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correspondente ao Estado Novo e Primeiro Governo Vargas, que inclui o período que se estende de julho de 1944 (criação da RBEP) a 29/10/45, perfazendo

um total de um ano e quatro meses (16 meses);

Fase 2- de 30/10/45 a 30/01/51, período que se inicia imediatamente após a data do golpe que depôs o Presidente Vargas, estendendo-se por todo o período de exercício do Presidente Dutra, compreendendo este um interstício de 5 anos e três meses (63 meses);

Fase 3, composta de 5 anos (60 meses), de 31/01/51 a 30/01/56, período em que governou como presidente eleito Getúlio Vargas e os governos de transição, incluindo Café Filho, após a morte do referido Presidente;

Fase-4 - (60 meses) corresponde aos anos Kubitschek que se estendem de 31/01/56 a 30/01/61;

Fase 5, perfazendo um total de 3 anos e 2 meses (38 meses), circunscreve-se ao período dos governos Jânio Quadros, Ranieri Mazzilli e João Goulart e estende-se de 31/01/61 a 30/03/64, véspera do golpe que instituiu o período de Ditadura Militar no Brasil;

Fase 6, período entre 1/04/64 a 31/12/74 (recorte arbitrário tomado por esta pesquisa) compreendendo um total de 10 anos e 9 meses (129 meses), relativos a uma parte dos períodos presididos pelos Governos Militares (IGLÉSIAS, 1993) .

representam também o descaso pela preservação da memória cultural do País, comportamento não só característico dos tempos dos Governos Militares, mas presenciados, talvez com intensidade ainda maior, nos tempos de Nova República, quando antigos acervos especializados, foram literalmente sucateados, em Brasília, com a extinção de Órgãos Públicos, como por exemplo os Ministérios dos Transportes e do Interior, no início da década de 90.

CARVALHO realizou uma análise histórica do discurso proferido por entidades e individualidades da comunidade acadêmico-científica, bem como do discurso oficial manifesto nos pronunciamentos governamentais, sobre a política de produção e socialização do conhecimento, no processo de formação do professor e do pesquisador no Brasil, no período de 1945-64.

Respaldando-se em IANNI, a referida autora afirma que, podem ser detectadas as tendências políticas, a seguir especificadas, de acordo com as características dos governos ocorridos no País, em parte do período total focalizado por esta tese: o Governo Dutra, manifestando características de ”Estado Liberal, no contexto do pós-guerra”; o

Governo Vargas, com nítidos traços de um “Capitalismo nacionalista”; os anos Kubitschek, tempo de ”novos rumos de ação estatal para aceleração da industrialização, com

dependência externa crescente”; e o período Quadros-Goulart, visto como uma “crise da

democracia e agudização do Estado Populista” (CARVALHO, 1992).

Numa visão política mais ampla e abrangente do período estudado, reportou- se ao clássico trabalho de Octávio IANNI (1975), verificando-se que a história da política econômica brasileira, desde 1930, oscilou entre duas tendências principais: a estratégia do “desenvolvimento nacionalista” (períodos 1930-45, 1951-54 e 1961-64) e a estratégia de “desenvolvimento associado” ao capital externo (1946-50, 1955-60 e 1964 em diante).

À guisa de insumo para interpretações dos resultados deste estudo, tendo como fundo o contexto político, cita-se ainda um relatório-síntese da política brasileira de Ciência e Tecnologia, publicado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia da Presidência da República, que, no Capítulo em que descreve como as políticas de C& T foram sendo incorporadas, com o aprofundamento da intervenção do Estado, na sociedade, aponta quatro grandes períodos (A POLÍTICA, 1991 p. 2-4):

O período de 1951-64, inaugura-se com a criação do Conselho Nacional de Pesquisas - CNPq e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal Superior - CAPES, quando os esforços, na área científica e tecnológica, estiveram predominantemente voltados para a formação de pesquisadores, criação e fortalecimento de grupos científicos. A

intervenção do Estado, nesse momento, caracterizava-se por um conjunto de iniciativas circunstanciais e descontínuas, constatando-se, ainda, a carência de referenciais normativos.

