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OPERAÇÕES FINANCEIRAS: DESCONTO DE DUPLICATAS, APLICAÇÕES FINANCEIRAS, APROPRIAÇÃO DE ENCARGOS E RECEITAS FINANCEIRAS

No documento Contabilidade intermediária I (páginas 99-104)

Vamos praticar:

4.2. OPERAÇÕES FINANCEIRAS: DESCONTO DE DUPLICATAS, APLICAÇÕES FINANCEIRAS, APROPRIAÇÃO DE ENCARGOS E RECEITAS FINANCEIRAS

4.2.1. Desconto de Duplicatas

Nas operações de uma empresa, muitas vezes é necessário obter recursos para suprir as necessidades de caixa. Um destas opções é o desconto de duplicatas.

O desconto de duplicatas permite à empresa obter recursos nas instituições financeiras. Trata-se de uma operação financeira de curto prazo, sendo necessário, para sua execução, a realização de vendas a prazo com duplicatas. Normalmente, o banco efetua desconto, mediante aplicação de uma taxa sobre o valor de face do título, além de cobrar tarifas

e outros encargos. Desta forma, o valor emprestado à empresa é creditado pelo valor líquido (valor nominal da duplicata menos os encargos financeiros).

O desconto de duplicatas é uma operação financeira semelhante a um empréstimo num banco, sendo entregue em garantia de seu pagamento as duplicatas de venda mercantil, a qual será cobrada pelo próprio banco.

Na operação de desconto de duplicatas, a taxa que as instituições financeiras aplicam sobre os títulos descontado é chamada de “taxa de desconto”.

4.2.2. Contabilização de Duplicatas Descontadas

A contabilização do desconto de duplicatas deve seguir as normas contábeis. Conforme o Pronunciamento Técnico do CPC 38:

quando a entidade transfere um ativo financeiro (ver item 18), deve avaliar até que ponto ela retém os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro. Nesse caso:

(a) se a entidade transferir substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro, a entidade deve desreconhecer o ativo financeiro e reconhecer separa- damente como ativos ou passivos quaisquer direitos e obrigações criados ou retidos com a transferência;

(b) se a entidade retiver substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro, a entidade deve continuar a reconhecer o ativo financeiro;

Quando a empresa desconta duplicatas no banco, ela é responsável em pagar ao banco, caso a duplicata não seja liquidada em dia. Caso o valor correspondente seja pago pelo cliente, o banco o embolsa. Se não houver o pagamento pelo cliente, o banco debita, na conta corrente da empresa, o valor da duplicata descontada.

Assim, podemos afirmar que no desconto de duplicatas, a entidade retém substan- cialmente todos os riscos do ativo financeiro, devendo continuar a reconhecer o ativo financeiro

Conforme nota de aula do site como contabilizar:

“Assim, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 38, quando a entidade vende, desconta ou transfere um ativo financeiro (venda ou desconto de carteira de recebíveis, por exemplo), ela somente poderá baixá-lo se transferir todos os riscos e benefícios da

propriedade desse ativo e se não mantiver envolvimento continuado com ele. Caso contrá- rio, a entidade deve manter os instrumentos financeiros no ativo e tratar o valor recebido como empréstimo.

Dessa forma, reconhecemos que a essência da transação é que deve ser retratada conta- bilmente. Assim, as duplicatas descontadas (parcela recebida do desconto), quando não há transferência dos riscos e benefícios da propriedade, devem ser classificadas como passivo, sendo que a duplicata a receber continua a ser mantida no ativo até o seu efetivo recebimento”.

Disponível em: http://www.comocontabilizar.com.br/como-contabilizar-duplicatas-desconta- das-contabilizacao-em-conta-passivo/. Acesso em 12.02.2017.

Para exemplificar essa condição, o mesmo site acima descreve o caso abaixo:

Vamos considerar uma operação de desconto de duplicata, onde a empresa oferece seus recebíveis vencíveis em 30, 60, 90 dias ao banco no valor total de R$ 90.000,00, com juros bancários de R$ 15.000,00.

