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74 Outro fator contribuinte para as transformações econômica na região foi à constituição das empresas de pesquisa estatais, tais como a EMBRAPA e o sistema EMATER, essas foram de fundamental importância para o desenvolvimento e o aprimoramento de espécies agrícolas adaptadas ao cerrado, assim como, para o aumento da fertilidade do solo na região pela correção da acidez. Dentro desta proposta foram desenvolvidos, programas tais como: Programas Integrados de Colonização (PIC), iniciados em 1970, que de forma geral estavam associados com a agricultura de subsistência e fixação de migrantes ou “excedentes populacionais” vindos das regiões Nordeste e Centro-Sul em direção ao Centro Oeste.

O Programa de Redistribuição de Terras e Desenvolvimento Agroindustrial (PROTERRA) também estava dentro do âmbito dos programas de colonização, que procurava estimular concomitantemente com os programas privados através de financiamento para a aquisição de terras. As áreas de maior influência foram o norte do Mato Grosso e o Tocantins.

A região de Nobres teve também a presença do Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (POLOCENTRO) iniciado em 1975, que visava o desenvolvimento a partir de pólos regionais, sendo considerado o principal programa de incentivo ás frentes comerciais, pois era o mais completo subsidio, para a implantação da agropecuária no Centro-Oeste. Segundo Povoas, 1978:

O principal obstáculo a exploração agrícola reside nas condições de solo inadequado para emprego de sistemas de manejo primitivo, obstáculo comprovadamente superável, para grande variedade de culturas, pela utilização de insumos modernos (calcário, fertilizantes, mecanização, etc.)...

Diante da informação do autor podemos visualizar a dificuldade que se apresentava em relação aos investimentos na produção agrícola motivada por características naturais no Estado de Mato Grosso, mas que por meio do desenvolvimento tecnológico possibilitou a sua superação observamos ai à presença das “Técnicas” que segundo Santos, (1997 p.16) São [...] um conjunto de meios instrumentais e sociais, com os quais o homem realiza sua vida, produz e, ao mesmo tempo, cria espaço” (Santos, 1997 p.16).

Seguindo ainda este raciocínio lembramos os investimentos promovidos em Mato Grosso pelo Governo Federal que possibilitou a consolidação da principal fronteira agrícola

75 mato-grossense, neste ponto em especial se desenvolve a principal atividade econômica do município de Nobres a indústria de Calcário. Neste contexto Póvoas (1978) nos trás que no pacote de investimento do POLOCENTRO, previa para a região do Parecis, área do qual Nobres nesse planejamento dos investimento fazia parte, previu a construção de 360 km de estradas vicinais, a construção ainda de linha de transmissão Cuiabá - Nobres, a construção de unidades armazenadoras com capacidade para 100.00 toneladas e a instalação de moinhos de calcário para uma produção de 120.000 t/ano.

Os investimentos na região de Nobres possibilitaram a instalação de indústrias de exploração de calcário com modernos equipamentos que possibilitaram ter a extração do produto com menor custo, necessitando menos mão de obra, ao se utilizar uma maior mecanização, o que antes era impossibilitado com a falta ou a deficiência energética. O calcário é a principal matéria prima explorada e beneficiada no município de Nobres, sendo o setor a principal referência na economia municipal, tendo importância para a agricultura nacional, pois possibilita a produção agrícola em terras antes vistas como impossível de ser utilizada, por conter teores de acidez muito alta.

No Estado de Mato Grosso, segundo Ferreira (2001):

A principal zona de ocorrência de rochas calcaria de Mato Grosso, encontra-se condicionada a Província Serrana, que se distribuem pela porção centro-sul do estado, na forma de extensa faixa longitudinal, arqueada para o sul, acompanhando aproximadamente as cidades de Cáceres - Nobres/ Rosário Oeste - Paranatinga.

O conjunto dos aspectos naturais e as condições possibilitadas pelos investimentos por parte da gestão federal e estadual que tinham como objetivo o de estimular a empresas agrícolas tecnificada a incorporar mais de 3 milhões de hectares do cerrado a agropecuária, sendo que deste 1,8 milhões para a lavoura, surtiram efeito em Nobres, pois a partir de então foi instalada a primeira fábrica de calcário no Estado e consolidando a indústria de calcário vocação natural do município. Cabe ressaltar que em Mato Grosso as regiões estimuladas pelo governo federal foram às regiões de Xavantina e Parecis, sendo que do montante total do dinheiro disponível ao programa POLOCENTRO, 34,1% foi aplicado em Mato Grosso. (SILVA, 2002).

