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O presente estudo toma como referência o espaço urbano nobrense, palco das realizações sociais complexas onde se estabelece a construção do espaço ocorre no processo de constituição dos sujeitos, na apropriação e uso de valores histórico-sociais e culturais. Portanto, perceber o espaço consiste num movimento de apreensão de tramas tecidas em torno de sua geografia, sua história, sua economia, sua política e as práticas sociais dos agentes produtores envolvidos.

No âmbito deste estudo, o espaço está sendo tomado como resultado e representações de relações várias, estabelecidas entre o espaço natural e a sociedade que o ocupa. Neste sentido, Santos infere que:

Instância econômica e a instância cultural-ideológica. Isso significa que, como instância, ele contém e é contido pelas demais instâncias, assim como cada uma delas o contém e é por ele contido. A economia está no espaço, assim como o espaço está na economia. O mesmo se dá com o político-institucional e com o cultural- ideológico. Isso quer dizer que a essência do espaço é social. Nesse caso, o espaço não pode ser apenas formado pelas coisas, os objetos geográficos, naturais e artificiais, cujo conjunto é a Natureza. O espaço é tudo isso, mas a sociedade; cada fração da natureza abriga uma fração da sociedade atual (SANTOS, 1992, p. 1-2).

A partir do fenômeno de mundialização, ocorrido do século XX, as sociedades abriram-se para uma inter-relação mais ampla de influências culturais e econômicas diversas e de informações. Nesse contexto, as relações de identidade dos sujeitos são fabricadas pelo seu modo de vida nos espaços que construíram e pelos quais transitam, ou seja, os sujeitos se apropriam, criam, definem, destroem e constroem, legitimam e relacionam-se nos espaços.

52 Ressalta-se que a própria natureza do espaço é resultado de ações que lhe atribuem um dinamismo e uma funcionalidade específica, construindo uma significação social, como fato e fator, que segundo Carlos sendo:

[...] em última instância, é uma relação social que se materializa formalmente em algo passível de ser apreendido, entendido e aprofundado. Um produto concreto, a cidade, o campo, o território – nessa perspectiva o espaço, enquanto dimensão real que cabe intuir – coloca-se como elementos visíveis, representação de relações sociais reais que a sociedade é capaz de criar em cada momento do seu processo de desenvolvimento. Conseqüentemente, essa forma apresenta-se como história, especificamente determinada, logo concreta (CARLOS, 2001, p. 28).

Entendemos que a cidade de Nobres, é o resultado da realização humana, criação esta que vai se concretizando ao longo do processo de formação regional mato-grossense obedecendo as necessidades postas pelos agentes produtores em cada momento, criando no espaço urbano de Nobrense um ponto de confluência regional no médio norte mato-grossense, com a função estratégica, num primeiro momento de acessibilidade econômica entre as regiões sul e oeste do Estado, retomando as antigas funções do primeiro núcleos urbano, sendo um entreposto comercial, um centro intermediário entre as cidades de Cuiabá e Diamantino, que após os anos de 1970 sofre mutação funcional obedecendo a um novo papel no cenário regional econômico, o de fornecedor de insumo agrícola, especificamente o calcário, bem como no momento inicial oferecendo serviços e mão de obra para a abertura desta nova frente de expansão econômica no Estado de Mato Grosso. Carlos ainda confirma o seu entendimento dizendo que a cidade é uma:

A cidade, em cada uma das diferentes etapas do processo histórico, assume formas, características e funções distintas. Ela seria assim, em cada época, o produto da divisão, do tipo e dos objetos de trabalho, bem como do poder nela centralizado (CARLOS, op. cit., p. 57).

O estabelecimento da cidade de Nobres se dá num processo mais amplo, relacionado à formação do perfil territorial brasileiro, que, a partir do século XX, situa-se no bojo da configuração do mundo tendo como Referência a formação e reprodução do capital. Neste contexto, a localidade estudada interage no processo de formação do seu espaço a partir da suas várias relações produtivas com o capitalismo e ganha visibilidade regional.

