10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredita-se que o indivíduo portador de DM 2 apresenta dimensões relacionadas aos aspectos físicos que prejudicam a qualidade de vida destes e que muitos dos sinais e sintomas são motores, relacionados com o sedentarismo e o isolamento social, o que resulta em redu-ção de sua qualidade de vida.

Observamos que a intervenção de uma equipe interdisciplinar, no tratamento e acom-panhamento dos indivíduos que sofrem amputação decorrentes do DM tipo 2 apresentam uma melhor percepção sobre sua vida, tornando um fator positivo em relação à sua autoimagem, podendo ter uma boa condição de vida, sendo capaz de realizar suas atividades e enfrentar seus problemas e suas necessidades.

O trabalho interdisciplinar visa oferecer aos indivíduos o não isolamento social e o não isolamento de suas habilidades. A atuação em grupo permite que o indivíduo se torne mais independente, adquirindo uma melhor qualidade de vida, diminuindo suas limitações e melhorando sua capacidade funcional.

REFERÊNCIAS

AMERICAN ASSOCIATION OF DIABETES EDUCATORS (AADE). Position Statement. Diabetes Education and Public Health. Diabetes Education, v. 34, p. 45-48, 2008.

AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Standards of Medical Care in Diabetes, 2013.

ANDRADE, N. H. S. et al. Pacientes com diabetes mellitus: cuidado e prevenção do pé diabético em atenção primária à saúde. Revista Enfermagem, Rio de Janeiro, v.18, n. 4, p.616-621, 2010.

ARSA, G. et al. Type 2 Diabetes Mellitus: Physiological and genetic aspects and the use of physical exercise for diabetes control. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humana, Florianópolis, v. 11, n. 1, p. 103-111, 2009.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Normas e manuais técnicos: Caderno de Atenção Básica. Brasília (DF), 2006.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus: Protocolo.

Caderno de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, n. 7, 2001.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Ciência, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010. Brasília, 2010.

CARO-BAUTISTA, J. et al. [Spanish cultural adaptation and psychometric validation of the Summary of Diabetes Self-Care Activities measure (SDSCA) among persons with type 2 diabetes mellitus].

Atención Primaria, v. 47, n. 10, 2015.

CARVALHO, S.S.; SILVA, T.M.A.; COELHO, J.M.F. Contribuições do tratamento não farmacológico para Diabetes Mellitus tipo 2. Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção, Santa Cruz do Sul, v. 5, n. 2, 2015.

CAVALHEIRA, J. B. C.; ZECCHIN, H. G.; SAAD, M. J. A. Vias de sinalização da insulina. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, São Paulo, v. 46, n. 4, p. 419-425, 2002.

CENCI, D. R.; SILVA M. D.; GOMES E. B.; PINHEIRO H. A. Analysis of balance in diabetic patients through the F-scan system and Berg’s Balance Scale. Revista Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v. 26, n. 1, p. 55-61, 2013.

DIOGO, Maria José D’Elboux. Satisfação global com a vida e determinados domínios entre idosos com amputação de membros inferiores. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 13, n. 6, jun, 2003.

FOSS M. H. D. Quality of life of lower limb amputees’ caregivers. Revista Neurociências, 2008.

FUNNELL, M. M.; ANDERSON, R. M. Empowerment and self-management of diabetes. Clinical Diabetes, v. 22, n. 3, p.123-127, 2004.

GAGLIARDINO, J. J.; DE LA HERA, M.; SIRI, F. Grupo de investigación de la rede QUALIDIAB-evaluación

de lacalidad de laassistencia al paciente diabético em América Latina. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 10, n. 5, p. 309-317, 2001.

GHASEMI, H. et al. Circulating Betatrophin Levels Are Associated with the Lipid Profile in Type 2 Diabetes. Chonnam Medical Journal, v. 51, n. 3, p. 115-119, 2015.

HARRIS, M. Challenges in diabetes management. Australian Family Physician, v. 37, n. 9, p.

716-720, 2008.

KEERS, J. C.; GROEN, H.; SLUITER, W. J.; BOUMA, J.; LINKS, T. P. Cost and benefits of a multidis-ciplinary intensive diabetes education programme. Journal of Evaluation in Clinical Practice, v.

11, n. 3, p. 293-303, 2005.

LERMAN, I. Adherence to treatment: a key for advoiding long-term complications of diabetes.

