USGBC publicou dos 10 Países e Regiões com o maior número de projetos. O Brasil está na 4º posição com mais de 460 empreendimentos certificados, que totalizam mais de 14.8 milhões de metros quadrados certificados. Os Estados Unidos, país de origem do LEED, não está no ranking e se mantém como o maior Mercado mundial (USGBC, 2018).

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Quadro 1 - Ranking anual certificação LEED

Fonte: USGBC (2018)

3.5.1.1 Caracterização da certificação LEED

Segundo a Green Building Council Brasil (s.d., n.p.) o sistema LEED contempla nove modalidades:

a) LEED NC - New Construction & Major Renovation (Novas construções e Grandes Reformas) destinado a edificações que serão construídas, ou passarão por reformas que venham a incluir o sistema de ar condicionado, envoltória e realocação;

b) LEED EB - Existing Buildings – Operation and Maintance (Edifícios Existentes - Operação e Manutenção) que é focado na eficiência operacional e manutenção do edifício existente. Ajuda a maximizar a eficiência da operação e minimizar custos e impacto ao meio ambiente;

c) LEED-CI - Commercial Interiors (para Interiores Comerciais) é a certificação que reconhece escritórios de alto desempenho, que por possuírem ambientes internos mais saudáveis, auxiliam no aumento de produtividade de seus ocupantes. Escritórios certificados possuem custos reduzidos de operação e manutenção, além da reduzirem sua pegada ecológica;

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d) LEED-CS - Core & Shell (Envoltória e Estrutura Principal) é a certificação destinada para edificações que comercializarão os espaços internos posteriormente. A certificação engloba toda a área comum, sistema de ar condicionado, estrutura principal, como caixa de escadas e elevadores e fachadas. Os detalhes da ocupação, como, por exemplo, mobiliário, não são considerados, tendo em vista a pluralidade e autonomia dos futuros ocupantes. Este tipo de empreendimento facilita a certificação das salas de interiores comerciais;

e) LEED-ND - Neighborhood Development (LEED para Desenvolvimento de Bairros) que integra princípios de crescimento planejado e inteligente, urbanismo sustentável e edificações verdes, por meio de diferentes tipologias de edificações e mistura de usos dos espaços urbanos. Incentiva também a utilização de transporte público, eficiente e alternativo e criação de áreas de lazer, tais como parques e espaços públicos de alta qualidade. Essa tipologia engloba ruas, casas, escritórios, shoppings, mercados e áreas públicas.

f) LEED - Schols (para Escolas) a qual cria ambientes escolares mais saudáveis e confortáveis, possibilitando melhor desempenho dos alunos e corpo docente. Reduz custos com operação e manutenção do edifício e possibilita a criação de práticas de educação ambiental dentro do próprio ambiente escolar;

g) LEED-Homes (para casas) avalia residências unifamiliares e prédios multifamiliares de até três pavimentos;

h) LEED - Retail NC & CI (para Lojas de Varejo) que reconhece as diferentes necessidades e características de uma loja de varejo, quando comparada a uma edificação comercial e auxilia as diretrizes para a redução da pegada ecológica da edificação;

i) LEED Healthcare (para Hospitais) é a certificação que engloba todas as necessidades de um hospital, sendo muito distinta da de uma construção comercial. Estudos comprovam que, por possuírem ambientes mais saudáveis e naturais, hospitais certificados ajudam na recuperação do paciente, que inclusive é mais rápida que o comum.

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3.5.1.2 Avaliação para nível de Eficiência na LEED