53 Nesse processo encontram-se estratégias e movimentos centralizadores, estando esse ato firmado num contexto imbricado nas condições econômicas, sociais, políticas e ambientais, que, juntas tornam as cidades pontos estratégicos dos planos de ações e planejamentos, centrados nas condições de desenvolvimento que cada uma, por si, necessita para seu desempenho no contexto da hierarquia das cidades.

Cabe deixar claro ainda que entendemos Nobres com características funcionais de “cidade-local”. Que em relação ao entendimento sobre esta questão de pequenas cidades, tomamos como referência Santos (1979), que situa as cidades pequenas, pelo entendimento de “cidades locais”, ele ainda faz um chamamento dizendo que os estudos de cidade pequenas devem receber uma maior atenção nos estudos. Santos, entende ainda que quando se fala em cidades pequenas tem-se a idéia de valores numéricos da população, tendo uma natureza delimitada pelo “número que exprime a população” continuando com o autor ele nos diz que a cidade local pode ser entendida como “a aglomeração capaz de responder às necessidades vitais mínimas, reais ou criadas, de toda uma população, função esta que implica uma vida de relações” (Santos, 1981:71). Neste caso a cidade local “facilita o acesso da população aos bens e serviços” a um valor inferior ao dos centros de nível superior. Considerando o sistema urbano, a cidade local, independente de sua localização, sempre se encontra na periferia do sistema. Daí a importância das cidades média como referências primeiras no atendimento das demandas das cidades locais, num movimento de “dirigir-se a um nível urbano mais elevado na rede que oferece produtos e serviços quantitativamente e qualitativamente mais diversificados” (Santos, 1981:243).

Não podemos deixar de dizer que no estado de Mato Grosso, o nível de ruralidade da população dos pequenos municípios apresenta interessante participação. Continuando ainda nas pequenas cidades, Santos coloca que as estatísticas internacionais estabeleceram o marco de 20 mil habitantes para as cidades com características de cidade local, sendo necessário o não perder de vista as questões referentes a outros fatores que acabam por influenciar no entendimento conceitual da mesma (Santos, 1981, p. 15).

Um dos fatores que contribuiu e continua sendo um forte atrativo para a formação e a consolidação do espaço urbano nobrense foi a sua condição geológica e a sua localização geográfica.

54 2.1– Contextualizando o espaço regional

Para entender o espaço urbano nobrense precisamos primeiramente estabelecer algumas condições quanto ao processo de produção do espaço regional ao longo da recente ocupação ocidental/européia do atual território mato-grossense, não deixando de reconhecer que esse espaço antes da chegada dos bandeirantes já tinha dono, mas que a partir da chegada dos mesmos, sofreu grandes mudanças sociais, culturais, econômicas e ambientais que se refletem nos dias atuais.

Traçando uma linha do processo de ocupação do território mato-grossense de acordo com o tratado de Tordesilhas, conforme pode ser visualizado a seguir na figura 1 datado de 1494 entre os reinos de Portugal e Espanha que instituía as terras descobertas a oeste desta linha pertenceria à Espanha, contrariamente as que se encontrassem a outra margem pertenciam a Portugal, o território hoje conhecido como Mato Grosso pertenceria à Espanha.

Figura 1 - Linha de demarcação entre terras atribuídas a Portugal e Espanha Fonte: Ferreira, 2001,p.27

55 Segundo Póvoas(1995) A incorporação do território mato-grossense a coroa portuguesa despontou a partir dos interesses despertados na mesma em relação aos metais preciosos encontrados além da linha de Tordesilhas (1494) que aos poucos foi sendo desrespeitada, e que após o tratado de Madri em 1750 acabou por legitimar estes avanços portugueses em território espanhol. Higa analisa que;

Objetivando ampliar seus domínios territoriais, descobrir metais preciosos, aprisionar índios para mão-de-obra escrava e, conseqüentemente, aumentar a produção mercantil, foram organizadas no século XVII expedições designadas de Entradas e Bandeiras, que deixaram a faixa litorânea e se aventuraram em direção ao oeste, na tentativa de ocupar definitivamente as vastas áreas oficialmente espanholas (HIGA, 2001 p.79).

