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1.2 CONTEXTO ECONÓMICO E FINANCEIRO DA UMOA

No documento RELATÓRIO ANUAL DE 2007 VERSÃO RESUMIDA (páginas 30-36)

A conjuntura económica na União foi marca- da pelos resultados contrastados da campan- ha agrícola e pelo recúo das actividades na indústria. Pelo contrário, a actividade foi mais sustentada nos sectores do comércio e servi- ços, assim como no da Construção civil e Obras Públicas (BTP).

1.2.1 - Produto interno bruto

O produto interno bruto da União registou em 2007 um crescimento de 3,0%, contra 3,1% em 2006. Este nível da taxa de crescimento é devi- do à progressão da actividade nos serviços, nomeadamente nas telecomunicações, e no sector da Construção civil e Obras públicas (BTP), graças à execução dos projectos de infraestruturas de base. Pelo contrário, o cresci-

mento foi menos sustentável ao nível do sector secundário, por causa da redução da produ- ção de petróleo na Côte d'Ivoire, na sequência do assoreamento de alguns poços do campo BAOBAB, da extracção do ouro no Mali, assim como a queda da produção das indústrias transformadoras, consecutiva à escassez dos factores de produção, tais como a energia eléctrica. Quanto ao sector primário, a sua contribuição foi relativamente fraca, devido à redução da produção de subsistência.

Por país, uma aceleração do crescimento foi registado no Benin, passando de 3,8% em 2006 para 4,6% graças a recuperação da produ- ção de algodão, de 1,2% para 1,5% na Côte d'Ivoire, de 1,8% para 2,7% na Guiné-Bissau é de 2,3% para 4,8% no Senegal. O regresso do crescimento registado na Côte d'Ivoire e na Guiné-Bissau deve-se a melhoria do clima sócio-político, enquanto que no Senegal, está ligado à retoma das actividades de algumas empresas, nomeadamente as Indústrias Químicas do Senegal (ICS). Todavia, um abrandamento da actividade foi observado no Burkina, no Mali, no Níger e no Togo. A taxa de crescimento estabeleceu-se em 4,0% contra 5,5% em 2006 no Burkina, 3,2% contra 5,3% no Mali, 3,1% contra 5,1% no Níger e em 1,5% contra 3,9% em 2006 no Togo.

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1.2.2 - Produção agrícola

A campanha ressentiu-se da persistência das dificuldades financeiras no seio de algumas fileiras e da parada precoce das chuvas no Níger, no Senegal, na Guiné-Bissau e no Burkina. A produção de subsistência registou um aumento, excepto alguns cereais. Pelo contrário, as colheitas das principais culturas de exportação (café, cacau, amendoim, caju) foram menos satisfatórias. Estagnaram, na sua maioria ou recuaram, como foi o caso do algodão, devido à redução das superfícies semeadas.

A produção de caju progrediu de 5,8%, situan- do-se em 127.000 toneladas na Guiné-Bissau. Todavia, a produção do algodão baixou de 28,8% para se fixar em 1.162.145 toneladas. A produção do Café relativa a campanha 2007/2008, recuou-se igualmente de 0,3% para se estabelecer em 179.300 toneladas. A do cacau fixou-se em 1.234.478 toneladas durante a campanha de 2007/2008, em baixa de 0,2% em relação à campanha precedente. A pro- dução do amendoim estabeleceu-se em 1.256.298 toneladas, ou seja um recúo de 1,7% em relação à campanha de 2006/2007.

A produção alimentar da União registou glo- balmente um acréscimo de 2,3%. Esta evolu- ção foi observada em todos os Estados mem- bros da União, com excepção do Senegal, do

Níger e da Guiné-Bissau, cujas produções dimi- nuíram respectivamente de 7,0%, 5,4% e 9,3%, traduzindo os efeitos do défice da pluviome- tria registado em 2007.

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1.2.3 – Extracção mineira

No sector mineiro, as principais produções da União foram globalmente orientadas para a baixa.