A avaliação de um empreendimento por meio da LEED é realizada com a utilização de um checklist, que contém os critérios a serem avaliados por cada bloco de pontuação (um total de sete blocos). Cada bloco tem um limite máximo de pontos que pode ser atingido, de acordo com a pontuação máxima de cada critério. Existem, também, pré-requisitos em cada bloco que variam na sua quantidade de acordo com o tema que é analisado. O máximo de pontos são 110, porém a partir de 40 já é possível receber a certificação (BALDISSERA, 2013). Segundo a Green Building Council Brasil (s.d., n.p.) os blocos avaliados são:

a) Sustainable sites (Espaço Sustentável) – Encoraja estratégias que minimizam o impacto no ecossistema durante a implantação da edificação e aborda questões fundamentais de grandes centros urbanos, como redução do uso do carro e das ilhas de calor;

b) Water efficiency (Eficiência do uso da água) – Promove inovações para o uso racional da água, com foco na redução do consumo de água potável e alternativas de tratamento e reuso dos recursos;

c) Energy & atmosphere (Energia e Atmosfera) – Promove a eficiência energética nas edificações por meio de estratégias simples e inovadoras, como, por exemplo, simulações energéticas, medições, comissionamento de sistemas e utilização de equipamentos e sistemas eficientes;

d) Materials & resources (Materiais e Recursos) - Encoraja o uso de materiais de baixo impacto ambiental (reciclados, regionais, recicláveis, de reuso, etc.) e reduz a geração de resíduos, além de promover o descarte consciente, desviando o volume de resíduos gerados dos aterros sanitários;

e) Indoor environmental quality (Qualidade ambiental interna) – Promove a qualidade ambiental interna do ar, essencial para ambientes com alta permanência de pessoas, com foco na escolha de materiais com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, controlabilidade de sistemas, conforto térmico e priorização de espaços com vista externa e luz natural;

f) Innovation in design or innovation in operations (Inovação nos projetos ou operações) – Incentiva a busca de conhecimento sobre Green Buildings, assim como, a criação de medidas projetuais não descritas nas categorias do LEED. Pontos de desempenho exemplar estão habilitados para esta categoria;

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g) Regional priority credits (Créditos de Prioridade Regional) – Incentiva os créditos definidos como prioridade regional para cada país, de acordo com as diferenças ambientais, sociais e econômicas existentes em cada local.

Cada um dos sete blocos possui pré-requisitos que os empreendimentos deverão atender e possuem créditos a partir dos quais a pontuação é estabelecida de acordo com o nível de atendimento de cada um, ou se são ou não atendidos tais créditos. Após a determinação por crédito a pontuação é somada por bloco e por fim obtêm-se a pontuação final.

3.5.1.3 O Processo de certificação LEED

O processo de certificação LEED é composto por cinco passos conforme apresentado na figura 1.

Figura 1- Etapas da certificação LEED

Fonte: USGBC (s.d.).

O primeiro passo é definir qual modalidade de classificação será utilizada para certificar o empreendimento. Alguns projetos são específicos, no entanto, outros se encaixam em mais de uma definição. Quando isso ocorre, é recomendado escolher com base no tipo de uso que será dado ao empreendimento (USGBC, s.d.).

A partir do registro e pagamento da taxa, inicia-se o processo de certificação, pois a partir deste momento o empreendedor poderá acessar o LEED Online, no qual montará a equipe de projetos e iniciará o preenchimento da documentação. Além da documentação é preciso apresentar os pré-requisitos e os créditos alcançados de cada etapa da obra (USGBC, s.d.).

Quando toda documentação estiver pronta, a equipe irá transferir todo material para o LEED online, iniciando o processo de revisão para futura certificação do empreendimento.

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Antes da certificação, é necessário o preenchimento de um requerimento, em pedido formal para iniciar a revisão final. Esse processo é diferente, pois irá depender da categoria que o edifício se encontra na certificação.

O quinto passo é a certificação do empreendimento que ocorre após a revisão final estar concluída. No entanto, é possível recorrer da decisão se a equipe de projeto a considerar errônea. O empreendimento pode atingir um dos quatro níveis de certificação de acordo com a pontuação alcançada, quais sejam: Certificado, Nível Prata, Nível Ouro e Nível Platina conforme apresentado na figura 2.

Figura 2 - Níveis de certificação LEED

Fonte: USGBC (s.d.).