76 3.1 - A Construção do Território Nobrense – Período de 1960 a 1970.

Num primeiro momento cabe ressaltar o processo de consolidação político administrativa do território de Nobres, que inevitavelmente refletia nas conceições sócio- econômicas desenvolvidas no núcleo urbano do antigo distrito e neste momento município de Nobres.

Diante disso cabe falar sobre a situação política que antecipou a emancipação político administrativa de Nobres, em relação ao município de Rosário Oeste. Como já visto no capítulo anterior, o município de Nobres nasce desmembrado de Rosário Oeste pelo projeto de lei nº 1.943 de 11 de novembro de 1963 do então deputado estadual Valdon Varjão. Esse desmembramento se faz pela articulação política capitaneada pelo então prefeito de Rosário Oeste José Rachid Sobrinho, vulgo “Zécarrachid” que viria a se tornar o primeiro prefeito eleito de Nobres no ano de 1965.

O município de Nobres nasce com uma sede sem estrutura e uma paisagem estritamente rural, conforme pode ser observado pelos dados apresentados no gráfico da figura 6 que mostra a população do novo município em sua maior parte residindo ainda na área rural, não se diferenciando da década anterior. Segundo ainda relatos a cidade era formada por vários sítios espalhados uns dos outros tendo como referência de núcleo urbano o mercado varejista da família Rachid que se localizavam no final da hoje Avenida Marechal Rondon nas proximidades da margem direita do Rio Nobres.

Figura 11 - Distribuição da população absoluta do distrito de Nobres, década de 1950 Fonte: Censo Demográfico da década de 1950, IBGE

Organização: Anderson Boaventura da Cunha, 2011 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 1 URBANO SUBURBANO RURAL

77 Em relação às informações presentes no gráfico acima citado, cabe ressaltar que no período da realização do recenseamento, o Estado de Mato Grosso, tinha 109 Distritos, 35 Cidades e 74 Vilas (IBGE, 1956 p.9).

Dentre outras referências “urbanas” pelo menos em sua paisagem a cidade de Nobres tinha a linha telegráfica que cortava o distrito, via esta que passou a ser denominada de Avenida Marechal Rondon, homenagem esta pela representação do caminho, pois por ali passou a linha de integração nacional chefiada por Marechal Rondon. Em relação aos dados utilizados e apresentados pelo censo de 1950, metodologicamente eram entendidos como áreas urbanas e suburbanas, áreas correspondente a cidade (sede municipal) ou vila (sede distrital) (IBGE, 1950:13).

No ano de 1960 o Estado de Mato Grosso ainda uno apresentava 64 municípios, numa visão, mais ampla em relação ao território mato-grossense, temos os estudos de Vilarinho Neto (2002), como referência os dados do IBGE de 1960 mostra uma população mato- grossense de 332.472 habitantes, ocorrendo nesse momento em relação ao censo demográfico anterior 1950 teve aumento percentual de 43,75% (101.195 habitantes) e a malha urbana teve um aumento de 15 para 29 municípios. Seguindo esse processo de ampliação do processo de apropriação do território mato-grossense, seguimos ainda com Vilarino Neto:

O Estado só veio entrar em um rítmo acelerado de crescimento populacional a partir dos anos de 1960, coincidindo com o desenvolvimento do capitalismo na Amazônia, [...]. Neste contexto os fatores importantes para o Estado de Mato Grosso são o movimento migratório, o crescimento vegetativo e o processo de criação de novos municípios que, nas décadas de 1940, 1950, 1960 e 1970 quando tiveram um desempenho considerado lento em relação ao procedimento que o mesmo tomou a partir dos anos de 1980. Nessa década entrou em ritmo acelerado, haja vista que nesse período foram criados 43 municípios, passando de 53 para 96, uma quantidade significativa, apenas 10 municípios a menos do que a quantidade criada nas 4 décadas anteriores. Marcando, assim, na década de 1980, o crescimento populacional de Mato Grosso em ritmo acelerado. (VILARINHO NETO, 2002 p. 82)

É nesse processo de expansão urbana e de aumento populacional ocorrido no território mato-grossense que Nobres vem a nascer por necessidade primeiramente das instituições oficiais na ocupação da região, e em segundo pelos interesses políticos postos pelos articuladores do poder econômico local naquele momento em busca de garantias para manutenção e expansão de suas atividades.