A produção do ouro recuou em 7,7%, para se situar- em 59.083,3 Kilogramas, devido à redu- ção de 9,6% da produção no Mali. Os dados acumulados no conjunto do ano 2007 situam a produção do crude em 17.726.638 barris, em redução de 19,3%, em relação ao período homólogo de 2006, devido principalmente ao assoreamento de alguns poços na Côte d'Ivoire. A produção do urânio diminuiu de 8,1% no Níger, estabelecendo-se em 3.154,5 toneladas, por causa do recuo das extracções em algumas jazidas que estão no final de ciclo. A dos fosfatos recuou igualmente de 15,3%, fixando-se em 1.640.830 toneladas, por causa da redução de 36,0% da produção no Togo.

1.2.4 – Produção industrial e volume de negócios do comércio a retalho

O Índice global da Produção Industrial da União registou um recúo de 3,0% em 2007, depois de ter progredido 3,9% em 2006. Esta evolução está ligada à diminuição da produ- ção industrial em relação ao ano precedente

no Mali (-18,5%), na Guiné-Bissau (-13,0%), no Níger (-4,0%), no Togo (-3,9%), no Benin (-3,4%) e na Côte d'Ivoire (-1,5%). Todavia, progrediu no Burkina (3,3%) e no Senegal (3,1%).

O índice do volume de negócios do comércio a retalho do sector moderno aumentou em média 3,9 %, nos países da UEMOA, durante os doze meses de 2007 contra 7,7% no período homólogo do ano de 2006. Esta progressão global da actividade comercial é o resultado, nomeadamente da subidas das vendas de automóveis, motocicletas e peças sobressa- lentes (14,5%), de bens diversos (13,5%), de bens de equipamento pessoal (12,3%), de pro- dutos farmacêuticos e cosméticos (10,9%) e de produtos petrolíferos (0,5%).

Por país, as vendas progrediram na Guiné-Bissau (26,6%), no Benin (24,7%), no Senegal (9,1%), na Côte d'Ivoire (7,5%), no Burkina (3,4%) e no Níger (0,5%)Todavia, as vendas contraíram-se no Mali (-7,7%) e no Togo (-5,0%). Em comparação com o período homólogo de 2006, o ritmo de evolu- ção do volume de negócios do comércio a retalho está a acelerar na Côte d’Ivoire, na Guiné-Bissau e no Senegal. Uma clara retoma da actividade comercial foi observada no Benin. Uma desaceleração do volume de negócios foi registada no Burkina, enquanto que uma redu- ção foi constatada no Mali, no Níger e no Togo.

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2,1 pontos percentuais em 2007 contra 1,1 ponto percentual em 2006.

A evolução da inflação em média no conjunto do ano 2007 resulta de um perfil infra-anual caracterizado por um assinalável abranda- mento de Janeiro a Setembro de 2007, seguido por uma tendência altista até Dezembro de 2007. A evolução dos preços na União foi indu- zida pelo aumento dos preços de vários produ- tos alimentares importados, o encarecimento do gás e o impacto do nível elevado das tari- fas de produtos petrolíferos nos serviços de transporte e em alguns produtos alimentícios, nomeadamente os legumes e os tubérculos.

1.2.5 – Evolução dos preços

O nível geral de preços no consumidor na UEMOA fixou-se, em média, em alta de 2,4% em 2007 contra 2,3% em 2006. Uma acelera- ção da inflação foi observada, em 2007, na Guiné-Bissau e no Senegal, contra uma estabi- lidade no Níger e uma desaceleração nos outros países da UEMOA. O objectivo de 2,0% no máximo, retido no programa monetário, foi cumprido em todos os países com a excep- ção da Guiné-Bissau e do Senegal.

