• Nenhum resultado encontrado

2. PRÁTICA LETIVA

2.1. Gestão do processo ensino-aprendizagem

2.1.3. Planos de aula

A elaboração dos planos de aula realizado ao longo do ano é o culminar do processo de planeamento; é no plano da aula que são esclarecidos os meios para atingir os objetivos previstos nas unidades didáticas.

Para a elaboração dos planos de aula, tivemos em consideração os conteúdos do programa, o plano anual, o planeamento da unidade didática, a consulta bibliográfica e os materiais existentes na escola bem como as instalações. (Para visualizar a estrutura de um plano de aula consulte o ANEXO G.)

No sentido de melhorar e aperfeiçoar as estratégias utilizadas durante as aulas, foi também essencial a análise das aulas anteriores, as reflexões realizadas em conjunto com a orientadora e os métodos de ensino aplicados.

O plano de aula é dotado de uma especificação e precisão necessárias para a sua aplicabilidade; daí surgirem indicações pormenorizadas relativamente aos seus objetivos. Podemos então fazer referência ao plano de aula como sendo uma planificação de curto-prazo que corresponde às ações do dia-a-dia que, por sua vez, compõem o planeamento anual.

De acordo com Bento (2003), a aula de Educação Física deve ser constituída por três partes: a parte introdutória, a parte principal ou fundamental e a parte final. Na primeira parte, estimula-se a disponibilidade dos alunos para a aprendizagem e exercitação e faz-se a sua preparação psicológica para assumirem as tarefas da aula e adaptarem funcionalmente o seu organismo às cargas sequentes (cf. p. 152). Segundo o autor, a parte principal ou fundamental deve conter a concretização dos objetivos propostos e a transmissão de conteúdos, sendo esta a parte em que o professor testa a sua capacidade de planeamento e execução. Na parte final da aula, o objetivo principal, segundo o mesmo autor, é o retorno à calma ou à intensificação da carga; é também nesta parte que o professor faz uma breve avaliação do desempenho dos seus alunos, mostrando-lhes duma forma geral o que fazem bem e os aspetos que precisam de ser trabalhados ainda mais para poderem atingir os objetivos propostos.

Apesar de considerarmos a organização da aula em três partes, não podemos interpretá-las como segmentos desarticulados uns dos outros. De facto, ao longo das aulas, procurou-se interligar os itens da ativação cardiovascular com a introdução dos conteúdos, estabelecendo a sua ligação com os conteúdos abordados em aulas anteriores.

38

Para a parte final das aulas, optámos por criar situações de retorno à calma através da realização de alongamentos direcionados aos grupos musculares maiores e aos mais utilizados durante cada aula. Assim, os alunos eram relembrados para o desempenho das funções de confirmação e entrega do material utilizado. Por fim, eram referidos os conteúdos abordados anteriormente e, em certas aulas, optou-se por apresentar alguns pontos a abordar nas aulas seguintes.

Para a planificação das aulas procurou-se apresentar uma lógica na abordagem dos conteúdos, e foram consideradas as questões organizativas relacionadas com as orientações espaciais dos espaços, o número de alunos, os tempos de transição e os materiais, entre outras questões, no sentido de se criar um clima favorável e mais rentável na aprendizagem dos alunos.

Contudo, as situações planeadas nem sempre aconteceram como tinham sido previstas, e as aulas nem sempre se desenvolviam da forma mais rentável e organizada. Por isso, procurámos sempre realizar uma reflexão crítica após as aulas, em conjunto com a professora orientadora, no sentido de conseguirmos resolver de forma eficaz as situações imprevistas.

Procedia-se então à introdução de novos conteúdos bem como à revisão dos conteúdos já programados, recorrendo a vários métodos de ensino como o questionamento, as demonstrações realizadas quer pelos alunos mais proficientes, quer pelo próprio professor que recorria também à descrição verbal. Utilizaram-se diferentes tipos de feedback como método de ensino recorrente no sentido de apelar ao pensamento crítico e reflexivo dos alunos.

Durante as aulas, tentámos garantir que estas decorressem sob o controlo do professor, garantindo a segurança dos alunos, aspetos que foram debatidos e questionados aula após aula.

Procurámos interagir com todos os alunos dedicando mais atenção àqueles que demonstravam maiores dificuldades, ajudando-os no cumprimento das tarefas e, consequentemente, na realização dos objetivos.

Na organização dos exercícios, tentámos privilegiar os grupos de pares para aumentar a atividade motora, o empenho e a motivação dos alunos. Tornou-se bem evidente a importância de introduzir e manter, aula após aula, a componente competitiva nos exercícios de forma a dinamizar a aprendizagem e abordar os conteúdos aprendidos em situação de jogo reduzido e jogo condicionado.

39

Tentou-se criar uma lógica operacional dos objetivos cuja evolução dependeu do grau de aprendizagem dos alunos. Por isso, os exercícios foram organizados do menos para o mais complexo.

Ao longo das aulas, tentámos manter a coerência e adequação dos exercícios propostos com os objetivos estabelecidos, contudo, em algumas, verificou-se a necessidade de ajustar a organização da aula relativamente à utilização dos espaços, aos recursos materiais necessários e também ao número de alunos, o que em diversas situações condicionou a quantidade de situações ou a organização dos grupos de trabalho.

A capacidade de analisar de forma rápida e eficaz as questões organizativas da aula foi discutida em conjunto com a professora cooperante através da reflexão crítica realizada no fim das aulas. Estes feedbacks foram muito pertinentes, uma vez que nos permitiam modificar situações transformando-as noutras mais rentáveis e eficazes.

Como já foi anteriormente referido, o tempo de transição entre a parte inicial e a parte principal da aula era utilizado como tempo de exposição, explicação dos conteúdos, durante o qual eram definidos os grupos de trabalho, delimitados os espaços e em que também se procedia à montagem dos exercícios. Nesse momento de transição, procurámos abordar os conteúdos utilizando uma linguagem simples e concisa adequada ao nível de entendimento dos nossos alunos, com o intuito de rentabilizar os tempos de aula promovendo mais tempo de empenhamento motor e reduzindo o tempo de explicação e exposição dos conteúdos.