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Capítulo III.O ABC NAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS BANCÁRIOS

3.4. Considerações Finais

A partir dessa avaliação sobre o método de custeio utilizado, estabeleceu-se a necessidade de implantação de um sistema gerencial que

permitisse uma correta alocação dos recursos, de forma que cada modalidade suportasse somente os custos que realmente haviam consumido.

Este mesmo sistema deveria gerar informações que eliminassem as imperfeições apresentadas nos resultados de análises e monitoramento da rentabilidade de produtos e clientes, bem como, da avaliação financeira do desempenho da organização. Assim, o banco teria condições de estabelecer novas estratégias de mercado, inclusive políticas de redução de preços, com base em resultados e informações totalmente confiáveis, garantindo a satisfação do cliente e um retorno desejável para a organização.

CONCLUSÃO

O método de custeio baseado em atividades, tem sido implementado com sucesso em inúmeras organizações e vem se revelando uma excelente ferramenta gerencial, não só de controle de custos como também de avaliação estratégica, talvez por ser entre os métodos ditos não tradicionais, aquele que além de oferecer uma base conceitual mais adequada à realidade também se apresenta como um método operacional, capaz de atuar em todas as fases do ciclo de vida de um produto.

Sua eficácia reside no fato de criar uma abordagem que possibilita uma melhor distribuição dos custos fixos e indiretos, custos estes, que costumam predominar no setor de serviços, notadamente aqueles de maior automação, permitindo um melhor direcionamento, planejamento e controle dos custos reais; buscando melhorar as informações que são utilizadas para fins de tomada de decisão em nível operacional ou estratégico; conferindo-lhes maior veracidade; e aumentando o seu grau de confiabilidade. Isso se faz necessário, pois, se estas informações não estiverem o mais próximo possível da realidade, ao serem utilizadas como suporte às decisões, podem até mesmo conduzir o gestor a um julgamento equivocado, que implique em um excessivo investimento que não adicionará nenhum valor e, conseqüentemente, trará grandes perdas para organização.

A simulação desenvolvida no capítulo III, com base em material obtido junto às áreas comerciais de dois bancos com participação expressiva no mercado de cobrança bancária, possibilitou a comparação entre as informações originadas por um sistema tradicional e pelo sistema ABC, evidenciando um exemplo claro de como informações imprecisas podem conduzir a decisões equivocadas. Na simulação se pode verificar que, inicialmente, com a utilização de uma metodologia tradicional, acreditava-se que a modalidade E, por ser comercializada por um valor um pouco mais alto que as demais, contribuía para o aumento dos índices de lucratividade da

organização. No entanto, ao ser observada sob a ótica do ABC, constatou-se que esta modalidade trazia prejuízos ao invés de lucros, e que este fato só não era percebido anteriormente, porque a modalidade esta estava sendo subcusteada pelas demais.

A partir da constatação da ocorrência do subsídio cruzado, que só foi possível com o emprego do ABC, a organização pôde então reformular os preços do produto cobrança bancária de forma que as modalidades A, B, C e D assumissem somente os custos das atividades que realmente haviam consumido, o que tanto foi satisfatório para os clientes que tiveram seus preços reduzidos como para a organização que, conhecendo melhor o custo de cada modalidade, teve uma visão bem mais clara de sua rentabilidade e pôde, então, buscar mais clientes nas modalidades mais lucrativas, oferecendo preços mais acessíveis que os de seus concorrentes.

Também chegou-se a conclusão de que a utilização do método de custeio tradicional, embora fosse o único legalmente aceito, a partir do momento em que era utilizado como instrumento de apoio a gestão, gerava algumas ineficiências na distribuição dos custos aos produtos, fazendo com que modalidades consideradas muito simples acabassem por subsidiar o custo de modalidades mais complexas e que, geralmente, consumiam muitos recursos da organização. Além disso, o sistema atual não fornecia informações suficientes para uma correta análise da lucratividade de seus produtos, nem a elaboração de estratégias mais agressivas que levassem a organização a atingir uma posição de liderança no mercado de serviços bancários.

Sendo assim, constata-se que a superioridade do ABC em relação aos métodos tradicionais, está em sua essência em apurar o custo do produto observando que os recursos são consumidos pelas atividades e que as atividades são consumidas pelos objetos de custos. O método, em primeiro lugar, custeia as atividades, considerando que estas são as legítimas demandantes dos recursos e por último, custeia os produtos ou serviços, a partir da determinação do consumo que fazem das atividades. A passagem dos gastos das atividades até o objeto de custo se dá através do uso dos

direcionadores, outra particularidade considerada bastante significativa do ABC, inclusive, é essa característica a grande responsável por reduzir as distorções causadas pelos rateios arbitrários.

