• Nenhum resultado encontrado

As formas do fazer etnográfico no IHGB

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento dos estudos etnográficos no Brasil esteve intimamente ligado à história do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Podemos delimitar as décadas iniciais da instituição - fundada em 1838 - como aquelas que definiram e institucionalizaram aquilo que chamamos de etnografia. Fundado com o objetivo de escrever o passado na recém fundada nação, a instituição foi responsável por definir também aqueles que seriam considerados brasileiros. Nesse sentido, o indígena ocupou um espaço de destaque na invenção de um discurso nacional que objetivava encontrar os antepassados do Brasil.

A eleição do indígena como representante de uma identidade nacional não foi exclusividade dos estudos do IHGB, símbolo do romantismo no país o índio tornou-se categoria de reflexão sobre valores de nação e civilização no país. Importante, portanto, na montagem do Estado brasileiro como salienta Alcida Rita Ramos. A antropóloga analisou comparativamente os casos do Brasil e da Argentina com o intuito de perceber o papel que o indigenismo desempenhou em diferentes lugares. Para a autora “Indigenismo é a janela

indiscreta que expõe o ethos, quase sempre oculto, de uma determinada identidade nacional no continente”229. Segundo Ramos, no Brasil, a estratégia adotada no período que corresponde ao século XIX foi a da superexposição do elemento indígena. Isso não significa dizer que a escolha do indígena como símbolo romântico da nacionalidade brasieleria resulte necessariamente na valorização de sua figura.

A própria denominação índio e indígena são termos que foram naturalizados para a caracterização de uma ampla gama de populações diferentes entre si. Assim, a etnografia no IHGB significou a escritura de um passado preocupado com a identidade e definição daqueles que seriam o outro da nação, ou seja, sua alteridadade. Ao longo do século XIX foi estabelecida a lógica que o discurso etnográfico atendia como bem afirmou Vânia Moreira sobre a sistematização desse conhecimento com a criação de Seção de Etnografia e Arqueologia em 1840 quando definia-se “de maneira concisa, o objeto da etnografia (os índios), seus objetivos (estudo das línguas, crenças e dos costumes) e sua pertinência social (orientar a política indigenista do Estado imperial)”.230

Em nossa dissertação nos preocupamos com essa relação entre etnografia e história décadas mais tarde dessa fundação, no período que corresponde aos trinta primeiros anos do século posterior. Em um primeiro momento, o questionamento que guiou a pesquisa foi a tentativa de compreender as diferenças entre o início do século XX e a tradição construída ao longo do oitocentos. Percebemos, no entanto, que em muito aspectos os estudos que apresentamos em nossos levantamentos não se distanciam dos publicados anteriormente. Biologia, teorias racias, determinismo geográfico foram deicisivos para novas formulações por parte dos sócios do instituto? Tinhamos como hipótese que sim, hipótese que não se confirmou. Os trabalhos publicados na Revista, nos Congressos e no Dicionário pouco se diferenciavam daqueles que foram publicados anos antes.

A discussão sobre mestiçagem que ocupou diversos intelectuais no início do século XX e que pode ser considerado o grande debate daqueles que se dedicaram aos aspectos biológicos de raça quase não teve espaço dentro da instituição. Com raras exceções tivemos 229RAMOS, Alcida Rita. Indigenismo: um orientalismo americano. Anuário Antropológico/2011-I, 2012, p.

29.

230MOREIRA, Vânia. O ofício do historiador e os índios: sobre uma querela no Império. Revista Brasileira

a discussão da mestiçagem em pauta naquelas décadas. Ao lado de Roquette-Pinto os textos que apareceram foram os de Euclides da Cunha, Alberto Rangel e Oliveira Vianna. Este último de forma mais explícita e enfática.

