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4.1 – EVOLUÇÃO DO SISTEMA BANCÁRIO

No documento RELATÓRIO ANUAL DE 2007 VERSÃO RESUMIDA (páginas 64-68)

4.1.1 - Textos regulamentares

Com o objectivo de reforçar a base financeira dos bancos e estabelecimentos financeiros da União e, nomeadamente, permitir-lhes contri- buir mais eficientemente para financiamento da economia, o Conselho de Ministros da União decidiu, na sua sessão de 17 de Setembro de 2007, aumentar o capital social mínimo aplicá- vel aos bancos e estabelecimentos financeiros da União Monetária Oeste Africana (UMOA), de mil milhão e 300 milhões respectivamente, para 10 mil milhões e 3 mil milhões. Esta medida, que pretende ter em consideração às evolu- ções ocorridas no contexto internacional em geral e regional em particular, será implemen- tada em duas etapas. Numa primeira fase, o capital social mínimo dos bancos será fixado em 5 mil milhões e o dos estabelecimentos financeiros em mil milhão. No prazo de três (3) anos, a contar de 1 de Janeiro de 2008, os ban- cos e estabelecimentos financeiros devem rea- lizar os restantes 5 mil milhões e mil milhão. Assim, os estabelecimentos em actividade deverão respeitar estes novos limiares, o mais tardar 31 de Dezembro de 2010. Estes limiares são aplicáveis imediatamente para os pedidos de autorização na qualidade de banco ou de estabelecimento financeiro introduzidos a partir de 1 de Janeiro de 2008.

A data de aplicação dos níveis de 10 mil milhões e 3 mil milhões, respectivamente para os bancos e os estabelecimentos financeiros, será definida no final da primeira fase. Um Aviso do Banco Central, datado de 2 de Novembro de 2007, notificou a Decisão do Conselho de Ministros da UMOA aos bancos e estabelecimentos financeiros da União.

O Conselho de Ministros adoptou igualmente, na sua sessão de 4 de Julho de 2007, a Directiva relativa à luta contra o financiamen- to do terrorismo nos Estados membros da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA).

Por outro lado, uma Instrução do Governador do BCEAO, relativa à luta contra o branquea- mento de capitais no seio dos organismos finan- ceiros, entrou em vigor em 2 de Julho de 2007.

4.1.2 – Evolução da rede bancária

Em 2007, a rede bancária da UMOA prosse- guiu a sua consolidação, num ritmo mais ace- lerado do que em 2006. A diversificação da paisagem bancária foi igualmente reforçada pela autorização de novos grupos bancários. Assim, sete (7) novas autorizações foram conce- didas, durante o exercício 2007, a três (3) ban- cos e a quatro (4) estabelecimentos financeiros. No entanto, foram canceladas as autorizações de um (1) banco e de três (3) estabelecimentos financeiros durante o mesmo período.

Por país, a rede bancária foi marcada pelas seguintes evoluções :

- no Burkina, dois despachos ministeriais foram tomados, relativos à autorização respectiva- mente da Société Financière de Garantie Interbancaire (SOFIGIB) e de Coris Bank, na sequência da transformação do estabeleci- mento financeiro ''la Financière du Burkina (FIB)'', cuja autorização foi cancelada. Por outro lado, uma autorização foi concedida à Société Africaine de Crédit Automobile (SAFCA) Côte d'Ivoire para a abertura de uma sucursal no Burkina, no âmbito do dispo- sitivo de autorização única. Pelo contrário, o Ministro das Finanças emitiu o despacho do cancelamento da autorização da Société Burkinabé de Financement Sociedade Burki- nabé de Financiamento (SOBFI) ;

- na Côte d'Ivoire, uma autorização, como estabelecimento financeiro, foi atribuida a CREDIT SOLIDAIRE ;

- no Mali, Banque pour le Commerce et l'Industrie (BCI-Mali) foi autorizado e uma autorização foi concedida à Société Africaine de Crédit Automobile (SAFCA) Côte d'Ivoire para a abertura dums sucursal

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4.1.3 – Actividade dos bancos e estabele- cimentos financeiros

A actividade dos bancos e estabelecimentos financeiros da UMOA foi marcada por um aumento dos recursos e dos empregos, res- pectivamente de 13,7% e de 15,2%.

Os recursos estabeleceram-se em 7.878,5 mil milhões em 2007 contra 6.928,6 mil milhões um ano atrás, registando assim uma progressão de 949,9 mil milhões. Esta evolução resulta essencialmente de um acréscimo de 845,1 mil milhões dos depósitos e empréstimos e de 154,6 mil milhões dos recursos diversos, atenua- do pela redução de 49,8 mil milhões dos fun- dos próprios líquidos.