A presença da coroa portuguesa na região do hoje território Estado de Mato Grosso teve como fatores responsáveis, primeiro a não apropriação por parte da coroa espanhola das áreas interioranas de sua posse, sendo que as principais áreas de atenção da coroa espanhola se encontravam na costa oeste do continente sul-americano, de onde nos século XVI, XVII e XVIII, tinham como principal foco de exploração a prata. Siqueira (2002, p. 27) nos mostra o desinteresse por parte da Coroa espanhola pela porção central do continente sul-americano, fato este que se deve principalmente pela abundância de metais preciosos na porção ocidental e também pela grande presença contingencial de povos indígenas acuados pelos portugueses que adentravam o continente de leste a oeste, formando assim uma grande fronteira viva entre os dois impérios.

Inicialmente o interesse dos bandeirantes paulistas que adentraram na região era exatamente o de capturar índios e mercadoria abundante na região, para sua comercialização nos mercados de São Paulo.

Póvoas(1975) nos trás ainda que em 1719, membros da expedição de Pascoal Moreira Cabral, ao descobrirem algumas pepitas de ouro nas denominadas Minas de Cuiabá, pertencentes na época à Espanha, mas que com as investidas da Capitania de São Paulo, iniciaram o ciclo de exploração das minas no território mato-grossense. Diante destas descobertas de ouro e respaldado pela grande divulgação da descoberta das "Lavras do Sutil", em 1722, fez com que a migração oriunda de todas as partes da colônia se tornasse muito

56 intensa, fato que tornaria Cuiabá segundo Ferreira (2001), no período de 1722 a 1726, uma das cidades mais populosas do País.

A ocupação do território mato-grossense, que fora iniciada no século XVIII na porção Sul do Estado, em decorrência das descobertas e do desenvolvimento das atividades de mineração de ouro e diamante, durante o século XIX instalou-se, pReferêncialmente, nas áreas do Pantanal Mato-grossense e nas Depressões do Alto Paraguai, Cuiabana e Guaporé (SEPLAN-MT, 2002).

Embora existam significativas discrepâncias relacionadas às datas de criação dos municípios mais antigos, foi no período que se estende pelos séculos XVIII e XIX, que ocorreu segundo Vilarinho Neto(2002) a criação de povoados como Cuiabá (1719), Vila Bela da Santíssima Trindade (1737), Diamantino (1728), Cáceres (1778) e Poconé (1778). Além do garimpo, a exploração da poaia (Cephaëlis ipecacuanha A.Rich), planta possuidora de propriedades eméticas, que ocorria em ambientes da Floresta Estacional, entre os rios Paraguai e Guaporé, propiciou o desenvolvimento de Cáceres, além de condicionar o surgimento de Barra do Bugre, às margens do Rio Paraguai Silva, (1992, p. 33).

No início do século XX a ocupação estendeu-se progressivamente para Leste, no sentido da Bacia do Araguaia e das rotas de ligação entre as regiões meridionais e setentrionais do País. Nessa área a ocupação também ocorreu em função da atividade de mineração, criando centros para o suprimento de bens de consumo para a população atraída por essa atividade.

A primeira metade do século XX é marcada pelas descobertas de jazidas diamantíferas na porção Sudeste do Estado, no vale dos rios Araguaia, Garças e São Lourenço, dando início ao processo de povoamento dessa região, com a criação dos núcleos que originaram as atuais cidades de Alto Araguaia, Barra do Garças, Araguaiana, Pontal do Araguaia, Tesouro, Guiratinga, Alto Garças, Poxoréo, Dom Aquino e Itiquira. Simultaneamente, expande-se também a ocupação na região de Alto Paraguai e Diamantino, pelo desenvolvimento das atividades agropecuárias nessa região e no entorno de Cuiabá, com ênfase para o cultivo da cana-de-açúcar. (SEPLAN-MT, 2002).

57 Expedições exploratórias e científicas, como a Expedição Roncador-Xingu e a Expedição Rondon, esta implantou a linha telegráfica, induziram a criação de diversos núcleos urbanos como Rondonópolis, General Carneiro, Acorizal, Porto Esperidião e foram importantes no processo de ampliação da ocupação do território mato-grossense.

Nessa época, os principais eixos de penetração correspondiam ao interflúvio entre o Rio Araguaia e o Rio Xingu, na região de São Félix do Araguaia e Cocalinho, no Vale do Guaporé e nas regiões mineradoras de Diamantino e Alto Paraguai.

