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3. A Unidade de Ensino

3.1. Contexto Escolar

3.1.1. Caraterização da Escola

A Escola Secundária Padre Alberto Neto está inserida no Agrupamento de Escolas de Queluz-Belas, sendo esta a sua escola-sede, abrangendo alunos oriundos das freguesias de Queluz e de Belas, as mais populosas do conselho de Sintra (AEQB, 2013).

Segundo o Projeto Educativo da Escola (2013), o território no qual esta se insere carateriza-se por uma significativa diversidade cultural, registando-se uma percentagem de alunos estrangeiros de cerca de 11,7%, com predomínio da população escolar proveniente dos PALOP e do Brasil. Maioritariamente ocupado por famílias de classe baixa ou classe média baixa, o abandono e o insucesso escolar tornaram-se nas duas principais preocupações educativas do Agrupamento e da Escola.

A escola tem como principal missão promover a equidade e inclusão social, e a plena integração dos alunos no contexto escolar, a partir de colaborações com as famílias, identificação de interesses e alternativas escolares e profissionais, e articulando a sua oferta com as características do meio e as solicitações da comunidade, favorecendo o desenvolvimento global dos alunos e visando o exercício da cidadania (AEQB, 2013).

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A oferta formativa da Escola Secundária Padre Alberto Neto integra os 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico, os cursos Cientifico-Humanísticos regulares e os Cursos Profissionais do Ensino Secundário.

Em 2011, foi concluída a requalificação do espaço escolar que passou a integrar instalação mais modernas e seguras, bem como uma biblioteca e uma sala polivalente, que disponibiliza um auditório com cerca de 200 lugares (AQEB, 2013). O projeto de intervenção da Escola incluiu a reabilitação de três pavilhões, a remodelação e ampliação de outros três, a edificação de dois novos pavilhões e a requalificação dos espaços exteriores envolventes.

Em relação às salas de aula, todas dispõem de um retroprojetor e um computador, para uso de professores e alunos. Contudo, os meios disponibilizados pela Escola não são suficientes para suportar uma aula em que os alunos tenham acesso total a computadores, ou outros dispositivos informáticos, que lhes permitam manipular softwares de aprendizagem ou realizar atividades pedagógicas em sala de aula que requeiram acesso a tecnologia.

3.1.2. Caraterização da turma

No que concerne à turma onde foi realizada a minha intervenção letiva, esta é constituída por vinte e oito alunos (12 raparigas e 16 rapazes), dos quais três são de nacionalidade estrangeira, sendo que há um aluno da turma, inscrito este ano letivo, que apenas comunica em língua francesa. As idades dos alunos desta turma estão compreendidas entre os 14 e os 16 anos, pelo que a maioria iniciou o presente ano letivo com 14 anos de idade, havendo apenas dois alunos repetentes, mas, do que se pode observar, com vontade de aprender, participativos em aula e envolvidos nas tarefas propostas.

A turma integra uma aluna identificada com necessidades educativas especiais (NEE), por esta ser bastante tímida e ter dificuldades em se relacionar com os colegas e restantes membros da comunidade educativa, sendo que se nota, em contexto de sala de aula, um certo desconforto em relação à interpelação durante a discussão das diversas atividades realizadas. Há, ainda, um aluno diagnosticado com Dislexia, com dificuldades ao nível da consciência fonológica, da leitura e da escrita.

Em termos comportamentais, a turma pode descrever-se como sossegada, existindo apenas momentos pontuais em que se regista algum barulho em sala de aula, durante o trabalho autónomo ou, por vezes, quando há exposição de conteúdos por

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parte do professor. Aliado a isto, registam-se alguns casos de imaturidade e de falta de atenção, caraterísticos das idades dos alunos com os quais estamos a interagir, pelo que, por vezes, se torna necessário alertá-los de que o barulho que se gera está a ser incomodativo e a impedir o decorrer normal da aula.

Uma vez habituados a trabalhar a pares, os alunos são, por norma, ativos nas resoluções das tarefas propostas, demonstrando interesse em participar e aprender. O facto de trabalharem a pares ajuda-os a superar mais facilmente as suas dificuldades, notando-se uma constante entreajuda, podendo afirmar-se que a relação entre estes é bastante positiva, não se verificando casos de quezílias ou problemas de maior extensão. Um aspeto importante a salientar do trabalho a pares diz respeito à disposição dos alunos em sala de aula. Estes são emparelhados de acordo com as suas classificações nos testes, sendo que os alunos com classificações mais altas se juntam aos alunos com classificações mais baixas, alterando-se a planta da sala sempre que há um momento de avaliação sumativa.

Quanto ao desempenho académico desta turma na disciplina de Matemática, os resultados são satisfatórios com a maioria das classificações no nível três. No que diz respeito às classificações do primeiro período, do presente ano letivo, registou-se que cerca de 21% da turma obteve uma classificação final de 2, 39% obteve uma classificação final de 3 e 25% da turma obteve classificação final de 4 (Figura 4).

Figura 4 – Classificações dos alunos a Matemática no final do 1.º período do ano letivo 2017/2018

Das observações das produções escritas dos alunos e das aulas, feitas por mim ao longo do primeiro período, conclui-se que a maioria das dificuldades destes alunos assenta na resolução de problemas, na comunicação matemática utilizando uma linguagem correta e na repetição de alguns processos que envolvam o Cálculo.

Dessas observações destaca-se, ainda, no que diz respeito ao ritmo de trabalho da turma e à envolvência dos alunos nas atividades propostas, uma notória divisão da mesma em três grupos distintos de alunos. O primeiro grupo diz respeito a três alunos que se destacam pela sua constante vontade em participar e pela rapidez com que

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executam as tarefas propostas, bem como pela sua capacidade em explicar, na maioria das vezes recorrendo a linguagem matemática adequada, os seus raciocínios aos colegas. Estes alunos destacam-se, ainda, pela sua autonomia na resolução das tarefas, não necessitando de chamar o professor de forma regular para que este valide as suas conclusões. O segundo grupo diz respeito a cinco alunos da turma que dependem muito do trabalho realizado em colaboração com o colega de carteira, do que é exposto no quadro, ou da ajuda do professor, sendo que não tomam a iniciativa de participar voluntariamente nas discussões das diferentes tarefas propostas em aula. O último grupo diz respeito à restante turma, que utiliza o questionamento maioritariamente como forma de esclarecimento de dúvidas e cujo ritmo de trabalho é regular. De uma forma geral, estes alunos têm tendência a participar, voluntariando-se para expor ideias e ir ao quadro sempre que solicitados, e, por norma, explicando os seus raciocínios recorrendo a linguagem informal, mas, quando alertados, tentando utilizar linguagem matemática mais formal e correta.

3.2. Ancoragem e Organização da Unidade de Ensino

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