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FINANCEIROS DESCENTRALIZADOS

No documento RELATÓRIO ANUAL DE 2007 VERSÃO RESUMIDA (páginas 68-72)

A expansão do sector do micro-crédito na União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) prosseguiu-se em 2007, graças aos esforços constantes realizados pelas Auto- ridades monetárias para consolidar os desem- penhos registados pelos sistemas financeiros descentralizados (SFD).

4.3.1 – Indicadores de crescimentos do sector

As estimativas relativas à evolução do sector demonstram o dinamismo das finanças de proxi- midade. Com efeito, a oferta dos serviços finan- ceiros de proximidade aumentou através das actividades de mais de 700 SFD dispondo de mais de 4.500 pontos de serviço. Mais de sete (7) milhões de beneficiários têm acesso aos serviços financeiros oferecidos por estas instituições. No plano da intermediação financeira, ressal- tou-se entre 2006 e 2007 uma alta concomitante dos depósitos e dos financiamentos efectuados. Ao estabelecerem-se em 400,7 mil milhões de FCFA, os depósitos subiram de 16,3%, enquanto que os montantes de créditos progridiram 10,6%, para se fixarem em 377,6 mil milhões de FCFA. A taxa bruta de degradação da carteira, medida pelo rácio dos créditos em moura sobre o mon- tante total dos créditos, fixou-se em 5,9% em 2007 contra 6,5% no ano anterior. Este rácio permane- ce acima da norma de 5% nomáximo, comum- mente admitido no sector. A baixa da taxa bruta de degradação da pasta dos SFD explica-se pela contracção dos créditos em moura, conjugada com o acréscimo do montante de créditos.

SISTEMA BANCÁRIO E FINANCEIRO

4.3.2 – Implementação do PRAFIDE

Em 2007, a Cooperação luxemburguesa com- prometeu-se em apoiar a implementação do Programa Regional de Apoio a Finança Descentralizada (PRAFIDE)3, através de um

programa intitulado « Promoção de sectores financeiros inclusivos na Zona UEMOA ». A assinatura de um protocolo de acordo relati- vo ao montante de 18,8 milhões de euros, ou seja 12,5 mil milhões de FCFA para uma dura- ção de cinco (5) anos, realizou-se em 27 de Novembro de 2007 no Luxemburgo entre o Banco Central e o Grão-Ducado de Luxemburgo.

As negociações estão igualmente em curso com outros parceiros de desenvolvimento, nomeadamente o Banco Africano de Desen- volvimento e a União Europeia, com vista a obter recursos adicionais susceptíveis de ampliar o impacto do PRAFIDE no sector do micro-crédito.

As acções levadas a cabo em 2007 pelo BCEAO no quadro do PRAFIDE, referem-se à preparação do quadro jurídico e do dispositi- vo prudencial, o reforço das capacidades dos actores que intervêm na área do micro-crédi- to, a melhoria da informação financeira e a supervisão do sector.

4.3.3 – Quadro jurídico e dispositivo prudencial

O processo de preparação do quadro jurídico arrancou em 2002 por uma série de estudos iniciados pelo Banco Central sobre o sector. Prosseguiu-se até 2007, nomeadamente por largas concertações com o conjunto dos actores que intervêm no sector (SFD, Estados, doadores, etc.). Os novos textos, a saber a lei e o seu decreto de aplicação, foram adopta- dos pelo Conselho de Ministros da União Monetária Oeste Africana, durante a sua sessão de 6 de Abril de 2007 realizada em Lomé, no Togo.

As principais inovações propostas no novo quadro jurídico aplicável ao SFD envolvem, nomeadamente :

- a extensão do campo da nova lei ao conjunto dos SFD e a adopção de um regi- me único de autorização de exercício, com a intenção de simplificar as regras e os procedimentos administrativos ;

- a implicação do Banco Central na instru- ção dos dossiês de autorização de exercí- cio. Com efeito, foi proposto que a autori- zação seja doravante concedida pelo Ministro titular das Finanças, após o parecer vinculativo do BCEAO ;

- a intervenção do BCEAO e da Comissão bancária na supervisão dos SFD, nomeada- mente dos que atingirem uma certa dimensão financeira ;

- o poder de sanções conferido ao Banco Central e à Comissão Bancária da UMOA para os SFD de uma certa dimensão finan- ceira.