A dispersão das taxas de inflação dos países da União aumentou. Assim, o desvio-padrão das taxas de inflação em média fixou-se em

A inflação subjacente1, que constitui a compo-

nente de longo prazo da evolução do nível geral de preços, registou igualmente um acrés- cimo, situando-se em média anual, em 1,9% em 2007 na UEMOA contra 1,7% em 2006. Fixou-se em -0,2% no Mali e no Níger, 1,0% no Burkina, 1,2% na Guiné-Bissau, 1,7% no Togo, 1,8% no Benin e no Senegal e 2,4% na Côte d'Ivoire.

O diferencial da inflação para com os países vizinhos revelou-se favorável à União, atingindo, em particular, 3,6 pontos percentuais em rela- ção à Nigéria e 7,7 pontos percentuais em rela- ção ao Gana. Porém, em relação a Zona euro, onde a taxa de inflação se situou em média em 2,2% em 2007, o diferencial foi desfavorável à União em 0,2 ponto percentual.

1.2.6 – Finanças públicas

A execução das operações financeiras dos Estados membros da UEMOA em 2007 foi caracterizado por uma ligeira deterioração do saldo global, base engajamentos, excluindo donativos, revelado-se deficitário em 1.363,9

1 : O indicador de inflação subjacente retido pelo BCEAO é calculado pela média assimétrica aplicada às variações mensais do índice dos preços. O método consiste essencial- mente em excluir de modo temporário, do cabaz de consumo, os produtos cujas variações mensais dos preços constituem os valores extremos para o mês em análise.

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mil milhões contra 1.335,9 mil milhões em 2006. Em relação ao PIB, o défice passou de 5,1% em 2006 para 5,0% em 2007.

Por país, este défice em relação ao PIB fixou-se em 1,5% no Benin, 11,8% no Burkina, 1,4% na Côte d'Ivoire, 24,4% na Guiné-Bissau, 8,2% no Mali, 7,0% no Níger, 6,1% no Senegal e 1,4% no Togo. Os défices foram em grande parte finan- ciados pelos desembolsos de empréstimos externos e a emissão de Bilhetes ou obriga- ções de Tesouro. A situação da tesouraria pública de alguns Estados continua frágil, devi- do ao controlo insuficiente das despesas de funcionamento e da fraqueza da mobilização dos recursos externos, criando uma acumula- ção dos atrasados de pagamentos externos. A título da supervisão multilateral, os Estados membros da União, excepto o Benin, não cum- priram com o conjunto de critérios de conver- gência do primeiro grau retidos no quadro do Pacto de Convergência, de Estabilidade, de Crescimento e de Solidariedade.

1.2.7 – Balança de pagamentos

Em 2007, as trocas externas dos Estados mem- bros da união saldaram-se por um excedente global de 692,1 mil milhões contra 537,7 mil milhões em 2006. Esta evolução foi induzida pelo reforço do excedente da conta de capi- tal e de operações financeiras, atenuado pelo agravamento do défice das transacções correntes.

Com efeito, o défice das transacções cor- rentes agravar-se-ia em 531,8 mil milhões para se estabelecer em 1.664,3 mil milhões, devido ao mau desempenho do comércio externo. Excluindo donativos, o défice corrente passaria de 5,4% do PIB em 2006 para 7,8% do PIB em 2007. A deterioração do défice da balança comercial, que se fixaria em 886,1 mil milhões contra um excedente de 15,6 mil milhões em 2006, deve-se a uma baixa das exportações num contexto de aumento das importações. A balança dos serviços regrediu de 2,3%, reve- lando-se deficitária em 1.376,7 mil milhões. O aumento das saídas líquidas a título dos rendi- mentos, que teriam passado de 567,4 mil milhões para 584,7 mil milhões, está ligado à remuneração dos investidores privados estran- geiros. A progressão do excedente das trans- ferências correntes de 765,3 mil milhões para

1.183,3 mil milhões dever-se-ia aos donativos públicos.