Pensar o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro como um espaço de pratica etnográfica foi um desafio no sentido em que o local se mantém muito próximo às tradições de pesquisa indígena. Se no século XIX etnografia foi sinônimo de etnografia indígena, no início do XX se manteve muito próximo disso. Outros temas e métodos existiam mais como possibilidade e em discussões teóricas que na prática. O que explicaria essa ausência? Uma possível explicação seja a manutenção da lógica sobre o qual o tema indígena foi construído nos decênios anteriores. O fim da Monarquia e advento da República significou uma crise instituicional para o IHGB, que mantinha laços estreitos com o Império, mas a sistematização centrada no objeto indígena, o estudo das línguas, crenças e costumes e como pertinência a orientação da política indigenista do Império sofreu uma ruptura com a mudança de regime? Acreditamos que não. Talvez a mudança mais explícita seja a alteração de orientação da política indigenista do Império para um projeto de nação republicano. Portanto, nos arriscamos a dizer que o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e seus sócios mantiveram a mesma lógica da tradição de pesquisa etnográfica do instituto. Neste sentido o IHGB manteve seu objeto, seu objetivo e buscou manter sua pertinência social.

Etnografia, Antropologia, História e Biologia. Estavam todas no início do século em disputa por espaço como categoria explicativa da realidade nacional. Cada qual concorrendo à sua maneira e com seus caminhos próprios. Dificilmente podemos desvincular todas e delimitar o espaço que cada uma desempenhou, pois, buscavam o mesmo objetivo e muitas vezes coexistiam no sujeito que se propunha a atuar como intelectual no período. Eram parte de um contexto mais amplo onde todas se faziam necessárias para o debate a respeito da nação que esses letrados, literatos, cientistas, bacháreis, engenheiros e médicos desejavam que o Brasil se tornasse.

Dentro desse ambiente de disputas, o IHGB ocupou um lugar de produção etnográfica e de uma tradição de saber. O início do século XX certamente significou uma busca por

ampliação e reformulação de algumas questões, como podemos observar nas reiteradas tentativas de revisão das classificações etnográficas de Von Martius, mas mesmo essas revisões foram pautadas nas regras e métodos do fazer historiográfico. Em suma, etnografia indígena e história continuaram como a perspectiva adotava no projeto de escrita do passado do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro nas primeiras décadas do século XX.

FONTES:

AMARAL, Braz do. As tribus negras importadas. Estudo ethnographico, sua distribuição regional no Brasil. Os grandes mercados de escravos. Anais do Primeiro Congresso de HIstória Nacional, Rio de Janeiro, IHGB, Imprensa Nacional, 1915-1917, v. 2, pp. 661-693. AMARAL, Claro Monteiro do. Memória sobre os usos e costumes de índios Guaranis, Caiuás e Botocudo. Revista do IHGB. Tomo LXIII, parte II, 1901, p. 263-274.

Anais do Primeiro Congresso de História Nacional, Rio de Janeiro, IHGB, Imprensa Nacional, v.1 e 2, 1915-1917.

Anais do Congresso Internacional de História da América, Rio de Janeiro: IHGB/ Imprensa Nacional, tomo especial, 1925.

BRAZIL, Étienne. Os Malês. Revista do IHGB, vol. 72, 1907, p. 67-126.

CLAUDIO, Affonso. As tribus negras importadas. Estudo ethnographico, sua distribuição regional no Brasil. Os grandes mercados de escravos. Anais do Primeiro Congresso de HIstória Nacional, Rio de Janeiro, IHGB, Imprensa Nacional, 1915-1917, v. 2, pp. 595-660 CUNHA, Euclydes da.Da independencia a Republica. Revista do IHGB. Tomo LXIX, parte II, 1906, p. 7-74.

Dicionário, Histórico, Geográfico e Etnográfico do Brasil. Rio de Janeiro: IHGB, 1922. GARCIA, Rodolfo. Ethnografia indígena. In. Dicionário, Histórico, Geográfico e Etnográfico do Brasil. Rio de Janeiro: IHGB, 1922, v. 1, pp. 249-277.

______. Diccionario de brasileirismos (peculiaridades pernambucanas). Revista do IHGB. Tomo LXXVI, parte I. 1913, pp. 633- 947.

EINRECH, Paul. Divisão e distribuição das tribus do Brasil segundo o estado actual dos nossos conhecimentos. Revista da Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro, Tomo VIII, 1º. Boletim, p. 3-55. Rio de Janeiro: Typ. de G. Leuzinger& Filhos, 1892.