3.5.2 Alta Qualidade Ambiental (AQUA)

A certificação AQUA foi inspirada no referencial técnico francês Démarche HQE (Haute Qualité Environamentalle), adaptada para realidade das construções civis brasileiras em 2007 pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini (FCAV). Essa fundação é uma instituição privada sem fins lucrativos em parceria com o Certivéa, instituição pertencente ao grupo Centre

Scientifique et Technique du Bâtiment (CSTB) e com o Departamento de Engenharia Civil da

Escola Politécnica da USP (FUNDAÇÃO VANZOLINI, s.d.).

O selo AQUA é um Processo de Gestão Total do Projeto para obter-se a Alta Qualidade Ambiental do seu Empreendimento de Construção visando a qualidade ambiental de um empreendimento novo ou envolvendo uma reabilitação, que segundo a associação HQE, pode ser definido como, “qualidade ambiental do edifício e dos seus equipamentos (em produtos e serviços) e os restantes conjuntos de operação, de construção ou adaptação, que lhe conferem aptidão para satisfazer as necessidades de dar resposta aos impactos ambientais sobre

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o ambiente exterior e a criação de ambientes interiores confortáveis e sãos” (PINHEIRO, 2006, p. 174).

A certificação e a marca Processo AQUA são concedidas pela Fundação Vanzolini, com base em auditorias presenciais independentes.

O AQUA destaque-se por ser a primeira metodologia que abrange a gestão de projeto e é oficialmente adaptada à realidade brasileira, e tem como objetivo a obtenção da qualidade ambiental de um empreendimento novo ou de uma reabilitação, seja ele do setor de serviços (escritórios e edifícios escolares) ou habitacional (BERTOLETTI, 2011). Para avaliar a gestão e execução do projeto o Referencial Técnico desta certificação é dividido em dois blocos principais: o Referencial do Sistema de Gestão do Edifício (SGE) e o Referencial da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE).

3.5.2.1 Referencial do Sistema de Gestão do Edifício (SGE)

Define a qualidade ambiental pretendida para o empreendimento, assim como as estratégias para atingi-la. Além disso, permite controlar os processos operacionais relacionados às fases de programa, concepção e realização. É a partir da implementação do SGE que se torna possível definir a QAE visado e o modo de atingir esse objetivo. O SGE é dividido em quatro etapas (FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2014b):

a) comprometimento do empreendedor: definição do perfil QAE idealizado e comprometimento do empreendedor com o mesmo;

b) implementação e funcionamento: etapa de planejamento do empreendimento, definição das responsabilidades, autoridades e competências, contratos, comunicação e controle dos diversos documentos gerados;

c) gestão do empreendimento: consiste em realizar as análises críticas, avaliação da QAE, atendimento aos compradores, correções e ações corretivas;

d) aprendizagem: etapa de balanço do empreendimento e análise da satisfação ou não dos clientes.

3.5.2.2 Referencial da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE)

O perfil do QAE, elaborado no SGE, provém de seis itens que devem ser analisados e hierarquizados conforme o planejamento do empreendedor para aquele empreendimento.

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Existem dois tipos de referencial, quais sejam, o QAE para Edifícios Residenciais e o QAE para Edifício não Residenciais. Os seis itens que originam o QAE são (FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2014a):

a) Estratégia ambiental: define as prioridades do empreendimento;

b) Necessidades e expectativas das partes interessadas, pensando em primeiro lugar nos clientes;

c) Opções funcionais do empreendimento;

d) Análise das características e restrições do local de implantação do empreendimento;

e) Exigências legais e regulamentares;

f) Análise econômica, custos dos investimentos e potencial economia.

O QAE avalia o desempenho arquitetônico e técnico do empreendimento sob 14 categorias, agrupadas em quatro famílias, conforme tabela 1.

Tabela 1 - Categorias contempladas no QAE

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3.5.2.3 Avaliação dos Níveis do AQUA

No universo das 14 categorias que compõem o referencial técnico da certificação AQUA, existem 38 subcategorias que se desdobram em cerca de 160 preocupações, das quais mais de 40% são obrigatórias para se atingir o conceito mínimo BOM em cada categoria, o que ainda não é suficiente para se obter a certificação. Esse rigor não dá margem para que um edifício certificado atenda a qualidades ambientais somente em alguns aspectos e ignore completamente outros (FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2013).

