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Capítulo V. O curso de Artes Criativas no Estabelecimento Prisional de Monsanto

V. 1. Contexto de Produção

Toda e qualquer avaliação do espaço resulta das micro e macro percepções do sujeito sobre esse espaço, dos estímulos sensoriais que cruzam e trespassam o sujeito e o atingem activa ou subliminarmente, através do seu corpo.435 A experiência pessoal e a sua representação são fundamentais para a compreensão dos quotidianos humanos e institucionais e dos espaços que encerram. Neste sentido, os próximos capítulos procuram contribuir para um melhor entendimento da situação e das características da arquitectura prisional portuguesa no século XXI, através do material artístico dos reclusos, enquanto fragmentos.436 Procuramos compreender o quotidiano

434 Fig. 5.01. Desenho elaborado pelo Arquitecto João Xavier, no âmbito da discussão e elaboração do nosso Relatório de Estágio Curricular, para a UNL – FCSH, em 2007/2008. (Fig. 55]. [ATENÇÃO: esta menção não devia figurar como legenda? Fig. 55?]

435 O que inclui a relação do corpo com o espaço, os seus movimentos e motricidades, os seus estados de vigília – produzindo sensações de conforto ou desconforto. A assunção do conforto num determinado ambiente – bem-estar físico e psicológico, ou o seu inverso – resulta da mediação entre o ‘eu’ ergonómico e o conjunto de elementos variáveis ou não que constitui a envolvente. No limite, tal influência determina a forma como o sujeito desenvolve e se apropria da experiência do viver e logo da sua existência. Cf. Jorge Cruz Pinto. O Espaço-Limite: Produção e Recepção em Arquitectura. FAUTL, Colecção Arquitectura e Urbanismo. Lisboa: ACD Editores, 2007, p. 166.

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[Distribuidor de Começos] “– Por onde se começa? Onde se acaba? A única resposta é dizer: começa- se pelo sítio a que chamamos início e termina-se no sítio a que denominamos final. […] O fragmento é, pela sua natureza, um ponto onde se inicia; um fragmento nunca termina, pois é raro um fragmento não começar algo. Poderemos dizer que um fragmento é uma máquina de produzir inícios, uma máquina da linguagem, das formas de utilizar a linguagem, que produz começos – pois tal é a sua natureza.

O fragmento tem essa característica: obriga o relevante a aparecer logo, a não ser adiado. O fragmento impõe uma urgência, uma impossibilidade de diferir. Um fragmento não quer que o outro fragmento

159 do Estabelecimento Prisional de Monsanto, sua prática e discurso através da representação da experiência prisional dos reclusos. Acreditamos que o conhecimento da experiência do espaço contribui para o conhecimento da arquitectura e da história.

O ensino das artes expressivas e plásticas aos reclusos do Estabelecimento Prisional de Monsanto ocorreu entre 2007 e 2011, em dois cursos, mas com enquadramentos significativamente distintos. O primeiro disse respeito ao ano lectivo de 2007/2008, aqui designado por momento exploratório, e o segundo decorreu em 2009/2010 e 2011, como experiência e trabalho de campo para esta investigação.

O curso de 2007/2008 disse respeito ao ensino da disciplina de Técnicas Especiais, com um currículo de Artes Decorativas (a pedido do EPM), realizado através de um contrato, como professora da Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, com o Ministério da Educação. A disciplina de Técnicas Especiais – Artes Decorativas foi financiada no âmbito do Programa Novas Oportunidades437 (2005), que permitia aos alunos, pela frequência das aulas e a avaliação das suas aprendizagens, a obtenção de um diploma para o conjunto das suas habilitações. Através da parceria entre o Ministério da Educação e o Estabelecimento Prisional de Monsanto, como lugar de acolhimento, a professora deslocava-se à Instituição prisional para leccionar, em sala de aula, a uma turma de oito reclusos, duas vezes por semana, sessões com a duração média entre os noventa e os cento e vinte minutos. O curso de Artes Criativas decorreu de acordo com as orientações de calendarização do Ministério da Educação para esse ano, nas condições que, mais à frente, se irão aprofundar.

que vem a seguir diga o que é da sua responsabilidade dizer. […] – Eis o que é o fragmento: espaço privilegiado, especializado […].” (TAVARES, 2013, p. 41).