______. Sobre alguns retratos de indios sul-americanos. Revista do Instituto Archeologico e Geographico Pernambucano, vol. XII, N. 65, p. 18-46, 1905.

______. A ethnographia da America do Sul ao começar o seculo XX. Revista do Instituto Historico e Geographico de São Paulo, vol. XI. 1906, p. 280-305.

FREITAS, Affonso A. de. Distribuição geographica das tribusindigenas na época do descobrimento. Anais do Primeiro Congresso de HIstória Nacional, Rio de Janeiro, IHGB, Imprensa Nacional, 1915-1917, v. 2, pp. 489-510.

LIMA, Manuel de Oliveira.Actual Papel do Instituto Histórico. Revista do IHGB, Tomo LXXVI, parte II, 1913, p. 489.

MAGALHÃES, Basílio de. Vocabulario da língua dos Borôros-Coroados do Estado do Matto-Grosso. Revista do IHGB, Rio de Janeiro, tomo 83, parte I, pp. 5-68, 1918.

PITANGA, A. F Souza. O selvagem perante o Direito. Revista do IHGB, Rio de Janeiro. Tomo LXIII, parte I, pp. 19-38, 1901

RANGEL, Alberto. Aspectos geraes do Brasil. Revista do IHGB.Tomo LXXVI, parte I, 1913, pp. 453-518.

RODRIGUES, Nina. A Troia Negra. Revista do IHGB. Tomo LXV, parte I, 1912, pp. 231- 258.

ROQUETTE-PINTO, Edgard. Ciência e cientistas do Brasil In. LIMA, Nísia Trindade; SÁ, Dominichi Miranda de. (Orgs.) Antropologia brasiliana: Ciência e educação na obra de Edgard Roquette-Pinto. Belo Horizonte: Editora UFMG; Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2008, pp. 23-32.

______. Ensaios de antropologia brasiliana. São Paulo: Editora Nacional; Brasília: INL, 1978

______. Rondonia: anthropologia – ethnographia. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2005. ______. ROQUETTE-PINTO, Edgar. Discurso. Revista do IHGB. Tomo LXXVI, parte II, 1913.

SAMPAIO, Theodoro. Os naturalistas viajantes dos Seculos XVIII e XIX e o progresso da ethnographia indigena no Brasil. Anais do Primeiro Congresso de HIstória Nacional, Rio de Janeiro, IHGB, Imprensa Nacional, 1915-1917, v. 2, pp. 543-594.

______. O Tupi na Geographia Nacional. Memoria lida no Instituto Historico e Geographico de S. Paulo. São Paulo: Typ. da Casa Eclectica, 1901.

SENNA, Nelson de. A contribuição ethnographica dos padres da Companhia de Jesus dos Chronistas leigos dos primeiros seculos. Anais do Primeiro Congresso de HIstória Nacional, Rio de Janeiro, IHGB, Imprensa Nacional, 1915-1917, v. 2, pp. 511-542.

VIANNA, Oliveira. O typo brasileiro: seus elementos formadores. In. Dicionário, Histórico, Geográfico e Etnográfico do Brasil. Rio de Janeiro: IHGB, 1922, v. 1, pp. 277- 290.

VIANNA, Urbino. Algumas notas sobre os Cherentes. Revista do IHGB. Tomo 101, vol. 155, 1927, pp. 6-30.

BIBLIOGRAFIA:

ALBURQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. História: a arte de inventar o passado. Bauru, SP: Edusc, 2007.

ALVES, Caleb Faria. Benedito Calixto e a construção do imaginário Republicano. 2000. Tese (Doutorado em Sociologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.

AMED, Fernando José. As Cartas de Capistrano de Abreu: sociabilidade e vida literária na Belle Époque carioca. São Paulo: Alameda Casa Editorial, 2006.

ANHEZINI, Karina. Ummetódico à brasileira: A História da historiografia de Afonso de Taunay (1911-1939). São Paulo: Editora UNESP, 2011

ARAUJO, Ricardo Benzaquen. Ronda noturna: narrativa, crítica e verdade em Capistrano de Abreu. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, nº 1, p. 28-54, 1988.

