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O estilo de vida inadequado tem propiciado consequências drásticas à saúde pública. A inatividade física e a alimentação inadequada são os principais responsáveis pelo aparecimen-to de diversas paaparecimen-tologias, como a obesidade. Estratégias de intervenção e prevenção devem ser realizadas, principalmente entre crianças e adolescentes, pois é nesta fase da vida em que diversos hábitos são incorporados, levando-os para a fase adulta. Dessa maneira, destaca-se a importância da atuação interdisciplinar na prevenção e promoção da saúde, desde a fase escolar da educação infantil, ensino fundamental e médio.

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Suzane Beatriz Frantz Krug 3 Miria Suzana Burgos 4

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, a obesidade é considerada como uma epidemia que cresce em ritmo acelerado em todo o mundo. A obesidade é definida como um acúmulo excessivo de gordura corporal e pode trazer danos à saúde (WHO, 2000). Num conceito mais amplo, a obesidade é uma doença multifatorial, resultante da combinação de diversos fatores (LIMA; GLANER; TAYLOR, 2010). Estes fatores estão relacionados à idade, sexo, ocupação (NIEHUES et al., 2014), maus hábitos alimentares, sedentarismo (LEECH et al., 2014), alterações neuroendócrinas, componentes heredi-tários, além de fatores sociais, comportamentais, culturais e psicológicos (ROCHA, 2012).

A epidemia da obesidade, entre crianças e adolescentes, tornou-se um importante problema de saúde pública (CHEN; KIM; GAO, 2014). Em 2010, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou um total de 42 milhões de crianças com excesso de peso a nível mundial (POS-SO et al., 2014). No Brasil, o excesso de peso e a obesidade estão aumentando entre crianças e adolescentes, em todas as classes econômicas e em todas as regiões. A maior prevalência de excesso de peso entre crianças e adolescentes, dos 2 aos 19 anos, é encontrada no Sul (25,7%) e Norte (28,8%) do país; já, a obesidade nesta faixa etária tem maior prevalência na região Sudeste (15,4%) e Sul (10,4%) (NIEHUES et al., 2014).

Essa fase da vida é um período crítico para o desenvolvimento do excesso de peso, devido aos baixos níveis de atividades ativas de lazer e práticas alimentares inadequadas (VAR-GAS et al., 2011). Vale ressaltar que crianças e adolescentes obesos são mais propensos, do que seus homólogos com peso normal, para se tornarem adultos obesos e sofrerem consequências adversas à saúde, prematuramente (ERFLE; GAMBLE, 2015), podendo desenvolver uma série de doenças crônicas presentes na sociedade moderna (CHEN; KIM; GAO, 2014). O excesso de peso na infância pode resultar, em curto prazo, em hipercolesterolemia, resistência à insulina, diabetes tipo II (NIEHUES et al., 2014), hipertensão arterial, dislipidemias (CHUANG et al., 2013), fatores de risco para doenças do coração (SCHNEIDER; ZHANG, 2013), síndrome da apnéia do sono e alguns tipos de câncer (CORDERO et al., 2013). As consequências, em longo prazo, incluem aterosclerose (ROSSETTI; BRITTO; NORTON, 2009), persistência da obesidade na vida adulta, doenças cardiovasculares, diabetes tipo II e morte prematura (NIEHUES et al., 2014).

Além destas patologias fisiológicas, as manifestações de distúrbios psicológicos também estão

1 Professora de Educação Física, Mestranda no Programa em Pós-Graduação em Promoção da Saúde, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS, Brasil.

2 Enfermeira (UFSM), Mestranda no Programa em Pós-Graduação em Promoção da Saúde, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS, Brasil.

3 Doutora em Serviço Social (PUCRS), Docente do Departamento de Enfermagem e do Programa em Pós-Graduação em Promoção da Saúde, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS, Brasil.

4 Doutora em Ciências da Educação (UPS), Salamanca – Espanha. Doutora em Ciências da Motricidade (UTL). Docente do Departamento de Educação Física e Saúde e do Programa em Pós-Graduação em Promoção da Saúde, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS, Brasil.

associados à obesidade (CARVALHO FERREIRA et al., 2012).

Considerando que essas doenças têm início cada vez mais cedo, o estabelecimento de práticas de atividades físicas e de hábitos alimentares saudáveis desde a infância, adquire um grande valor na promoção da saúde. Para isso, a escola torna-se um espaço de grande rele-vância, porque exerce um papel fundamental no controle das condições de saúde e qualidade de vida (GOLDRAICH et al., 2013), favorecendo a promoção de um estilo de vida mais saudável, entre as crianças e adolescentes (RIBEIRO, 2014).

Sendo a obesidade infantojuvenil um problema de saúde cada vez mais frequente, que pode ocasionar problemas de saúde no futuro e sabendo que este público passa a maior parte de seu tempo dentro da escola, tem-se como objetivo deste texto, compreender o papel interdisciplinar da escola e, em especial, da disciplina de Educação Física em interface com demais disciplinas curriculares, como meio de prevenção da obesidade.