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CONSIDERAÇÕES FINAIS

No documento Resíduos sólidos: (páginas 188-192)

6.EDUCAÇÃO AMBIENTAL

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Ainda pode-se perceber que alguns vinculam a não separação de resíduos domiciliares à falta de estrutura e coleta seletiva urbana. 01 (uma) pessoa vez a menção à falta de estrutura das ambulâncias para tal e outra afirmou que o SAMU-Recife não proporciona ambiente favorável para a prática de hábitos sustentáveis.

Pôde-se perceber durante o levantamento dos dados que houve um grande quantitativo de participantes da pesquisa que não responderam várias questões, o que leva a perceber a existência de uma tendência ao desconforto em responder o mesmo ou pouca familiarização com associação das questões de preservação ambiental e as atividades laborais, muito embora exista uma forte indicação de consciência e valorização de hábitos sustentáveis. Ou seja: o trabalho não é visto por muitos pesquisados como o fator que pode impactar o meio ambiente.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante este trabalho pode-se perceber que é possível aplicar a logística reversa no processo produtivo, obtendo benefícios ambientais, sociais e também econômicos para a empresa. Os benefícios ambientais podem surgir a partir da economia na utilização de recursos minerais; pela redução de materiais nos aterros sanitários; diminuição de processos químicos que agridem o meio ambiente e pela opção dada, para outras empresas, em relação ao destino de seus produtos e equipamentos após o uso. Para o Ministério do Meio Ambiente a logística reversa é vista como uma opção de preservação do meio ambiente em que vivemos.

Sua execução pelas organizações, pode resultar na diminuição dos impactos causados pela produção de bens e consumo da sociedade tendo a educação ambiental um forte papel neste contexto. A educação está aliada ao processo de aprendizagem que leva a mudança de comportamento do indivíduo, podendo a educação ambiental contribuir com a construção de uma cultura organizacional, partindo da aprendizagem vivencial, voltada para o desenvolvimento sustentável, fazendo com que a organização passe a influenciar e levar ao trabalhador a adquirir hábitos e desenvolver consciência ambiental, tomar atitudes e realizar ações em seu ambiente doméstico que contribuam para um maior retorno dos resíduos em condições de melhores reaproveitamento pelas organizações como matéria prima secundária.

No que tange ao serviço público, conscientizar os gestores e servidores públicos quanto à

responsabilidade socioambiental é um grande desafio que enfrenta o ministério do meio ambiente para a implantação da Agenda Ambiental da Administração Pública, e ao mesmo tempo fundamental para o seu sucesso. As mudanças de hábito, comportamento e padrões de consumo de todos os servidores impacta diretamente na preservação dos recursos naturais. E para que exista essa mudança é necessário o engajamento individual e coletivo, pois apenas dessa forma será possível a

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criação de uma nova cultura institucional de sustentabilidade das atividades do setor público, sejam essas relacionadas à área meio ou à área finalística.

Com uma maior efetivação do retorno dos resíduos em um maior volume oriundos das residências para as empresas poderá tornar-se viável financeiramente a implantação de processos produtivos com base no reaproveitamento e reciclagem por conta do volume retornado. As pessoas tem um importante papel diante do novo cenário produtivo que exige das organizações produzir minimizando os custos através da buscar de novas estratégias que mantenham a organização competitiva sem agredir o meio ambiente.

Pode-se dizer então, que as pessoas passam fazer parte do processo produtivo de uma organização a partir do momento que em suas residências dão início ao processo de logística reversa de uma cadeia de suprimento quando selecionam os resíduos domiciliares. A segregação e seleção dos resíduos podem beneficiar o meio ambiente, as organizações e a sociedade, contribuindo para o surgimento de novas formas de manufatura, criação de novos postos de trabalho, redução de custos de produção a partir de um menor gasto de energia pela busca de recursos naturais além muitos outros benefícios.

Partindo do princípio de que as organizações afetam e influenciam no comportamento de seus funcionários, assim como, são influenciadas e afetadas pelos mesmos, no tange ao nosso objeto de estudo – a logística reversa dos resíduos de serviço de saúde gerados pelo SAMU Recife durante o atendimento a população – é possível identificar a priore vários fatores significativos que influenciaram no resultado desta pesquisa, são eles: existe por parte dos funcionários, que atuam em atividades relacionadas a logística reversa, um grau de conscientização em relação à prática sustentável e o reconhecimento de que o trabalho pode degradar o meio ambiente quando desempenhado de forma inadequada, mas a falta reflexão sobre suas ações leva-os a não associação de suas atividades à segregação e seleção de resíduos, muito embora as executem diariamente, podendo ser o reflexo de um ambiente não favorável à reflexão sobre a prática cotidiana. Não consta uma prática efetiva que contribua para o melhor planejamento, o controle de entrada e saída dos resíduos, a padronização dos processos e atividades, utilização da informações e avaliação da prática da logística reversa que possibilitem realizar ações corretivas para minimizar potenciais falhas no fluxo reverso.

Há uma grande ênfase nos treinamentos em biossegurança, com um forte apelo para a disposição final segura mas pouca associação com as questões de preservação ambiental. Esta situação se dá principalmente pelo fato de:

1. ainda existir uma cultura das unidades de saúde de perceber a logística reversa dos resíduos

como um questão de biossegurança e não como uma estratégia voltada preservação ambiental, redução de custos e otimização da qualidade do atendimento;

2. a estrutura predial demonstra-se inadequada para realização de determinadas atividades,

bem como, a tímida existência de ações por parte da organização que promovam hábitos sustentáveis e a presença de uma seleção de resíduos ainda incipiente impossibilita o desenvolvimento de uma cultura organizacional socioambiental que reflita no cotidiano dos funcionários;

3. a não utilização de um plano de gestão de resíduos pelo SAMU-Recife muitas vezes gera

dúvidas quanto aos procedimentos padrões a serem utilizados no processo de descarte de alguns materiais e equipamentos;

4. o esforço da coordenação em cumprir as regulamentações vigentes, esbarra muitas vezes, na

burocracia típica do serviço público e nas limitações de recursos, tais como a limitação de espaço físico e estrutura predial e recursos.

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Ao final deste trabalho chegamos a conclusão de que a existência dos vários órgãos regulamentadores dos serviços de saúde, sua normatizações e exigências, como a ANVISA, a ABNT, o CONAMA com suas portarias juntamente com o Ministério da Saúde, entre outros e não são suficiente para provocar uma mudança de comportamento por parte dos funcionários do SAMU Recife a partir da prática da logística reversa dos resíduos gerados durante o atendimento.

Percebe-se que o cumprimento das exigências legais é vista meramente como uma ação de biossegurança por parte dos funcionários, não refletindo no comportamento dos mesmos em relação à separação dos resíduos em suas residências como uma prática de sustentabilidade.

Conclui-se este trabalho na esperança de que a logística reversa dos resíduos de serviço de saúde nos órgãos públicos deixe de ser vista como um conjunto de normas e regras que garantam apenas a biossegurança dos funcionários e cumprimento das legislações mais passe a ser considerada como instrumento poderoso de mudança de uma sociedade rumo ao desenvolvimento sustentável, partindo do micro (funcionários de uma organização) para se chagar ao macro: a sociedade como um todo.

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