A avaliação da Qualidade Ambiental do Edifício é feita para cada uma das 14 categorias de preocupação ambiental e as classifica nos níveis BASE, BOAS PRÁTICAS ou MELHORES PRÁTICAS, conforme perfil ambiental definido pelo empreendedor na fase pré-projeto (FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2014a).

Segundo a Fundação Vanzolini (2013) para um empreendimento ser certificado com o AQUA, o empreendedor deve alcançar no mínimo um perfil de desempenho com três categorias no nível MELHORES PRÁTICAS, quatro categorias no nível BOAS PRÁTICAS e sete categorias no nível BASE, conforme apresentado na figura 3.

Figura 3 - Nível de desempenho das categorias

Fonte: Fundação Vanzolini (2013).

3.5.2.4 Orientações gerais do AQUA

Para obter a certificação AQUA é preciso entrar em contato com a fundação Vanzolini. O processo de certificação é feito por meio de auditorias presenciais e análises que verificam se os processos atendem aos critérios do referencial técnico disponibilizado pela

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fundação. O processo é dividido em três etapas: programa, concepção e realização. Na primeira etapa, define-se o SGE e o perfil de desempenho em cada uma das 14 categorias do referencial. Na fase de concepção, é utilizado o perfil almejado para o desenvolvimento dos projetos, avaliando o perfil do QAE e corrigindo os pontos necessários. E a última etapa, de realização da obra, mantém-se o SGE e executa-se a obra conforme os projetos avaliados na etapa anterior, corrigindo-se os erros. Ao final de cada etapa solicita-se à Fundação Vanzolini uma auditoria, e ao decorrer da mesma é observada a implantação do SGE e é avaliado se o QAE corresponde ao exigido pelo referencial técnico. Ao final de cada etapa é emitido um certificado que comprova o alcance da meta estabelecida (FUNDAÇÃO VANZOLINI, 2013).

A figura 4 ilustra as etapas analisadas durante o processo de certificação bem como a certificação obtida.

Figura 4 - Etapas analisadas do AQUA

Fonte: Fundação Vanzolini (2013).

3.5.3 Selo Casa Azul

A Caixa Econômica Federal desenvolveu o Selo Casa Azul CAIXA, o primeiro sistema de classificação da sustentabilidade de projetos habitacionais ofertado no Brasil e desenvolvido para a realidade da construção habitacional brasileira (CEF, 2010).

Para obter-se o selo é preciso adequar-se o projeto e/ou a edificação as regras especificadas no Manual “Selo Casa Azul: Boas Práticas para Habitação Mais Sustentável”. Esse manual foi desenvolvido por uma equipe de especialistas da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal de Santa

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Catarina (UFSC), com o objetivo de dar suporte aos projetistas e empreendedores com estratégias adaptadas para a realidade habitacional no Brasil (CEF, 2010).

O Objetivo desse selo é incentivar o uso racional de recursos naturais na construção de empreendimentos habitacionais, reduzir o custo de manutenção dos edifícios e as despesas mensais de seus usuários, bem como promover a conscientização de empreendedores e moradores sobre as vantagens das construções sustentáveis. Vale ressaltar que não há despesas para o proponente na concessão do Selo, somente uma taxa de análise de projeto (CEF, 2010). 3.5.3.1 Categorias e critérios do Selo Casa Azul CAIXA

A metodologia do Selo Casa Azul estabelece seis categorias de preocupações socioambientais para serem consideradas na avaliação do empreendimento. Essas categorias se subdividem em 53 ações que são consideradas critérios de avaliação (CEF, 2010, p. 29).

