LISTA DE VERIFICAÇÃO DE NAVIOS DE PRODUÇÃO PRIMÁRIA
CONSTATAÇÕES MERCADO DE PEIXE
CONSTATAÇÕES MERCADO DE PEIXE
1- Formação e Saúde dos manipuladores de alimentos:
Não há informação de que é proibido, ao operador, manipular o pescado, caso tenha doenças,
feridas infetadas ou diarreias.
Algumas vendedoras não possuem formação específica em matéria de riscos sanitários ou
outras.
As vendedoras não mostraram atestados médicos como prova do seu bom estado de saúde,
nem cartão ou título de exercício de atividade.
2- Instalações:
As instalações não evitam a contaminação por via atmosférica, uma vez que o teto e paredes
são abertos, assim como as portas. Não é evitada a queda de partículas nem a entrada de animais indesejáveis, ocorrendo a entrada de poeiras, pragas e animais, ex: moscas, pássaros e cães.
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As instalações não possibilitam condições adequadas de manuseamento e de armazenagem a
temperatura controlada, uma vez que as câmaras de refrigeração se encontram desligadas, e o pescado nem sempre é conservado em gelo.
O sistema de abastecimento e uso de água potável não é o adequado, e as instalações não
permitem a aplicação de boas práticas de higiene uma vez que as torneiras de água potável corrente se encontram desligadas, sendo a água armazenada num depósito de onde é retirada pelas vendedoras; tal facto, pode levar à contaminação da água do depósito, e não permite que as operações de lavagem de mãos, utensílios e alimentos se efetue de forma higiénica.
As instalações sanitárias encontram-se encerradas, o que não permite uma boa higiene pessoal
e faz com que as vendedoras efetuem as suas necessidades fisiológicas em plena zona de manuseamento do pescado, podendo levar a contaminação do pescado.
Uma das lâmpadas da estrutura do teto não se encontra protegida, podendo desintegrar-se e
contaminar o pescado com vidros, arames, parafusos, etc.
Não estão à disposição das vendedoras vestuário adequado nem locais onde possam guardar os
utensílios e recipientes que entram em contato com o pescado, sendo estes levados para as suas casas, podendo ocorrer contaminação.
Os lavatórios para lavagem do pescado não são separados dos de lavagem dos utensílios e dos
de lavagem das mãos, podendo ocorrer contaminação do pescado. Também não existem dispositivos para lavagem e secagem higiénica das mãos, ex: sabonete, papel ou secadores.
3- Resíduos:
O recipiente de recolha de resíduos não tem tampa nem se encontra identificado, podendo atrair
animais e pragas, e criar maus cheiros.
4- Controlo de Pragas:
São visíveis no mercado animais, como cães, em elevado número, que se alimentam de restos
de evisceração e de pescado, inclusive em cima das bancadas; verificou-se também que dormem ao lado Dos recipientes de acondicionamento do pescado, na zona de manuseamento e evisceração, podendo ocorrer contaminação do pescado e transmissão de doenças.
São visíveis moscas em elevado número em cima das bancadas, das tábuas e do pescado,
podendo transmitir doenças e contaminar o pescado.
5- Higiene:
São notórias evidentes insuficiências em termos de higienização das instalações. Estas não se
encontravam limpas e em boas condições, sendo visível a presença de restos de evisceração sobre as bancadas, sobre as tábuas e no chão, e também a existência de água suja, com sangue, dentro das arcas isotérmicas. Era evidente também a presença de teias de aranha no teto. Era notória a presença de um cheiro desagradável. Todas estas situações podem potenciar a contaminação do pescado.
Após a evisceração, o corte e a filetagem, as postas e filetes permanecem nas tábuas e mesas
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rapidamente, podendo atrair animais e pragas, nomeadamente cães e moscas, potenciando a contaminação.
Alguns trabalhadores do mercado comem e bebem na zona de manipulação e venda do
pescado, podendo ocorrer contaminações do pescado.
Os produtos de limpeza utilizados nas operações de higienização não são específicos para a
área alimentar ex: creolina.
6- Materiais, equipamento e utensílios:
Os utensílios e equipamento em contato com o pescado não são limpos e desinfetados com a
frequência necessária e não são feitos de materiais adequados, pois são de madeira ex: facas e tábuas. Era também visível a presença de arcas frigoríficas degradadas e desarrumadas, com evidentes sinais de ferrugem e com água suja no seu interior. Foi também observada a realização de operações como o corte, filetagem e evisceração sobre papelão. Este não é de material liso, facilmente lavável e pode ocorrer contaminação.
7- Água e gelo:
Não existe um controlo da proveniência do gelo utilizado no mercado, pois este tem diferentes
origens e muitas vezes não é fabricado, armazenado e manuseado em condições que impeçam contaminações. Nem sempre é adicionado gelo ao pescado, e quando o é, não é feito nas quantidades necessárias. Assim, o gelo adicionado ao pescado, quer pela qualidade, quer pela quantidade, não garante uma adequada conservação do pescado e manutenção da cadeia de frio dado que a temperatura do pescado não se encontra próxima da do gelo fundente (0ºC).
8- Géneros alimentícios:
O pescado e seus produtos não se encontram em bom estado de frescura, salubridade e
conservação; foram detetadas temperaturas elevadas no interior do pescado, com intervalos de temperatura entre 11.3 º C a 24.2 º C.
9- Acondicionamento e Embalagem:
O pescado é conservado e armazenado em recipientes de plástico ou arcas isotérmicas que
não permitem a escorrência da água de fusão do gelo, fazendo com que esta fique em contacto com o pescado, podendo ocorrer contaminação. Também foi verificada a conservação do pescado em bacias com água do cais, podendo ocorrer contaminação do pescado.
10- Rastreabilidade:
Os produtos de pesca não se encontram devidamente expostos com identificação, de acordo
com a sua origem, espécie, método de produção, e local de captura, de acordo com a respetiva documentação.
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11- Procedimentos baseados nos princípios do HACCP:
Apenas existe, como código de boas práticas, um código de postura municipal para as
vendedoras, mas este não é aplicado na prática.
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