Archives of Medical Research, v. 36, n. 3, p. 300-306, may/jun; 2005.

LOPES, F. M.; BRITO L. L. Fatores associados ao estado funcional de idosos com amputação por diabetes. Revista Baiana de Saúde Pública, Salvador, v. 33, n.3, p. 402-415, jul/ set. 2009.

MALMBERG, K. Prospective randomized study of intensive insulin treatment on long term survival after acute myocardial infarction in patients with diabetes mellitus. BMJ, v. 314, n. 1, p. 512-515, 1997.

MARTINEZ, M. C.; LATORRE, M. R. D. O. Fatores de risco para hipertensão arterial e diabetes melito em trabalhadores de empresa metalúrgica e siderúrgica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 87, n. 4, p. : 471-479, 2006.

MORAIS, W. L.; ALENCAR, A. M. P. G. Diabetes Mellitus: client’s life experience in face of ampution.

Cadernos de Cultura e Ciência, Crato-CE, v.1, n. 1, 2009.

Ó DN, L. I. Adesão ao regime terapêutico da diabetes. Revista Portuguesa de Diabetes, v. 2, n.

2, p.18-21, 2007.

OGA, S. Principais interações de medicamentos. In: OGA S, BASILE AC, CARVALHO MF. Guia Zanini-Ogade interações medicamentosas. São Paulo: Atheneu; 2002.

OLIVEIRA, C. L.; MELLOII, M. T.; CINTRA, I. P.; FISBERG, M. Obesidade e síndrome metabólica na infância e adolescência. Revista de Nutrição, Campinas-SP, v. 17, n. 2, p. 237-245, 2004.

OLIVEIRA, J. E. P.; MILECH, A. Diabetes mellitus: clínica, diagnóstico, tratamento multidisciplinar.

São Paulo: Atheneu, 2004.

PEDERSEN, B. K.; SALTIN, B. Evidence for prescribing exercise as therapy in chronic disease.

Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports; v. 16, n. 3, p. 60-63, 2006.

PITTA, G. B. B.; CASTRO, A. A.; SOARES, A. M. M. N.; MACIEL, C. J. J.; SILVA, J. D. M.; MUNIZ, V. M. T.; ASMAR, S. B. Perfil dos pacientes portadores de pé diabético atendidos no Hospital Escola José Carneiro e na Unidade de Emergência Armando Lages. Jornal Vascular Brasileiro, São Paulo, v.4 , n.1, 2005.

PORTO, C. C. Interação Medicamentosa. Rio de Janeiro: Guanabara Koongan, 2010.

SEHN R, CAMARGO AL, HEINECK I, FERREIRA MBC. Interações medicamentosas potenciais em prescrições de pacientes hospitalizados. Infarma, Brasília, v.15, p.77-81, 2003.

QASEEM, A.; HUMPHREY, L. L.; SWEET, D. E.; STARKEY, M.; SHEKELLE, P. Clinical Guidelines Com-mittee of the American College of P. Oral pharmacologic treatment of type 2 diabetes mellitus:

a clinical practice guideline from the American College of Physicians. Annals of Internal Medicine, v. 156, n. 3, p. 218-231, 2012.

SANTOS, I. C. R. V.; BEZERRA, G. C.; SOUZA, C. L.; PEREIRA, L. C. Diabetic foot: clinical presenta-tion and relapresenta-tionship with primary care assistance. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, Fortaleza, v. 12, n. 2, p.393-400, 2011.

SANTOS, V. I. C.; SOUZA, W. V.; CARVALHO, E. F.; MEDEIROS, M. C. W. C.; NÓBREGA, M. G. L.;

LIMA, P. M. S. Prevalência de pé diabético e fatores associados nas unidades de saúde da família da cidade de Recife, Pernambuco, Brasil, em 2005. Caderno de Saúde Pública, v. 24, n. 12, p.

2861-2870, 2008.

RACICKA, E.; BRYNSKA, A. Eating disorders in children and adolescents with type 1 and type 2 diabetes – prevalence, risk factors, warning signs. Psychiatria Polska, v. 49, n. 5, p. 1017-1024, 2015.

SAVAGE, D. B.; PETERSEN, K. F.; SHULMAN, G. I. Mechanisms of insulin resistance in humans and possible links with inflammation. Hypertension v. 45, n. 5, p. 828-833, 2005.

