• Nenhum resultado encontrado

Contexto Sócio-Econômico

No documento FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO (páginas 119-123)

CAPÍTULO 4. ASPECTOS GERAIS E CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO DA

4.10. Contexto Sócio-Econômico

A bacia do Ribeirão Entre Ribeiros permeia os municípios de Paracatu, principalmente, e Unaí, atualmente considerados municípios pólos da Região Noroeste de Minas Gerais. A consolidação desta posição de destaque se dá devido à união de diversos fatores que atraem e contribuem para o desenvolvimento de setores como a agricultura, pecuária, mineração, educação e tecnologia.

As presenças de empresas como a CAMPO – Companhia de Promoção Agrícola, CMM – Companhia Mineira de Metais, RPM – Rio Paracatu Mineração S.A., Avents Seeds do Brasil, Monsanto, Cerâmica Unaí, Comercial de Couros Unaí, ALCONOR – Algodoeira do Noroeste Ltda, COOPERVAP – Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu, são exemplos reais da grande representatividade destes municípios, que têm como principais atrativos econômicos, a posição geográfica, além do clima e da disponibilidade hídrica.

Quanto à posição geográfica, esta região é servida pelas rodovias BR 040, MG 188 e BR 251, que facilitam o escoamento da produção e o acesso a outros canais produtivos do país e centros nacionais como Belo Horizonte (482 Km), Brasília (220 Km) e Rio de Janeiro (917 Km) de distância de Paracatu.

Já as condições de clima, temperatura e topografia, como já apresentadas neste capítulo, são bastante satisfatórias, apenas no período de inverno, como mencionado, ocorre uma redução do índice pluviométrico na região.

As situações de Paracatu e Unaí são semelhantes quanto à disponibilidade de recursos hídricos. A região da bacia do Ribeirão Entre Ribeiros, por ser bem drenada, foi a principal razão para a implantação dos projetos de agricultura irrigada do PCPER (Projeto de Colonização Paracatu Entre Ribeiros), tendo como os principais cursos d’água o Ribeirão Entre Ribeiros, Ribeirão do Carmo, Ribeirão Vereda Grande, Ribeirão São Pedro e Ribeirão da Aldeia, os quais deram nome as suas respectivas sub-bacias.

Nos últimos 20 anos, a região Noroeste cresceu significativamente deixando de ser importadora de alimentos na década de 1970 para ser responsável por cerca de 25% da produção de grãos do Estado, sendo participante de cerca de 6% do PIB-MG – Produto Interno Bruto de Minas Gerais, conforme relato da Associação dos Produtores de Entre Ribeiros e dos dados das últimas safras.

(1) Setor Primário: Para o desenvolvimento do setor primário, pode-se citar importantes entidades como a EMATER, o IMA, e o IEF, além da CAMPO, da COOPERVAP e do Sindicato dos Produtores Rurais. A CAMPO teve como principal atribuição, a implantação do Programa de Cooperação NIPO- BRASILEIRA para o Desenvolvimento dos Cerrados - PRODECER, que possibilitou o assentamento de pequenos e médios produtores organizados em cooperativas. Segundo Emiliano Botelho, presidente da CAMPO, “No final da década de 1970 e início da década de 1980 a produção agrícola nos cerrados

praticamente não tinha nenhuma expressão econômica. Atualmente, responde por quase um quarto da produção brasileira de grãos, sendo que sai da região 50% de toda soja produzida no país, o que representa 10% da produção mundial”. No setor primário, tem-se: (1.1) a Agricultura, que se configura, atualmente, como tecnificada, bem desenvolvida, tendo ainda um notório crescimento da área irrigada, o que agrava ainda mais os problemas hídricos na região. Os principais alimentos produzidos na bacia do Ribeirão Entre Ribeiros são o milho, a soja, o feijão, além do sorgo, arroz, algodão, da banana, abacaxi, limão e melancia; e (1.2) a Pecuária, que de acordo com o IBGE2 (Censo agropecuário, 1996), tem como

destaque o rebanho bovino, com 231.537 cabeças, e que apesar de ser mista, possui uma maior tendência para corte. Já a pecuária leiteira possui uma produção que gira em torno de 40 mil litros/dia, tendo como principais compradores a Nestlé e a COOPERVAP. Cabe destacar ainda, a suinocultura (13.825) e os eqüinos (8.664). A partir da década de 1980 houve um incremento com os programas POLOCENTRO e PRODECER;