Nesse espaço em produção do Estado de Mato Grosso, está Nobres, conhecida como a capital do cimento e do calcário, pelo qual na seqüência estaremos fazendo breve contextualização do seu processo de formação.

2.2 – Área de Estudo

Iniciamos este tópico sem presunção nenhuma de estabelecer um processo definitivo do município de Nobres, mas simplesmente construir uma referência para o desenvolvimento analítico do trabalho proposto. A formação de Nobres necessita de um olhar específico de estudo que deveria ser entendido pelo poder público local como uma ferramenta de formação essencial para construção/consolidação da identidade da população em relação ao espaço que vive.

Como explicitado no tópico anterior o processo de ocupação do território mato- grossense, desenvolvemos aqui breves explanações sobre o processo de formação e consolidação do território do município de Nobres, território esse localizado na mesorregião norte mato-grossense, micro região do Alto Teles Pires, conforme figura a seguir (Figura 2).

Distante 140 km de Cuiabá, ao norte tem como limite político administrativo limitando-se com os municípios de Diamantino e Nova Mutum, ao nordeste o município de Santa Rita do Trivelato, ao oeste com o município de Alto Paraguai e ao sul com o município de Rosário Oeste.

58 Segundo informações presentes no livro, A História do Município de Nobres, de autoria de Wagner Florentino, (2001), tendo ainda em contato com informações de moradores mais antigos da cidade entre outras referências encontradas, o município tem como base territorial três sesmarias, sendo estas conceitualmente regiões incultas e despovoadas, que os reis de Portugal ou os governadores das capitanias concediam às pessoas de merecimentos de serviços, quer para nela tratarem da agricultura, quer para situarem os seus gados. (José Octávio, 1983, p. 76). Elas faziam parte do sesmarilismo sistema este que teve suas origens em Portugal e foi criado com o objetivo principal de promover a ocupação produtiva de terras não agricultadas através de doações realizadas pelo Estado.

As três sesmarias onde se estabeleceu a criação do município de Nobres foram, Bananal, Pontezinha e Francisco Nobre (região do atual município de Sorriso), essa última sesmaria que acabou por dar nome à região. É importante ressaltar que a região onde se localiza a sede municipal de Nobres, era território da sesmaria Bananal que tinha área territorial de 13.300 hectares, sendo por esse motivo a região anteriormente ser conhecida como Bananal.

Etimologicamente o nome Nobres, segundo Ferreira (2008 p.124) é um termo no plural do adjetivo de dois gêneros “nobre” sendo empregado para sobrenomes sob a forma “Nobre”. A palavra tem como origem no latim “nobïlis,ë” (arcaico: gnobïlis), designa-se titulo nobiliárquico, pertencente à nobreza, descendência ilustre, notável, digno de ser conhecido (GGS, AH). Homenagem à família Nobre.

O município de Nobres foi criado pela lei estadual Nº 1943, de 11 de novembro de 1963, por meio de movimentação política capitaneada pelo prefeito em exercício de Rosário Oeste e futuro primeiro prefeito eleito de Nobres, José Carrachid Sobrinho, que acabou por culmina com a emancipação política de Nobres, arregimentada pela Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso e sancionada pelo governador na época, Fernando Correa da Costa. Apesar de ter sido criado em 11 de novembro de 1963, somente em 01 de maio de 1965 ocorreu sua efetiva consolidação política administrativa, com a eleição e posse do primeiro prefeito eleito por sufrágio universal, pelo antigo PSD, José Rachid Sobrinho.

Em relação à Formação e consolidação do território do município de Nobres vamos ter as seguintes Referências;

59 A região que hoje compreende o município de Nobres, nas divisões territoriais datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937, se configurava oficialmente já como distrito jurisdicionado ao município de Rosário Oeste. Permanecendo essa situação administrativa na divisão territorial datada de 01 julho de 1960.

O Decreto Legislativo nº 475, de 09 de maio de 1962, desapropriou área para formação do patrimônio, sendo elevado o distrito de Nobres à categoria de município com a denominação de Nobres, pela lei estadual nº 1943, de 11 novembro de 1963, desmembrado do município de Rosário Oeste e Chapada dos Guimarães. Tendo sua sede à vila de Nobres, sede do antigo distrito de Nobres, ocorrendo sua instalação em 01 de maio de 1965.