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O designado Programa para as Novas Oportunidades (2005) visava “a igualdade de oportunidades para as pessoas com deficiências ou incapacidade, nomeadamente ao nível da sua participação no mercado de trabalho […]. Para minimizar esta dificuldade, o Plano de Acção para a Integração das Pessoas com Deficiências ou Incapacidades 2006/2009 (PAIPDI), previu […] a criação de Centros Novas Oportunidades vocacionados para a certificação escolar de jovens e adultos com deficiências. O Sistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) permitia que os adultos com idade igual ou superior a 18 anos e habilitações escolares inferiores aos 4º, 6º ou 9º ano pudessem solicitar o reconhecimento, a validação e a certificação dos conhecimentos escolares, profissionais ou outros que tivessem adquirido nos diferentes contextos da sua vida, ao nível pessoal, social e profissional. Este processo era desenvolvido nos Centros Novas Oportunidades e a certificação abrangia 4 áreas de competências: Linguagem e Comunicação, Matemática para a Vida, Tecnologias de Informação e Comunicação, Cidadania e Empregabilidade.” Cf. Instituto Nacional para a Reabilitação, consultado em: http://www.inr.pt/content/1/16/centros-novas-oportunidades (Novembro de 2016).

160 Para as aulas de Artes Criativas e no âmbito do compromisso assumido com o Estabelecimento Prisional de Monsanto, assegurou-se o normal decurso da actividade e promoveu-se um ambiente seguro, salutar e de bem-estar para os reclusos. Para tal, apresentou-se à Direcção do Estabelecimento Prisional de Monsanto e à Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho documentação da qual constava: a) o Programa de Artes Criativas; b) a Planificação e Calendarização das actividades, considerando o calendário escolar; c) a Listagem do material a requisitar e da qual devia constar a quantidade e o preço; e d) a Disposição e Organização da sala de aula.438 A entrega destes documentos ao Estabelecimento Prisional de Monsanto manteve-se ao longo de todos os anos da nossa colaboração.

I. O curso de Artes Criativas surgiu no Estabelecimento Prisional de Monsanto com o intuito de ser leccionado aos reclusos uma disciplina de artes, num processo de trabalho mais próximo de um atelier (actividade) de expressão plástica, integrado numa metodologia de aprendizagem activa. Não obstante o desejo do Estabelecimento Prisional de Monsanto pretender dispor da oferta de Artes Decorativas como currículo para aquele ano, propôs-se à Direcção do Estabelecimento – e como reformulação do programa pedido – não se deixar de oferecer aos reclusos um programa de artes mais abrangente. Um desafio que pretendia a aquisição de competências novas, por via da reflexão e do potencial de liberdade existente nas artes. Ou, não menos importante, um desafio que, igualmente, salvaguardasse a aquisição de competências estéticas e artísticas no âmbito das Artes Visuais e que assentasse a oferta na experimentação e na exploração de técnicas de expressão variadas através da fruição das artes, dos materiais e dos meios artísticos. Foi dado um maior enfoque ao domínio da Educação Visual e das Expressões Plásticas e que através delas se garantisse o compromisso entre a produção dos registos (os trabalhos, as comunicações), o desfrute e a contemplação das artes enquanto compreensão artística, existencial e comunicacional. Neste sentido, propôs-se um programa distinto dos que habitualmente são tratados pelas artes decorativas em meio prisional, que

438 Os documentos, correspondentes ao curso de Artes Criativas, em 2007/2008, em 2009/2010 e em 2011, constam do Anexo.

161 incidem, grosso modo, sobre temáticas tradicionais como a azulejaria, a tapeçaria de Arraiolos e os bordados ou ainda as decorações relacionadas com a celebração de festividades.

A proposta de alteração do currículo e da designação da disciplina foi bem aceite pela Direcção do Estabelecimento Prisional de Monsanto, que validou o projecto de Artes Criativas em detrimento de Artes Decorativas. Com o sucesso dos trabalhos realizados no curso de Artes Criativas (2007/2008), organizados num portefólio de trabalhos colectivos, garantiu-se a possibilidade de ver por nós mantida a actividade nos anos seguintes, entre 2008 e 2011.

A experiência em Monsanto, durante o ano lectivo 2007/2008 e enquanto docente do Ministério da Educação, constituiu-se um momento inaugural no ensino. Da intersecção entre ambas as actividades então a decorrer, a profissional e a académica, surgiu uma parceria entre a UNL-FCSH e o Estabelecimento Prisional de Monsanto, no âmbito do Estágio Curricular do curso de História da Arte, por ser reconhecido o interesse da situação de se estar a leccionar a reclusos.439 Nessa altura, e orientada pela Professora Doutora Raquel Henriques da Silva, o Estágio Curricular correspondeu ao lançamento da experiência de uma actividade exploratória das Artes em meio prisional, experiência devidamente aceite pela hierarquia dos Serviços Prisionais, designadamente por João Guimas e por Manuela Azevedo e, ainda, pela então Directora-Geral dos Serviços Prisionais, Maria Clara Albino.