Com produção incipiente de conhecimento científico e as dificuldades de formação de pesquisadores, já se ensaiava a montagem de uma estrutura de suporte ao desenvolvimento em C& T no País, através da implantação de instrumentos simples de fomento: as bolsas de estudo e auxílios à pesquisa.

O segundo período, circunscrito de 1964 a 1974, constituiu-se, segundo aquele documento, numa tentativa de atrelar o desenvolvimento científico e tecnológico ao relativo amadurecimento da indústria , tendo sido então criado o FUNTEC - Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico, vinculado ao BNDES, instituído o PED - Programa Estratégico de Desenvolvimento, 1968-70; a FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos, em 1969, esta com funções de fomento complementares ao CNPq, e também criado o FNDCT - Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, em 1971.

O CNPq passou a ter a atribuição de formular a política nacional de Ciência e Tecnologia, a partir de 1964. Nesse quadro, ampliou-se o Sistema de Pós-Graduação, bem como cresceu e diversificou-se a estrutura institucional em C&T, para a qual foi desenhado um modelo de funcionamento sistêmico, o Sistema Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico - SNDCT, embora, segundo o relatório, a integração das políticas e instituições de Ciência e Tecnologia, em um sistema , não tenha se concretizado.

O período de 1974 a 1984 é caracterizado por um intenso planejamento para os setores da Pós-Graduação e da pesquisa e pela preocupação com a atividade tecnológica. Foi criado o Conselho Científico do CNPq - CCT, para acompanhar a execução do II Plano Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - PADCT, tendo sido o próprio CCT que formula o III PADCT.

O período de 1984-90 destaca como fatos marcantes a criação da Lei de Reserva de Mercado para a Informática (84) e a criação do Ministério de Ciência e

Tecnologia, em 1985, com a Nova República, sendo essa uma reivindicação da comunidade científica.

O presente trabalho pretende se reportar a essas caracterizações e tendências, com o objetivo de identificar macro-ideologias vigentes na condução política do País, no período circunscrito, e de verificar a partir das análises de artigos da RBEP, possíveis reflexos desse contexto, no conhecimento pertinente ao processo de institucionalização da pesquisa Educacional no Brasil.

CAPITULO 4

RESULTADOS

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA PESQUISA EDUCACIONAL NO BRASIL, SEGUNDO O

DISCURSO PUBLICADO NA RBEP

Este Capítulo é constituído: de quadros demonstrativos, numerados sequencialmente e compostos a partir de análises do universo empírico de dados procedidas sob os ângulos das categorias previstas; de enunciados decorrentes da leitura desses quadros; de informações extraídas dos próprios artigos e de literatura diversa relacionada ao tema estudado. Tem como finalidade descrever o comportamento de elementos e informações presentes no grupo de artigos, publicados na RBEP, e que foram considerados pertinentes à institucionalização da Pesquisa Educacional no Brasil.

Subdivide-se em partes diversas correspondentes às categorias ou subcategorias específicas, fases de governos, ou nomes de autores que tiveram influência privilegiada no discurso em questão.

Como primeiro estrato arqueológico, trabalhou-se com os 206 artigos de periódicos, como um todo, e, por analogia com a arqueologia, esse grupo compreenderia o estrato mais exterior do discurso. Os artigos foram analisados sob a ótica da Categoria Empírica: Originalidade e ineditismo (B1), subdividida em duas Subcategorias: Tipos de superfícies de emergência do discurso (B1.1) e Nacionalidade de origem do discurso (B1.2).

4.1 Originalidade e ineditismo

O Quadro 1 sintetiza os elementos intervenientes nesta Categoria que informa sobre as condições de comunicação dos artigos publicados na RBEP, bem como os dados encontrados.

Na Subcategoria tipos de discursos, dentre os 206 artigos publicados, os artigos originais, escritos para publicação, em primeira instância na RBEP, restringem-se a 91; destes 46 se referem a artigos propriamente ditos, 14 se constituem de editoriais e 28 são resenhas publicadas, que tratam de textos novos sobre trabalhos já publicados em outras fontes, possuindo, como características, autoria secundária e a função intrínseca a esse tipo de trabalho, ou seja de se constituir de reflexões analíticas e críticas. Totalizam 115 (a maioria), os artigos não originais.

QUADRO 1

DISTRIBUIÇÃO POR TIPO E NACIONALIDADE DOS ARTIGOS