• Nenhum resultado encontrado

Capítulo I – O Estágio Pedagógico em Contexto de Educação Pré-Escolar

1.1. Contextualização Educativa: O Infantário “O Girassol”

1.1.1. Caraterização do meio envolvente.

De acordo com o Projeto Educativo (2013-2017) (Anexo 1), o infantário “O Girassol” localiza-se na freguesia de São Martinho. Esta freguesia dispõe de uma área de 782 hectares e está situada na periferia da cidade do Funchal. Tendo por base os censos de 2011, São Martinho representa a segunda maior freguesia do Funchal e da Região Autónoma da Madeira, em que habitam 26 482 residentes, entre os quais 15 960 têm idades compreendidas entre os 24 e os 64 anos. No que diz respeito à localização em que está inserida a escola, esta é constituída pelo Bairro Social da Nazaré, pelas Virtudes, pelos Barreiros, pelo Pilar, entre outros, onde se verifica a presença de algumas moradias e quintas que, na sua maioria, são particulares.

Relativamente ao comércio e à indústria, a freguesia dispõe de uma série de infraestruturas para o seu desenvolvimento económico, em que incide a atividade hoteleira através da Quinta Bela Vista e o Hotel Panorâmico. Além disso, uma pequena

58

percentagem dos residentes mais velhos dedica-se à agricultura, produzindo produtos hortícolas, fruta e vinho (Projeto Educativo, 2013-2017).

Em relação aos recursos e instituições, é possível afirmar que a localidade da Nazaré em que está inserido o infantário possui infraestruturas de cariz desportivo (Estádio dos Barreiros, Clube Naval da Nazaré, …), cultural (Casa do Povo de São Martinho), religioso (Igreja da Nossa Senhora da Nazaré, …) e educativo (“O Carrocel”, “Escola Básica do 1.º Ciclo com Pré-Escolar da Nazaré”, …). Além disso, apresenta instituições sedeadas como o Regime de Guarnição n.º 3, os Correios, Telégrafos e Telefones, a Junta de Freguesia de São Martinho, entre outros, e apoios externos/parcerias que colaboram com o infantário, como por exemplo o Centro de Saúde da Nazaré e a Polícia de Segurança Pública (Projeto Educativo, 2013-2017).

1.1.2. Caraterização da instituição.

O infantário “O Girassol” foi inaugurado na década de 80 e é uma instituição de teor público, destinando-se a crianças com idades compreendidas entre os quatro meses e quatro anos. Ao consultar o Projeto Educativo (2013-2017), é possível averiguar que o estabelecimento é composto por oito salas de atividades que estão divididas em duas valências, entre as quais a creche no piso um (Berçário I, II e II e a sala parque) e, no piso dois, as salas de Transição I e II e as de Jardim de Infância (sala dos três anos e sala dos quatro anos). É de mencionar que no primeiro piso também se encontra a secretaria do estabelecimento, a sala de convívio dos adultos, o gabinete da Diretora, as casas de banho, a copa de leites, as arrecadações de alimentos, os materiais didáticos e de desgaste e de produtos de limpeza e, por fim, a lavandaria. No piso dois estão disponíveis o salão, em que ocorrem diversas atividades (visualização de vídeos, festas, etc.), o pátio exterior, o refeitório, a cozinha/copa, outra arrecadação e, ainda, as casas de banho.

No que concerne aos recursos humanos, a instituição tem ao seu dispor educadoras de infância, professores de atividades de enriquecimento curricular e um docente do Ensino Especial. Ainda assim, possui diversos assistentes, sendo estes operacionais, técnicos, administrativos, auxiliares e, ainda, encarregados de lavandaria. Em relação aos recursos educativos, o infantário dispõe de material didático, computadores, livros, histórias infantis, televisão, leitor de DVD, rádio, leitor de CD e, também, projetor multimédia (Projeto Educativo, 2013-2017).

59

1.1.3. Caraterização da sala do berçário III.

De forma a caraterizar a sala do Berçário III, será apresentada uma planta em 3D (Figura 7) em que é possível observar com maior pormenor toda a área em que foi desenvolvido o estágio do Pré-Escolar no infantário “O Girassol”.

Figura 7: Planta do Berçário III (Vista I e II)

Ao analisar a figura, é possível identificar diversas áreas indispensáveis ao bom desenvolvimento do grupo. Neste sentido, observa-se a área da higiene, onde se cuidava de todas as necessidades do grupo e se iniciava o controlo dos esfíncteres; a área da alimentação; a área da brincadeira e das atividades com intencionalidade educativa; a área de descanso e, por fim, a área onde eram realizadas diversas tarefas, como atividades que requeriam um espaço mais amplo, brincadeiras com diversos materiais e objetos e, também, onde se colocava as camas dos bebés que não dormiam no berço. Além disso, a sala dispunha de um espaço exterior que era utilizado nos momentos de recreio ou de espera pelos encarregados de educação.

1.1.4. Caraterização do grupo de crianças.

O grupo era constituído por 18 crianças, com idades compreendidas entre os 10 e os 20 meses, ou seja, em que o nível de autonomia era muito diferenciado. Desta forma, o grupo tinha, por um lado, bebés que ainda não andavam e dormiam no berço e, por outro, crianças que já eram capazes de andar, falar e dormir na sua própria cama.

60

Note-se a importância de salientar os interesses e necessidades das crianças no presente tópico, no sentido em que tive que encontrá-los, de modo a intervir positivamente no seu desenvolvimento. Assim sendo, o meu principal objetivo era assegurar a confiança do grupo para que este se sentisse confortável em todo o tipo ambiente. Para isso, foi necessário cativar a sua atenção, de forma a que me dessem oportunidade de lhes transmitir segurança e confiança.

Tendo em conta que é indispensável dar resposta aos interesses e necessidades das crianças, era necessário respeitar o facto de algumas dormirem com a nana, outras com chucha e até aquelas que necessitavam de um adulto ao seu lado para adormecerem. Neste sentido, o intuito era fazer com que cada criança começasse a ganhar mais autonomia, respeitando sempre as suas particularidades. Realço que as crianças com quem lidei precisavam constantemente de um adulto para as alimentar, mudar a fralda, proteger, segurar, aconchegar, confortar e colocar a dormir. Tudo isto porque a maioria ainda não era independente. Todavia, esse era um aspeto que vinha sendo trabalhado aos poucos.

Ao observar atentamente o grupo com que trabalhava três vezes por semana, não pude deixar de reparar na “doçura” destas crianças e no carinho que transmitiam quando se apercebiam que aquele adulto não era uma pessoa estranha. Era um grupo muito extrovertido e sociável, apesar de algumas crianças apresentarem mais dificuldades nesse campo. Assim sendo, era necessário estar constantemente a colocar as crianças em meios onde se sentissem mais confortáveis e soltas.

Por fim, relativamente à relação que estabeleciam com os adultos, a maioria das crianças não estranhava muito as pessoas que não estavam habituadas a ver. Pelo contrário, eram carinhosas e demonstravam a sua felicidade pela atenção que estas lhes davam. No que toca à relação que estabeleciam com o outro, é de salientar que nem sempre possuíam a capacidade de partilha, levando a alguns conflitos. Contudo, havia muitos momentos em que eram amáveis uns com os outros e eram capazes de se acariciarem com beijos ou pequenos gestos.