SELEY, J. J.; WEINGER, K. The state of the science on nursing best practices for diabetes self-management. Diabetes Educador, v. 33, n. 4, p. 616-626, 2007.

SKYLER, J. A. Relação do Controle Glicêmico com as Complicações Diabéticas. In: INZUCCHI, S. Diabetes Melito: manual de cuidados essenciais. Porto Alegre (RS): Artmed; p.334-347, 2007.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. (SOB) Diretrizes diabetes. Rio de Janeiro (RJ), 2009.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. (SOB) Atualização sobre diabetes. Rio de Janeiro (RJ); 2006.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. (SOB) Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2013 – 2014. AC Farmacêutica: São Paulo, 2014.

TORRES, H. C.; FRANCO, L. J.; STRADIOTO, M. A.; HORTALEI, V. A. SCHALL, V. T. Avaliação de programa educativo em diabetes. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 43, n; 2, p.291-298, 2009.

VIGGIANO, C. E. A review on diabetes mellitus, Revista Brasileira de Ciências da Saúde, João Pessoa, ano III, nº 11, jan/mar 2007.

WAGNER, E. R. The role of patient care teams in chronic disease management. BMJ, v. 320, p.

569-72, 2000.

WILD S, ROGLIC G, GREEN A, SICREE R, KING H. Global prevalence of diabetes. Estimates for

the year 2000 and projections for 2030. Diabetes Care, v. 27, n. 5, p. 1047-1053, 2004.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Reducing risks, promoting healthy life. The World Health Organization Report, Geneve, 2002.

ZWAR, N. A.; HERMIZ, O.; COMINO, E. J.; SHORTUS, T.; BURNS, J.; HARRIS, M. F. Do multidisciplinary care plans result in better care for type 2 diabetes? Australian Family Physician v. 36, p. 85-89, 2007.

1 Nutricionista e Mestre em Promoção da Saúde, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS, Brasil.

2 Doutora em Ciências da Educação (UPS), Salamanca – Espanha. Doutora em Ciências da Motricidade (UTL). Docente do Departamento de Educação Física e Saúde e do Programa em Pós-Graduação em Promoção da Saúde, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS, Brasil.

3 Doutora em Biologia Celular e Molecular (UFRGS). Docente do Departamento de Educação Física e Saúde/Curso de Nutrição e do Programa de Pós-graduação em Promoção da Saúde, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS, Brasil.

Júlia Andressa Weigel ¹ Miria Suzana Burgos ² Silvia Isabel Rech Franke ³

1 INTRODUÇÃO

É de necessidade comum à saúde de todos, uma alimentação rica em vitaminas, fibras e minerais para o bom funcionamento do corpo humano, bem como prática de atividade física para evitar o surgimento de doenças e/ou suas complicações. Uma das doenças que mais causa preocupação é o diabetes mellitus tipo 2 (DM2), caraterizada por ser uma síndrome complexa, severa e crônica de etiologia múltipla decorrente da alteração no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios, as quais acarretam deficiência na secreção do hormônio da insulina, podendo causar graves consequências para o indivíduo (SAMPAIO; SABRY, 2007), e também tem características, tais como a dislipidemia, a resistência à insulina, e perda de massa e função das células-beta (GHASEMI et al., 2015).

O DM2 é um dos maiores distúrbios endócrinos atualmente; é um importante proble-ma de saúde pública no mundo (MAZLOOM et al., 2011). Mesmo que idade, histórico familiar e outros fatores não modificáveis possam estar presentes na doença, o que deve ser alvo de intervenção são os fatores modificáveis para o DM2. Dentre os fatores de risco modificáveis para o DM2 destacam-se a obesidade e fatores dietoterápicos, o sedentarismo, bem como o tabagismo (COSTA et al., 2014; COSTCOLDITZ et al., 1995; CHAN et al., 1994).

Considerando os diversos aspectos inerentes a esta síndrome, como restrições ali-mentares, tratamento com medicamentos, alteração da função de diversos órgãos, impacto pessoal, familiar e social da doença, percebe-se cada vez mais a necessidade de desenvolver ações educativas voltadas para os portadores desta patologia, sendo essencial a atuação de equipes interdisciplinares nessas atividades (TORRES; HORTALE; SCHALL, 2003).

Sendo assim, o objetivo desta revisão é caracterizar o DM2 e os fatores do estilo de vida associados, destacando conduta na doença e medidas de prevenção orientadas pela interdisciplinaridade profissional.