Principalmente para aplicação em instituições bancárias, onde os custos e os recursos estão relacionados com a estrutura montada para a prestação de serviços como um todo, e não somente, a um produto específico, o que dificulta ainda mais o processo de custeio, o ABC apresenta grandes vantagens por deslocar inicialmente os recursos para os centros de custos e, em seguida, através da utilização de um número maior de direcionadores para cada tipo de custo, tratar adequadamente esses custos e apropriá-los aos produtos. Dessa forma, é possível que os administradores entendam melhor o processo de consumo dos recursos e obtenham informações valiosas e seguras para auxiliar os processos de definição de preços por produtos e serviços diferenciados; administração do relacionamento com clientes a partir de conhecimento dos custos individualizados; melhoria em processos; adoção de novas tecnologias; descontinuidade o não de linhas de produtos e outras ações gerenciais que orientem ações para redução de custos diretos ou indiretos.

Finalizando, concluiu-se que, apesar de representar um grande diferencial para as organizações, isoladamente o ABC não supera todas as limitações dos sistemas tradicionais e tampouco resolve sozinho todos os problemas relacionados à lucratividade e à rentabilidade ou às questões de estratégias competitivas. Se a organização já está funcionando de forma ineficiente, o ABC é capaz de revelar a origem dessa ineficiência, no entanto, a decisão final sobre o caminho a ser seguido e as ações a serem tomadas para corrigir imperfeições e solucionar o problema depende, exclusivamente, dos responsáveis pela gestão do negócio. Esses, assim como qualquer outro ser humano, estão sujeitos a julgar ou interpretar dados de forma errônea, o que implica em uma solução incorreta. Nesse aspecto, de nada adiantará um sistema de custos que forneça dados e informações precisas se as decisões ou as estratégias formuladas não forem coerentes e não trouxerem nenhum benefício à organização.

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OLIVEIRA, Luis Martins de. Contabilidade de Custos para não contadores. São

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... 08

Capítulo I. A CONTABILIDADE DE CUSTOS E OS MÉTODOS DE CUSTEIO .... 12

1.1. Uma Introdução à Contabilidade de Custos ... 12

1.1.1 As principais classificações dos custos ... 14

1.2. Introdução aos Métodos e Sistemas de Custeio ... 14

1.3. Abordagem dos Sistemas e Métodos de Custeio Tradicionais ... 15

1.3.1. Método de custeio por absorção ... 15

1.3.2. Método de custeio variável ou direto ... 17

1.3.3.Método do custo padrão ... 18

1.4. Abordagem dos Métodos de Custeio Não Tradicionais ... 19

1.1.1. Método das unidades de esforço de produção (UEP) ... 19

1.1.2. Método RKW ou custeio pleno ... 21

1.1.3. Método Target Costing ou custeio meta ... 22

1.1.4. Método Kaizen ... 23

1.1.5. Método de custeio pelo ciclo de vida ... 24

1.1.6. Método da teoria das restrições ... 25

1.1.7. Método de custeio baseado em atividades (ABC) ... 27

1.5. Considerações Finais sobre os Métodos de Custeio ... 28

Capítulo II. MÉTODO ABC - CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES... 30

2.1. Considerações Gerais sobre o ABC ... 30

2.1.1. Definições ... 31

2.1.2. Histórico ... 32

2.1.3. As versões do ABC ... 33

2.2. Hierarquia da Análise do ABC ... 38

2.3. A Composição do Custeio Baseado em Atividades ... 36

2.3.1. Os direcionadores de custos ... 36

2.4. O ABC no Setor de Serviços em Geral ... 39

2.5. Razões para sua Utilização ... 41

2.6. Benefícios e Restrições a sua Utilização ... 42

2.7. Implantação e Metodologia do ABC ... 45

2.7.1. Mapeamento dos processos e atividades ... 47

2.7.2. Identificação dos recursos consumidos pelas atividades .. 47

2.7.3. Atribuição dos custos dos recursos às atividades ... 47

2.7.4. Identificação dos objetos de custos ... 48

2.7.6. Atribuição dos custos da atividade ao produto ... 49

2.8. Considerações Finais sobre o Capítulo ... 50

Capítulo III.O ABC NAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS BANCÁRIOS ... 51

3.1. Introdução ... 51

3.2. O Produto: Cobrança Bancária ... 54

3.3. Aplicando o ABC em Bancos – Exemplo Prático ... 56

Caracterização da instituição ... 57

3.3.2. Descrição do produto ... 58

3.3.3. Desenvolvimento da metodologia ... 61

3.3.3.1. Elaboração do dicionário e do banco de dados das atividades ... 61

3.3.3.2. Identificação e custeio dos objetos de custos ... 62

3.3.4. Análise dos resultados ... 63

3.4. Considerações Finais ... 65

CONCLUSÃO ... 67

REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS ... 70

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