78 Nesse momento sua população em sua maioria residência no interior do distrito, mantendo relacionamento mais próximo com a cidade de Rosário Oeste e Cuiabá a ca pital do Estado, Na figura 7 observamos o mapa da área planejada para desmembramento e instituição do município de Nobres.

Figura 12- Mapa do projeto de emancipação do distrito de Nobres, 1963 Fonte: Instituto Memória da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso, 2010

79 Na figura acima temos o mapa presente no projeto de emancipação do município de Nobres, projeto este que apresentava área abrangendo os atuais municípios de Sorriso que foi distrito de Nobres criado pela lei nº 4.265 de 26/12/1980, obtendo sua emancipação por meio da lei estadual nº 5.002, de 13 de maio de 1986 e Santa Rita do Trivelato distrito criado pela lei nº 4.278 de 12/12/1980, ocorrendo seu desmembramento de Nobres e a sua anexação ao município de Nova Mutum por meio da Lei nº 5.321, de 04 de julho de 1988.

3.1.1 – A forma e a função de Nobres no período pré-emancipação

Utilizamos para uma visualização deste período as informações referentes ao distrito de Nobres, presentes no projeto de lei de emancipação do município, produzidas pela agência municipal de estatística de Rosário Oeste, datada de 12 de julho de 1963.

Segundo o documento o distrito de Nobres, jurisdicionado a época ao município de Rosário Oeste, apresentava naquele momento histórico, vinte e cinco comerciantes inscritos, dezessete veículos emplacados, dezenove escolas públicas estaduais destas duas se encontravam na vila de Nobres e dezessete eram multiseriadas localizadas na zona rural do distrito, apresentando em média duas salas conforme pode ser visto na figura a seguir escola localizada na região leste do município nas proximidades do limite municipal com Rosário Oeste. Pode-se observar que em sua maior parte os grupos escolares se encontravam no interior do distrito, fato ocorrido pelo predomínio da população residindo na zona rural. O distrito apresentava ainda cinco escolas municipais multisseriadas.

Cabe também como registro, que o município possuía já neste período agência dos correios, agencia criada pela portaria nº 1065/49 de 05 de Novembro de 1949, um ambulatório médico e um açougue modelo.

Em relação à população residente no distrito, segundo os dados apresentados pela agência acima citada, no distrito sede foram recenseados em 1960, 852 habitantes residentes, população esta que em 1962 saltou para 1.984 habitantes, apresentando um acréscimo de 1132 habitantes. Enquanto a população total do distrito de Nobres era de 17.862 habitantes, número não condizente com a que o Censo 1970 apresentaria. Imagina -se que o inflacionamento nos

80 dados de população presente no projeto de emancipação se dá principalmente pelos interesses políticos na época, em relação à emancipação da localidade.

Figura 13 - Escola Municipal Rural Mista do Mangavalzinho, 1975 Fonte: Sidnei Ferreira Mendes, 2011

Organização: Anderson Boaventura da Cunha

O distrito apresentava nesse momento paisagem com características rural-urbana, contando o distrito sede com 287 prédios, sendo que 07 eram públicos.

A estrutura econômica do município apresentava duas máquinas de beneficiar arroz, nove caieiras, uma cerâmica, três olarias, duas fábricas de água ardente, três serrarias a motor, uma laminação de borracha e uma padaria, sendo esses as principais Referências de empregabilidade no município. Importante pólo de extração de seringa no município de Rosário Oeste, o distrito registrou no ano de 1962 valor arrecadado em borracha de Cr$ 52.230,117, 00. Em relação à arrecadação de impostos municipais contribuiu o distrito naquele momento com a importância de Cr$ 187.410,00.

