• Nenhum resultado encontrado

CONSTITUIÇÃO E CONTABILIZAÇÃO DE PROVISÕES

No documento Contabilidade intermediária I (páginas 104-109)

Vamos praticar:

4.3. CONSTITUIÇÃO E CONTABILIZAÇÃO DE PROVISÕES

Conforme CPC 25 sobre provisões, passivos contingentes e ativos contingentes:

“Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos.”

“Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.”

ATIVO CIRCULANTE

RESULTADO

C 20.000 IR na Fonte B 100.000 Receita Financeira

Bancos c/ Movimento Aplicação BMF

A D S.I A B C D 2.000.000 1.080.000 1.000.000 1.000.000 100.000 20.000 1.080.000

Assim, verificamos que a provisão está relacionada à incerteza sobre o valor ou da ocor- rência da saída financeira decorrente do provisionamento.

Segundo o CPC 25:

as provisões podem ser distintas de outros passivos tais como contas a pagar e passivos derivados de apropriações por competência (accruals) porque há incerteza sobre o prazo ou o valor do desembolso futuro necessário para a sua liquidação. Por contraste:

(a) as contas a pagar são passivos a pagar por conta de bens ou serviços fornecidos ou rece- bidos e que tenham sido faturados ou formalmente acordados com o fornecedor; e

(b) os passivos derivados de apropriações por competência (accruals) são passivos a pagar por bens ou serviços fornecidos ou recebidos, mas que não tenham sido pagos, faturados ou formalmente acordados com o fornecedor, incluindo valores devidos a empregados (por exemplo, valores relacionados com pagamento de férias). Embora algumas vezes seja necessário estimar o valor ou prazo desses passivos, a incerteza é geralmente muito menor do que nas provisões.

Ao observar a letra (a) da norma, temos como exemplo a conta de fornecedores, da qual não se tem dúvidas sobre o valor ou prazo de pagamento, tendo em vista que há um acerto entre a empresa e o fornecedor, mediante a ordem de compra ou contrato, bem como pela emissão do documento fiscal com prazo e valor acordado entre as partes. Abaixo, temos um exemplo de nota fiscal em cujo corpo se tem a indicação de que o bem deu saída para entrega ao cliente em 07.08.2009. Desta forma, provavelmente, a empresa atestou o seu recebimento e o prazo de pagamento acertado foi para os dias 05.09.2009, 05.10.2009 e 05.11.2009:

Desta forma, teremos a seguinte contabilização com base nos dados da nota: Em 07.08.2009, quando o bem foi recebido

D- Estoque (Ativo Circulante) 202,4

C – ICMS a Recuperar (Ativo Circulante) 27,6 C – Fornecedores – Bling (Passivo Circulante) 230,0

Por Rtessari - Obra do próprio, CC BY 3.0. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?cu-

rid=7504995 . Acesso em 25.02.2017.

Em 07.09.2009, quando o corre o primeiro pagamento, teremos:

D – Fornecedores – Bling (Passivo Circulante) 76,66

Nesta situação, não há dúvidas de que a empresa irá pagar, ao menos, pela condição comercial acima.

Já na letra b), do CPC 25 (repetida aqui por conveniência), temos os passivos apropria- dos por competência:

(b) os passivos derivados de apropriações por competência (accruals) são passivos a pagar por bens ou serviços fornecidos ou recebidos, mas que não tenham sido pagos, faturados ou formalmente acordados com o fornecedor, incluindo valores devidos a empregados (por exemplo, valores relacionados com pagamento de férias). Embora algumas vezes seja necessário estimar o valor ou prazo desses passivos, a incerteza é geralmente muito menor do que nas provisões.

Neste caso, temos o exemplo de medições de serviço realizadas a faturar pelo fornecedor. Desta forma, já se sabe que a obrigação existe e que o serviço foi prestado, por isso deve haver sua contabilização para que aconteça a apropriação da despesa por competência. Vejamos os lançamentos:

D – Fornecedor – Serviço Medido a Pagar XX,XX D – Despesa de Serviço Medido a Pagar XX,XX Vamos a um exemplo prático:

Uma empresa contratou a execução de serviços por tarefas junto a uma Empreiteira para Construção de uma Planta Industrial. Mediante acordo entre as partes, a empresa pagará R$ 1.000,00 por tarefa concluída.

Ao final do mês de julho, foram medidos os serviços efetuados e verificaram-se as tarefas em andamento e as tarefas a incorrer:

Tarefas contratadas: 100 Tarefas realizadas: 60

A contabilidade, com base no contrato de empreitada, realizou a seguinte contabilização: 1. Pelo cálculo de tarefas de empreitada incorridas:

Obs: Como o serviço se refere a imobilizado em andamento para uma Planta Industrial em implantação com perspectiva de benefício econômico futuro, a contabilização dele é realizada no imobilizado.

Como vimos, pelo CPC 25, “Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos.” Este mesmo Pronunciamento Técnico distingue entre:

(a) provisões – que são reconhecidas como passivo (presumindo-se que possa ser feita uma estimativa confiável) porque são obrigações presentes e é provável que uma saída de recur- sos que incorporam benefícios econômicos seja necessária para liquidar a obrigação; e (b) passivos contingentes – que não são reconhecidos como passivo porque são

(i) obrigações possíveis, visto que ainda há de ser confirmado se a entidade tem ou não uma obrigação presente que possa conduzir a uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos, ou

(ii) obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconhecimento deste Pronun- ciamento Técnico:

- porque não é provável que seja necessária uma saída de recursos que incorporem benefí- cios econômicos para liquidar a obrigação, ou

- não pode ser feita uma estimativa suficientemente confiável do valor da obrigação).

Percebe-se pelo pronunciamento que as provisões são registradas contabilmente, e os passivos contingentes não podem ser contabilizados, porque estes precisam ser con- firmados como obrigação presente. Ou é identificada a obrigação presente, mas não é provável que seja necessária saída de recursos para pagá-la, ou não há como estimar sufi- cientemente de forma confiável o valor da obrigação.

Via de regra, as provisões podem ser tratadas como elementos subtrativos do ativo e pro- visões como passivos.

4.3.1. PROVISÕES COMO ELEMENTOS SUBTRATIVOS DO ATIVO

No ativo, podemos encontrar diversas provisões. Assim, podemos entender, pela própria conceituação de provisão, como passivo de prazo ou valor incertos. Desta forma, qual- quer ativo cuja perda seja provável, deve possuir uma provisão para reduzi-lo pelo valor dessa perda provável. Assim, vamos ao exemplo da provisão para devedores duvidosos:

O que é a provisão para devedores duvidosos?

A Provisão para Devedores Duvidosos é realizada por empresas que vende a prazo. Neste tipo de operação, existe o risco de eventuais perdas no recebimento de seus créditos junto aos clientes. Desta forma, deve ser constituída essa provisão.

Como se contabiliza?

Como se calcula?

a. Pela análise individual dos devedores, a fim de verificar a situação financeira do cliente;

b. Por estimativa de perda, com base nas perdas passadas que acontecem sobre as vendas.

Vamos a um exemplo:

Suponhamos que a empresa possua um valor a receber de R$ 200.000,00. Com base em estimativa de perdas passadas, sabe-se que é provável que a empresa irá perder com ina- dimplência 5% deste valor.

Teremos o seguinte lançamento:

D – Despesa com devedores duvidosos (resultado) 10.000,00

Contabilizacão

No documento Contabilidade intermediária I (páginas 104-109)