As seis categorias se dividem em: Qualidade urbana, Projeto e Conforto, Eficiência Energética, Conservação de Recursos Materiais, Gestão da Água e Práticas Sociais (CEF, 2010):

a) Categoria 1 - Qualidade Urbana está relacionada ao planejamento e à escolha da área;

b) Categoria 2 - Projeto e Conforto trata do planejamento da adaptação da edificação às condições climáticas, às características locais físicas e geográficas e, também, a previsão de espaços na edificação destinados a usos e fins específicos;

c) Categoria 3 - Eficiência Energética que trata das medidas que devem ser adotadas nos empreendimentos de modo a torná-los mais eficientes com relação à conservação de energia;

d) Categoria 4 - Conservação de Recursos Materiais a qual considera a utilização dos materiais utilizados na construção visando a redução de perdas;

e) Categoria 5 - Gestão da Água que trata da conservação da água em quantidade e qualidade para que o recurso seja disponível por um maior tempo já que a água é tratada como um recurso finito;

f) Categoria 6 - Práticas Sociais estabelece ações que buscam promover a sustentabilidade, visam a maior consciência ambiental e contribuir para diminuir algumas desigualdades sociais a todos envolvidos na elaboração do projeto, construção e ocupação das edificações.

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O quadro 2 apresenta o resumo das categorias de avaliação do sistema de certificação, bem como os critérios que devem ser levados em consideração, sendo que para a classificação há itens que devem ser cumpridos obrigatoriamente para atender a certificação mínima.

Quadro 2 - Resumo categorias, critérios e classificação selo Casa Azul

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3.5.3.2 Avaliação do Nível

O ''Selo Casa Azul'' é dividido nas classes ouro, prata e bronze, definidas pelo número de critérios atendidos. Para receber o ouro, o empreendimento deverá atender a, no mínimo, 31 critérios. Recebem prata aqueles que atenderem a 25 critérios, e bronze os que apresentarem o cumprimento de, pelo menos, 19 critérios obrigatórios (CEF, 2010). O quadro 3 apresenta as gradações e a forma como deve ser o atendimento dos critérios. A figura 5 apresenta os selos recebidos de acordo com a gradação obtida.

Quadro 3 - Níveis de gradação do selo Casa Azul

Fonte: CEF (2010).

Figura 5 – Selos dos níveis de gradação do selo Casa Azul

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3.5.3.3 Orientações Gerais para obter o Selo Casa Azul

O interesse em obter o Selo Casa Azul CAIXA deverá ser manifestado pelo empreendedor. Para iniciar o processo devem-se apresentar os projetos, a documentação e informações técnicas completas referentes aos critérios a serem atendidos pelo projeto (CEF, 2010).

Para ser candidato ao Selo Casa Azul o projeto deve atender às regras dos programas operacionalizados pela CAIXA de acordo com a linha de financiamento ou produto de repasse. Outros documentos também são necessários como os projetos aprovados pela prefeitura, declaração de viabilidade de atendimento das concessionárias de água e energia, alvará de construção, licença ambiental e demais documentos necessários à legalização dos empreendimentos (CEF, 2010).

O Selo pode ser aplicado em todos os tipos de projetos de empreendimentos habitacionais apresentados à CAIXA para financiamento ou nos programas de repasse. Podem se candidatar ao Selo as empresas construtoras, o Poder Público, empresas públicas de habitação, cooperativas, associações e entidades representantes de movimentos sociais (CEF, 2010).

3.5.4 Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações (Procel-Edifica)

O Procel-Edifica é um Plano de Ação para promover a Eficiência Energética em Edificações, visando construir as bases necessárias para racionalizar o consumo de energia nas edificações no Brasil. Foi instituído em 2003 pela ELETROBRÁS/PROCEL e atua de forma conjunta com o Ministério de Minas e Energia, o Ministério das Cidades, 24 universidades, centros de pesquisa e entidades das áreas governamental, tecnológica, econômica e de desenvolvimento, além do setor da construção civil. A metodologia desenvolvida pelo PROCEL foi obtida após cinco anos de pesquisa de uma comissão composta pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da UFSC (LabEEE). A metodologia distingue dois tipos de classificação de edificação, quais sejam, Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos (publicada em 2009 e revisada em 2010) e residenciais (publicada em 2010) (PROCEL INFO, s.d.).

Para que uma edificação comercial, de serviço e pública receba a etiqueta do Procel-Edifica precisa ser analisada segundo o desempenho de três sistemas: envoltória, iluminação e

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