Com base nos dados acima, temos o seguinte lançamento contábil:

Registro do “desconto” (agora, “empréstimo”, segundo o Pronunciamento Técnico CPC 38):

D – Bancos (Ativo Circulante – Disponibilidades) R$ 90.000,00 C – Empréstimos a Pagar –

Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante) R$ 90.000,00

Observe que a empresa não transferiu os riscos e benefícios do ativo. Portanto, ao mantê-los, a empresa conservou o ativo e reconheceu um passivo, que é o empréstimo a pagar.

A operação de desconto veio acompanhada de cobrança de juros pelo banco. A boa prá- tica contábil requer que a apropriação dos encargos financeiros seja feita de acordo com o princípio da competência. Portanto, recomendo que a apropriação dos juros seja mensal, tendo em vista que muitas empresas geram balanços e balancetes, para fins gerenciais, todos os meses.

Este, porém, não é único motivo para se reconhecer as despesas mensalmente. Não deve- mos esquecer que esse procedimento é muito importante para as empresas tributadas

com base no lucro real anual, que levantam balanços de suspensão ou redução do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL).

Dessa forma, teremos os seguintes lançamentos:

Registro dos juros a apropriar:

D – Juros a apropriar (Conta Redutora do Passivo Circulante) R$ 15.000,00 C – Bancos (Ativo Circulante – Disponibilidades) R$ 15.000,00

Apropriação mensal dos encargos financeiros:

D – Despesas financeiras (Conta de Resultado) R$ 5.000,00 C – Juros a apropriar (Conta Redutora do Passivo Circulante) R$ 5.000,00 Obs: Prazo de recebimento das duplicatas é de três meses (dados do exemplo), por isso o valor mensal da apropriação é R$ 5.000,00.

4.2.3. Liquidação das duplicatas “descontadas”

A empresa deve contabilizar a baixa das duplicatas na data da liquidação. A empresa consegue essa informação através dos “avisos bancários” (borderôs, francesinhas, etc) da instituição financeira, já que é ela que recebe o valor do cliente. Dessa forma, teremos o seguinte lançamento:

Baixa das duplicatas pelo recebimento/quitação do empréstimo por conta dos avisos bancários:

D – Empréstimos a Pagar –

Desconto de Duplicatas (Passivo Circulante) R$ 30.000,00 C – Clientes (Ativo Circulante – Contas a receber) R$ 30.000,00

Quando a duplicata não é liquidada

Caso a duplicata não seja paga pelo cliente, o banco devolverá o título à empresa. Em geral, o contrato de desconto/empréstimo prevê que o valor não recebido seja debitado da conta-corrente da empresa.

Assim, caso alguma duplicata não seja paga no vencimento, o Banco devolverá o título à empresa, procedendo o débito em sua conta-corrente do valor correspondente ao título não pago.

Débito na conta-corrente da duplicata não paga:

D – Empréstimos a Pagar –

Desconto de Duplicatas (Passivo Circulante) R$ 30.000,00 C – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) R$ 30.000,00 Obs: A parcela de juros descontadas na operação não é devolvida à empresa.

Disponível em: http://www.comocontabilizar.com.br/como-contabilizar-duplicatas-des-

contadas-contabilizacao-em-conta-passivo/. Acesso em 12.02.2017.

4.2.4. Aplicações financeiras

Quando há sobra de recursos financeiros, as empresas procuram aplicar financeiramente e auferir rendimentos.

Vamos a exemplos de contabilização: Situação 1

• A empresa XYZ verifica que está com ociosidade de caixa e resolve aplicar R$ 1.000.000,00 no BMF no dia 01 de junho de 2012.

• No final do mês de junho aufere um rendimento de 10% sobre o valor aplicado, incidindo 20% de imposto de renda retido na fonte.

• No dia 30.06.2012, a empresa resolve resgatar o valor total aplicado mais o rendimento.

Agora a nossa resposta:

Explicação:

SI – Saldo Inicial da conta bancos movimento A – Aplicação financeira

B – Rendimentos da aplicação financeira no mês de junho C – Imposto de renda na fonte sobre os rendimentos

D – Resgate do saldo aplicados + rendimentos – imposto de renda

No documento Contabilidade intermediária I (páginas 99-104)