BATALHONE JÚNIOR, Vitor Claret. Uma história das notas de rodapés: a anotação da História Geral do Brazil de Francisco Adolfo de Vrnhagen (1854-1953). 2011. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas – UFRGS, Porto Alegre.

BASTOS, Elide Rugai; MORAES, João Quartim de (orgs.). O pensamento de Oliveira Vianna. Campinas: Editora da Unicamp, 1993.

BOTELHO, André; SCHWARCZ, Lilia Moritz (orgs.)Umenigma chamado Brasil: 29 intérpretes e um país. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

BRESCIANI, Maria Stella M. O charme da ciência e a sedução da objetividade. Oliveria Vianna entre intérpretes do Brasil. São Paulo: Editora da UNESP, 2007.

BRÖNSTRUP, Gabriela.Organizar acervos e publicar documentos historicos no Brasil durante as primeiras décadas do século XX: considerações a respeito do trabalho de um historiador . Cultura histórica & Patrimônio, v. 2, p. 182-202, 2013.

CAMARGOS, Marcia M. R.A Vila Kyrial e o imaginário da Belle Époque paulistana (1900-1930). 1999. Tese (Doutorado em História social) - Faculdade de Filosofia Letrase Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.

CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010. ______. A invenção do cotidiano: Artes de fazer. Petrópolis: Editora Vozes, 1998.

CEZAR, Temístocles. Quando um manuscrito torna-se fonte histórica: as marcas de verdade no relato de Gabriel Soares de Sousa (1587). Ensaio sobre uma operação historiográfica. In: História em Revista, Pelotas, v. 6, dezembro/2000.

__________________. Varnhagen e os relatos de viagem do século XVI: ensaio de recepção historiográfica. Anos 90, Porto Alegre, n. 11, Julho de 1999.

_________________. Entre antigos e modernos: a escrita da história em Chateaubriand. Ensaio sobre historiografia e relatos de viagem. Almanack Braziliense. São Paulo, nº 11, p. 26-33, mai. 2010.

______________. O Brasil quinhentista: a visão dos Viajantes ou o olhar da História. LATITUDES, nº 9, p 10-12, set. 2000

_____________. A geografia servia, antes de tudo, para unificar o Império. Escrita da história e saber geográfico no Brasil oitocentista. Ágora, Santa Cruz do Sul, v. 11, nº. 1, p. 79-99, jan./ jun. 2005.

______. Thevet e Léry: visão, crença e história no Brasil do século XVI. Ensaio sobre historiografia e relatos de viagem. Ciências e Letras (Porto Alegre), Porto Alegre, v. 37, p. 27-43, 2005,

______. A Retórica da Nacionalidade de Varnhagen e o Mundo Antigo. In: GUIMARÃES, M. Salgado (Org.). Estudos Sobre a Escrita da História. Rio de Janeiro: 7letras, 2006. p. 29-41.

______. Como deveria ser a história do Brasil no século XIX. Ensaio de história intelectual. In: PESAVENTO, Sandra (Org). História cultural: experiências de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003, v. , p. 173-208.

CHRISTINO, Beatriz Protti. A rede de Capistrano de Abreu (1853- 1927): uma análise historiográfica do Ra-txa Hu-ni-ku-˜ ı em face da sul-americanística dos anos 1890-1929. 2007. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. CLIFFORD, James. Sobre a autoridade etnográfica. In: GONÇALVES, José Reginaldo Santos (Org.). A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998. p. 17-62.

CORRÊA, Mariza. As ilusões da liberdade: a Escola Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil. Bragança Paulista, Edusf, 1998.

COSTA, Marcos. (Org.). Sergio Buarque de Holanda: Escritos Coligidos Volume I. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo e Editora Unesp, 2011.

CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: Edusc, 2002.

DE LUCA, Tânia Regina. A Revista do Brasil: um diagnóstico para a (N)ação. São Paulo: UNESP, 1999.

DIEHL, Astor Antônio. A cultura historiográfica brasileira. Do IHGB aos anos 30. Passo Fundo, EDUPF, 1998.