81 Na figura 9 pode ser observada a casa construída no inicio da década de 1960. Segundo relato do proprietário da residência, a mesma foi construída ainda antes de ter sido estabelecido o traçado das ruas na cidade, sendo que as referências quando da delimitação das vias seguiram a localização das residências estabelecidas naquele momento. O proprietário da citada casa exercia naquele momento atividades junto à empresa responsável pela abertura da BR-364. Lembrou ainda que nesse período a maior parte das casas da cidade recém emancipada eram auto construídas a partir de materiais disponíveis na natureza, que possibilitava uma fácil manipulação, sendo em sua maior parte feitas a partir de palha de babaçu, bambu e argila entre outros.

Figura 14 - Casa construída no inicio da década de 1960 e Calçamento em rua revestida em paralelepípedo final da década de 1970 e inicio de 1980

Fonte: Carlito, 2009

Organização: Anderson Boaventura da Cunha, 2011

A residência hoje não mais existe, tendo sido derrubada no final do ano de 2009, fazendo parte da onda que está a reformular a cidade num processo de modernização das residências, fato esse que está destruindo as poucas referências de produção do espaço regional nobrense já desbravado desde os idos de 1700.

82 Diante desse processo de construção do território nobrense observa -se a abertura da Rodovia BR-364 que proporcionou o intercambio comercial dos municípios de Diamantino, Alto Paraguai, Nortelândia e Arenápolis com a capital Cuiabá, tendo Nobres, o seu desenvolvimento urbano se consolidou como ponto de passagem entre as cidades que neste período apresentavam uma economia ligada principalmente ao garimpo.

3.1.2 – Aspectos políticos do principio da consolidação do espaço urbano nobrense

A questão política foi marcada inicialmente pelas articulações capitaneadas por José Rachid Sobrinho entre outras referências políticas de Nobres naquele período de emancipação do distrito de Nobres em relação ao município de Rosário Oeste.

Analisando a ata de instalação do município de Nobres, observa-se que a mesma foi redigida em 01 de janeiro de mil novecentos e sessenta e quatro (1964) e o município de Nobres foi criado pela lei nº 1943 de 11 de novembro de 1963, não tendo tempo hábil para realização de eleições municipais, sendo no momento de instalação do município com a ata de criação que se nomeou ao cargo de chefe do executivo nobrense o Sr Nelson da Silva Nonato que viria a assumir o cargo em 01 de Janeiro de 1964, empossado pelo juiz de direito, Sr. Rafael Araújo de Arruda, mas que pelos fatos ocorridos posteriormente com a imposição do golpe militar, fez com que ele não exercesse a função, ficando a mesma ainda sob o encargo do prefeito de Rosário Oeste. Entre os nomes presentes no ato de instalação do município de Nobres temos; o Sr Airton Serra(escrivão do cartório do 1º oficio), o Sr. Rafel A. de Arruda, Nelson da Silva Nonato, Benedito lonso Barreto, Jayme Feike Joaquim, José Rachid Sobrinho, Artur Jerônimo da Silva, José Figueiredo Loureiro, Frei Eraldo Dústes, Elaquim Aleixo de Morais, Lourival J. Aquino, Abediel Silva, Benedito Vasco Moreira, Cilicío de Campos Bueno, Auro Borges Serra, Oscarino Ourives, Almir Moreira Santos, Jerônimo Ojeda, Hermenegildo de França, Ciriaco Armando de Campos, Edmundo de Frei “Airton Serra”. Muitos destes vieram a ser administradores e legisladores do município anos posteriores.

Nas eleições municipais de 04 de abril de 1965 foram eleitos para primeiro prefeito de Nobres, o Sr. José Rachid Sobrinho e vice Eurides da Silva Rondon efetivando em definitivo a condição de Nobres, território desmembrado administrativamente do município de Rosário

83 Oeste. A posse de ambos bem como dos representantes do legislativo ocorreu em 03 de maio de 1965. Sendo os primeiros legisladores nobrense eleitos; Germano Mendes Pedroso (vice- presidente), Jerônimo Nonato de Almeida (presidente da câmara), Rutênio da Silva Rondon, Valdir Pires Maciel e Luzith Dias de Carvalho, exercendo as suas representatividades, bem como cumprindo o período da gestão por parte de José Rachid Sobrinho, mandatos estes exercidos no período de 03 de maio de 1965 a 30 de janeiro de 1967.

