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Diante de tudo o que foi analisado, entende-se a importância da proteção estendida à pessoa jurídica quanto a lesões por dano moral. Portanto foi válida e totalmente necessária a proteção estatuída no Código Civil concedida às pessoas jurídicas no tocante a extensão de direitos da personalidade. Demonstrou harmonia com os preceitos da Lei maior, não fazendo distinção entre jurídica ou física. Quando se fez escrever no Novel que se estenderá os direitos da personalidade à pessoa jurídica “no que couber”, dando a impressão de uma falta do legislador, buscou-se muito pelo contrário, abranger a questão da evolução do direito acompanhando a sociedade, dando condições para que os doutrinadores modernos executem sua missão, frente a novos desafios que se apresentam nas demandas jurídicas.

Pela observação dos aspectos analisados, vê-se que a finalidade maior do direito é a o próprio homem. Toda proteção concedida aos outros entes, ao meio ambiente, a fauna e a flora, não é outra coisa senão instrumentalização para se alcançar a tutela da proteção do homem, que age através de instrumentos úteis para o seu desenvolvimento individual ou coletivo, no caso em tela, a empresa. Dessa forma a pessoa jurídica empresária é exemplo claro disso. Sua proteção quanto ao dano moral é essencial, não somente pelo fato de possuir aspectos de direitos da personalidade recebidos por extensão, mas também, pelos outros direitos da personalidade que podem ser lesados, a saber, os direitos dos seres humanos que através dela exerce sua vontade, podendo causar distúrbios psicológicos e turbação no livre desenvolvimento de sua vida e no usufruto de seus direitos da personalidade, na ocorrência de uma lesão a moral. Não há como se dizer que uma empresa que sofre um dano moral, só é atingida em sua personalidade, como se ela

fosse independente.

Em face disso, se percebe que a Súmula 227 do Superior Tribunal de justiça, ao ser analisada a fundo, à luz da proteção civil constitucional, foi de vital importância para dar resposta a tantos abusos cometidos contra a pessoa jurídica empresária e a pessoa dos empresários que tanto se esforçam para o desenvolvimento econômico social, gerando empregos, renda, e prosperidade em um ciclo de benefícios. Se no caso da despersonalização jurídica, pretendeu-se ignorar a pessoa jurídica para alcançar a pessoa dos sócios, ou responsáveis pela empresa, porque não se estender também a proteção a esses empresários?

Saliente-se ainda que, poder-se-ia fazer estudo apurado quanto à situação das outras pessoas jurídicas em um exame exaustivo, confrontando com a realidade social para se descobrir os novos desafios a serem enfrentados.

Portanto, o que gera contrariedades, não é a proteção da pessoa jurídica em si, mas o enganoso entendimento de que a pessoa jurídica seria elevada ao mesmo patamar da pessoa física. Sendo assim, essa discussão pode ser pacificada através do presente estudo, vez que, com os argumentos explicitados se obtém o discernimento do núcleo, se chega ao cerne da real intenção da proteção da pessoa jurídica frente ao dano moral, a pessoa humana.

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