• Nenhum resultado encontrado

Considerações Finais

No documento Direito, cultura POP e cultura clássica (páginas 147-152)

ON THROUGH TO THE OTHER SIDE 2 ?

5. Considerações Finais

O presente ensaio teve um propósito bastante especíico, espelhado nas per- guntas a que se propôs responder. Em sua defesa, diga-se que as conexões entre Direito & Rock são mais profundas e possuem mais potencialidades do que o corte deste texto apresentou44.

De qualquer sorte, é preciso aduzir que o argumento central repousa em um dos pressupostos da TSAD. Existem subsistemas sociais que possuem co- municações especíicas que se tornam ambiência um do outro. O processo de autonomia de cada um deles parte de uma abertura cognitiva e de um fecha- mento operacional. Códigos e programas fazem a iltragem necessária para que, tanto Arte quanto Direito, permaneçam diferenciados entre si.

Ao mesmo tempo, tal pressuposto garante a possibilidade de que um sub- sistema social inluencie o outro. De um modo bastante simplista, não se pode negar, sob essa perspectiva, que tanto o Direito pertence à sociedade45 quanto a Arte também.

Nessa linha de raciocínio, é, também, bastante fácil, airmar que Direito & Arte possuem, sim, conexões que merecem ser apuradas, distantes dos edifí- cios teórico-normativos que situam o fenômeno jurídico enquanto mera autor- reprodução de sua auto-organização.

Resta, pois, claro, que o presente ensaio se situa em uma perspectiva so- ciológica do Direito. Acaso seu leitor ainda não esteja convencido dessa co- nexão, importante referir que, por exemplo, já existem estudos muito fortes, no Brasil e no mundo, na área do Direito e Literatura. Tais estudos falam por si. Todos, entretanto, de alguma forma ou de outra, centram-se nas perguntas aludidas aqui.

Por im, acaso o ponto de partida do leitor não seja, precipuamente, as ligações entre Direito e Sociedade, deixa-se, aqui, um pequeno trecho de uma música dos Rolling Stones, dedicada a demonstrar a necessidade das unidades de diferença. Faz-se isso para que, algum dia, tal como no caso dos movimen- tos sociais da contemporaneidade, esse leitor não diga: “Ninguém esperava!”46.

Pleased to meet you Hope you guess my name....

(Sympathy for the Devil — Rolling Stones)

44 Sugere-se, aqui, para um maior aprofundamento a leitura de SCHWARTZ, Direito & Rock, 2014.

45 Essa perspectiva é mais bem abordada nos textos que compõem a obra MEDEIROS, Fer- nanda; SCHWARTZ, Germano (Orgs). O Direito da Sociedade. Canoas: Editora Unilasalle, 2014.

DIREITO & ROCK 147

Referências bibliográicas

AGUIRRE, José Antonio Ibañez. Para Leer a Luhmann. México: Universidad Ibe- roamericana, 2012.

ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

BAGNALL, Gary. Law as Art: An Introduction. In: MORRISON, John; BELL, Chris- tine (Eds). Tall Stories? Reading Law and Literature. Darthmouth: Aldershot, 1996,p. 267-285.

BRALIC, C. A. La Obra Musical como Punto de Vista. Análisis sistémico sobre la “Música Contemporánea”. In:: I. Farías & J. Ossandón, eds. Observando Sis-

temas: neuvas apropriaciones y usos de la teoria de Niklas Luhmann. Santiago:

RIL Editores; Fundación Soles, 2006, p. 119-138.

CARVALHO, M. V., Série, alea e autopoiesis. In:: J. M. Santos, ed. O Pensamento

de Niklas Luhmann. Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2005, p. 165-184.

CASTELLS, Manuel. Redes de Indignação e Esperança. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

DOORS, The. The Doors. Elektra: USA, 1967. 1 CD.

DUCRAY, F.. Que faut-il entendre para <<musique rock>>?. In:: M. Wanda, J. Marguénaud & M. Fabien, eds. Droit et Rock. Paris: Dalloz, 2011, p. 11-27.

GREEN DAY. American Idiot. Warner Bros Records: USA, 2004. 1CD.

GRÜNE, Carmela. Samba no Pé & Direito na Cabeça. São Paulo: Saraiva, 2012. HART, Herbert. O Conceito de Direito. 5ªed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2007. HEIN, Fabien. Le rock, une musique subersive? In: MASTOR, W.;MARGUÉNAUD, J-P.; MARCHADIER, Fabien. Droit et Rock. Paris: Dalloz, 2011.

LUHMANN, Niklas. A Improbabilidade da Comunicação. 4ªed. Lisboa: Vega, 2006.

LUHMANN, Niklas. A Obra de Arte e a Auto-Reprodução da Arte. In: OLINTO, Heidrun Krieger (Org). Histórias da Literatura. São Paulo: Ática, 1996, p. 241-271. LUHMANN, Niklas. A Restituição do Décimo Segundo Camelo: do sentido de uma análise sociológica do Direito. In: LOPES JR., Dalmir; ARNAUD, André- -Jean. Niklas Luhmann: do sistema social à sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 20024, p. 33-107.

LUHMANN, Niklas. Das Recht der Gesellschaft. Frankfurt Am Main: Suhrkamp, 1997.

_______. Observaciones de la Modernidad. Racionalidad y Contigencia en la

Sociedad Moderna. Barcelona: Paidós, 1997.

_______. Sociologia do Direito I. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1983. ________. Sistemas Sociales. Lineamientos para una Teoría General. México: Universidad Iberoamericana, 1998.

_______. Art as a Social System. Stanford: Stanford University Press, 2000. _______. La Sociedad de La Sociedad. México: Herder, 2007.

MAIDEN, Iron. Virtual XI. EMI: Brasil, 1998. 1 CD.

MEDEIROS, Fernanda; SCHWARTZ, Germano (Orgs). O Direito da Sociedade. Canoas: Editora Unilasalle, 2014.

MILLARD, Éric. I Fougth the Law. In: MASTOR, W.;MARGUÉNAUD, J-P.; MAR- CHADIER, Fabien. Droit et Rock. Paris: Dalloz, 2011, p. 193-200.

NIRVANA. Nevermind. DGC: USA, 1991. 1CD.

PINK FLOYD. Dark Side of The Moon. Harvest Records: United Kingdom, 1973. 1CD.

RABAULT, Hugues. Un Monde Sans Réalité? En compagnie de Niklas Luhmann:

épistémologie, politique et droit. Laval: Les Presses de l’Université Laval: 2012.

DIREITO & ROCK 149

ROCHA, L.;SCHWARTZ,G.; CLAM, J.; Introdução à Teoria do Sistema Autopoié-

tico do Direito. 2ª edição. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013.

SCHWARTZ, Germano. Considerações sobre a Teoria Kelseniana. Revista do

Curso de Direito. Unicruz: Cruz Alta, 2000, p. 97-106.

_______. A Constituição, a Literatura e o Direito. Porto Alegre: Livraria do Ad- vogado, 2006.

_______. As Teses Radicais de Luhmann. RECHTD. São Leopoldo: Unisinos, 2014, v.6, n.1, p. 111-114.

TEUBNER, Gunther. O Direito como Sistema Autopoiético. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1989.

LOOK AT ALL THESE LONELY PEOPLE: AINDA A

No documento Direito, cultura POP e cultura clássica (páginas 147-152)