• Nenhum resultado encontrado

3 A CRIAÇÃO DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA INTERSINDICAL (CONCILIA) NA CIDADE DE CHAPECÓ

No documento Anais Completos (páginas 58-60)

RESOLUÇÃO DAS LIDES TRABALHISTAS NA CIDADE DE CHAPECÓ, SC Eder Todeschini

3 A CRIAÇÃO DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA INTERSINDICAL (CONCILIA) NA CIDADE DE CHAPECÓ

A Comissão Intersindical de Conciliação Prévia de Chapecó, com o objetivo de resolução de conflitos trabalhista, foi criada em 23 de maio de 2000 por meio de Convenção Coletiva de Trabalho firmada entre o Sindicato do Comércio Varejista de Chapecó (Sindicom) e o Sindicato dos Empregados no Comércio de Chapecó (Sicom), registrada sob o número 671 na Delegacia Regional do Trabalho, por força da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (art. 625-C) e com redação dada pela Lei n. 9.958 de 12 de janeiro de 2000.

Atualmente, de acordo com o parágrafo primeiro da cláusula primeira da Convenção Coletiva de Trabalho, firmada em 30 de novembro de 2004, com o Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral de Chapecó e de Xaxim, registrada na Delegacia Regional do Trabalho sob n. 2123,

todas as demandas de natureza trabalhista, no âmbito da representação dos convenentes, na jurisdição das Varas de Trabalho da Comarca de Chapecó e a Vara de Trabalho da Comarca de Xanxerê serão submetidas previamente à Comissão Intersindical de Conciliação Prévia, conforme determina o art. 625-D da CLT. (SINDICATO DO COMÉRCIO DA REGIÃO DE CHAPECÓ, 2016).

Papel da comissão intersindical de conciliação prévia (concilia) no processo de desjudicialização...

Destina-se a dirimir conflitos decorrentes da relação de trabalho e é composta por conciliadores representantes dos sindicatos patronais e laborais, atualmente atuando como sindicato patronal o Sindicato do Comércio da Região de Chapecó (Sicom), tendo como conciliador e coordenador geral Eduardo José Perone. Além de ser uma instância obrigatória, a Concilia caracteriza-se pela promoção de mecanismos pacíficos e cooperativos de solução de conflitos, com participação paritária, baixos custos e sem os esforços e o lapso temporal de um processo judicial.

A Concilia, em Chapecó, surgiu da necessidade de se desenvolver um procedimento pacífico e cooperativo de solução de conflitos, que visa lograr um acordo rápido, voluntário e negocial, podendo as partes com ele concordar ou discordar, optando, assim, pela via judicial de solução de conflitos. Caracteriza-se por ter menos custos e ser mais rápida do que a esfera judicial. São esclarecidas as vantagens da conciliação para ambas as partes, ajudando-as a aclarar e identificar os interesses, buscando-se um acordo satisfatório, sem a necessidade de recorrer aos Tribunais. O acordo deve favorecer às duas partes, sem haver o prejuízo de uma em detrimento da outra.

Existem muitas vantagens em se optar pela conciliação, quais sejam: a) é menos onerosa e mais rápida do que um processo judicial;

b) é voluntária e efetiva, devendo ambas as partes cumprir com as obrigações estabelecidas, tendo, portanto, rigor de lei entre as partes;

c) descongestiona os tribunais, demonstrando um fortalecimento das negociações coletivas, em um ambiente pacífico, com conciliadores neutros e conhecedores das leis trabalhistas;

d) demonstra a prestação de serviços dos sindicatos aos seus representados.

A obrigatoriedade de tentativa de conciliação pelas comissões prévias já foi firmada pelo Tribunal Superior do Trabalho em decisão datada de 29 de novembro de 2006, que extinguiu um processo que não passou pela comissão de conciliação antes de ingressar na Justiça do Trabalho. Nessa decisão fica claro que a passagem pela Comissão de Conciliação “é pressuposto de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, sem o qual deve-se extinguir o processo”, conforme os dizeres do Ministro Carlos Alberto Reis de Paula.

Na mesma decisão, o Ministro João Oreste Dalazen destaca o papel das Comissões como uma filtragem de litígios, mostrando-se um mecanismo rápido e eficaz das rescisões de contratos. Com início das atividades em 24 de maio de 2001, o percentual de conciliação da Concilia de Chapecó é superior a 60% das demandas.

Dessa forma, quem pode pedir a conciliação é somente o funcionário, que deverá estar acompanhado de advogado, obrigatoriamente. Da data em que o processo for protocolado até a

data da audiência de conciliação, o prazo máximo decorrido será de 10 dias. A empresa receberá uma notificação da Concilia, nela constando o dia e a hora designados para a conciliação, bem como uma cópia da reclamatória do funcionário. Havendo o acordo, o funcionário tem a quitação total do seu contrato de trabalho (não podendo mais discutir a relação trabalhista na Justiça do Trabalho), e a empresa assume o compromisso com o acordo efetuado (em caso de descumprimento, o funcionário pode executar o acordo diretamente na Justiça do Trabalho). Já nos casos em que não há acordo, ficam então as partes aptas a discutir o litígio na via judicial.

Nenhuma das partes será forçada a um acordo, porém, uma vez realizado, é obrigatório, possuindo o efeito de coisa julgada, constituindo-se em título executivo extrajudicial, com eficácia liberatória geral.

Entidades que aderiram a Concilia: sindicatos dos Metalúrgicos, Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, Transporte Urbano – Condutores, Transporte Coletivo, Transportes Rodoviários, Postos de Combustíveis, Empregadas Domésticas, Indústria de Plásticos, Movimentadores de Mercadorias em Geral e Auxiliares em Administração de Armazéns, Similares, Conexos e Assemelhados de Xaxim.

Para a melhor realização das atividades da Concilia, solicita-se aos procuradores das partes que atentem às seguintes informações quando da confecção de suas peças:

a) classificação completa do demandante, incluindo RG, CPF, PIS e data de nascimento; b) período de realização do contrato de trabalho, função exercida e valor da remuneração do funcionário;

c) sempre que possível, anexar cópia dos documentos e do Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho, se houver.

4 EFETIVIDADE DO TRABALHO PRESTADO PELA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO

No documento Anais Completos (páginas 58-60)