O excedente da conta de capital e das ope- rações financeiras melhorou-se de 685,9 mil milhões, em relação ao ano 2006. Esta evolu- ção explica-se nomeadamente pelo aumento dos investimentos directos de 84,1% para se estabelecer em 755,0 mil milhões e pelo acrés- cimo dos investimentos de carteira que se fixa- ram-se em 85,9 mil milhões contra -5,7 mil milhões um ano atrás.

Por país, a análise da balança de pagamen- tos de 2007 revela défices da conta corrente excluindo transferências oficiais acima da norma comunitária fixada em 5% do PIB em todos os Estados membros, excepto em Côte d'Ivoire onde este défice se situou em 1,5% do PIB. O rácio do défice relativo ao PIB acen- tuou-se, passando, entre 2006 e 2007, de 6,9% para 8,3% no Benin, de 6,3% para 9,9% no Mali, e de 10,0% para 12,0% no Senegal. Todavia estabilizou-se em 12,0% no Burkina e diminuiu na Guiné-Bissau, no Níger e no Togo.

Os recursos externos mobilizados a título da conta de capital e das operações financeiras permitiram financiar em 2007 os défices cor- rentes tornando os saldos globais de balança de pagamentos excedentários em todos os Estados membros.

1.2.8 – Mobilização dos recursos e situação da dívida externa

Os Estados membros da União continuaram a beneficiar do apoio financeiro da comunida- de internacional, no quadro da execução dos seus programas de reconstrução económica e financeira. As ajudas recebidas em apoio a estes programas fixaram-se em 579,4 mil milhões de FCFA, contra 552,4 mil milhões em 2006. A taxa de mobilização estabeleceu-se em 61,4% contra uma realização de 70,6% no ano precedente.

Os montantes mobilizados junto dos organis- mos multilaterais ascenderam-se a 426,7 mil milhões contra 418,0 mil milhões em 2006. Os financiamentos recebidos das instituições de Bretton Woods passaram de 204,1 mil milhões para 227,2 mil milhões de um ano para outro. As contribuições do Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) registaram um decréscimo de 10,3 mil milhões para se fixar em

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Construção de mãe-d’água de uma capacidade de 5 mil metros cúbicos em Abidjan (Côte d'Ivoire) 66,3 mil milhões em 2007, tal como as da União

Europeia, avaliadas em 67,7 mil milhões contra os 74,9 mil milhões registados no ano anterior. As contribuições do Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD) passaram de 14,6 mil milhões em 2006 para 10,3 mil milhões em 2007. As contribuições dos parceiros bilaterais mel- horaram-se para se fixar em 152,6 mil milhões em 2007 contra 134,4 mil milhões em 2006. Os principais doadores foram os Países Baixos, a Arábia Saudita, a França, a Suécia e o Fundo Kowetiano.

Por conseguinte, o nível global da dívida exter- na2 dos Estados membros da União registou

um crescimento líquido durante 2007, sendo

estimado em 9.092,8 mil milhões no final de Dezembro de 2007 contra 8.753,8 mil milhões no final de Dezembro de 2006, ou seja um acréscimo de de 339,0 mil milhões. Os desem- bolsos dos empréstimos fixaram-se em 548,1 mil milhões. O rácio da dívida em ao PIB melho- rou-se, situando-se em 33,1% contra 34,1% no ano anterior. Esta-beleceu-se em 11,3% contra 21,1% no Benin, 20,0% contra 17,1% no Burkina, 43,2% contra 49,6% na Côte d'Ivoire, 273,7% contra 287,9% na Guiné-Bissau, 29,1% contra 25,1% no Mali, 36,5% contra 15,1% no Níger, 18,1% contra 17,8% no Senegal e 70,5% contra 67,5% no Togo. Os países que não beneficia- ram de apoios financeiros externos acumula- ram atrasados de pagamentos na ordem de 292,3 mil milhões.

2 : O nível da dívida externa em 2007 da Guiné-Bissau, do Mali e do Togo foi objecto de estimativa.

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