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O estudo sobre o alcance espacial do AVASUS, tendo os médicos integrantes do PMM como referência de análise, revelou que, em 2017, havia profissionais vinculados a esse programa realizando cursos na plataforma em todo o território brasileiro, o que permite concluir sobre sua abrangência em escala nacional.

A partir dos critérios definidos metodologicamente (anteriormente descritos), observa-se que há uma distribuição regionalmente desigual. Em 2017, dos 14 cursos analisados na plataforma, 11 possuíam o maior número de médicos integrantes do PMM inscritos nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, sendo Paraná, São Paulo e Pernambuco os estados com maior concentração de cursistas. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, são os estados de Rondônia e Goiás que possuem o maior número de médicos integrantes do PMM realizando tais cursos.

Considerando o exposto, conclui-se que o AVASUS, enquanto plataforma aberta e digital tem contribuído para a operacionalização da PNEPS. Todavia, o cenário delineado instiga o interesse pela investigação na perspectiva de entender o porquê da distribuição desigual dos cursistas pelo território nacional e identificar estratégias que ampliem a abrangência espacial e o quantitativo de inscritos na plataforma.

5 REFERÊNCIAS

AVASUS. 2019. Disponível em: https://avasus.ufrn.br/. Acesso em: 10 maio 2019.

BRASIL. Lei Nº 12.871, de 22 de outubro de 2013. Institui o Programa Mais Médicos, altera as Leis nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, e nº 6.932, de 7 de julho de 1981, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2013/Lei/L12871.htm. Acesso em: 5 ago. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde; Ministério da Educação. Programa Nacional de Reorientação

da Formação Profissional em Saúde PRÓ-SAÚDE. Brasil: Editora do Ministério da Saúde,

2007. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios). Disponível em: http://bvsms.saude.gov. br/bvs/publicacoes/07_0323_M.pdf. Acesso em: 10 jun. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução nº 3, de 2 de outubro de 2015. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/depreps/2015/res0003_02_10_2015.html. Acesso em: 2 ago. 2019.

No Brasil, desde 2004, foi instituída a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) como estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS). A Educação Permanente em Saúde pode ser entendida como um processo de “aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações. [...] se baseia na aprendizagem significativa e na possibilidade de transformar as práticas profissionais” (BRASIL, 2017). A PNEPS, ao primar pela formação dos profissionais que atuam na área da Saúde, encontra-se em sintonia com a Agenda 2030, especialmente no que se refere aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS que remetem à saúde e ao bem- estar (Objetivo 03) e à educação de qualidade (Objetivo 04).

No âmbito da PNEPS, a Educação Permanente em Saúde tem sido viabilizada por meio de plataforma educacional – AVASUS, em que estão alocados cursos que objetivam qualificar a formação, a gestão e a assistência no SUS. Essa plataforma de formação com mediação tecnológica integra um Ecossistema Educacional que comporta várias plataformas do Ministério da Saúde (Portal de Saúde Baseada em Evidências, Comunidade de Práticas e Telessaúde), ou seja, em um mesmo login, todos esses sistemas estão integrados.

O AVASUS foi desenvolvido a partir de projeto de cooperação firmado entre a Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN e o Ministério da Saúde. O processo de desenvolvimento da plataforma foi realizado por pesquisadores e técnicos da UFRN, vinculados ao Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) e à Secretaria de Educação a Distância (SEDIS), sob a coordenação do professor Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim. Na visão do referido professor, o AVASUS representa um marco entre as ações de formação em saúde desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, apresentando como diferencial a associação entre tecnologia e inovação no conceito de uma plataforma para formação em grande escala.

1 INTRODUÇÃO

Aline de Pinho Dias Ione Rodrigues Diniz Morais Karilany Dantas Coutinho Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim Rodrigo Dantas da Silva Soneide Moura da Costa

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O AVASUS instituiu uma mudança no que diz respeito à lógica de produção de conteúdos educacionais e certificação. O modelo do AVASUS possibilitou uma transformação conceitual que promove a remuneração das universidades produtoras, exclusivamente, pelos conteúdos produzidos. Os autores do material assinam o modelo de licenciamento de conteúdos Creative Commons 4.0, o que faz com que a instituição produtora do conteúdo seja titular, mas não proprietária. Isso permite que o conteúdo seja reutilizado, remixado e distribuído. Desse modo, quanto mais alunos certificados em um dado curso, menor será o custo-aluno, que passa a ser regressivo.

O AVASUS, mais que uma plataforma de formação em saúde, constitui-se em objeto de estudo para pesquisadores vinculados ao LAIS, que desenvolvem investigações acerca de diferentes abordagens. Nessa perspectiva, no âmbito do projeto Pesquisa Aplicada à Implementação de Processos Educacionais em Sistemas Integrados de Informação e Comunicação em Saúde (TED 53/2015 e TED 56/2015), desenvolveu-se um estudo com o objetivo de avaliar o impacto da formação mediada por tecnologia nos serviços de saúde no Brasil, por meio do AVASUS. Para atingir esse objetivo, utilizou-se como procedimento técnico a aplicação de questionário on-line com usuários do AVASUS e, mediante os dados obtidos, procedeu-se a uma abordagem quanti-qualitativa para fins de construção da avaliação do impacto já mencionado.

Os resultados dessa investigação foram sistematizados a partir de variáveis que possibilitam a análise acerca do impacto da formação mediada por tecnologia no serviço de saúde, considerando dados gerais e por categorias de curso/módulo do AVASUS, acompanhadas de representações gráficas.

2 A FORMAÇÃO EM SAÚDE MEDIADA

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