Em 15 de novembro de 1966 nas eleições para escolha dos novos representantes do executivo e do legislativo nobrense, foram eleitos para prefeito o Sr. Auro Borges Serra, tendo como vice-prefeito o Sr. Eluizio Nunes da Luz. Os vereadores para essa legislatura foram: Germano Mendes Pedroso, Luzith Dias de Carvalho, Osvaldo Ramos, Osvaldo Neves da Silva, Candido Dias Pedroso, Maximiano da Fonseca, Jeronimo Nonato de Almeida, Benedito Vasco M. da Silva, que tomara posse em 31 de maio de 1967.

Neste final de década observamos nomes que se consolidaram como força política e vão marcar a condução admnistrativa do município nos próximos 20 anos, sendo que somente no final da década de 1980 que vamos começar a observar a chegada de novos grupos políticos.

3.2 - Políticas Públicas, e a produção do Espaço Urbano Nobrense – Período de 1971 a 1980

Seguindo a ordem cronológica do período compreendido pelos anos de 1971 a 1980 foi marcado por grandes transformações no território mato-grossense, e não diferente no município de Nobres, quando o mesmo sofre diversas modificações e reestruturações.

Este período foi marcado pelo surgimento dos primeiros moinhos de calcário e pela abertura da BR-163. Na paisagem urbana nobrense ocorreu nesse período o surgimento dos primeiros bairros constituídos, bem como o primeiro delineamento do que seria a Nobres que hoje conhecemos.

Ao analisar o contexto regional tomamos como referência os estudos de Vialrinho Neto (2002, p. 93) que mostram que o Estado de Mato Grosso nesse período compreendido da

84 década de 1971 a 1980 experimentou considerável crescimento populacional. Fato este proporcionado pelas políticas de Estado já mencionadas que vem a trazer a modernização das cidades. O Estado vê acontecer profundas transformações em seu território. Entre os fatos por ele entendidos como determinante para isso, foram por exemplo a pavimentação das rodovias BR-364 que liga São Paulo a Porto Velho, passando por Goiás e Mato Grosso, com exceção do trecho que liga Cuiabá a Porto Velho que só foi pavimentado em 1984; a BR l63 que liga Cuiabá a São Paulo, passando pelo Mato Grosso do Sul; a BR Belém-Brasília e a BR 070 Cuiabá-Brasília, via Barra do Garças, todas foram pavimentadas nos anos 1970.

Outro aspecto citado por Vilarinho Neto (2002, p.93) são os investimentos governamentais para o desenvolvimento da região a partir de criação de programas tais como: POLOCENTRO e o POLOAMAZÔNIA que deram grande impulso econômico ao estado. Aproveitando do momento de investimentos no território mato-grossense o governo do estado programou e realizou investimentos no setor rodoviário estadual, com o asfaltamento de rodovias intermunicipais, possibilitando melhor/maior apropriação do território mato- grossense.

3.2.1 – Aspectos demográficos do espaço urbano nobrense no período de 1971 a 1980

Em relação ao aspecto demográfico regional o Estado de Mato Grosso, apresentou no final da década de 1970 segundo o censo/IBGE,1980, população de 957.746 habitantes. Distribuída em 53 municípios e uma densidade demográfica de 1,06hab/km² (VILARINHO NETO, 2002 p.93).

Demograficamente o município de Nobres começa a década de 1970 apresentando população de 5.692 habitantes. Com característica essencialmente rural a distribuição populacional do município de Nobres apresentava a área rural com 71% da população total do município, restando outros 29% residindo na cidade conforme pode ser visto na figura 3.2a.

A década de 1970 seria um marco na consolidação da área urbana nobrense, pois começava-se a surgir a idéia nos habitantes, pois com os serviços públicos mais próximos dos mesmos, principalmente saúde e educação, os moradores das áreas mais longínquas começaram a tomar a cidade como lócus de habitação da família, tendo sempre no ideário o

85 sentimento de satisfação pessoal, pois morar na cidade começou a ser objeto de misticismo social quem tinha casa na cidade era considerada família com auto poder aquisitivo e um dos meios de demonstrar isso era indo para a cidade ou mantendo residência na mesma.

Figura 15 - Distribuição percentual da população no Município de Nobres Fonte: Censo demográfico 1970, IBGE

Organização: Anderson Boaventura da Cunha, 2011

O fato apresentado não permanece até o fim do período, chegando ao final do mesmo o município apresentando 58% da população residindo na área urbana, fato este demonstrando