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QUESTÕES AMBIENTAIS

3.3. Considerações sobre a Poluição

Como apresentado nos itens anteriores deste capítulo, todos os seres vivos dependem, direta ou indiretamente, do ambiente natural, o qual utilizam como fonte de recursos (água, alimento, abrigo...) e como receptor de dejetos.

O espetacular progresso tecnológico ocorrido no processo de evolução do homem, sobretudo após a revolução industrial, fez crescer exponencialmente o consumo de recursos e os dejetos gerados por nossa civilização.

Para garantir às gerações futuras um desenvolvimento sustentável, é imperioso utilizar racional e adequadamente a água, o solo, as plantas e os animais.

Essa utilização deve estar relacionada com a necessidade de manter e renovar as fontes de recursos naturais, bem como limitar o lançamento de dejetos e resíduos, de forma a não ultrapassar a capacidade de autodepuração do ambiente, causando poluição.

A poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente (Resolução CONAMA 001/86):

- prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população; - criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

- afetem desfavoravelmente a biota;

- afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

- lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.

Os impactos ambientais de processos industriais resultam de subprodutos (matéria ou energia) gerados e não comercializados, sendo por isso lançados fora ao menor custo possível.

Alguns destes subprodutos podem causar poluição, portanto a análise dos impactos ambientais de qualquer processo industrial engloba a análise dos fluxos de matéria e energia que afluem para o processo e que dele resultam.

3.3.1. Poluição Atmosférica

Constituídos de gases, névoas, gotículas e material particulado os efluentes aéreos são aqueles gerados no processo de operação de unidades industriais, e com possibilidade de descarga na atmosfera. A partir de colas concentrações no ar, denominadas padrões de qualidade, é que se começa a observar os efeitos nocivos desses poluentes.

É importante frisar que, mesmo mantidas as emissões aéreas de uma unidade industrial, a qualidade do ar pode mudar em função basicamente das condições meteorológicas que determinam uma maior ou menor dispersão dos poluentes.

A interação entre as fontes de poluição e a atmosfera vai definir o nível de qualidade do ar, que determina por sua vez o surgimento dos efeitos adversos da poluição do ar sobre os receptores, que podem ser o homem, os animais, os materiais e as plantas.

A determinação sistemática da qualidade do ar deve ser limitada a ura restrito número de poluentes, definidos em função de sua importância e dos recursos materiais e humanos disponíveis.

A exemplo das usinas de geração termelétrica a carvão a escolha recai sempre sobre o grupo de poluentes que está diretamente relacionado ao uso deste combustível: material particulado (MP), dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2), monóxido de carbono (CO), oxidantes fotoquímicos e elementos menores.

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3.3.2. Poluição Hídrica

A poluição hídrica é avaliada pela quantificação dos poluentes presentes nos cursos dágua è nos efluentes industriais das fontes, efetivas ou potencialmente poluidoras.

Da mesma forma que nos poluentes aéreos, a partir dos padrões de qualidade dos recursos hídricos é que se começa a verificar os efeitos nocivos dos poluentes nesse meio.

Os padrões de qualidade das águas superficiais são concentrações máximas permitidas para cada poluente nos cursos dágua, e visam preservar a qualidade das águas.

Existe um número elevado de poluentes que podem afetar os cursos dágua, alterando sua qualidade. Como nem sempre é possível a determinação de todos os poluentes, adota-se critérios para que através da determinação dos principais parâmetros, obtenha-se uma avaliação do grau de poluição nos mananciais.

Independente dos critérios adotados, alguns parâmetros físico-quimicos são indicadores universais de poluição, como potencial hidrogeniônico (pH), acidez e alcalinidade, temperatura, oxigênio dissolvido, diferentes formas de nitrogênio, demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), óleos e graxas, turbidez, cloretos, sulfatos, ferro, manganês, sólidos.

3.3.3. Resíduos Sólidos

Segundo a Norma ABNT 10004/87, os resíduos são classificados em:

- resíduos classe I - perigosos; - resíduos classe II - não-inertes;

- resíduos classe III - inertes.

Considera-se como resíduos sólidos perigosos, os resíduos sólidos ou mistura de resíduos sólidos que, em firnção de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, podem apresentar risco à saúde pública, provocando ou acentuando, de forma significativa, um aumento de mortalidade ou incidência de doenças, e'ou apresentarem efeitos adversos ao meio ambiente, quando manuseados ou dispostos de forma inadequada.

industrial que apresentam, em teste de lixiviação, determinados elementos ou compostos acima de níveis fixados em normas ou regulamentos. .

Esses elementos ou compostos tóxicos, que conferem periculosidade ao resíduo são: cromo total, cádmio, mercúrio, chumbo, arsênio, bário, selenio, cianeto, prata, compostos organo-clorados, compostos organo-fosforado e produtos contendo bifenil-policlorado.

A presença de alguns desses elementos ou compostos acima de certa concentração, no resíduo sólido, leva a considerá-lo como perigoso.

Os resíduos de classe II - não inertes são aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - perigosos ou de resíduos classe III - inertes. Os resíduos não inales podem ter propriedade, tais como: combustibilidade, biodegrabilidade ou solubilidade em água.

Resíduos inertes são quaisquer resíduos que, quando amostrados de forma representativa e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou deionozada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões da potabilidade de água, excetuando-se os padrões de espectro, cor, turbidez e sabor.

Os resíduos sólidos de qualquer natureza quando dispostos de forma inadequada podem causar a poluição tanto da água como do ar e, principalmente, do sòlo e subsolo.

Os resíduos sólidos também podem causar a poluição do ar quando esses são fragmentados em pequenas partículas e transformados em pó. Podemos citar como exemplo um grande número de elementos sólidos sendo carreados ao ar poluindo-o, como o pó da carga e descarga de cinza, finos de carvão, etc.

A poluição das águas por materiais no estado sólido é fácil de se sentir e avaliar como exemplo, podemos citar o arraste de cinzas, Iodos, borras oleosas, para rios ou lagos o que poderá alterar as

condições estéticas e físicas da água, o que também é poluição.

O primeiro esforço no sentido de mitigar os impactos ambientais decorrentes da disposição de resíduos sólidos no meio ambiente deve sempre ser dirigido no sentido de analisar suas potencialidades

CAPÍTULO IV