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2. PRÁTICA LETIVA

2.1. Gestão do processo ensino-aprendizagem

2.1.5. Controlo e avaliação

Neste capítulo, segue-se a análise do processo de avaliação desenvolvido ao longo do ano letivo, bem como de todas as competências desenvolvidas no âmbito da avaliação em conformidade com os critérios apresentados pelo regulamento interno da escola e aprovados pelo conselho disciplinar. Por norma, o conceito avaliação está associado à perceção individual de cada aluno perante aos parâmetros da sociedade e do ensino.

A informação relativa à avaliação dos alunos é passível de ser consultada no site da escola liceu Jaime Moniz na secção referente aos documentos. As informações sobre a avaliação dos alunos estão definidas de acordo com a legislação em vigor.

“No processo de ensino-aprendizagem deverá existir consistência entre as aprendizagens e o processo de avaliação. Tendo em conta as competências expressas nos programas, deverão ser desenvolvidas estratégias próprias de modo a avaliar-se o que é devidamente trabalhado, não podendo ser avaliadas competências que o professor não tenha desenvolvido nos alunos” (ESJMa, 2014, p. 5).

De acordo com a mesma fonte (ESJMa, 2014, p. 5), “os dados da avaliação formativa não devem ser utilizados como base para a classificação (avaliação sumativa), mas para fazer evoluir o aluno nas suas aprendizagens”.

O núcleo de estágio optou por adotar estratégias que visassem a formação individual de cada aluno, garantindo um apoio centrado e adaptado às suas dificuldades e considerando a sua evolução e o seu desenvolvimento.

O artigo 12.º do Decreto-Lei nº 74/2004, p.1935, refere que “a avaliação formativa é contínua e sistemática e tem função diagnóstica, permitindo ao professor, ao aluno, ao encarregado de educação e a outras pessoas ou entidades legalmente autorizadas [a] obter informação sobre o desenvolvimento das aprendizagens, com vista à definição e ao ajustamento de processos e estratégias”.

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Como foi anteriormente referido, a avaliação deve ser contínua no tempo, daí não poder ser entendida como referente a um momento pontual mas sim a todo um determinado período de tempo.

A avaliação formativa assume um papel importante, pois permite ao professor acompanhar todo o processo de ensino-aprendizagem, e também fornecer aos seus alunos referências acerca dos seus progressos e dos seus pontos fracos. Desta forma, é possível orientar a atividade dos alunos, e também a do professor, no sentido de promover o ajuste das estratégias de ensino em conjunto com a aprendizagem. Esta forma de avaliação torna o processo mais justo e criterioso, uma vez que os dados são recolhidos em todos os momentos do processo de ensino/aprendizagem.

“As competências expressas nos programas assentam nos três domínios do saber. Consequentemente, deverão ser avaliados o saber (conhecimento), o saber-fazer (as capacidades) e o saber-ser (as atitudes). A avaliação das competências pressupõe a definição de indicadores/comportamentos observáveis” (ESJMa, 2014, p. 6).

De entre as competências relativas às atitudes, o respeito e a responsabilidade, apresentadas no programa devem ser desenvolvidas e valorizadas, com base nos parâmetros expressos no documento aprovado em conselho pedagógico (ESJMa 2014).

De acordo com o artigo 13 do Decreto-Lei nº 74/2004, p. 1935, “a avaliação sumativa consiste na formulação de um juízo globalizante, tem como objetivos a classificação e a certificação e inclui: a avaliação sumativa interna […] e a avaliação sumativa externa […] ” O professor, através desta avaliação, consegue obter resultados quantitativos que traduzem a classificação do aluno.

O documento relativo à avaliação dos alunos aprovado pelo conselho pedagógico define que esta avaliação em cada período, ou seja, a avaliação sumativa interna, é global e deve ter em conta a progressão do aluno, traduzindo a classificação no final de cada um dos três períodos letivos o percurso do aluno desde o início do ano letivo até esse momento.

Relativamente às situações especiais, expresso no artigo 29.º (ESJMa, 2014, p. 21), “se, por motivo da exclusiva responsabilidade da escola ou por falta de assiduidade motivada por doença prolongada, ou por impedimento legal devidamente comprovado, não existirem, em qualquer disciplina ou área disciplinar, elementos de avaliação sumativa interna respeitantes ao 3.º período letivo, a classificação anual da frequência é a obtida no 2.º período”. Esta situação ocorreu no fim do ano letivo, mais propriamente no 3.º período, em virtude de um agravamento do problema de saúde de uma aluna do

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12.º-42 que necessitou de intervenção cirúrgica cuja recuperação se prolongou para além do fim do ano letivo.

Ainda no decurso do mesmo ano, surgiu outra situação especial, a de uma aluna do 12.º-42 que, por motivos de saúde expostos no respetivo atestado médico, se encontrava numa situação de impossibilidade de realizar exercício físico de maior impacto que colocasse em risco a sua própria integridade física. Posto isto, a aluna, questionada relativamente à perceção do seu estado de saúde, respondeu que lhe seria possível realizar maioritariamente as aulas de educação física. Contudo, o seu estado de saúde veio a dificultar o seu desempenho nas aulas no segundo período, pelo que a aluna ficou encarregada de auxiliar os alunos no transporte do material e nas questões organizativas das aulas em função das solicitações da professora.