II. O interesse manifestado pela Instituição em continuar a acolher, nos anos seguintes, o curso de Artes Criativas e o convite que nos foi dirigido nesse sentido levaram a uma reformulação da parceria, a partir de 2008 e até 2011. No segundo momento de Artes Criativas, base para esta investigação e suporte ao trabalho de campo realizado, a actividade passou a ter como parceiros o Estabelecimento Prisional

439 Muito embora, do ponto de vista profissional, já tivesse concluído a licenciatura em Arquitectura e, pontualmente, já tivesse também leccionado Expressão Plástica a crianças do primeiro ciclo. A par desta actividade profissional era frequentado o segundo ano do primeiro ciclo de estudos de História da Arte, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (UNL-FCSH).

162 de Monsanto, a professora-investigadora e os respectivos Orientadores da Tese, ao abrigo de um protocolo entre a antiga Direcção-Geral dos Serviços Prisionais e a Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH-UNL).440 Dentro deste novo enquadramento, as sessões passaram a ser ministradas em sala de aula, em regime de voluntariado, uma vez por semana, não excedendo a duração de cento e vinte minutos por sessão. De igual modo, mantiveram-se os procedimentos, a logística e as práticas já anteriormente acordadas e assimiladas.441

A alteração do enquadramento do curso, agora sem qualquer obrigação escolar, permitiu que a actividade Artes Criativas se tornasse um lugar de encontro e de reflexão sobre a percepção do espaço, forma e vivências dos reclusos no meio prisional, bem como de reflexão sobre a capacidade destes reclusos representarem o ambiente prisional que habitavam, de modo a melhor se compreenderem as questões do espaço prisional tendo Monsanto como caso de estudo. Desta inquietação e da hipótese de reflexão sobre o tema, fruto da experiência directa com os reclusos e da possibilidade de investigação assegurada com o Estabelecimento Prisional de Monsanto, nasceu uma nova proposta de trabalho, tendo em vista a prossecução da tese. Esta nova proposta e o programa a concretizar pretendiam manter e reapresentar alguns dos trabalhos já lançados e efectuados em 2007/2008 e acrescentar outros ao anterior projecto, como exercícios, trabalhos e reflexões sobre arte e percepção do espaço.

No período de 2009/2010, as aulas acabaram por ser suspensas, em Julho de 2010, por se considerar que a participação de dois ou três reclusos era um número pouco expressivo para a continuidade do trabalho. Depois de algumas transferências de reclusos para outras prisões (FC) e desistências (PP), só os reclusos JA e RS se mantinham assíduos. Também as dificuldades na aprovação, por parte da Direcção do Estabelecimento Prisional de Monsanto, das temáticas e trabalhos a realizar, relativamente aos exercícios cujo tema era a representação do espaço prisional

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No âmbito do Doutoramento em História da Arte Contemporânea. O presente projecto de investigação contou com financiamento por parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). 441

Como a entrega do Programa à Direcção do Estabelecimento Prisional de Monsanto e a aprovação da actividade pela antiga Direcção-Geral dos Serviços Prisionais. Este segundo momento de trabalhos já não seguiu o calendário escolar nacional e as sessões decorreram, no ano de 2009/2010, entre Novembro e Julho; e no de 2011, entre Fevereiro e Setembro.

163 contribuíram para a interrupção.442 O motivo invocado pelo Estabelecimento Prisional de Monsanto para a suspensão dos exercícios foi o da “segurança”. Mais tarde percebeu-se que as estruturas directivas do Estabelecimento Prisional de Monsanto tinham recebido com alguma perplexidade o tema proposto e os trabalhos que daí adviriam. Percebeu-se também que a circulação e discussão das ideias subjacentes causavam singular desconforto. Desta interrupção e pela impossibilidade de se ver concluída a experiência e a realização dos trabalhos com os reclusos surgiu, de novo, a necessidade de reformulação da proposta. Em 2011, e após nova negociação e aceitação do novo Programa, foi possível retomar a actividade.443 As sessões decorreram de modo em tudo semelhante ao que anteriormente era feito e contaram com uma média presencial de 4 a 5 reclusos por sessão.444 As únicas alterações ocorreram no sentido de ver concretizados os trabalhos mais sensíveis para a população da prisão, trabalhos esses que se debruçavam directamente sobre a arquitectura e disposição dos espaços prisionais.

Os princípios e a missão do Estabelecimento Prisional de Monsanto foram, desde sempre, expressos e defendidos com clareza, pela Instituição prisional e foram amplamente compreendidos e respeitados. Numa prisão de máxima segurança e com reclusos a cumprir, na sua maioria, penas muito elevadas, o curso e o estudo obedeceram a critérios e a regras próprias visando a salvaguarda da segurança. Foi também pelo motivo da salvaguarda da segurança que, para esta tese, se justificou a interdição ao acesso e consulta de plantas, cortes e alçados arquitectónicos do Estabelecimento Prisional de Monsanto ou de qualquer outro estabelecimento prisional no activo a qualquer pessoa externa aos serviços prisionais ou na ausência de motivo que o justificasse.