DIWAN, Pietra. Raça pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo. São Paulo: Contexto, 2011.

DÓRIA, Carlos Alberto. Cadências e Decadências do Brasil (o futuro da nação à sombra de Darwin, Hæckel e Spencer). 2007. Tese (Doutorado em Sociologia) Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, UNICAMP, Campinas.

DORIGUELLO JÚNIOR, César Augusto. Os indígenas nas páginas da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1838-1873). 2008. Dissertação (Mestradoem História) – Faculdade de Ciências e Letras, UNESP, Assis.

DUARTE, Regina Horta. A biologia militante: o Museu Nacional, especialização científica, divulgação do conhecimento e práticas políticas no Brasil – 1926-1945. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

FARIA, Luiz Castro. Antropologia: espetáculo e excelência. Rio de Janeiro: Editora UFRJ; Tempo Brasileiro, 1993.

FAULHABER, Priscila. Nos Varadouros das Representaçõeses. Redes Etnograficas Na Amazônia No Inicio do Secílo XX. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 40, n.2, p. 101- 143, 1997.

FERREIRA, Antonio Celso. A epopéia bandeirante: letrados, instituições, invenção histórica (1870-1940). São Paulo: UNESP, 2002.

FRANÇOZO, Mariana. Um outro olhar: a etnologia alemã na obra de Sérgio Buarque de Holanda. 2004. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas – UNICAMP, Campinas.

FRANZINI, Fábio. À sombra das palmeiras. A Coleção Documentos Brasileiros e as transformações na historiografia nacional (1936-1959). Tese (Doutorado em História) – FFCLH, USP. São Paulo, 2006

GLEZER, Raquel. O fazer e o saber na obra de José Honório Rodrigues: um modelo de análise historiográfica. 1976. Tese (Doutorado em História) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo.

GOMES, Ângela de Castro. A República, a História e o IHGB. Belo Horizonte, MG: Argvmentvm, 2009.

_____________________. História e historiadores: a política cultural do Estado Novo. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1996.

______________________. Essa gente do Rio...: modernismo e nacionalismo. Rio de Janeiro: FGV, 1999.

GONTIJO, Rebeca. O velho vaqueano. Capistrano de Abreu (1853-1927): memória, historiografia e escrita de si. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2013.

GRAFTON, Anthony. As origens trágicas da erudição. Pequeno tratado sobre a nota de rodapé. Campinas: Papirus, 1998.

GUIMARÃES, Manoel Luiz Salgado. Historiografia e cultura histórica: notas para um debate. Ágora, Santa Cruz do Sul, v. 11, nº. 1, jan./ jun. 2005.

______________________________.Nação e civilização nos trópicos. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, nº 1, p. 5-27, 1988.

_______________________________. Entre Amadorismo e profissionalismo: as tensões da prática histórica no século XIX. Topoi, Rio de Janeiro, dezembro 2002, pp. 184-200. ______. História e natureza em von Martius: esquadrinhando o Brasil para construir a nação. Hist. cienc. saude-Manguinhos [online]. 2000, vol.7, n.2, pp. 391-413

GUIMARÃES, Lúcia P. Debaixo da imediata proteção de sua majestade imperial: o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1838-1889). Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, v. 156, n. 388, p. 459-613, jul.-set. 1995.

____________________. Primeiro Congresso de História Nacional: breve balanço da atividade historiográfica no alvorecer do século XX. Tempo, Rio de Janeiro, nº 18, pp. 147- 170.

____________________. Limites políticos de um projeto intelectual para a integração dos povos do Novo Mundo: o Primeiro Congresso Internacional de História da América(1922). TOPOI, v. 6, n. 10, jan.-jun. 2005, pp. 192-212.

______. Da Escola Palatina ao Silogeu: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1889- 1938). Rio de Janeiro, RJ: Museu da República, 2007.

HARTOG, François. O século XIX e a história: o caso Fustel de Coulanges. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2003.

________________. Evidência da história: o que os historiadores vêem. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2011.

HRUBY, Hugo. Obreiros diligentes e zelosos auxiliando no preparo da grande obra: a História do Brasil no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1889-1912). Dissertação (Mestrado em História). 2007. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, PUC, Porto Alegre.