(2) Setor Secundário: De acordo com os dados do último censo do IBGE (2000), o setor secundário da região se caracterizava, na sua maioria, pela mineração, indústria de confecção, fabricação de produtos de panificação e confeitaria, gráfica, beneficiamento de grãos, construção civil, entre outros. Pelo próprio processo de colonização, a mineração ocupa um papel importante na economia da região. A presença da RPM – Rio Paracatu Mineração S.A., que produz minérios como chumbo, calcário, enxofre, ouro e zinco e da CMM – Companhia Mineira de Metais, que produz minérios de zinco e chumbo, contribuem significativamente para o desenvolvimento econômico da região. Citam-se ainda, importantes empresas como a Monsanto do Brasil, a Avents, a Dow Sementes e a Santa Helena. Outro fator que favorece a entrada de indústrias, diz respeito à isenção de alguns impostos na região, como por exemplo 50% do ISS, que atraíram as empresas Ruberplast, Transgrãos, Lasa Engenharia, entre outras. Quanto à agroindústria, destaca-se a produção de aguardente, biscoitos, carvão, entre outros. Vale ressaltar que ainda é desenvolvido o artesanato, como alternativa de renda, utilizando a argila, bordados e fibras, crochê, tricô, produtos de madeira, lapidação de pedras como ônix, ágata e outras ricas na região.

(3) Setor Terciário: Os dois municípios apresentam esse setor bastante desenvolvido. Trata-se de um comércio aquecido e movimentado que atrai, até mesmo, consumidores de outros municípios. Já o setor de serviços conta com uma ampla rede, com destaque para o setor bancário, dispondo de agências do Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, HSBC, Real, Mercantil e a CREDIPARNOR. Ainda nesse setor, pode-se mencionar o grande potencial turístico da região, seja cultural, religioso, histórico e ecológico com a presença de grutas e cachoeiras. Acredita-se que este poderia ser bem mais aproveitado. O município de Paracatu conta com importantes entidades, como a ACIPA – Associação Comercial e Industrial de Paracatu, a CDL – Câmara de Dirigentes Logistas e ADESP – Agência de Desenvolvimento Econômico e Social de Paracatu.

Quanto a infraestrutura, os municípios de Paracatu e Unaí além de serem servidos pelas importantes rodovias já mencionadas, contam com um significativo número de estradas vicinais, facilitando o acesso. Há também aeroportos nos dois municípios. Existe também, uma balsa no Rio Paracatu que atende o Projeto de Colonização Paracatu Entre Ribeiros, para o escoamento da produção. Já segundo relatos da Secretaria do Meio Ambiente e da Prefeitura de Paracatu, município predominante na área da bacia, a energia elétrica é fornecida pela CEMIG, mas se percebe uma tendência a escassez de geração o que pode vir a comprometer o desenvolvimento da região. O saneamento básico é realizado pela COPASA, perfazendo 99% de cobertura na zona urbana. Na área rural são utilizados poços artesianos e cisternas para consumo humano. Já o serviço de esgoto sanitário, prevê melhorias no atendimento, chegando a 90% na zona urbana. Todo esgoto sanitário é lançado in natura no Córrego Rico, tributário do Rio Paracatu. A zona rural não dispõe desse serviço, onde a grande maioria, quase 100%, utiliza a fossa negra.

No que concerne à saúde, o município dispõe de um hospital privado (Hospital São Lucas), um hospital municipal que atende pelo SUS – Sistema Único de Saúde, seis postos nas zonas urbana e rural, duas unidades móveis de atendimento médico e odontológico, e desenvolve PSFs - Programas de Saúde da Família.

Em relação à educação, perfazem o total de matriculados cerca de 25 mil alunos, sendo distribuídos 50% deles na rede estadual, tanto na zona rural como urbana. O CESEC - Centro de Estudos de Educação Continuada atende cerca de 2.600 alunos. O ensino superior é oferecido pelas faculdades TECSOMA e FINOM, que ministram os cursos de Administração, Ciências Biológicas, Letras, Enfermagem, licenciatura plena em História, Geografia e Pedagogia.

CAPÍTULO 5

No documento FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO (páginas 119-123)