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A Direcção do Estabelecimento Prisional de Monsanto, através da nomeação de João Manuel do Couto Guimas, foi aprovada pelo Despacho (extracto) nº 11 396/2008, por um período de três anos, para o exercício, com efeitos à data de 3 de Março de 2008 e, novamente, pelo Despacho nº 3300/2010, de 23 de Fevereiro.

443 Nesta altura sob a designação de Atelier de Desenho e Pintura no Estabelecimento Prisional de Monsanto. Cf. Programa do Atelier de Desenho e Pintura no Estabelecimento Prisional de Monsanto, aprovado a 22 de Junho de 11 pelo Director do EP Monsanto (91/SEE/2011).

444 Este último programa de trabalho, que constituiu um prolongamento do anterior de 2009/2010, foi aprovado em Junho de 2011.

164 Devido às questões de segurança, e no período em que se desenvolveu o curso de Artes Criativas, houve debate e reflexão na aula sobre (os limites) à expressão individual e à liberdade dos autores dos trabalhos na sua realização. No entanto, para esta tese, qualquer contratempo havido foi motivo e causa para melhor se procurar enquadrar e compreender a realidade prisional nos seus limites e constrangimentos.

O curso de Artes Criativas, entre 2007 e 2011, possibilitou a experiência do encontro de interesses comuns ainda que inseridos em diferentes contextos institucionais.445

Todavia, apesar do empenho e da disponibilidade apresentadas pelas partes intervenientes no projecto e da firmeza na prossecução dos trabalhos, o programa contou com alguns entraves e receios. Houve dificuldades de diferentes ordens:

a) umas deveram-se à necessidade pessoal, enquanto professora- -investigadora, de um ajuste à realidade prisional. O confronto de um agente exterior

que embora livre se vê implicado nos trâmites da disciplina da Instituição prisional; b) a Instituição e os reclusos questionaram os objectivos subjacentes aos trabalhos;

c) outras dificuldades radicaram na relutância dos reclusos em participar em certos trabalhos, devido a um sentimento de que se estariam a sujeitar à Instituição e ao seu Poder.446 Nesta relação de poder assimétrica, os reclusos expressaram verbalmente que se sentiam expostos e vulneráveis, ao partilharem e demonstrarem o

445 Do Relatório de Actividades do ano de 2010 da Direcção-Geral dos Serviços Prisionais constam as seguintes “Ocupações de tempos livres” no Estabelecimento Prisional de Monsanto: “A prática de actividades físicas e desportivas da população prisional continua a ser uma área com enfoque na vertente do tratamento penitenciário, registando-se a participação de 68 reclusos, 23 em actividade de ginásio e 45 na prática de desportos colectivos. […] À semelhança do ano anterior decorreu a actividade de Yoga, com a colaboração de um professor voluntário, em que participaram 8 reclusos.

Foi privilegiada a vertente sócio-cultural, através da dinamização de actividades em diversas áreas, bem como a frequência da biblioteca, verificando-se a participação de 68 reclusos e o movimento de 545 requisições de livros e revistas.

Reiniciou-se o atelier de artes, no âmbito de um trabalho de investigação para doutoramento, envolvendo 6 reclusos, os quais participaram no Concurso de Postais de Natal 2010. Procedeu-se à passagem e visionamento de filmes na sala multimédia, com acompanhamento e dinamização de um técnico, em que estiveram envolvidos 29 reclusos. Na área do Voluntariado decorreram 3 projectos […].”

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“Onde há poder, ele se exerce. Ninguém é, propriamente falando, seu titular; e, no entanto, ele sempre se exerce em determinada direcção, com uns de um lado e outros do outro; não se sabe ao certo quem o detém, mas se sabe quem não o possui” (FOUCAULT, 2007, p. 75).

165 seu saber, tornado visível nos desenhos. Estes receios, e o facto de “chamarem para si olhares e atenções”, suplantaram, por vezes, o interesse e a vontade em participar.

d) finalmente, a realização de alguns dos exercícios constantes no Programa de 2009/2010 e 2011, e a posterior análise ou divulgação dos conteúdos representados nos diferentes temas abordados, geraram no Estabelecimento Prisional de Monsanto algum desconforto. Do nosso ponto de vista, tal ficou a dever-se à tomada de consciência por parte da Instituição do conhecimento concreto que os reclusos têm do espaço e da instituição.

A negociação entre as partes e as medidas de segurança exigidas tiveram reflexos na produção dos trabalhos desenvolvidos pelos reclusos. Isso ficou patente na proibição definida pela Instituição de registos do espaço por observação directa, mas permitiram-se alguns outros, com recurso à memória do recluso para registo das características desse mesmo espaço.

V. 2. A organização da actividade, os procedimentos e as restrições