Esta situação é justificada pelo, artigo 15.º do Decreto-Legislativo Regional n.º 51/2012, p. 5107), relativo ao estatuto do aluno, o qual prevê a dispensa da atividade física. O artigo refere que “o aluno pode ser dispensado temporariamente das atividades de educação física ou desporto escolar incluídas no seu currículo, por razões de saúde devidamente comprovadas”. O ponto 2 do mesmo artigo salvaguarda que, quando se trate de situação que previsivelmente se prolongue por um ou mais períodos letivos, obtida informação do departamento onde se inclua a disciplina de educação física, compete ao órgão de gestão e administração escolar conceder a dispensa total ou parcial da disciplina, nos termos definidos pela lei. Por fim, é especificado que, nos casos de dispensa de atividades, compete ao professor da disciplina ou, nas situações previstas no número anterior, ao órgão de gestão e administração escolar decidir acerca da obrigatoriedade da presença do aluno na aula.

No que concerne à classificação final da disciplina, o Despacho Normativo n.º 338/93 e o Despacho Normativo n.º 45/96 determinam que, na reunião realizada no final do 3.º período, compete ainda ao conselho de turma proceder a uma apreciação global do trabalho desenvolvido pelo aluno e do seu aproveitamento ao longo do ano. O artigo 15 prescreve que a avaliação sumativa interna integrada no processo de ensino- -aprendizagem é formalizada em reuniões de conselho de turma, no final do 1.º, 2.º e 3.º períodos letivos, tendo a do último a finalidade da apreciação global do trabalho desenvolvido pelo aluno e do seu aproveitamento ao longo do ano.

Para a determinação da avaliação de Educação Física, consideram-se três grandes áreas relativas às áreas específicas (as atividades físicas, a aptidão física e os conhecimentos) e uma área não específica onde são ponderadas as atitudes.

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A avaliação tem como referência a organização dos objetivos em cada uma das áreas e as "Normas de referência para o sucesso" definidas no Programa Nacional de Educação Física (Jacinto et al., 2001).

Quadro 2 – Critérios de avaliação

A ponderação destinada às áreas específicas engloba as atividades físicas, a aptidão física e os conhecimentos que corresponde a 17 valores, ou seja 85% da avaliação do aluno.

Relativamente às áreas das atividades físicas, mais precisamente às matérias de ensino, a sua ponderação equivale a 65% (13 valores). No respeitante a cada matéria das atividades físicas, o aluno pode situar-se num dos seguintes níveis: a) não atinge nível introdutório; b) nível introdutório; c) nível elementar; d) nível avançado.

Para quantificar a avaliação da área da aptidão física que representa 10%, ou seja 2 valores, são utilizadas as normas de referência sobre a aplicação do Fitnessgram em que os alunos são avaliados em diversos testes de aptidão (corrida 1 milha, abdominais, extensão dos braços, extensão do tronco, senta e alcança, flexibilidade de ombros).

Áreas de avaliação

Áreas Específicas específica Área não Atividades

Físicas Aptidão Física Conhecimentos Atitudes Ponderação 65% (13 valores) 10% (2 valores) 10% (2 valores) 15% (3 valores) Conteúdos Matérias Capacidades condicionais (referência à ZSAF do Fitnessgram) Desporto c/ componente de cultura Processos de desenvolvimento e manutenção da condição física Regulamentos de cada modalidade Técnicas de execução Regras segurança Autonomia Responsabilidade Participação Instrumentos Registo de

Observações Fitnessgram Teste escrito e/ou trabalho

Registo de Observações Periodicidade Todas as aulas Momentos formais

Início do ano letivo Final de cada

período

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Os resultados são obtidos através dos valores de referência da zona saudável e em função da sua progressão de acordo com os critérios definidos pelo grupo de Educação Física. Apesar de o Fitnessgram não ter sido desenvolvido para ser utilizado com a finalidade de avaliação, o PNEF prevê a sua utilização para avaliar os níveis de aptidão física dos alunos, tendo para isso o grupo elaborado uma tabela de quantificação dos resultados obtidos (ANEXO N).

No que concerne à área dos conhecimentos, a sua quantificação é de 10% (2 valores). Nesta área são avaliados os conhecimentos dos alunos relativamente a:

 Aprendizagem dos processos de desenvolvimento e manutenção da condição física;

 Aprendizagem dos conhecimentos relativos à interpretação e participação nas estruturas e fenómenos sociais extraescolares, no seio dos quais se realizam as atividades físicas;

 Regulamentos de cada modalidade;  Técnicas de execução;

 Regras de segurança.

No que se refere aos conhecimentos dos alunos, o instrumento de avaliação adotado foi o teste escrito, apesar de existir a opção alternativa da realização de um trabalho. Optámos pela realização do teste escrito, próximo do fim de cada período, cuja nota contabilizava 10% para a classificação final.

A avaliação das atitudes corresponde à área não específica e é determinada pela avaliação da autonomia, da responsabilidade e da participação, sendo o seu valor quantitativo compreendido entre o zero e os três valores, ou seja, corresponde a 15% da classificação do aluno.