4.3.4 – Reforço das capacidades

Através dos encontros, seminários e ateliês, tanto no plano regional como internacional, o Banco Central prosseguiu, em 2007, a partilha da experiência da União no domínio do micro- crédito. Neste âmbito, participou no seminário regional sobre o quadro legal e regulamentar das instituições de micro-crédito, organizado em Fevereiro de 2007 pelo Centro AFRITAC do Oeste. Esta formação visava possibilitar aos participantes a troca de impressões sobre as melhores práticas em matéria de regulamenta- ção do sector do micro-crédito. Além disso, o Banco Central organizou, em Março de 2007, um seminário sobre "o papel do micro-crédito no desenvolvimento e na luta contra a pobre- za", destinado aos agentes das Estruturas Ministeriais de Seguimento (SMS) e estruturas responsáveis pela promoção do sector.

Por outro lado, o BCEAO participou, em Maio de 2007, na reunião de coordenação dos doa- dores intervenientes no sector do micro-crédito na sub-região e nos trabalhos do Comité de implementação das recomendações do Ano Internacional do Micro-crédito em 2005.

3 : PRAFIDE é um programa regional elaborado pelo BCEAO em 2004. Visa preservar a integridade e a estabilidade do sistema financeiro da UEMOA e eliminar os obstáculos à edificação de um sector financeiro acessível à maioria das pessoas.

SISTEMA BANCÁRIO E FINANCEIRO

4.3.5 – Melhoria da informação financeira

No âmbito das actividades retidas no âmbito desta vertente, o Banco Central, com o apoio financeiro de parceiros de desenvolvimento, mandou elaborar um referencial contabilístico específico aos SFD da UMOA. As sessões de for- mação a favor de agentes dos SFD, iniciadas em 2006, prosseguiram-se em 2007 em todos os Estados membros da União, excepto na Guiné- Bissau. Estas acções visam permitir às instituições de micro-crédito se familiarizarem com este instru- mento de gestão e seguimento. Mais de dois mil (2.000) actores do micro-crédito, nomeadamente os agentes das Estruturas Ministeriais de seguimen- to e dos SFD, foram formados até hoje, sobre o uso deste instrumento. Por fim, o Banco Central orga- nizou, em Abril 2007, um atelier de apresentação deste referencial contabilístico aos representantes das ordens Nacionais dos Peritos contabilistas e contabilistas Credenciados (ONECCA) da UMOA. Por outro lado, os trabalhos preliminares para a criação de uma Central de riscos no sector do micro-crédito foram lançados e deverão prosse- guir-se em 2008. Além disso, um estudo sobre os custos e a tabela de preços dos serviços presta-

dos pelos SFD foi iniciado no Senegal e no Mali. Os resultados das investigações levadas a cabo neste âmbito deverão permitir obter elementos concretos sobre a problemática da taxa de juro no sector do micro-crédito. As monografias dos SFD, relativos ao exercício de 2005, as notas tri- mestrais sobre a situação do micro-crédito e o relatório anual de 2006 sobre a supervisão dos SFD foram elaborados.

4.3.6 – Supervisão do sector

No âmbito do reforço da supervisão dos SFD, o BCEAO realizou, conjuntamente com os Ministérios titulares das Finanças, trinta e duas (32) missões de inspecção das principais instituições de micro-crédito da União. Todos os países da União foram abrangidos por estas missões, às quais se acrescem as realizadas pelos Ministérios, sem a intervenção do BCEAO2. O reforço da

supervisão do sector, através do acréscimo do número das missões de verificação e de um mel- hor seguimento da implementação das reco- mendações daí resultantes, constitui um dos maiores desafios das estruturas responsáveis pelo controlo em cada um dos Estados membros da União.

O Presidente da República do Togo, Sua Excelência Senhor Faure Essozimna GNASSINGBE, inaugurando o centro de lazeres do BCEAO em Lomé, na presença do Governador interino do BCEAO, o Senhor Damo Justin BARO.

No documento RELATÓRIO ANUAL DE 2007 VERSÃO RESUMIDA (páginas 68-72)