Os empregos aumentaram de 921,7 mil milhões, para se fixar em 7.003,8 mil milhões em 31 dezembro de 2007, sob os efeitos conjuga- dos do aumento de 325,9 mil milhões de cré- ditos e de 595,8 mil milhões dos outros empre- gos. O aumento dos créditos diz respeito aos financiamentos de médio e longo prazos (+186,0 mil milhões), os créditos de curto prazo (+111,1 mil milhões), as operações de leasing e similares (+12,4 mil milhões) e os créditos em moura (+16,4 mil milhões). Todavia, os créditos de campanha baixaram de 51,4 mil milhões durante o mesmo período. O aumento dos outros empregos é essencialmente imputável aos títulos de investimento que aumentaram de 420,7 mil milhões, às imobilizações financei- ras que progrediram de 48,5 mil milhões, a no Mali no âmbito da autorização única ;

- no Senegal, a autorização de Attijariwafa Bank Senegal (AWBS) foi cancelada, na sequência da sua fusão por absorção pelo Banque Senegalo-Tunisienne (BST) e da mudança de denominação social da socie- dade absorvente para Attijari Bank Senegal ;

- no Togo, a transformação da Caisse d'Epargne du Togo (CET), estabelecimen- to financeiro, em Banque Populaire pour l'Epargne et le Crédit (BPEC) teve como consequência o surgimento de um novo banco e o cancelamento da autoriza- ção enquanto estabelecimento financei- ro da CET.

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outras imobilizações que evoluíram de 38,1 mil milhões e aos diversos empregos que aumen- taram de 88,5 mil milhões.

O excedente da tesouraria dos bancos e esta- belecimentos financeiros progrediu de 28,2 mil milhões para se situar em 874,7 mil milhões em 2007. A qualidade da carteira dos bancos e estabelecimentos financeiros da União, apre- ciada com base na taxa bruta de degrada-

ção dos créditos, deteriorou-se ligeiramente de 0,2 ponto percentual durante o referido período, para se estabelecer em 19,8% em Dezembro de 2007. A taxa líquida de degra- dação da carteira de créditos baixou, no entanto, de 0,2 ponto percentual, para se fixar em 7,7% em 2007. Com efeito, a taxa de cobertura dos créditos comprometidos pelas provisões melhorou-se de 1,1 ponto percentual para se situar em 66,2% em 2007.

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4.1.4 – Situação em relação ao dispositivo prudencial

Com base nas informações disponíveis em 30 de Junho de 2007, o rácio médio de cobertura de riscos, que mede a relação entre os fundos pró- prios efectivos e os riscos ponderados dos ban- cos e estabelecimentos financeiros da União, estabeleceu-se em 6,75% contra 8,36% em Dezembro de 2006, abaixo da norma regula- mentar fixada em 8%. O rácio de bancos, que se situava em 7,78% em Dezembro de 2006, recuou para 6,3% no final de Junho de 2007. A propor- ção dos bancos e estabelecimentos financeiros que cumpriram com a norma de solvabilidade regrediu ligeiramente, passando de 66% em Dezembro de 2006 para 64% em finais de Junho de 2007.

Relativamente ao coeficiente de liquidez, a proporção de bancos e estabelecimentos financeiros que respeitarama norma mínima de 75% aumentou de 5 pontos percentuais para se estabelecer-em 61% em Junho de 2007. Tratando-se da conformidade em rela- ção a outras normas prudenciais, algumas insu- ficiências foram registadas ao nível da divisão de riscos, em particular ao nível da limitação dos engajamentos pela mesma assinatura, da cobertura das aplicações de médio e longo prazos pelos recursos estáveis e da estrutura da carteira. As normas acima referidas são obser- vadas respectivamente por 48%, 56% e 1% dos bancos e estabelecimentos financeiros.

No plano geral da supervisão, 27% do efectivo global de estabelecimentos de crédito esta- vam sob supervisão estrita em 30 de Junho de 2007. Entre eles, 4 dos quais 2 bancos e 2 esta-

belecimentos financeiros, estava sob medida de administração provisória, devido a sua situa- ção financeira desequilibrada e as deficiências na sua gestão e no seu funcionamento.

4.1.5 – Dispositivo de accord de classe- ment (rating)

O dispositivo de accord de Classement (rating) foi instituído pelo Conselho de Ministros da UMOA em Dezembro de 1990 e revisto em Setembro de 2002. Constitui um instrumento de controlo a pos- teriori da qualidade da carteira dos bancos e estabelecimentos financeiros. Neste âmbito, os bancos e estabelecimentos financeiros são obri- gados a submeter ao BCEAO pedidos de accord de classement (rating), pelo menos para as cinquenta (50) maiores empresas beneficiá- rias dos seus créditos.

Por outro lado, cada estabelecimento de crédi- to tem de respeitar uma relação mínima de 60% entre o seus créditos beneficiários de rating e o montante total dos seus créditos brutos. Assim, durante o exercício 2007, setecentos e quatro (704) pedidos de rating foram instruídos pelo Banco Central, por um montante global de 901,8 mil milhões contra 465 dossiês no ano precedente para um valor de 861,9 mil milhões. No final da análise dos dossiês, quinhentos e ses- senta (560) pedidos respeitaram as normas pre- vistas pelo dispositivo tendo obtido uma cota- ção favorável por um valor de 485,9 mil milhões correspondente a 79,5% dos dossiês instruídos e 53,9% dos montantes apresentados.

Em 2007, o montante de créditos que obteve rating favorável estabeleceu-se em 369,7 mil milhões contra 235,6 mil milhões um ano atrás.

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4.2 – EVOLUÇÃO DO MERCADO

No documento RELATÓRIO ANUAL DE 2007 VERSÃO RESUMIDA (páginas 64-68)