IUMATTI, Paulo Teixeira ; VELLOZO, Julio. . Conhecimento, politica e instituiçoes no Brasil (1889-1934). Reflexos : revue pluridisciplinaire du monde lusophone, v. 2, p. 150- 185, 2013.

JUNQUEIRA, Júlia Ribeiro. Jornal do Commercio: cronista da História do Brasil em 1922. 2010. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, UERJ. Rio de Janeiro.

KEULLER, Adriana T. Os estudos físicos de antropologia no Museu Nacional do Rio de Janeiro: cientistas, objetos, ideias, e instrumentos (1876-1939). São Paulo: Humanitas, 2012.

KODAMA, Kaori. Os índios no Império do Brasil: a etnografia do IHGB entre as décadas de 1840 e 1860. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ; São Paulo: EDUSP, 2009.

______. Os estudos etnográficos no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1840- 1860): história, viagens e questão indígena. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, v. 5, n. 2, p. 253-272, maio-ago. 2010.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC-Rio, 2006.

LÉVI-STRAUSS, Claude. História e Etnologia. In. Antropologia Estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1996.

LIMA, Nísia Trindade; SÁ, Dominichi Miranda de. (Orgs.) Antropologia brasiliana: Ciência e educação na obra de Edgard Roquette-Pinto. Belo Horizonte: Editora UFMG; Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2008

LIMA, Nísia Trindade; SÁ, Dominichi Miranda de. Roquette-Pinto e sua geração na república das letras e da ciência. In: LIMA, Nísia Trindade; SÁ, Dominichi Miranda de (Orgs.). Antropologia brasiliana: ciência e educação na obra de Edgard Roquette-Pinto. Belo Horizonte: UFMG; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2008, pp. 57-86.

LUNA FILHO, Pedro Ernesto. Peter Wilhelm Lund: o auge de suas investigações científicas e a razão para o término das suas pesquisas. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2007.

MAHL, Marcelo Lapuente. Teorias raciais e interpretação histórica - o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (1894-1940). 2001. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Assis.

MAIO, Marcos Chor. (org.). Raça como questão: história ciência e identidades no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2010.

______.; RAMOS, Jair de Souza. Entre a riqueza natural, a pobreza humana e os imperativos da civilização, inventa-se a investigação do povo brasileiro. In: MAIO, Marcos Chor. (org.). Raça como questão: história ciência e identidades no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2010, p. 25-49.

MALATIAN, Teresa. Oliveira Lima e a construção da nacionalidade. Bauru: Edusc/FAPESP, 2001.

MALERBA, Jurandir. (Org.) A história escrita: teoria e história da historiografia. São Paulo: Contexto, 2006.

MONTEIRO, John M. Tupis, Tapuias e Historiadores: estudos de história indígena e do indigenismo. 2001. Tese (Livre-Docência em Antropologia) – Universidade de Campinas, Campinas, 2001.

MORAES, Tarsicio Cardoso. A Engenharia da História: Natureza, Geografia e Historiografia na Amazônia. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará, Belém. 2009.

MOREIRA, Vânia. O ofício do historiador e os índios: sobre uma querela no Império. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 30, nº 59, p. 53-72, 2010.

_______________. O índio e a “formação do Brasil contemporâneo”.Revista Universidade Rural: Série Ciências Humanas, Seropédica, RJ: EDUR, v. 29, n 2, p. 26- 38, jul.-dez., 2007.

_______________. História, etnia e nação: o índio e a formação nacional sob a ótica de Caio Prado Júnior. Memória Americana, v. 16, p. 63-84, 2008.

MOTA, André. Quem é bom já nasce feito: sanitarismo e eugenia no Brasil. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

MOTTA, Marly da Silva. A nação faz 100 anos: a questão nacional no Centenário da Independência. Rio de Janeiro: CPDOC da FGV, 1992.

NAXARA, Márcia Regina Capelari. Estrangeiro em sua própria terra: representações do brasileiro, 1870/1920. São Paulo: Annablume, 1998.

NEEDELL, Jeffrey. Belle époque tropical: sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do século. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.