Figura 2 Mapa do município de Nobres a partir de dados presentes na lei de criação do município, 1963 Fonte/Organização: Anderson Boaventura da Cunha, 2011

60 Em divisão territorial datada de 3 de dezembro de 1968, o município de Nobres é constituído somente do distrito sede, permanecendo isso até 29 de junho de 1976, quando parte de seu território foi destinado a criação do distrito de Sinop subordinado ao município de Chapada dos Guimarães.

Figura 3 - Mapa do Município de Nobres, 1976 Fonte/Organização: Anderson Boaventura, 2011

61 Seguindo ainda a ordem cronológica territorial o município de Nobres teve nova reformulação administrativa pelas leis estadual nº 4265, de 12 de dezembro de 1980, onde foi criado o distrito de Santa Rita e a lei estadual nº 4.278, de 26 de dezembro de 1980, criando o distrito de Sorriso, ambos jurisdicionados ao município de Nobres.

Figura 4 - Mapa do Município de Nobres com seus distritos subordinados em 1980 Fonte/Organização: Anderson Boaventura da Cunha, 2011

62 Em 13 de maio de 1986, pela lei estadual nº 5.002 de autoria da mesa diretora da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso e sancionada pelo então governador na época Julio Campos foi criado o município de Sorriso. “Artigo 1º - Fica criado o município de Sorriso, desmembrado dos municípios de Nobres, Paranatinga e Sinop.”

Figura 5 - Mapa do Município de Nobres com o desmembramento de Sorriso, 1986 Fonte/Organização: Anderson Boaventura da Cunha, 2011

63 Na divisão territorial datada de 1988, o município de Nobres é constituído de dois distritos, sendo eles o distrito de Nobres, onde se localiza a cidade principal, objeto deste estudo sendo a sede administrativa do município. O outro distrito é o Santa Rita compreendido pelas regiões de São Manoel, Ranchão.

No decorrer do ano de 1988 ocorreu o processo de emancipação de Nova Mutum que por meio de plebiscito autorizado pelo decreto nº 2.678, de 10 de março de 1988, apurou resultado favorável á anexação do território compreendido pela região do distrito de Santa Rita passa-se a ser subordinado ao novo município que estava a surgir Nova Mutum, criado pela Lei nº 5.321, de 04 de julho de 1988, de autoria do deputado Hermes de Abreu e sancionado pelo governador Carlos Gomes Bezerra. “Artigo 1º - Fica criado o município de Nova Mutum, com área desmembrada dos municípios de Diamantino e Nobres”. A anexação somente vem a ocorrer em 20 de dezembro de 1991 por meio da lei estadual nº 5.916 sancionada pelo governador na época Jaime Campos, anexando à Nova Mutum, as comunidades Pacoval e Santa Rita.

No período compreendido pós-desmembramento do distrito de Santa Rita o município de Nobres não apresentou outras perdas significativas de território, ocorrendo neste período mudanças administrativas, tais como a criação de Novos distritos. Em divisão territorial datada de 1995, o município de Nobres é constituído de 3 distritos: Nobres (sede), Bom Jardim e Coqueiral, assim permanecendo até os dias atuais. Cabe ressaltar que já desde o inicio da década dos anos 2000 começou a tramitar na Assembléia Legisla tiva do Estado de Mato Grosso, projeto que prevê a emancipação do distrito de Coqueiral, mas que por força do decreto presidencial promulgado no ano 2003 que retirou a autonomia dos estados em criar novos municípios não obteve até o momento condição jurídica favorável.

Aproveitando as considerações do processo de formação do território nobrense, registramos abaixo a redação presente no projeto de lei estadual nº 1943, de 11 de novembro de 1963 aprovando e sancionando a criação do município de Nobres.

64 A lei Nº 1943 de 11 de novembro de 1963, cria o município de Nobres e dá outras providencias

Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Artigo 1º - Fica criado o município de Nobres, desmembrado dos municípios de Rosário Oeste e Chapada dos Guimarães.

Artigo 2º - O município de Nobres terá os seguintes limites e confrontações: